porosidade etérea: Hoje é dia de poesia erótica!

01-07-2011
marcar artigo


Caros etéreos,como sabem, para este passatempo, o tema era o erotismo. Este passatempo foi patrocinado pela editora 4Águas, que ofereceu 10 exemplares do livro de poesia erótica "Amo Agora" de Casimiro de Brito e Marina Cedro para os primeiros 10 participantes que enviaram os seus trabalhos.Assim sendo, os participantes mais rápidos que receberão livros são os seguintes:Alexandra MalheiroJoão Tomaz ParreiraRaquel LacerdaFernando de Jesus FerreiraJorge CastroFernando AguiarJosé M. Silva António José QueirozAdauto SuannesAntonio Miranda Eis todos os poemas participantes, pela ordem que chegaram:Promessa cumpridaPrometi não falar hoje,das esquinas do teu corpo,nem do sangue que me fogee deixa o meu quase morto.Prometi nem pensarna curva-contra-curvadesenhada no teu peitonem no avanço contrafeitodos dedos pelo teu ventreaté à encosta onde acostao teu desejo fremente.Prometi não te pensarcomo o lobo pensa a presa,desejei não desejarteu corpo de sobremesa,ou sobre a mesa,ou sobre o chão,ou nas paredes…da casa…O teu cheiroem toda a partesó tu não…Alexandra Malheirowww.alexandramalheiro.no.sapo.pt*****Eu quero beijar a tua rosaEu quero beijar a tua rosaUm sinal ao fundodas tuas costasque se desenham sob a roupaEu quero que recomecemosdo princípioquando desço pelo decliveque começa nas espáduasE absorto do mundo ao redorfirme meus dedosnesse caule dessa rosaque mexe com teu corpoe me chama por Amorcomo um sinal.João Tomaz Parreirahttp://poetasalutor.blogspot.com*****Via na luz amareladado seu corpodobradodentro do seu peito,a galopea respiração ofegantede quem ama a mais, por ser assim o amor.Amar a mais,com as mãos,os lábios frescospedemsó mais um poucodessa cançãoem que danças.Raquel Lacerdahttp://asinhasdefrango.blogspot.com*****Ensina-me o teu corpoas tuas mãoso teu peitoEnsina-me o teu sexoEnsina-me o teu amorO teu amarO teu marCorpos em fusãonum movimentoperpétuoComo animais de luzesgotando-se num prazerinfinitoEnsina-me o silênciodas coisas inefáveisdo saber atávicoFernando de Jesus Ferreira*****L(e)itaniatodo eu me peloao ver cabeloe ao mordê-lomordiscá-loafagá-loalisar-lheos caracóise sermos doisentre vales de lençóispor tanta mínguase calhar vingo-acom a línguana raiz das coxasquando puxassedas roxaspara trásporque nos cobree descobrequanto sobredo prazerque entre nós há-de sero que se quer.Jorge Castrohttp://sete-mares.blogspot.com*****E SE O RISOe se o riso sobe e se o sonho suasobre a tela ponho o esboço que façode te ver tão bela, de te ter tão nuaque sobre a imagem o teu cheiro ameaço.e se pronta te dás quando na cama me cercase se na pele te velejo numa brisa tão puranos instantes que encontro, não deixo que percasna forma dos mamilos a cor desta loucura.e se queres que te aprenda quando vês que te vejoe se exulto arfando à força de te amare se de noite te acendo e na penumbra te beijoé no teu mar de desejo que me quero afogar.Fernando Aguiarhttp://ocontrariodotempo.blogspot.com*****Dispo-meDispo-me…no segredo nudas tuas vestes irresistíveisno olhar concavo,do imaculado desfruto.Navego-te, oceanoturbulento de águas febris,franqueio o veludo tépido dos porosa estalar como átomos inebriantesna voluptuosidade do anelo.Cópulas intensas evocam lençóis brancoscomo sementes, coadas nos corposnum ledo e fogoso pórtico semiabertoás combustões macias dos tecidosdo sinuoso e profundo lago imaginário.Danças em mim, despojos d’alma,visto-te com a minha pele, toco-te…submergem da languidez adormecidado teu corpo espasmos, orgasmos,renovados no respiro ofegante dada ressoada e porosa fonte!…José M. Silvahttp://esquicospoeticos-avlisjota.blogspot.com*****Ensina às minhas mãoso caminho do teu corpo.Faz com que subamàs pequenas colinasonde a luz indecisase demora pela manhã.Cegas, descobrirãoo delírio da águana fonte incendiada.António José Queiroz*****Maria de JesusMaria de Jesustu és afrontaés negação total da religiãoÉs toda carnee tão roliçae tão cheirosaTens no prenome(logo quem)o SalvadorLaboratório de uma rua inteiraonde aprendemos biologiaanatomiae tanta coisatanta coisaAté matemática:um e um doisnem sempreàs vezes trêsdepende do sexotudo depende do sexotodos dependem do sexo,Maria.És sem vergonhatão cretinaque eu me revoltoprocuro outras mariasmenos tremendasmais recatadasnão tão altruístasnão tão roliçasnão tão gostosasTão sem graça essas marias!Que me revoltoe volto a tique tens em ti o Salvadore és a minha salvaçãoatestado da minha virilidadeMaria de Jesustu és um mundoAdauto Suanneshttp://www.circus-do-suannes.com*****O COITO DO SÁTIROINa penumbra de uma lua minguante enxergouuma casa modesta, coberta de telhas arruinadase nenhuma cama decentepara descansar da fadiga caminheira.Redes no meio de um quarto sem adorno e sem móveis.Um cenário de sombras.O sátiro arrojou-a na rede sujae esforquilhou-se sobre seu corpo trêmulo,despindo-a com rudeza,com os pés plantados no assoalho.Desvestiu-se da camisa e,uma pernadepois da outra,desvencilhou-se da calça de brim escuro.Apareceram, então, entre as pernas,dois pênis imensos excitados e vibrantescomo duas serpentes libertas.Dois pênis sobrepostos, olhos de fera, faiscantes.A lamparina extinguia-se lampejante,exalando um cheiro de queimado.Carnes indefesas,besuntou-a com sucessivas demãos de saliva grossae começou a introduzir-se com fúria.Tamanha a dor e acabou desfalecendo.Depois ele repetiu o assalto pelo ânus.Começou a penetrar as cavernas até não mais poder.Um estrebucho de frêmito até aos estertoresdo gozo, relinchando vitorioso.Acordou as galinhas nos poleiros e os animais nas coxias.O sangue jorrava delaenquanto o fauno saía correndopara o riacho próximo,arrojando-se nas águaspara apagar as brasas de seu corpo enfermo.IIO silêncio acometeu os corpos exauridos.O homem estremecia no sonho saciadoe perturbava a noite com os roncos de bicho extenuado.A jovem no torpor de um pesadelo e gemidos constantes.Na tarde do dia seguinte abriu os olhos e viuas réstias de luz invadindo o quarto hediondo.O companheiro dormia um sono ruminante.Saiu engatinhando até a soleira da portapara ofuscar-se com as luzes invasorasde uma tarde declinante.Avistou uma ingazeira portentosa e um pasto ralono horizonte difuso.Encontrou mais adiante um cocho com água da chuvae meteu a cara até sentir afogamentoquando percebeu que estava nua.Viu um machado repousando junto à porteirae agarrou-se a ele com a força que não tinha.Sentiu o ímpeto de salvar-sevalendo-se daquele instrumento de justiça.Tentou arrancá-lo das entranhasda madeira de um tronco caídomas não foi capaz.Ainda intacto o saco em que trouxera seus minguados pertences.O vestido de noiva prostrado sobre o chão poeirento.Saiu avexada até embrenhar-se na caatingaem direção desconhecida.Errando pelos caminhos de tropeços e espinhos.Arfando e farejando “com sôfregas narinas”como escreveu o poeta Humberto de Campos.Antonio Miranda*****SURPREENDE-MESurpreende-me...Querer desejo incontidoLambe-me os seiosdesmancha-me a loucurausa-me as coxasdevasta-me o umbigomostra-me tua bravuraabre-me as pernaspõe-nas nos teus ombrose lentamente faz o que te digoos meus seios pendentesnas tuas mãos fechadasEncostada de costas quentes suadasao teu peito inchadoem leque as pernas dolentesabertaso ventre inclinadoambos de pé coladosdespertasformando lentos gestos de ternuraas sombras brandastombadas no soalho leitoCorpos excitadosEm morna loucuraEstranho feitoQue em tempo perduraAna Bárbara de Santo Antóniohttp://anabsantoantonio.blogspot.com*****Sexo…Fome carnal…Olhar… atracção, desejo…beijo… sabor, cheiro…toque… envolvimento, excitação…Pele macia, sedosa…cabelo solto…mimos, carícias…Lábios, orelhas, pescoço…seios, nádegas…pénis, vagina…Curvas e contra-curvas de sensualidade…carne… mais desejo…erotismo…Chupões, dentadas…penetração…sexo…Posições dinâmicas… movimento…devagar, depressa… ritmos vários…voltas e mais voltas…Dois corpos fundidos num só…arrepio…prazer… orgasmo…Larva de vulcão…fonte… cascata…rio e seus afluentes…Sexo…alimento da paixão…Saul Neves de Jesuswww.ualg.pt/~snjesus/fotopintura*****Poema de amor para chatear o Camõesnum dia cinzentouma amiga coloridaapareceu-me num sonho cor-de-rosamas ainda estávamos muito verdese nada estava preto no brancofoi na verdade por uma unha negra que não nos demos bem(entalei-lhe um dedo ao fechar a porta do salão)nada disso impediu que continuássemos juntossempre pela noite dando com a língua nos dentesdepois