Marcelo Rebelo de Sousa

21-10-2015
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Antes pelo contrário

Acompanhar a campanha eleitoral e acompanhar estes momentos tem sido muito instrutivo sobre o estado em que se encontra a comunicação social portuguesa. Os jornalistas parecem acreditar que a partir de uma determinada fronteira estão dispensados de qualquer isenção política. Catarina Martins, extraordinária quando roubava votos ao PS, passou a ser uma perigosa radical, quando garante uma maioria de governo. Catarina, a revelação, passou a ser Catarina, a destruidora da bolsa nacional. O ambiente pré-PREC é simulado em títulos sensacionalistas que anunciam quedas na bolsa que afinal depois sobe. Entrei para um jornal em 1989. Não me recordo, nestes 26 anos, de ter alguma vez sentido um ar tão difícil de respirar no pluralismo informativo. Sentiu-se na campanha eleitoral e continua a sentir-se agora, com um cerco a um processo negocial legitimo, onde é quase impossível ouvir na televisão alguém a defender esta solução. Não me espanta. Estamos a falar de uma alternativa real. Agora é a doer. António Costa, se insistir neste caminho, vai ficar a perceber quem manda e como manda. E como a maioria dos supostos “livres pensadores” não se atreve a desalinhar com a posição de quem manda

Antes pelo contrário

Acompanhar a campanha eleitoral e acompanhar estes momentos tem sido muito instrutivo sobre o estado em que se encontra a comunicação social portuguesa. Os jornalistas parecem acreditar que a partir de uma determinada fronteira estão dispensados de qualquer isenção política. Catarina Martins, extraordinária quando roubava votos ao PS, passou a ser uma perigosa radical, quando garante uma maioria de governo. Catarina, a revelação, passou a ser Catarina, a destruidora da bolsa nacional. O ambiente pré-PREC é simulado em títulos sensacionalistas que anunciam quedas na bolsa que afinal depois sobe. Entrei para um jornal em 1989. Não me recordo, nestes 26 anos, de ter alguma vez sentido um ar tão difícil de respirar no pluralismo informativo. Sentiu-se na campanha eleitoral e continua a sentir-se agora, com um cerco a um processo negocial legitimo, onde é quase impossível ouvir na televisão alguém a defender esta solução. Não me espanta. Estamos a falar de uma alternativa real. Agora é a doer. António Costa, se insistir neste caminho, vai ficar a perceber quem manda e como manda. E como a maioria dos supostos “livres pensadores” não se atreve a desalinhar com a posição de quem manda

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