Candidatura de Maria de Belém à Presidência desafina vozes do PS

19-08-2015
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A candidatura de Maria de Belém à Presidência da República vai avançar. Depois das eleições para o Parlamento. É este o teor de uma nota ontem enviada à agência Lusa pela antiga ministra socialista.

“Apresentarei publicamente a minha candidatura após as eleições legislativas de 4 de outubro”, perspetivou Maria de Belém.

No mesmo texto, Belém enfatiza que “a prioridade para o Partido Socialista, neste momento, são as eleições legislativas”. Ao mesmo tempo, propõe-se “evitar especulações”. Confrontado com este anúncio oficioso de um anúncio oficial, António Costa tenta segurar as peças da armadura socialista.“Será discutido no momento próprio. Cada coisa tem o seu momento próprio. Nem sabemos sequer o universo total de pessoas que se vão candidatar”, insistia na segunda-feira o secretário-geral do PS, chamado à SIC Notícias para responder a questões de telespectadores.“Se tivéssemos tomado essa decisão há dois meses atrás, não poderíamos contar com Maria de Belém, que, pelos visto, anunciou agora”, acrescentou.Nas páginas da edição de segunda-feira do jornal, antes mesmo da declaração escrita de Maria de Belém, ecoara já uma voz socialista, a de Henrique Neto, contrária à investida da antecessora de Carlos César na presidência do PS.“Não fez nada na vida” ou “entrou calada e saiu silenciosa em toda a sua carreira política” foram amostras do ataque cerrado que o primeiro nome a assomar à linha de partida das presidenciais reservou a Maria de Belém.Na outra margem do caudal socialista está Manuel Alegre.

“Merece respeito”

António Nabo, Rui Rodrigues, Osvaldo Costa Simões - RTP

É num artigo de opinião publicado peloque o poeta se perfila ao lado de Belém.“Apoiarei Maria de Belém”, proclama logo no título Manuel Alegre, para quem o direito da ex-presidente do partido a avançar para as presidenciais “merece respeito e não pode ser posto em causa por considerações táticas, interpretações sectárias e inaceitáveis ataques de caráter”.“Ninguém tem o exclusivo da cidadania. Ser membro de um partido não constitui uma menoridade cívica, como ser independente não confere a ninguém um estatuto de superioridade sobre quem assume a sua filiação partidária”, escreve o histórico do PS.Para sustentar que Maria de Belém, “ao contrário do que alguns disseram, não divide, não fratura nem é redutora”. É “uma falsa frágil”, avalia.

“Perturbar”

Vítor Ramalho diz que candidatura de Maria de Belém foi anunciada para perturbar legislativas http://t.co/b6N4iy8eom — antena1politica (@antena1politica) August 18, 2015

Opinião distante é manifestada por Vítor Ramalho, figura próxima de Mário Soares e apoiante declarado da candidatura de Sampaio da Nóvoa.“Para quem dizia que ia apresentar a candidatura depois das legislativas e ao fazê-lo hoje, dia 17, em que os candidatos do PS pelo círculo de Lisboa foram a tribunal apresentar a lista para as legislativas, está tudo dito, ou seja, a candidatura de Maria de Belém Roseira foi apresentada ao país hoje para perturbar as próprias legislativas”, reagiu o antigo deputado.

Natural do Porto, Maria de Belém Roseira é jurista. Presidiu ao PS de 2011 a 2014. Esteve nos governos de António Guterres como ministra da Saúde e para a Igualdade.

E Sampaio da Nóvoa? Questionado sobre a pré-candidatura de Maria de Belém, o antigo reitor da Universidade de Lisboa foi ao dicionário da diplomacia.“Acabei de saber agora, estou a ser surpreendido pela notícia, mas a ser surpreendido com muito agrado”, começou por redarguir o candidato, ao chegar a Vila Real de Santo António, no Algarve, onde tem pedalado uma bicicleta numa ação de contacto com eleitores.Passou, depois, ao ataque: “Posso garantir que vou ganhar, que esta candidatura tem uma dinâmica de vitória muito forte, tem uma dinâmica de vitória que sinto nas pessoas, no que me têm dito e na maneira como têm estado com esta candidatura, e eu estou absolutamente convicto de que os portugueses querem a partir de 2016 um Presidente de um tipo novo e estou convencido de que essa decisão vai recair na escolha da minha candidatura e da minha pessoa como Presidente da República”.Voltou ao registo diplomático quando questionado sobre o peso de um eventual apoio do Rato. A candidatura, argumentou, “vai querer o apoio de toda a gente, nos mais diversos sectores, mas não está dependente do apoio de ninguém”.