de ela me dar uma mãozinhae de eu lhe dar um braço a torcerdescalça a minha bota e depois penduradas as suasencostava-me a roupa ao pêloe eu levava as minhas mãos muito a peitometíamos os pés pelas mãos em noites de maior excentricidadepunha-me sempre a pauela prometia-me mundos e fundosquando partiu ficou como um negrão na minha vidaeu fiquei na sua como um ponto negroa verdade é queestou-me nas tintasBruno Santoshttp://aranhicaselefantes.blogspot.com*****dentro do teu corpohá um barco que te puxaas mãos que são as tuas asasa boca que é a tua rosa abertaà procura do fogodentro do teu corpohá um barco que te navegaas palavras que não dizeso silêncio com que tropeçasna solidãodentro do teu corpohá um barco que te rodeiao sangue que te respirao amor que desenhascom um suspiroDaniel Gonçalveshttp://afectosepalavras.blogspot.com*****segue-me a linha do corposegue-me a linha do corpono arrepio que provoca a brisa do teus lábiosinunda-me o ventre com o ondular dos teus cabelose serena repousa o ósculono pico extasiado do faloque te despertaa fomede carne doceengole-meseduz-me na vertigem da tua línguaos meus sentidos emergemna graciosidade gesticulardas tuas pernasque, estremecendo,procuram a foz de um rio feito de pétalase plumas da alvorada.José Alexandre Ramoshttp://quefarei.blogspot.com*****Na Gruta de HelenaUma deusa de longos cabelos prateadosfoi derrubada no esplendor da alba,gemeu como ave ferida de desejoenquanto caída, cheia ainda de paixão.Eu ia no corcel em que era espetada.O corpo estremecia no mármore frescoo olhar fixo no tronco do fogo da paixão,os lábios húmidos sugando o sexo dos astrosuma roseira, erguendo-se agarrada às vozes.Eu bebi o interior transparente das anémonas.Como Heitor no carro doce da vitóriatodos os cânticos no gume feérico da pele,enquanto no elmo a cabeça ainda sadiae o tronco indomado ainda garboso.João Rasteirowww.nocentrodoarco.blogspot.com*****A tua boca me encantaSeu rosto definidoBeleza tantaDeixa-me tímidoFalar com vocêTocar em suas curvaturasEnche-me de prazerFaz pensar em consequências futurasO amor floresceuSeu sorriso me enlouqueceuO umbigo apareceuDesceuAquele vestido vermelho...Marcelo Torcawww.marcelotorca.com*****pelea peleé um riosendo que um rioé tudoou nada.estiofarturasedefome.sanguee sémenescorremvibram.poro a poro.a boca,cálice,degustao sagrado sabor da vida.Conceição Paulinohttp://acordavida.blogs.sapo.pt*****O PAPEL SORRIsilenciosamente,de forma quase inaudívelo lápis sussurra palavras ao papel.e o papel sorri.letra após letra,o lápis acariciaa alva folha,que de felicidade sorri.do lápis,as ideias brotamsobre o papele ambos fazem nascera poesia.lápis e papeltrocam afagos com letras.dão abraços com palavras.são sentimentosatravés das ideiase em conjunto constroem o poemaaté à palavra FIM....o lápis cansadodeita-se em merecido descanso......enquanto, de alma preenchidao papel sorri.Eduardo Roseirahttp://ecosdomeupatio.blogspot.com*****Entre CorposTraço entre traços de pele e suorUm enlace de amplexos fugitivos,Suave miragem de prazer e dorPerdida entre movimentos furtivos.Um demónio devaneia entre os vivos,Estendendo as mãos em lascivo fulgor,Como um deserto fogo de olhos esquivosFugindo da voz de um fogo maior.Corpos sobre almas de êxtase e loucura,Pecado e luz no leito da vontadeQue canta em gritos a eterna loucuraDe um perfeito sacrilégio, de um mundoLiberto em vozes de audaz liberdadeNo cântico de um altar mais profundo.Carla Ribeirohttp://valedassombras.blogspot.com*****anseio pelo momento de escrevermos poesiaou palavras de vidanos beijos de nossos corpos entrelaçados.beber as gotas do amor,ser mar.Vicente Ferreira da Silvahttp://inatingivel.wordpress.com*****ATRASOS…Sempre olhavas o relógioE as horas marcadasPara estar em casaQuando começavaA despir-meOlhavas-me cobiçosoE tocavas-meOnde sabiasAs horas ficavam para trás(Mas nunca te atrasavasEm casa)Atrasavas-te só em mimNo reboliçoEm que deixávamosMetade de nós….Paula Raposohttp://romasdapaula.blogspot.com*****MOMENTO DA LUZ 3E ainda por entre os cortinados de ventoTe contemplo. Os teus gestos. O jarro.A água embebedando-se na luz do teu corpoOnde a claridade é morena.Os teus fémures lembram pórticos antigos.O silêncio ruge-me entre os dentesQue lavo, enquanto te vejo, aproximando-te,No espelho.Os teus braços enleiam-me. As minhasVértebras estremecem. O mundo recebe-nosCom o relincho dos frutos.Luís Costahttp://oarcoealira.blogspot.com*****Luandino apalpa-a com dedos lassos,Frouxos.Toca-a como se num receio.Parece que ele afaga a testa de um velho:O côncavo da mão a recusar o bico do seu seio.E ela o que quer é sexo.Sexo, sem denguices nem rodeios.Encosta-se nele.Sente-o todo no vestido fresco.Mater desejosa, roça-se.Beija-lhe cada mamilo.Morde-o.Virgem arrependida, Luandino…Ela a ganhar vantagem.Ela a lamber-lhe o sexo.Ela a chupá-lo.Luandino e elaEla e Luandino…Maria de Fátima*****Nos teus lábiosUma gota de águaDesperta a sedeNos teus seiosUma gota de águaTreme e escorreNo teu umbigoUma gota de águaInunda o olharNo teu corpoUma gota de águaPerde-se felizJ. Caldas*****O ESPANTO DEITADOPrimeiro foi uma sensação a veludo nas mãos, a carne à flor da peleera macia de um modo tão suave a pedir só mansidão e elasas mãos, transcorriam bêbedas com todos os seus 10 dedos nas polpas sensíveis eeu lá ao fundo, no final da sensação, navegava com toda a preguiça esboçada do mundopor aquele mar de novidades que o teu corpo me emprestavano silêncio ofegante da noite.Estavas ali deitada, absorta no teu sonho inteiro de serescultura para as minhas mãos, e eu sentia-te a crescer nas ondas da respiração ede um lado e do outro, ambos éramos mais próximoscomo se houvesse uma indeterminada luz pelo meio,que tínhamos de possuir exactamente ao mesmo tempo.Tudo ilusão.E, no entanto não era. Eu estava ali, tu também, éramos dois corposcom as portas abertas a tudo. A aragem das mãos esvoaçando sobrea tua pele de veludo, era o que sobrava do silêncio de chumboque os nossos corpos mortais no fundo faziam. Havia entre nósum nó inteiramente aceso por dentro, onde as línguas mais aprumadasjá não soltam palavras.E os gestos criavam outros mundos, onde só nós cabíamos,onde só nós éramos quase perfeitosà espera de o sermos.José Alberto Marhttp://ecvcaminhando.blogspot.com*****VerãoAtravessamos o calorpelos lugares felizes,corpos cúmplices do sol,mergulhamos nos sorrisossem portas, sem paredes,os dedos lentamenteadivinham os desejosConstança Lucashttp://constancalucas.blogspot.com*****FALO E FALASÉ uma tentativa; a máquina está ungida, não pode ser um fardo.Põe-se e tira quando a tomo e recomeça quando acabo.Um mecanismo de vaivém, um puro dualismo, uma dinâmica entre o corpo eO mais além.Outra situação, terceira, terceiro sexo ainda sem resolução…Será perfeito! Sexo, máquina, engenho, experienciando o tamanho do órgãoQue está prenho.Fala. Na boca o falo me fala, sendo o dizer tão perfeito que o falo me cala.Quem o não tem é uma máquina a vapor, onde o dizer serve a industria doTermo-ventildor.Amélia Vieira*****Quero beijar tua bocamorder tua nucainvadir-te o ventrepenetrar teu nichote amarcomo bichoRenato Mattos Mottahttp://remamo.blogspot.com*****os cabelos desenroladospara foracomo se de forafosse a ordem doceagoratecladode madeixasmas deixasdesenrolaro cabelolongosobre o meu peitosem cabelosalém dos teusolhosescuros e madurosolhandoolhandoa olhar para os meusolhosde despedidade desejode regressode sucessomãosmãosmuitas e muitas maistantas mãos a tocarem tiem mimassimbraçoscabelosjoelhos ecotovelosdobradurasdobras de pelesobras de pelena falta de salivana boca a secarsecandoem tudoo que sobrade terrade águade fogoe de ara secura dos elementosalimentos visuaispara invisuaisos cegosque não olhamcomo nós nos olhamosque não sabem olhar nos olhosque não querem verque não nos querem verporque nóstu mais eunósdamos nós de órgãosde membrosde beijosnós tu mais eunós nósafastadosestamos pertode estar juntosansiosospor estar juntossedentosde estar dentrode nósdentro de mim mais dentro de tiem tudoem nósfalta de tiem mime tude cabelos bravosbravoscomo flores com picosespinhos de florescoroas de amorque alguns não vêemque alguns não têmmas que tu mais eumas que nós tu e eutemossabemos e somoso marum maramarum qualquer mar.Luís Limahttp://luislima.tk*****VEM, UM GRITOVEM,gritoNão sei se é sonhoOu se estou mesmoa gritar...Sinto a tuas mãosem todos os recantosdo meu corpoDescem,sobem,frenéticas,provocadoras,sedutoras.Cedo,dispo-me.Fico nuae o teu olharencanta-me.Não me tocas eendoideço.Quero-te.VEMMas não seise me escutas.Continuasa olhar-me.Incapaz de te ler,de sabero que queres,tapo-me.Ficoenvergonhada.Baixo a cabeçae sinto a tua bocana minha nuca.Acordeicom o desejoque não soube lerno teu olharMarta Vinhaishttp://www.amartaeeu.blogspot.com*****JenuflexãoLobato era batido, cruel e desalmado.Uma fera para as moças esperançosas.Dava-lhes com palavras doces, não danosase algum farfalho, até meter, afoito, o nabo.Miquelina era - assim corria no Lugar -virgem, uma planta, pura como as santas.Até surgir o Lobato, manhoso, que às tantasface a recusa tanta, cede e acena c’o altar.Aceita ela por fim a virgindade perdida.Mas na hora marcada, por cruel ferreteMiquelina sustém da porra a corrida...