António Costa vai a jogo no congresso e Seguro responde com ex-líderes do PS

09-09-2011
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Depois de se saber que o autarca de Lisboa é número dois da lista de Assis, o secretário-geral anunciou a comissão de honra do Congresso: de Sócrates a Soares, estão lá cinco ex-líderes

António José Seguro queria que o XVIII Congresso que amanhã arranca em Braga fosse virado para o futuro. Mas o seu horizonte terá de ter em conta aqueles que derrotou há três meses. E também António Costa. A sua presença na lista de Francisco Assis foi vista como um sinal de que o autarca quer ter uma palavra a dizer sobre o futuro do PS. A resposta chegou à noite: a comissão de honra do congresso conta com os ex-líderes, Sócrates, Ferro, Guterres, Sampaio e Soares. E este último volta a estar presente na sessão de abertura de um conclave, o que não acontecia desde que deixara de ser secretário-geral.

Uma demonstração de força que ainda conta com a presença em Braga de figuras históricas do partido: Além de Manuel Alegre e Vera Jardim, lá estarão Ferro Rodrigues, António Arnaut e Edmundo Pedro.

Depois de alguns dias em que Seguro e Francisco Assis namoraram a ideia de uma lista única em nome da "unidade interna", uma última reunião ontem entre os dois resultou na separação de águas, com Assis a anunciar António Costa em segundo na sua lista. Tanto Seguro como Assis desvalorizaram a ausência de acordo. Para o novo secretário-geral. Tanto era "normal" haver uma lista única como surgirem listas separadas. "Eu não quero unicidade, quero unidade na acção e pluralidade no debate", afirmara ainda antes do anúncio da separação.

A diferença ideológica

O ênfase está antes na preparação do congresso, enquanto alavanca para oposição ao Governo. Os discursos de Seguro durante o Congresso terão esse propósito. Na abertura, Seguro falará para a assumir a diferenciação ideológica que assume perante o PSD e CDS. E no encerramento concretizá-lo-á através da definição do caminho alternativo que propõe.

Francisco Assis anunciou durante a tarde que avançaria no congresso com uma "intervenção, moção e lista própria", invocando a "obrigação" de apresentar a sua posição e leitura sobre a realidade política. No encontro terá comunicado a Seguro não existirem "condições" para uma lista única, até porque seria mal interpretado por aqueles que o apoiaram.

O congresso será, portanto, o culminar de um "processo" que arrancou com a candidatura à liderança. E para tal apresentou ao conclave o seu trunfo: António Costa como número dois da lista. O presidente da câmara de Lisboa também vai a jogo.

"Foi apoiante dele, é normal", reagiu um elemento do núcleo duro de Seguro. Uma reacção de quem assumia estar mais preocupado, "não com nomes", mas antes com o "início da organização definitiva" do partido.

Da parte de Seguro, não houve anúncios da composição da lista. "O nosso nome de hoje é Carlos Zorrinho", rematavam. O nome do ex-governante - indicado ontem como líder parlamentar pelo secretário-geral - encerrava a estratégia que começara com o convite de Maria de Belém para presidente do PS e a aprovação do novo regulamento da bancada.

Nome "inevitável"

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Entre os socialistas, o anúncio do nome de António Costa era inevitável, nem para mostrar que ainda "estava vivo". "A entrada de António Costa reforça naturalmente a posição de Francisco Assis, porque o actual presidente da Câmara de Lisboa é uma figura respeitada no partido, mas para quem conhece bem a vida interna do PS sabe que a candidatura de Francisco Assis foi um ensaio e a sua participação não vai alterar as regras do jogo", declarou o ex-deputado e membro da Comissão Nacional, Manuel dos Santos.

Este delegado ao congresso considera que Assis fez bem em convidar Costa, mas a sua entrada na lista não lhe vai trazer "grandes ganhos". E assume-se satisfeito pelo facto de Seguro e Assis não se terem entendido quanto a listas. "Cada um deve de ir a jogo por conta própria", diz.

Quem não vai a jogo é António Vitorino que não fará parte de qualquer lista e não se mostrou disponível para exercer cargos directivos. Fazia parte da Comissão Política Nacional.