A candidatura de Maria de Belém à Presidência da República vai avançar. Depois das eleições para o Parlamento. É este o teor de uma nota ontem enviada à agência Lusa pela antiga ministra socialista.

“Apresentarei publicamente a minha candidatura após as eleições legislativas de 4 de outubro”, perspetivou Maria de Belém.

No mesmo texto, Belém enfatiza que “a prioridade para o Partido Socialista, neste momento, são as eleições legislativas”. Ao mesmo tempo, propõe-se “evitar especulações”. Confrontado com este anúncio oficioso de um anúncio oficial, António Costa tenta segurar as peças da armadura socialista.“Será discutido no momento próprio. Cada coisa tem o seu momento próprio. Nem sabemos sequer o universo total de pessoas que se vão candidatar”, insistia na segunda-feira o secretário-geral do PS, chamado à SIC Notícias para responder a questões de telespectadores.“Se tivéssemos tomado essa decisão há dois meses atrás, não poderíamos contar com Maria de Belém, que, pelos visto, anunciou agora”, acrescentou.Nas páginas da edição de segunda-feira do jornal, antes mesmo da declaração escrita de Maria de Belém, ecoara já uma voz socialista, a de Henrique Neto, contrária à investida da antecessora de Carlos César na presidência do PS.“Não fez nada na vida” ou “entrou calada e saiu silenciosa em toda a sua carreira política” foram amostras do ataque cerrado que o primeiro nome a assomar à linha de partida das presidenciais reservou a Maria de Belém.Na outra margem do caudal socialista está Manuel Alegre.

“Merece respeito”

António Nabo, Rui Rodrigues, Osvaldo Costa Simões - RTP

É num artigo de opinião publicado peloque o poeta se perfila ao lado de Belém.“Apoiarei Maria de Belém”, proclama logo no título Manuel Alegre, para quem o direito da ex-presidente do partido a avançar para as presidenciais “merece respeito e não pode ser posto em causa por considerações táticas, interpretações sectárias e inaceitáveis ataques de caráter”.“Ninguém tem o exclusivo da cidadania. Ser membro de um partido não constitui uma menoridade cívica, como ser independente não confere a ninguém um estatuto de superioridade sobre quem assume a sua filiação partidária”, escreve o histórico do PS.Para sustentar que Maria de Belém, “ao contrário do que alguns disseram, não divide, não fratura nem é redutora”. É “uma falsa frágil”, avalia.

“Perturbar”

Vítor Ramalho diz que candidatura de Maria de Belém foi anunciada para perturbar legislativas http://t.co/b6N4iy8eom — antena1politica (@antena1politica) August 18, 2015

Opinião distante é manifestada por Vítor Ramalho, figura próxima de Mário Soares e apoiante declarado da candidatura de Sampaio da Nóvoa.“Para quem dizia que ia apresentar a candidatura depois das legislativas e ao fazê-lo hoje, dia 17, em que os candidatos do PS pelo círculo de Lisboa foram a tribunal apresentar a lista para as legislativas, está tudo dito, ou seja, a candidatura de Maria de Belém Roseira foi apresentada ao país hoje para perturbar as próprias legislativas”, reagiu o antigo deputado.

Natural do Porto, Maria de Belém Roseira é jurista. Presidiu ao PS de 2011 a 2014. Esteve nos governos de António Guterres como ministra da Saúde e para a Igualdade.

E Sampaio da Nóvoa? Questionado sobre a pré-candidatura de Maria de Belém, o antigo reitor da Universidade de Lisboa foi ao dicionário da diplomacia.“Acabei de saber agora, estou a ser surpreendido pela notícia, mas a ser surpreendido com muito agrado”, começou por redarguir o candidato, ao chegar a Vila Real de Santo António, no Algarve, onde tem pedalado uma bicicleta numa ação de contacto com eleitores.Passou, depois, ao ataque: “Posso garantir que vou ganhar, que esta candidatura tem uma dinâmica de vitória muito forte, tem uma dinâmica de vitória que sinto nas pessoas, no que me têm dito e na maneira como têm estado com esta candidatura, e eu estou absolutamente convicto de que os portugueses querem a partir de 2016 um Presidente de um tipo novo e estou convencido de que essa decisão vai recair na escolha da minha candidatura e da minha pessoa como Presidente da República”.Voltou ao registo diplomático quando questionado sobre o peso de um eventual apoio do Rato. A candidatura, argumentou, “vai querer o apoio de toda a gente, nos mais diversos sectores, mas não está dependente do apoio de ninguém”.

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