- Quero uma coisa fina, de lembreteque de fodas apressadas estou varrida.Ajoelha, pois, que morro por um minete.Eusébio Tomé*****Saudades, essas, morrerão terrivelmente sozinhasa porta entreabertadá azo aos arrepiosque já me conhecem o mapa do corpoe sabem exactamente onde cairpeço-te que a encostes,fica mais quente assime sorrio,aquele sorriso de malíciaque tantas outras vezesme valeu um beijo sem fôlegoarrastas a pele para mimroçando o cabelo nos meus poros desprevenidosum braço sobetocas-me o rostocomo se apreciasses a escultura mais nobrede contornos singelos,a medoum beijo no pé,uma costura que rasga;um aperto no sangue e na voz:somos a noite,em esplendores raros,em denúncias ao céusinto-teenquanto te passeias na praia que é o meu dorsoareia fina,alva:língua que mordechegas-te a mim,olhos fechados para melhor bebermos o amordesprende-se o pecado do tectocortei-lhe o fioquebra-se no chão,em lençóis, paredes, mãos, costastenho os pés friose o coração a ferverencaixa-tefazemos do escuro aliado de murmúrios de um prazer partilhadoe faço-me demorar em tiqual doença,qual tempestade que não quer ir emboranão vamos mesmo embora, nuncafalar-te dos teus lábiosque inspiram a poesiaamar com as mãosassim.Soraia Martins*****BelisamaChaminé antiga. Casais depombos, grasnar de gaivotas.E o Rio azul e doce dos sonhos deloucamente. E o Rio da boca espantadadas máscaras sem eternamente.O Rio triste, simplesmente triste,nem sonhos, nem alegrias, teatroenfadonho dos velhos dias.Eu tenho um rio a correr desde os primórdiosdo tempo, um rio de ouro em pó e vento, veneno,e firmamento, um rio de nadas de praias ondemergulhas e nadas e foges das minhas saias.Por nadas te deixas prender, por nadas me fazessofrer. Por nadas me anoiteces, me escarneces,me enfureces! E eu sempre a amanhecer.És o meu rio fundo e negro, de esquecer.As águas brancas dos rios são raras comoo coral. Mas o comboio da estação, depoisdo tempo das velocidades, deita-se para o ladoe morre de ferrugem e estagnação. Meu riofundo e negro, a macerar, de esquecer.Meto-o na frigideira e vou à praça parao vender. Amanhã faço anos, e não sei maisque fazerMyriam Jubilot de Carvalho*****Nua de Corpo e de EspíritoÉ neste aconchego de nós,Bafejados pela sorte,Que nos mantemos despertos e etéreos de sentidos,É nesta concupiscência sadia,Que fixa em mim o desejo de entrega,E a vontade de dar uma voluptuosa mordida,Nesse único corpo,O teu,Que eu me consinto agir tal como se fora uma cobra atenta,Que de forma sub-reptícia vai ondulante pelo terreno,Em busca daquilo que lhe possa trazer algum alimento.É apenas nesse teu corpo,Meu espaço sideral,Que eu aprendo a ouvir e a escutar os segredos,Que entre mil suspiros e ais nos vamos revelando,Enquanto recebemos o alento de nosso próprio desempenho.Só nos teus rios,Eu me consinto mergulhar por completo,E cedo à tentação de querer experimentar os únicos caminhosQue me provocam um tesão enorme no espírito e no corpo,Refiro-me a teus doces gostos,Aqueles a quem dou satisfação,Somente a ti,Meu generoso e viril companheiro,Eu pretendo entregar,Estas cálidas tentações de um tempo de desabafo e de partilha.É a arte de Amar,Que nos torna sublimes e nos obriga a estar vivos,Por isso te venho confessar,Que é neste aconchego de nós,Que dia após dia,Tenho poisado nua e sôfrega sobre ti,E minhas asas sobre o teu firmamento,Como se fora uma ave de rapina que esvoaça pelo alto dos céus de garras encolhidas,A fim de poder respirar a atmosfera por completo,Solto-me,Desta ânsia de infinito que nos leva a querer morder de desejo o nosso outro,A fim de poder apaziguar,Esta fome de sentido que nos prende reciprocamenteE que nos tem ajudado a emoldurar a vida.Beatriz Barroso*****Escarificas o restolho cansadoque me cobre a pelerevolves a carne superficialonde a dor se aloja confundindoos impulsos impenetráveisda morteOs sulcos que rasgasna superfície instável (aindavegetação primitiva) impedemo regresso da conversa concupiscênciaEscarificas o restolhopreparando o corpo para o ódiodiscreto da amplexa plenitudederiva obtusa do sexoinquieto.Vítor Gil Cardeirahttp://quintacativa.blogs.sapo.pt*****PsicanáliseE se algum dia um psicanalistame acusar de egocentrismoe disser que finjo ser poetapara fugir à realidadee que cada versoé uma tentativa absurdade superar um desejo recalcadodirei que sim!Direi que simporque quis escrever estes versosenquanto não fazia outras coisas.Depois desenharei ao psicanalista, uma mulherredonda, uma mulher prenhe e redondatão redonda como a terramas talvez menos achatada no pólo sule com um fosso Índico onde nadam os peixesdentro da vagina para rebentarem cabeças de alfineteou girinos à espreita de uma oportunidadecirúrgica para dilacerar a sua fonte.Desenharei sim!Uma mulher prenhe e redondacom dois relevos a norte donde nascemrios de leite para matar a minha sede.Desenharei sim!E concluirei que não sou egocêntricomas um geocêntrico disfarçado de charutosentado à secretária de um consultório de psicanálise.José Miguel de Oliveirahttp://deliriospoeticos.blogspot.com*****TABU Quisera eu ser fogosa,desvairada de amor,gueixa de noites e dias de prazer, gritando em suspiros, toda a minha loucura.Deixar-me possuir por corpos que me quisessem, e abandonar-me sem pudor, na luxúria das paixões. Mas não! Recuso passar para lá da barricada, sou sentinela de mim mesma, anjo assexuado em corpo de mulher pagã.Carrego um fardo de pecados originais,e mortais também. Deus e o Diabo me fizeram assim. Tenho o condão de me sentir virgem,e assim permanecer,até que a minha almagire um dia,nalgum girassolperdido no campo. Helena Figueiredohttp://noreinodacriatividade.blogspot.com*****Outra Margem de mimE é nesta dormência dementeQue me assola o corpo inteiro,Que estremeço e enlouqueçoSentindo falta do teu toqueNo espaço vazioDeixado na minha pele.Despojada assim do meu pensarVagueando à derivaNesta vasta imensidãoEnsandeço, atordoadaAnsiando avidamentePelo calor do teu olharPousado suavemente em mim.Grito em silêncio o teu nomeE tudo que escutoÉ o eco emudecidoDesta demente dormênciaQue me deixa adormecida,Morando perpetuadamenteNeste êxtase sonhado,Aguardando o teu corpo no meuExtinguindo este defeitoDe ter feito de tiA nascente que me suportaE me transportaÀ outra margem de mim.Maria Escritoshttp://escritosepoesia.blogspot.com*****palavra a palavraconstruo o poemado fundo dos teus olhos partobeijo a beijo caminhoe os meus lábios são pésque te pisamloucas as mãosprendem-se a tudo quanto gemeda tua boca saem sons cifradosque no meu corpo encontram ecocom raiva te esmagoé já cansado que chego aos teus lábiose as línguas prendem-secomo mãos que se apertammatando uma na outra a sedeque neles nasceue neles há-de morrerah!como é louca esta miragemde te percorrer"António Cravohttp://www.fotolog.com/acravo98*****IncapazO teu coração choraesse amor insatisfeitoque no teu peito morae, em agonia, imploraum regresso ao leito,à paixão que outroraera um sonho perfeitoe que, agora desfeito,te deixa nesse jeitode abandono feito.Na cama por fazerum sonho acorrentao teu corpo a arder,a carícia que te tentana tua mão que deslizae na entrada mobiliza,em suaves movimentos,finos lábios suculentos,em satisfação necessária,tristemente solitária.O teu olhar delirante,em busca frementedaquele corpo ausente,encontra, agonizante,a almofada vaziaque a teu lado jaze a dor lancinanteo prazer anestesiae, a ti, deixa-te incapaz.Rui António Almeida*****Em suores, fluidos vários, me ensopeiDeixando que teu corpo ao meu colassesChamando por teus lábios que beijeiSem deixar que tu primeiro os meus beijasses.Da terra nesse momento nos tirámosE sem pés deixei-me sair de mimMas antes fosse eterno o que