Depois de se saber que o autarca de Lisboa é número dois da lista de Assis, o secretário-geral anunciou a comissão de honra do Congresso: de Sócrates a Soares, estão lá cinco ex-líderes

António José Seguro queria que o XVIII Congresso que amanhã arranca em Braga fosse virado para o futuro. Mas o seu horizonte terá de ter em conta aqueles que derrotou há três meses. E também António Costa. A sua presença na lista de Francisco Assis foi vista como um sinal de que o autarca quer ter uma palavra a dizer sobre o futuro do PS. A resposta chegou à noite: a comissão de honra do congresso conta com os ex-líderes, Sócrates, Ferro, Guterres, Sampaio e Soares. E este último volta a estar presente na sessão de abertura de um conclave, o que não acontecia desde que deixara de ser secretário-geral.

Uma demonstração de força que ainda conta com a presença em Braga de figuras históricas do partido: Além de Manuel Alegre e Vera Jardim, lá estarão Ferro Rodrigues, António Arnaut e Edmundo Pedro.

Depois de alguns dias em que Seguro e Francisco Assis namoraram a ideia de uma lista única em nome da "unidade interna", uma última reunião ontem entre os dois resultou na separação de águas, com Assis a anunciar António Costa em segundo na sua lista. Tanto Seguro como Assis desvalorizaram a ausência de acordo. Para o novo secretário-geral. Tanto era "normal" haver uma lista única como surgirem listas separadas. "Eu não quero unicidade, quero unidade na acção e pluralidade no debate", afirmara ainda antes do anúncio da separação.

A diferença ideológica

O ênfase está antes na preparação do congresso, enquanto alavanca para oposição ao Governo. Os discursos de Seguro durante o Congresso terão esse propósito. Na abertura, Seguro falará para a assumir a diferenciação ideológica que assume perante o PSD e CDS. E no encerramento concretizá-lo-á através da definição do caminho alternativo que propõe.

Francisco Assis anunciou durante a tarde que avançaria no congresso com uma "intervenção, moção e lista própria", invocando a "obrigação" de apresentar a sua posição e leitura sobre a realidade política. No encontro terá comunicado a Seguro não existirem "condições" para uma lista única, até porque seria mal interpretado por aqueles que o apoiaram.

O congresso será, portanto, o culminar de um "processo" que arrancou com a candidatura à liderança. E para tal apresentou ao conclave o seu trunfo: António Costa como número dois da lista. O presidente da câmara de Lisboa também vai a jogo.

"Foi apoiante dele, é normal", reagiu um elemento do núcleo duro de Seguro. Uma reacção de quem assumia estar mais preocupado, "não com nomes", mas antes com o "início da organização definitiva" do partido.

Da parte de Seguro, não houve anúncios da composição da lista. "O nosso nome de hoje é Carlos Zorrinho", rematavam. O nome do ex-governante - indicado ontem como líder parlamentar pelo secretário-geral - encerrava a estratégia que começara com o convite de Maria de Belém para presidente do PS e a aprovação do novo regulamento da bancada.

Nome "inevitável"

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Entre os socialistas, o anúncio do nome de António Costa era inevitável, nem para mostrar que ainda "estava vivo". "A entrada de António Costa reforça naturalmente a posição de Francisco Assis, porque o actual presidente da Câmara de Lisboa é uma figura respeitada no partido, mas para quem conhece bem a vida interna do PS sabe que a candidatura de Francisco Assis foi um ensaio e a sua participação não vai alterar as regras do jogo", declarou o ex-deputado e membro da Comissão Nacional, Manuel dos Santos.

Este delegado ao congresso considera que Assis fez bem em convidar Costa, mas a sua entrada na lista não lhe vai trazer "grandes ganhos". E assume-se satisfeito pelo facto de Seguro e Assis não se terem entendido quanto a listas. "Cada um deve de ir a jogo por conta própria", diz.

Quem não vai a jogo é António Vitorino que não fará parte de qualquer lista e não se mostrou disponível para exercer cargos directivos. Fazia parte da Comissão Política Nacional.

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