Os políticos nacionais são uns tristes

03-07-2011
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Sem surpresas, o Parlamento não elegeu hoje o novo Provedor de Justiça. Nenhum dos dois candidatos que foram a votos, cada um apoiado por um dos partidos do ‘bloco central’, obteve os dois terços de votos que a lei exige. Era de esperar. Se o resultado fosse outro é que seria motivo de espanto.

As posições tinham sido extremadas numa fase anterior, cada um dos dois grandes esticou demasiado a corda e não havia margem de manobra para cedências. Se tal acontecesse era inevitável a chacota do perdedor. A política nacional está assim.

O clima político não permitia espaço, sequer, para negociação. Em ano trieleitoral ninguém está disponível para cedência. É tudo demasiado sério. Convenhamos que a classe política nacional é triste. Na Assembleia da República são raros os momentos de humor nos plenários. Talvez os haja nos corredores, fora da vista do povo, que é como quem diz, fora das objectivas das televisões, mas no hemiciclo não. Seria, até, considerado um horror. Ali, naquele que é o mais moderno plenário do mundo, só se debatem coisas sérias e profundas e os problemas dos portugueses são demasiado sérios e profundos para que haja espaço para o humor. Nem rir, quanto mais sorrir. Afinal, o que diria a populaça? “É para isso que pagamos aqueles gajos, para estarem a contar anedotas?”. Ninguém acharia piada.

Eu gostava. Reconheço que seria dos poucos mas, se assim fosse, creio que a política e os políticos seriam mais humanos, trabalhariam melhor e deixariam de lado certos comportamentos e questões ridículas.

Veja-se o caso das declarações de Vital Moreira, já aqui referidas. No calor de um comício falou de “roubalheira” no caso do BPN. Maria de Belém Roseira, que lidera a comissão parlamentar sobre o caso, disse “não se rever nessas declarações”, logo depois surge José Lello a defender Vital e a criticar Belém. É ou não ridículo? É, pois.

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Sem surpresas, o Parlamento não elegeu hoje o novo Provedor de Justiça. Nenhum dos dois candidatos que foram a votos, cada um apoiado por um dos partidos do ‘bloco central’, obteve os dois terços de votos que a lei exige. Era de esperar. Se o resultado fosse outro é que seria motivo de espanto.

As posições tinham sido extremadas numa fase anterior, cada um dos dois grandes esticou demasiado a corda e não havia margem de manobra para cedências. Se tal acontecesse era inevitável a chacota do perdedor. A política nacional está assim.

O clima político não permitia espaço, sequer, para negociação. Em ano trieleitoral ninguém está disponível para cedência. É tudo demasiado sério. Convenhamos que a classe política nacional é triste. Na Assembleia da República são raros os momentos de humor nos plenários. Talvez os haja nos corredores, fora da vista do povo, que é como quem diz, fora das objectivas das televisões, mas no hemiciclo não. Seria, até, considerado um horror. Ali, naquele que é o mais moderno plenário do mundo, só se debatem coisas sérias e profundas e os problemas dos portugueses são demasiado sérios e profundos para que haja espaço para o humor. Nem rir, quanto mais sorrir. Afinal, o que diria a populaça? “É para isso que pagamos aqueles gajos, para estarem a contar anedotas?”. Ninguém acharia piada.

Eu gostava. Reconheço que seria dos poucos mas, se assim fosse, creio que a política e os políticos seriam mais humanos, trabalhariam melhor e deixariam de lado certos comportamentos e questões ridículas.

Veja-se o caso das declarações de Vital Moreira, já aqui referidas. No calor de um comício falou de “roubalheira” no caso do BPN. Maria de Belém Roseira, que lidera a comissão parlamentar sobre o caso, disse “não se rever nessas declarações”, logo depois surge José Lello a defender Vital e a criticar Belém. É ou não ridículo? É, pois.

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