alcançámosQuando, sem te ver, de mim saí.E quando contra mim tu te apertasteE o som dos teus lábios abafeiO prazer que em mim tu despertasteGaranto, não o sentirá ninguém.Rafael Nascimento*****Por mim subiste com o olharDe mulher e fêmea entesadaNão vale a pena pois corarPor ter a crica... molhadaE quando o pudor te assaltar,Quando a vergonha vier…É bom que saibas pensar;Que o corpo deve ser para gozarAté a juventude se perderPorque quando a velhice chegarJá ninguém te quer foder.Manuel F. C. Almeidahttp://www.sagher.blogspot.com*****Sonata ao luarAo luarno marnós doisagorae depois...E depoiscorpos molhadosteu corpo nucontra o meue euagoraquero-te aquisó nós doisnos amandoe depois...E depoisdou-te meu corponu e excitadomolhado de mare de prazer molhadoe tu entras em mimlouco e desenfreadoe depois...E depoiso mar borbulhae sentee estremececom o orgasmode nós dois!Ana Paula Lavado*****Sinais de tiAcordei contigo em mimMenino lindo de olhos tristesO cheiroAs mãosA vozO sexo entumescidoO beijoA parteO todoA ausênciaAcordei contigo em mimEm mimSobre mimDentro de mimTão perto da minha urgência de tiApesar do oceanoE do resto.Graça Andrade*****Geme bem alto teu quererMexe teu ventre contra o meu com paixãoVira de um lado e acaricia minhas nádegasDepois do outro meu tosão de oiro te entregoPega fogo com tua língua em meu sedento corpoSegura tua ânsia somente mais um poucoMorde meus mamilos negros erectosGrita bem alto quanto me desejasBeija meus olhos, minha almaAma como sempre quiseste amarE por fim derrama tua seiva, teu leite, teu melTodo teu amor em mim penetra.Victor Reishttp://ideotario.blogspot.com*****TentaçãoQuente...Canela espalhada sobre a peleChocolate...O que te levo na ponta do meu dedo até à tua bocaCores de sangue...O que visto para me despires sem cerimóniaCalor...O que fazes em mimLíngua...Trabalhar o teu corpo com a minha línguaCheiro...Que sai da tua pele sempre que gemesSuor...Doce, quando o recolhes beijando-meGritos... O que me fazes conter junto do teu ouvido quando me excitas sem piedadeGelo... Provocas-me desenhando uma palavra nas minhas costasPalavras... As pedes que escreva para regar o teu desejoParede... Onde me encurralas deixando-me à tua mercêArrepio...Sempre que te mordisco a orelhaMordidela... Marcas os meus lábios com os teus dentes e línguaBeijos... Belos, Eternos, Iguarias, Jogos, Ofuscantes, SensuaisÁgua... Deixamo-la escorrer por nós, agarradosSentidos... Toque, som, escutar, ver, saborear... todos alertasUnir... O que fazemos porque queremos, porque a tentação ordenaTentação... Porque só somos tentados por aquilo que desejamosIsa Silvahttp://oladocultodamarciana.blogspot.com*****Abriste os olhosE eu já te olhava à muitoDesejava-te de corpo e almaEncostei-me….Deslizei em tiSegurei-teApertei-teO calor do teu corpoO calor do meu corpoOuvir-te murmurarOuvir-te gemerHmmm…Rocei o meu peito no teuRocei o meu peito nos teus lábiosNa tua línguaQuero-teTenho-teVenho-meCarla Campos*****DESPERTAR PARA A VIDAO corpo emerge de um torpor antigoSinto as vísceras, os ossos, os músculosO coração derramando sangue no meu corpoOs pés, as pernas, o ventre, os seios, as mãosRedescubro o toqueOs braços alongam-se em movimentos esquecidosO corpo liberto, recria-se em gestos que são meusA tensão não existe: só o meu corpo em sintonia comigoE danço e navego ao sabor de mim própriaE brinco à cabra-cegaE brinco ao gato e ao ratoRedescubro os sons... tum-tum, fztt fztt...Felinos rodeiam-meSinto-lhes os passosAtenta às respiraçõesAos murmúrios do silêncioRedescubro os cheirosA perfeição não existemas, na explosão de um orgasmo,o Amor recria o Universo.Manuela Almeidahttp://luarabril-limiar.blogspot.com*****Plátanoo meu plátano. amor. cheira a hortelã...vem agora. à na casa das pétalas.onde a papaia. está maduratoma-a. da minha bocadeixa pôr no teu umbigo...sente, amoro toque macio dos meus dedosnas tuas coxasnas tuas virilhasno teu sexo erectosente, amoros meus lábiosnos teus lábiose o sabor a papaia...senta-me em cima do teu ventretoma o teu sexocrava-te em mim...o tempo escoa-sesome. no arsegura-me as ancasa cinturapercorre-me.(já não seionde acabo euonde começas tu)envoltos num só cheiroum no outrono silêncio da florestarestolhamos...e o nosso amor é um solflutuantecom sabora sémen e a papaia...Margarida Almeida*****Em ti me eternizoOs meus olhos pousam em tie todos os meus sentidos te olhamnum delirar mútuo de atenção...vejo o teu corpo e deleito-me na tua alvura...cheiro o teu cheiro e aspiro a tranquilidade da tua paz....ouço o teu respirar lento,como um lamento que não lamento…as minhas mãos tocam os teus cabelose envolvem-se neles...acerco-me de ti e te toco...te sinto global e ali inteira frente a mim...beijo a tua boca e tudo se torna como num festimde doces carícias e sabor a sal...estou inteiro no teu corpo inteiroe me sinto nele como sinto o teu corpo em mim...é apenas um abraço,um enlace de braços que apertam sem apertar,sentindo apenas o teu respirar...minhas mãos percorrem a tua pele acetinada linda...fecho os olhos procurando apenas sentir…e sinto o desejo crescer em mime o teu arfar sobe de tom...como é bom...a minha boca se cola na tua bocae a minha língua se funde dentro delacomo se da tua se tratasse...é apenas mais um enlace...sinto o teu peito quente junto ao meue beijo teus mamilos num acto de procura da loucura...loucura que me invade lentamente,premente ali presenteou então como se tudo mais estivesse ausente...meus braços te envolveme se descobrem momento a momentocomo se fosse a primeira vez que no teu corpo se movem…sinto o cálido odor do teu corpo quente de amor,oferecendo-se como numa espécie de orgia sem pudor...minhas mãos tacteiam centímetro a centímetro toda a tua pele,todos os recantos de teus encantose se encontram, de repente,sobre o teu ventre quente,dolente...afago tuas coxas e as tuas ancase as aperto contra mim…procuro o teu sexo e o acaricio...beijo-te completamente num único beijoe me torno desejo do teu próprio desejo…te envolvo num abraço mais e te penetro…és tu que me possuis...não te tenho, és tu que me tens...movimentos doces se entrelaçamcomo se não fossemos dois mas um só...os nossos corpos se fundemnum arfar profundo de prazer e loucura...já não sei o que sou,apenas em ti estou...eu sou tue tu és eu numa fusão de ser e estar...na verdade és tu que me possuispois eu não te tenho,és tu que me tenspois em ti eu me dou...e em ti eu me eternizo…Joaquim Nogueirahttp://lobices-4.blogspot.com*****Deixei...É franco o meu corpo.Tem franqueza nos braços que se tentam abrir,nas pernas que tremem para acompanhar os braçosnos olhos que tentam não olhar mas olham.Deixei-o ter-me...É fundo o meu copo.Profundo nos mares que se tentam diluirnos rios que dançam nos seios de mares salgadosnos mamilos que se escondem mas inchamDeixei-me ter-te.É manso o meu topo.Mansidão do ventre que se tenta fundirnas ancas que ondulam para diminuir espaçosnos joelhos sôfregos que se afastamDeixei-nos ser-te.Joana Wellhttp://missjoanaswell.blogspot.com *****achando-me sou tuaé no roçar dos teus lábios nos meusque o meu corpo gemeno levantar de asas em murmúrioa chama que se inflamano caminho longo dos teus dedosruboriza a minha pele branqueada de silêncioenvolvo-te neste calore nasce um rio que aflora entre as coxasguardadas pelas tuas mãos imensasfaço-te o trajecto do peitocom a língua ansiosareconhecendo o leito onde me abrigopartem-se os minutosrendendo a vida num momentofluem-se os corpos num sódeclino-me sobre a tua voze entrego-te os meus seiosencontrando o sentido do teu olharrecolho-te no mais íntimo de mime achando-me sou tuaagorajamais se encantam os sonhosenquanto fores rio e eu o mar que te acolheVanda Pazhttp://www.nectardaspalavras.blogspot.com*****Os meus desejosFim de tarde cinzenta, terminou mais um dia…Sentei-me junto à janela naquele que me transportaTodos os dias de volta ao meu ninho,Recostei e deixei-me embalar de mansinho,Aos poucos os olhos se fecharam, dandoLugar a pensamentos, sonhos, lembranças,As mesmas com que tu me banqueteavasEm cada amanhecer ou em nosso ninhoEm cada adormecer….Deixei levar-me, senti tua mão deslizandoPor entre as pernas, nuas sedosas de umBranco quase celestial, aos poucos teusDedos tocaram suavemente meu sexoAs faces foram ruborizando, surgindoUm tom de romã…Coxas, ancas, seios, quase que gritavamDe prazer o mesmo que sucumbiaDe rompante em cada toque na nossa alcova,Enlouquecida de desejo cobrias meu corpoFazendo de ti