Fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros português disse à Lusa ter sido comunicado ao embaixador de Israel, Ehud Gol, que "as declarações, feitas há dias numa conferência pública, não são adequadas a um representante diplomático, sendo profundamente injustas para os portugueses".
Ehud Gol participou no dia 30 de Outubro no debate sobre o "Ensino do Holocausto: Experiência Local", no âmbito da conferência “Portugal e o Holocausto – Aprender com o Passado, Ensinar para o Futuro”, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Na altura, o diplomata “afirmou que Portugal ‘tem uma nódoa’ que lhe estará ‘para sempre associada’ por ter posto a bandeira a meia haste quando Hitler morreu”.
A chamada de um embaixador ao MNE é uma das medidas diplomáticas, utilizadas com pouca frequência, para assinalar uma posição de desagrado.
De acordo com uma outra fonte diplomática ouvida pela Lusa, o secretário-geral do MNE separou o relacionamento entre os dois países do episódio protagonizado pelo embaixador de Israel em Lisboa.
Cinco deputados do PS - Alberto Martins, Laurentino Dias, Maria de Belém Roseira, Maria Gabriela Canavilhas e Paulo Pisco - questionaram o Governo, numa carta enviada à presidente da Assembleia da República, sobre o que consideraram ser “declarações ofensivas” do embaixador de Israel em Portugal.
Na carta, pedem ao ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, que esclareça se “já chamou ou tenciona chamar o embaixador de Israel, Ehud Gol, para um pedido de explicações e até para um pedido de desculpas pelas declarações que fez”.
Segundo os deputados, Ehud Gol referiu-se a Portugal, num evento público, no dia 30 de Outubro, “com propósitos pouco diplomáticos, com declarações (…) ofensivas”.
"Com efeito, o regime fascista foi condenado e derrubado pelo povo e pelos militares em 25 de Abril de 1974, provando assim que colectivamente rejeitámos e continuamos a rejeitar a ditadura", referiram os deputados na carta.
Classificaram ainda de “pouco apropriada” a forma como o embaixador de Israel se referiu “ao estatuto de Portugal na ‘task force’ Internacional para a Educação, Memória e Investigação do Holocausto”, adiantando que esta “consubstancia uma clara interferência nas questões internas” de Portugal.
Os deputados socialistas indicam na carta, com data de terça-feira, que “seria importante que o Governo, particularmente o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, exigisse um pedido de explicações e até um pedido de desculpas ao Embaixador de Israel em Lisboa”, pelo que solicitam o referido esclarecimento.
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Fonte oficial do Ministério dos Negócios Estrangeiros português disse à Lusa ter sido comunicado ao embaixador de Israel, Ehud Gol, que "as declarações, feitas há dias numa conferência pública, não são adequadas a um representante diplomático, sendo profundamente injustas para os portugueses".
Ehud Gol participou no dia 30 de Outubro no debate sobre o "Ensino do Holocausto: Experiência Local", no âmbito da conferência “Portugal e o Holocausto – Aprender com o Passado, Ensinar para o Futuro”, que decorreu na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.
Na altura, o diplomata “afirmou que Portugal ‘tem uma nódoa’ que lhe estará ‘para sempre associada’ por ter posto a bandeira a meia haste quando Hitler morreu”.
A chamada de um embaixador ao MNE é uma das medidas diplomáticas, utilizadas com pouca frequência, para assinalar uma posição de desagrado.
De acordo com uma outra fonte diplomática ouvida pela Lusa, o secretário-geral do MNE separou o relacionamento entre os dois países do episódio protagonizado pelo embaixador de Israel em Lisboa.
Cinco deputados do PS - Alberto Martins, Laurentino Dias, Maria de Belém Roseira, Maria Gabriela Canavilhas e Paulo Pisco - questionaram o Governo, numa carta enviada à presidente da Assembleia da República, sobre o que consideraram ser “declarações ofensivas” do embaixador de Israel em Portugal.
Na carta, pedem ao ministro do Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, que esclareça se “já chamou ou tenciona chamar o embaixador de Israel, Ehud Gol, para um pedido de explicações e até para um pedido de desculpas pelas declarações que fez”.
Segundo os deputados, Ehud Gol referiu-se a Portugal, num evento público, no dia 30 de Outubro, “com propósitos pouco diplomáticos, com declarações (…) ofensivas”.
"Com efeito, o regime fascista foi condenado e derrubado pelo povo e pelos militares em 25 de Abril de 1974, provando assim que colectivamente rejeitámos e continuamos a rejeitar a ditadura", referiram os deputados na carta.
Classificaram ainda de “pouco apropriada” a forma como o embaixador de Israel se referiu “ao estatuto de Portugal na ‘task force’ Internacional para a Educação, Memória e Investigação do Holocausto”, adiantando que esta “consubstancia uma clara interferência nas questões internas” de Portugal.
Os deputados socialistas indicam na carta, com data de terça-feira, que “seria importante que o Governo, particularmente o ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, exigisse um pedido de explicações e até um pedido de desculpas ao Embaixador de Israel em Lisboa”, pelo que solicitam o referido esclarecimento.