meu eterno macho,Meu sexo já quente e húmido embriagavaNossos sentidos, teus dedos passeavamDeslizando a cada orgasmo meu…Bebeste cada fluido, cada gota de meu sentidoNo meio de nossas bocas sedentasSenti o fulgor do teu sexo dentro do meu,Derrubei fronteiras, gemi baixinhoSenti o teu corpo junto ao meuBem de mansinho, entre espasmosHumedecidos de nossos cheirosGozo supremo o cheiro do teu sexo,O nosso sexo misturado non silênciosDe cada alvorada, onde tu beijavasCada cereja de meu peito….licoresO andamento do comboio fazia-seSentir, atordoada pelos seus solavancosO meu corpo se ouriçava… na tua procuraO silêncio fez-se sentir…abri os olhosNa estação tinha que sair….Ana Bárbarahttp://myspace.com/apbarbara*****Membro a pinoÉ sol aquecedor,Teu corpo de vale húmido e fértilEntre montes de VénusCriador.Calor e ciodespertam nossos corpos.A boca é polvo que sugalenta, de cada poro sedenta,cada membro, cada fenda.A nossa língua, lentae vagarosa,percorre o corpo saborosa,num despertar carnívoro de sensações.Abro as tuas coxas lisas e sedosasNas tuas entranhas viciosaseu penetrodespertando em nós duplas explosões,deixo dentro de tio meu próprio arquétipo.João Norte*****essas tuas pernassão quentese o frioenvelhece os ossosbeija as criançasaconchega-asnão digas nadavemJosé Manuel Marinho*****Teus seios astrosQue não alcançoTeu ventre marOnde balançoMeu desejoTeus beijos castosDo meu enganoNo teu arfarOnde me cansoNum ensejoDe percorrerTeu quente soproEntrar em ti…ser o teu corpo…Na tua peleColher o melDo teu prazerAlucinar!Descer à fonteE beber do teu saborE em minha boca colherToda alma do teu mar!Meu amorMeu astro reiOnde meu sémen deixeiApenas num sonhoNuma camaDe onde seiTeus seios astrosQue não alcançoTeu ventre marOnde balançoE não alcanço… e não alcanço…Poiso, morro, descanso…Sobre teus beijos castosMeus sonhos gastos… no teu olhar…Jorge du valhttp://www.poetik4ever.blogspot.com*****Olhas os meus olhosOs teus descem à minha bocaque sorri e penetras-mecom a doçura da alma e aforça de um guerreiro.No silêncio da salaa música entoa ao somdo coração e, lentamente,como um pestanejar, o calordos nossos corpos aproximam-secomo cavalos a galope numa pradaria.Tuas mãos, minhas mãos,percorrem nossos corposque se desnudam em cada dedo que tocanossas peles sedentas de magia.Olho-te. Olhas-me.E neste olhar está toda a febredo sentir a ânsia de cada beijolíngua a língua escorrendo o mel da fantasia.Na boca do meu corpo relembroo teu beijar.Orgasmos… mil deleites quequero recordar na tua línguaque me percorre sem cessar.A exaltação dos nossos corposcomo música - The Master –frenesim do desejo - Divine –que se ignora na paixão da peleque comunga o mesmo sentir.Olhas-me. Olho-te.E nesse olhar de amordesnudoselvagemardenteque sentecom a menteo desejode penetrarpossuircom o tesãodo nosso sentir.Olho-te. Olhas-me.No desejo saciadode nossos corposem leito descansados…Olhas-me. Olho-te.E sorrimos…Menina Marotahttp://meninamarota.blogspot.com*****Obscenidade(s)de púrpura elegância me vestiondulando os passos de salto altopela insistência do teu olhar sôfrego- formosa e insegura? -afoita!tiritei sílabas de vermelho bâton e de rubra paixãono meu peito um rubor latejavafendia gelos e convencia magosde escarlates intenções e silêncios abafadosruboresceste numa palidez resignada do limboem que me sonhasteMaria Irene Proença Ermidahttp://umaetrintaesete.blogspot.com*****Manuscrito do pecado particularAfogueio um cigarro num lume desinibido,Vês o meu contemplar atónitoAo benfeitorizar que te insinuas perto do meu encalço.Sabes que gosto de ser provocadoTudo para mim é desafio,E mesmo tu, circunstancial,Acidental e explícitaPercebes que não tens costumes de beijada mão.Seduzes-me sentando-te no meu colo,Simulando tocares harmónicos de bocaQue não se alcançam,Pois quer eu, ora tuArredamo-nos para deixar o destino num adiado suspenso…Embora se saiba o sequente a agir.Eis que te desnudas desarmada, como tua derradeira artimanha.Ofereces teu mamilo, como iguaria dos omnipotentes.Descalças as tuas sandálias modernas,O teu cabelo passa de preso para liberto e longo,O teu olho verde pisca como uma divindade humana,A pedir por melhor…Rendo-me aos teus encantos e sortilégios ilusionistas,Consegues ministrar a explosão do abrasamento que vive dentro das minhas veias.As minhas tendências estão vocacionadas em ti, pecadora dos meus prazeres.Apago o cigarro em água de um copo, longínquo ao que já se passa.Os preliminares têm inicio, orais gozos… Sorridentes exclamações de meiguice,Mordo os teus lábios em gesto de malandragem… Massajas meu hirto pescoço…Relaxo-me e tremo de retesados empreendimentos, Que gostas, oh graciosa…Quando me hipnotizas e fica esse eco ocoQue me desmobila o físico de tão cálido que não fala ineficácias.Quando me cinges a ti, entrelaçamos nossos filamentos de cabeloE tudo tremelica, quando me banhas esse doce leite-cremeNo declive das minhas costas.O pardacento endoidece...Quando me amornas, remanescendo em meus braços.Quando a bailar me afrontas, consumo os teus trechosDe uma forma salivante...Porém o teu sussurrar irrompe a mudez,Se te deixas por ápices comigo numa camaDe lençóis enxovalhados, com o nosso odor a clímax,Confundido com a aura que vem da frincha entreaberta.Quando te abordo pela inteira oportunidade,Perdes a compreensão da área marcada...Tudo é reciprocidade…Nada alegas, pois tuas as mãos já conversam por elas competentes,Dedilhando o percorrer do meu tórax,Como quem sabe de cor os compassos de uma viola.Deixas-me violar-te de forma autorizada,Gemes com um colorido pudico, ao sofreres de forma felizO meu símbolo másculo penetrar-te,Como a excelência de um batel que pinta sortesEm afluências azuis.O teu umbigo quase que suplica por carícias.Os nossos linguados cortejam-seE palestram colóquios deliciososDe quem sabe querer.As tuas curvas que femininas são aclamadas pela tua Eva maior.As tatuagens dos teus graciosos pés, pequenos de Princesa,Que me excitam de forma suprema.Sexismos lamacentos, pornografias bonitas,Obscenidades algemadas,Adereços das nossas sádicas fantasias,Insânias de mãos dadas numa união de dois instrumentos carnais.As tuas pernas de veludo a roçar na nossa adrenalina,De quem confecciona afectoNo dia mais longo de dois forasteiros.Um exame interditoMas por isso mais cobiçado.Um lugar nosso, que nunca ninguém viu ou tocou,Pois o aconchego é exponencial, e difícil de plagiar.E as marcas rupestres destes instantes …Estão imoralmente registadas, para jamais escaparem.…És o código de barras dos meus apetites secretos.Diogo Costa Lealhttp://www.verticeredondo.wordpress.com *****CLUBE PRIVADOPOR BAIXO DO TEU VESTIDOVIVE O MEU RACIOCÍNIOTENTO ADIVINHAR A CORDA TUA ROUPA INTERIORE PENETRAR NOS TEUS DOMÍNIOSDONA ÉS DO MEU PRAZERDA ENTREGA DA ILUSÃOMANDAS TU NO MEU QUERERMANDO EU NO TEU TESÃOE VOU DESCOBRINDO EM TIOS MEDOS QUE EU PRÓPRIO TENHOAS FANTASIAS E OS SONHOSQUE QUEREMOS ENCONTRARO SEXO É TÃO IMPORTANTECOMO É A AMIZADEE EU TENHO SEMPRE SAUDADEDA NOITE DE ONTEM À NOITEEU VOU LONGE, EU VIAJO EU SAIO DAQUI PRA FORA EU QUERO LEVAR-TE COMIGO PARA UM LUGAR DISCRETO UMA CASA NO MEIO DO MATO UM JARDIM, UM CÃO QUIETOEM NOME DA NOSSA PAIXÃO TUDO NOS É PERMITIDO POR BAIXO DO TEU VESTIDOEXISTE UM MUNDO SECRETOE OUTROS POR INVENTAREXISTE UM CLUBE PRIVADOONDE SÓ EU POSSO ENTRAR...FERNANDO GIRÃOhttp://www.myspace.com/brazilatribute*****O GATO E A LUAGato que chamas a luacomo se fosse uma dama.Desejas que seja tuaporque te ateou a chama.Ignoras as leis morais,mas não aquilo que sentes!Considera-las banais,segues só as indecentes.Nem sempre te vejo assim.Não sei bem o que te deu...Mas olha bem para mimpara contemplares o céu.Tu ficas tão baralhadoao colher o meu reflexo!Como queres ser amadose nada dizes com nexo?!Os teus olhos em delíriosuspensos na minha teia,minha luz o teu colírioque teu pêlo incendeia.Achar-te-ia com sisose trepasses esse poste...Dar-te-ia um sorriso.Não duvides, há quem goste!Para te dizer que sim,primeiro faz um desenho.Só te direi se me vim,depois do teu desempenho.Quando for tempo ouviráso meu canto de sereia.Esconde-te bem atráse espreita de volta e meia.Assim que ouvires a voz,vais perceber que me rendo.Não me desates os nós,porque é a ti que me prendo.Minha mão é preciosacomo flor na primavera.Deixa-me silenciosae fica quieto à espera.Palavras de sedução,essas que tu me dizes.Mas nelas há negação,vejo bem pelos matizes.Num dilema me deixaste.Vejo-te a ti num conflito.Sei que nunca me amastepor mais que mo tenhas dito.Lua cheia sou eu hoje,logo serei minguante.Segue meu conselho. Foge!Não mais serei tua amante.Se voltar em lua nova,passarei logo a crescente.Será essa a minha provapara ver quem é que mente.Teresa Marques*****GostoGostoDa tua boca beijar com ardorGostoDespir as minhas roupas,Sob o céu cheio de estrelas,GostoEntregar-me assim a ti nua,GostoDe no teu corpo me perder,E tu no meu sorveresOs néctares que dele emanam,E ébrio de mim,Jazendo comigo na erva orvalhada,Os dois soltando suspiros e gemidos sem fimSemelhante a um vulcão a rebentar!Lançando para a luz do luar,As nossas lavas de amor,Acabado de saciar!Susana Custódio*****AMO AGORAneste momento o meu corpo é teu se me sentires a entregar ao papel a pele fazendo versos simples para neles ler meus movimentos de língua vindo indo e vindo variando e rodando rodeando nu e nu me dando no O dum oh! de espanto fundo entretanto Onde subo na Onda e deslizo liso, duro, teso, como um mastro à vela só de vê-la à minha espera cheia de desejo e tesão querida boa e bela inspiração Assim AGORA AMO fazes do meu desejo as mamas agora mesmo, sem mas nem meio mas deixando louco de desejo meu peito todo teu e eu, e eu, eu… derreto-me toda por ti querendo-te todo inteiro assim Assim dentro de Mim túrgido e cheio de gozo.!. no nosso zoo privado meu leão vem possuir eu tua gata o espero posta de gatas agora vem, obedece! MimFrancisco Coimbrahttp://www.sobresites.com/poesia/forum/viewtopic.php?p=36394#36394*****O PRAZER TRAZENDO ARTE E MAGIANavegando num oceano onduladoQue é o teu corpo lindo desnudadoEm que por destino eu fico ao lemeComo o aventureiro que nunca temeTripulando a mais bela embarcaçãoAtravés da mais agitada navegaçãoSempre se vai atracar num bom caisOnde se é recebido com uns ais...!!!Ancorando na doca da sensualidadeÀ minha espera toda a hospitalidadeQue por ti é prestada ao naveganteNaquela parada mais estimulante...Com carícias e na maior cortesiaVem o prazer trazendo arte e magiaZé Albano*****MEIAS PRETASAssim te espero, decente e ladyassim te quero, assim te beijoMas quero maisquero tesãoquero beijo loucoquero beber no labirinto das tuas pernasquero-te nu, exposto, devasso e loucocorpo de fogo molhado,dou-te a minha nudez...e os perigos da minha pele quente.MEIAS PRETASAssim me olhasbeija-me depois, lambe-me a língua,afoga-me na tua ternuraalimenta-me do teu viciomergulha as tuas mãos cegas de desejona nudez que te ofereçoedeixa-me andar perdida no teu gozo...Amália Lopes*****Damo-nos à madrugadaDispo-me de tudo e da razãomesmo no fingir subtila que me obrigas,latejam todos os gestosnos sorrisos ruidosos do corpo,quando os meus seios roçam o teu peito.De alma fico nua...no aperto dos teus abraçose no prazer crescente e ignóbil,quando, a tua boca me foge,em sussurros vernáculossalivando nos lóbulos,os beijos quentes que nos damos.Inquietante corrente, galgando todas as margens,no perfeito movimento do teu corpoeroticamente sobre o meu,descobrindo as fonteslambidas no perfume de vénus,enquanto...a pele pálida da madrugadavagarosamente se muta crisálida!Ausenda Hiláriohttp://tempoagreste.blogspot.com*****[Sorrindo docemente, o amor]Sorrindo docemente o amorDentro da cabeça, Entre outras coisas,BordaRosas pequenasE botões deRosaQue deslizam eSe fundemCom anelosDe sua trança.Até que me descalçoE o despenteioSem sensatez.José Emílio-Nelson*****Amo-te, meu amor!Escuta amorO nosso silêncio…Primeiro, um beijo…Terno, molhado, doceA saciar o desejo!Depois, em carinhos,Outro e outro e tantos…O abraço apertadoCarícias, miminhos!As mãos, loucas,Sublime bailado.Tocam os corpos…Enquanto os dedosDescobrem segredosNa tua pele de seda.Estranha dança….A boca, sequiosa,Mordisca as orelhasE regressa aos lábiosQue se reúnemE quase se mordem.Depois… os seios,Duros, rijos, macios…Nascem gemidos…Afunda-se o prazerA língua, como loucaToca-os ao de leve,E, suga-os forte…Envolve-se o sexoEm aromas de amorApertam, fundem-seNo êxtase da paixãoE em profunda explosãoExtenuados caímosCada um lado a ladoEnquanto no olhar…Nasce como paraísoO mais sereno sorriso.Terna, louca de paixãoSó dizes… ObrigadaAmo-te, meu amor!Raul José Afonso Duarte*****SexoVamos foderAbre teu corpoTua menteA novas dimensõesTudo o que pensasSer errado não éTens que começar a acreditarTu tens o direito de fazerTudo o que os outros fazemTu tens o direito deSozinho vencer o teuPróprio medoQue ninguém mudeA tua maneira de pensar.Que ninguém controleO teu mundoPrometo dar-te harmoniaSó te peço uma coisaTraz-me de novo a luzPortanto vamos foderPaulo Pacheco*****E no princípio houve o fimE depois houve o silêncio.Juntaram as mãos ao céu em prece,prece calma e com uma pequena pitada de raiva.Ela não lhe telefonou, ele engoliu o orgulho e resolveu esquecer.Ela pensou que nunca mais encontraria alguém semelhante...Ela era demasiado racional e ele demasiado emocional.Resolveu que era demasiado cedo para se dar ao amor.Ela pensou, noites e noites em claro a pensar.Se te disser algo... é porque sou tua. Não olhes para trás se não te falar...E a meio de um beijo de despedida disse-lhe gentilmente:Ela ficou em silêncio e disse que tinha que se afastar...Ele disse-lhe que amava cada poro da sua alma.Ele olhou-a nos olhos e amou-a de facto.Houve silêncio e mãos a tocarem-se gentilmente...Encontraram-se no banco de jardim do primeiro minuto deles...A alma ainda estava em lume brando.Ainda sentia as mãos dele no seu corpo...Um banho... era tudo o que precisava neste momento.Embrulhada numa toalha ela fechou a porta.Beijo... suave a soar a tímbalos e trompetes..."Sim..."Ela:Arrepio...A mão dele a escorregar pelas costas dela...."Amanhã, onde tudo começou..."Chegou os seus lábios ao seu ouvido, e disse:Pegou nela, envolvendo-a... Sentindo-a... Saboreando a sua pele.Ele sem pensar demasiado vestiu-se... exalando o cheiro dela nele....Passou-lhe a mão pelo rosto e disse-lhe: "Está na hora".Levantou-se... foi buscar uma toalha e voltou para perto deleEla sentiu-se observada...Era tão bela, mas de uma beleza tão calma.A pouca luz do nascer da manhã deixavam ver o rosto delaEle ergueu-se um pouco para ver melhor o rosto delaNunca pensaram sentirem-se assim, era apenas algo efémero.Repetiram até os corpos caírem em exaustão... e o sono veio.Foi o real êxtase.O música ainda continuava a repetir-se...Quando ele explodiu nela e ela nele...Clamar e implorar um nada de enorme e tão demasiadamente intenso.Ritmo e loucura...Sentir-se mais e mais dentro um do outro.Ritmo e loucura...Os corpos a deslizar um no outro.Sofreguidão...A música ditava o compasso...E rebolavam, na inédita dança do desejo de pele.Ele entrava demoradamente nela...Ele vibrou e fê-la gemer...Ela saboreou cada milímetro do seu corpo...Lançaram-se nos braços um do outro numa cama real e de paixão.Arrancaram as roupas...Ela puxou-o para ela... Sentiram o corpo e o calor que emanavam...Caíram os copos... o vinho... caiu toda a formalidade imediatamente...A sede era maior...Olharam um para o outro por cima de um gole...Ela serviu dois copos de vinho tinto,Ele sentou-se e seguiu com o olhar as formas do seu corpo.Ela convidou-o a sentar... e com o olhar a sentir...Entraram em casa.Ele pegou na mão dela e disse: "Podemos ir."Ela timidamente perguntou: "Queres beber um copo de vinho comigo?"E todos os momentos tinham que lhe pertencer.Ela sentiu que era um momentoParou de chorar.O seu cheiro, era o cheiro de terra.... de vida... de fogo.O olhar dele tão envolvente.O abraço era tão forte e apaixonante...Ele abraçou-a.Compulsivamente.E chorava...Mas não conseguia parar de chorarEla olhou para ele surpreendida,Ele passou os dedos levemente pelo seu rosto.Não conseguiu conter dentro de si a paixão e compaixão que tinha por ela.Ficou em silêncio, acompanhando a sua dor.Ele sentou-se.Ela acenou afirmativamente com a cabeça.E perguntou se podia sentar-se.Ele aproximou-se vagarosamente... como que por medo...Ele sentia o magnetismo das emoções a puxa-lo."Quem era ela?"Não conseguia desviar o olhar ao caminhar.Pessoas passavam junto dela e nem a viam...Lancinante, cortante... sanguinária.Ela sentada num banco, tentava gritar ao mundo a sua dor.Ele ia a fazer a sua corrida de final de dia viu-a.E revivia todos os momentos da sua vida.Ela soube que ia morrer...Ludmila Queiróswww.janela-suspensa.blogspot.com*****SE DEIXE PERMITIRQuero-te fêmea solta no meu pastoe passo a passo poder me liberar,nos mistérios e contornos do seu sere assim poder confessar que estoumuito a fim de em ti cavalgar.Quero-te estrela cadente no meu céu,vê-la cair em êxtase no meu chão,quero ser a terra a lhe acolhere juntos descobrirmos um novo viver.Quero que proves do fruto proibidoe sintas como é gostoso o seu líquido,quero que me liberes da prisãoe em liberdade contigo viver noutra dimensão.Deixa o mundo real não nos proibir,preciso por demais me permitir,amar e ser amado sem fingir...e com você em nenhum momento vou mentir,e por que não?Se deixe permitir...Alvaro Luiz Carvalho da Cunha*****ANESTESIACaí na tentaçãoPerdemos a lucidezSubmeti-me ao pecadoAo desejo insanoConsumido, devassoSentis-te aquela vontadeTarada maluca trémulaQue me invade e te devoraTu quebras-te as regrasCaluniando-me pelo corpoSaciaste-me de prazerSem pensar no erroContinuei encantadaA anatomia do teu corpoQueria desvendá-la até ao fimAqueles toques sublimesO teu paladar, o teu aromaCada vez mais me seduziaEu queria libertar-mePerdi o controlo totalDeixei-me levar uma vez maisRevivi os nossos momentosO amor cego e enaltecidoAquele calor enormeQue quase nos fazia desmaiar…Raquel Pereirahttp://www.aspalavrasinterditas.wordpress.com*****AMORDeitados sobre uma rosa abertaIluminados pelo vagalumear da luaDois corpos se limitamA serem vibrações e gritosAlvoroço que se metamorfosearáNa mais pura seda.Agora, repousará o mundonos idílicos braços do silêncio.Giovanni Guidi*****PEQUENA CANTIGA DE AMIGOAmigo amigoamigo breveescassoAmigo apenasdo tamanhode um abraçoSou a mulherde luz limpae ternaSou a mulherque desejano amorser eterna.Joe Outeiro*****ardeentre a escolha brutada vontadedeixa entraros dedospedacinhos barulhentosda incerta intenção.dentro de mima suspeitade quererdentro de ti a línguaninfa deslizante quenteruidosa da palavra desejopenetra na almadeste profundo ensejo.João C. Santoshttp://jcssantos.blogspot.com*****CARNELábios. O tom da tua pele provoca-me. O teu cheiro incentiva-me. A tua voz doce excita-me.O teu olhar faz-me desejar o teu toque, o teu carinho. Vontade de esmagar a minha língua contra a tua, vontade de morder a tua boca, os teus lábios.Quando me abraças e percorres as mãos pelo meu corpo, algo dentro de mim arde e então a excitação domina-me. Quero tocar as tuas pernas, a barriga, o peito, a boca, tudo. Quero percorrer o teu corpo...Os nossos corpos pressionam-se mutuamente e a excitação cresce. Quero beber a tua saliva e trincar a tua carne.Quero-te apertar com força. Domino a vontade de te rasgar a roupa e fazer amor contigo.As tuas provocações físicas provocam alterações no meu espírito.Fico louco com carne...a tua carne. Quero saborear o teu suor... obcessão, loucura..Fecho os olhos e penetro num mundo de puro prazer... prazer é tudo o que sinto. Adoro o sabor da tua pele.Somos elevados para uma dimensão em que nada existe, apenas nós e o prazer, o prazer e nós.Tudo o que sinto, tudo o que cheiro, tudo o que quero, tudo o que vejo é carne..a tua.Jorge de Barroshttp://brutalmentedocil.blogspot.com*****Tenho um pensamento; e não tenho coisa alguma, que não seja ouvir, esquecer; e ainda essa tua musica! Eu sei lá onde começa a eternidade! São as palavras que limitam; não os teus braços… O teu corpo…O grito caiu-te nas mãos? Também nas minhas, como gotas de água. Tenho um pensamento; mas és tu que me guias, que tens os olhos tristes e os lábios doces; e é daí a poesia pura, mas basta a natureza e o instinto dos homens para, que isto e o mais, se acrescente à definição de poesia.Tenho um pensamento; e é assim uma despedida; mas a musica não deixa que vá; e mais forte ainda é a esperança dos homens. Se eu partir, como poderei ver a esperança dos homens, assim sentida, na perspectiva física, na dúvida que há com a morte e com a fé?Tenho um pensamento e não tenho, porque sou um pássaro que voa; um momento que escapa. Morremos quando todos os momentos voam do nosso corpo para a paixão e regressam ao momento original, em que não será falsa a pronúncia do amor.Tenho um pensamento e não tenho; este absurdo, mata-me! Falam-me da guerra e do rapaz nu com uma flor, que afinal não era.A menina do terceiro andar, que anda na catequese, disse que era um pénis…Era o milagre do pénis!Que trazes nesse regaço?São flores senhor…Flores!? Mas que espanto esse,que vejo no teu corpo!A menina do terceiro, era afinal, e este era o assunto, um menino com pénis, localizado naquele ponto.Tenho um pensamento e não tenho; e isso me diverte e repugna.São pénis, senhor…E toda esta afirmação, com reticencias para o milagre da vida, que é esta saliência. Nasceu disto esta nação; e afinal é o cu, a aparência da portuguesa condição.Tenho um pensamento, uma folha de trinta e cinco linhas e uma corda...Amanhã a vida anda à roda!José Fernando Lobo*****Só, aqui,lendo o que dizes, sem ti,...eu vejo as letras que trinco, e saboreio o mel,e engulo-te todo como se te pudesse respirar..como se pudesse guardar-te nas veias..pra viajares por mim 1 vida inteira...... só meu..Lambo-te,Beijo-te,Mordo-te,Sinto-te...dentro e foraduro e docelento,bruto,macio,Cheiro-te,e gosto...de tie desse aroma acrede cio..apetece-me tomar-te de assaltoe foder-teaté à morte,até ficarmos coladose rotosa ganir de dor...e gratos,de ficarmosfartosum do outro.Teresa Cunha*****1."i fall to pieceseach time i see you again"[1](hank cochran / harlan howard)se eu amasse o corpo de uma mulhermais do que a mim mesmo,jamais pertenceria a poema algumporque de silêncio é feito oímpeto dos corposse os poemas quebrassem e rebentasseme abrissem clareiras entre os pensamentos,destruindo-os e criando-ose tornando a rebentar,talvez o meu olhar fosse de umasibila ardendo[ou queimando dos olhos]se a poesia fosse toda dos homense das mulherese das vozes discordantesque enchem a calçada das minhas cidades,talvez as palavras respirassem vidae dos cálamossaíssem veiase artérias de fogoe deuses trespassados de sommas a poesia é issopalavra ígneaou não-palavrapalavra antes da palavra,quando ainda aspiramos ao domde poder morrer de amor.Jorge Vicente[1] Excerto da canção “i fall to pieces”, cantada por patsy cline.http://jorgevicente.blogspot.com*****ESQUECER PRAGAAbraço musculadopeito largonádegas firmescom rastos das marcas com que te amorígidoo sexo,turgidosuculentointerminável,num rasgar profundoaté à almageme(a)loucura frenesimpermanece dentro de mimsem fimo grito com que me lembrasque eu e tu somos umem fluidos misturadoscarnepelearomas saboreados.O teu olhar no meu, na curva do meu joelho, nos seios que quase te cabem nas mãos...Lembras-te?Luna Cheiahttp://estanoitehaluar.blogspot.com*****FLORESTAL, INTENSOSe os olhos se fechamAo mesmo tempoQue os lábios se apartem:Ao máximo;Se esse movimento coincideCom o escurecer dos troncos,E a floresta engrossa - e se abre:Ao máximo;E se a floresta parteA toda a velocidade para cima -E ao mesmo tempo se desdobra,Se vira em todas as direcções,Ao máximo;E se a rotação das pernasAtinge os êmbolos eléctricos,Os motores das violas nos músculos,Fazendo ondular o ruído dos lençóis:Ao máximo;E se então um fio negro se atravessa,E liga, faz contacto no fundo para além do fundo,Cola mais o que já parece estar colado,Ao máximo;E se um grito pode ainda evocarEsta explosão, este assassínio,Esta insistência, essa violênciaMáxima;Estraçalhar com fúria todo o escritoTodo o dito, todo o ansiado,Numa agonia prolongadaAo máximo.Quase coincidência.Quase perfeitoAjustamento,Que volta sempre em onda,Numa nova tentativa,Arrastando energia, a cor negraEm atrito e furor;Se os troncos entram suadosPela floresta dentro, e a sua humidadeEstraçalha, rompe ao máximo,Espalhando seios em todos os sentidos,E se ouveA coincidência do grito,A intenção das gargantasViradas para cima,A direcção das luzes voltaicasSaindo em rompante.Para quando, diz-meverso seguinte,Esse quase-tudoLevado ao máximo,Esse apaziguamentoDos corpos derrotados pela luz,pela sua própria corrente,E essas gotas de saunaPingando lentamenteNa floresta negratodatombada.Vítor Oliveira Jorgehttp://trans-ferir.blogspot.com*****Sonho de AmorPassei contigo nesta noite,Uma noite de loucura!Tu ao meu lado,Pura e faminta de amor...Meu Deus!Há quanto tempoNão nos tínhamos amadoE não te dava tanta ternura...Com quanto apego,Com quanto ardorSussurrei ao teu ouvidoMuitas palavras...Melodiosas, ociosasE outras amorosas!Cobri-te de caríciasDe uma maneira desmedida...Sinto ainda os beijos teusE meus...Nas minhas mãosOs teus lindos seios,O teu calor...Como estavas louca, ofegante, perdida!Sem peias, vergonha ou pudor,Vibrante, solta. ardente!...Mas ao acordar,Ilusão...pura mentira!Não passou tudo de um sonho,Somente!Manuelwww.poemar.blogs.sapo.pt*****história-poemaSara Jane é o teu nome,abandonas a infância alquebradae deixas os brinquedos no seu sonobranco,passeias na memória como se fossea primeira vez.Por sobre a terra caminhas de silêncioem silêncioescutando a voz dos pássaros.Nos teus pés enrodilha-se a serpenteem nós azulados ascende no silênciodemorado: desatas o laço:e os nós distendem-se,os teus olhos são dois focos de luziridescente: sonhas com o fogoos astros o sol a lua,abandonas-te no silêncio madurodo instantefoges de ti sonhas:escondes os braços dentro do corpo.nunes*****…de…LíriosEntregamo-nosum rasto despido deixamoscomo estrelas cadentesas silhuetas brilharamviandamos por linhas nuasfoste a Lua na minha Terrauma semente no meu jardimregada com amor perfeitobailamos numa noite de chamasdesenhamos o fogocom carícias de prazerVénus e Marte inflamaramunimos as mãoslivres numa vasta planícieos peitos ressoaram como vulcõesenraizamo-nos num sóo rubor dos teus lábioscintilou aos meus olhosdeslizei no teu ventreconduzido pelo desejosenti o calor da tua peleleve, doce e maciaum aroma delicado e naturalconvidou-me para o teu valeo pulsar síncrono de vontadesaproximou as montanhas da almaentre carícias ofegantese gestos penetrantesviajei pelas tuas formas lúbricascascatas onde me purifiqueirenasço neste baptismocom a Primavera ao meu ladodeslumbrados fomospelos laços criadosentrelaçados em silêncioreluzimos o amanhecerPedro Pedra*****Esta noite, quando te deitaresEsta noite, quando te deitaresDeixa a janela aberta,Para que o vento norte me transporteE me faça entrar.Esta noite, quando te deitaresPõe uma gota de perfume no umbigo,E deixa que o sono te embale,E diz baixinho o meu nome.Esta noite, quando te deitares,Deixa que o lençol revele as tuas coxas,Pousa a mão no teu seio, sem receioEnche a atmosfera de ti.Esta noite, quando te deitares,Se sentires que te desejo.Que em teus lábios deposito um beijoE que me deito mesmo a teu ladoNão penses, guia-te só pelo que sentes,Prende-me a língua entre os dentes,Afaga-me os cabelos com os dedosConstrói comigo novos segredos,Entrelaça-te em mim,E pertinho do fim acorda,Deixa-me enamorado.Porque o desejo morre,Quando é saciado.E tu és fonte eterna,Doce magia a crescer,E teu olhar é sede,E o teu corpo é bom de beber.Namoro é caça, é jogo,Não tenhas pena de mim.Sofro pelo que não tenho,Morria se chegasse ao fim!Alexandrehttp://in-fidelidades.blogspot.com*****Sic Vis ErosTentação de me perder…Moralistas que nos corrompem o desejoReafirma-se o animal que dorme, eros...Íntimos sonhos qual tormentos,Doce sensação, que me angustia o paladar…Paixões desinibidas que me enfraquecem,Qual repto de intenções descontroladasAlimenta-me a demência de uma inocência.Qual chuva do fim de tarde, que nos invade com o seu odor…Ardente sensação de regozijo que me invadeEssência vigorosa que me alimenta e repudia a razão,O prazer que sinto veemente cresce.Estridentes, arrepios que me aparam os sentidos…Gemidos que se formam,Qual predador que sua presa ronda…Emana a paixão de saciar a tua púbisVoluptuosa sensação que abraço com o olharCorpo desnudado, qual orquídea a desabrocharQuente a descoberta do íntimoSuave a brisa que me toca,Tremem-se-lhe as pernas, torneadas….Húmida, sequiosa de sabor,Engolfo o meu ser dentro da sua boca,O prazer uma e outra vez, possuo-te nesse instante somos um.Leonardo Springer*****VulnerabilidadeDe olhos vendados,Vulnerável,Não por força alheia e bruta,Mas por sua vontadeFechados,Ela se prostraSobre a mesa que às vezes é cama,Onde ele a almoça quando ela o chama...Sem palavras (quem realmenteDelas precisa?), ela prende-se, sem correntes,Às mãos rudes que a possuirãoE ao corpo estranho que a cobriráDe peso e de prazer.Sem palavras, sempre sem palavras,A lânguida morosidade da escuridãoCairáSobre a tarde proibida em jorros de luz vespertina a amadurecerNa língua do amante que ela nunca verá...Valter Egohttp://amendual.blogspot.com*****DINÂMICA DOS FLUIDOSNão vês nos meus olhos desejo,o desejo?, nos lábios a sedede um beijo e nos braçosa fome de abraços, não vês, tunão vês?; não vês que nas veiaso sangue incendeia?Semeio o delíriocom os dedos urgentes:mordisco-te os seios, os seiosinchados; sugamo-nosas línguas de fogo,vorazes; sublevo-te a púbise a boca do corpo, num ritmoagudo, sem véus de pudor.O frémito cresce; respiras maisfundo; o vigor entumece.Rebelem-se os ventos ou tremamas casas, vogamos na cristadas ôndulas vivas num marde calor, os olhos nos olhos,as mãos desgrenhadas, as bocasao rubro, soltamos gemidose brados e uivos, os porosperdidos, fundentes, em brasa.Celebramos os corposassim desvairadosno ápice da febre,do ardor, da explosão das águasfrementes, do fogo maduro,com o sol tatuado na pele da paixão.Domingos da Motahttp://fogmaduro.blogspot.com*****Podem ouvir aqui o programa do Estúdio Raposa em que o locutor Luís Gaspar gravou em audio alguns dos poemas participantes neste passatempo.Terminando, deixo um obrigada a todos pela entusiasta participação, obrigada ao Luís Gaspar... e, até ao próximo passatempo.....................Relembro que este "espaço aberto" é um espaço de tertúlia e não de alguma espécie de competição. Para isso existem os concursos literários, com júris e prémios monetários.A vossa participação nestes passatempos deve ser sempre na óptica da partilha, da sã convivência, para divulgarem o que escrevem. Por isso vos agradeço a forma como têm participado nestes passatempos.Os participantes que recebem livros, são apenas os que foram mais rápidos a enviar as colaborações.


Caros etéreos,como sabem, para este passatempo, o tema era o erotismo. Este passatempo foi patrocinado pela editora 4Águas, que ofereceu 10 exemplares do livro de poesia erótica "Amo Agora" de Casimiro de Brito e Marina Cedro para os primeiros 10 participantes que enviaram os seus trabalhos.Assim sendo, os participantes mais rápidos que receberão livros são os seguintes:Alexandra MalheiroJoão Tomaz ParreiraRaquel LacerdaFernando de Jesus FerreiraJorge CastroFernando AguiarJosé M. Silva António José QueirozAdauto SuannesAntonio Miranda Eis todos os poemas participantes, pela ordem que chegaram:Promessa cumpridaPrometi não falar hoje,das esquinas do teu corpo,nem do sangue que me fogee deixa o meu quase morto.Prometi nem pensarna curva-contra-curvadesenhada no teu peitonem no avanço contrafeitodos dedos pelo teu ventreaté à encosta onde acostao teu desejo fremente.Prometi não te pensarcomo o lobo pensa a presa,desejei não desejarteu corpo de sobremesa,ou sobre a mesa,ou sobre o chão,ou nas paredes…da casa…O teu cheiroem toda a partesó tu não…Alexandra Malheirowww.alexandramalheiro.no.sapo.pt*****Eu quero beijar a tua rosaEu quero beijar a tua rosaUm sinal ao fundodas tuas costasque se desenham sob a roupaEu quero que recomecemosdo princípioquando desço pelo decliveque começa nas espáduasE absorto do mundo ao redorfirme meus dedosnesse caule dessa rosaque mexe com teu corpoe me chama por Amorcomo um sinal.João Tomaz Parreirahttp://poetasalutor.blogspot.com*****Via na luz amareladado seu corpodobradodentro do seu peito,a galopea respiração ofegantede quem ama a mais, por ser assim o amor.Amar a mais,com as mãos,os lábios frescospedemsó mais um poucodessa cançãoem que danças.Raquel Lacerdahttp://asinhasdefrango.blogspot.com*****Ensina-me o teu corpoas tuas mãoso teu peitoEnsina-me o teu sexoEnsina-me o teu amorO teu amarO teu marCorpos em fusãonum movimentoperpétuoComo animais de luzesgotando-se num prazerinfinitoEnsina-me o silênciodas coisas inefáveisdo saber atávicoFernando de Jesus Ferreira*****L(e)itaniatodo eu me peloao ver cabeloe ao mordê-lomordiscá-loafagá-loalisar-lheos caracóise sermos doisentre vales de lençóispor tanta mínguase calhar vingo-acom a línguana raiz das coxasquando puxassedas roxaspara trásporque nos cobree descobrequanto sobredo prazerque entre nós há-de sero que se quer.Jorge Castrohttp://sete-mares.blogspot.com*****E SE O RISOe se o riso sobe e se o sonho suasobre a tela ponho o esboço que façode te ver tão bela, de te ter tão nuaque sobre a imagem o teu cheiro ameaço.e se pronta te dás quando na cama me cercase se na pele te velejo numa brisa tão puranos instantes que encontro, não deixo que percasna forma dos mamilos a cor desta loucura.e se queres que te aprenda quando vês que te vejoe se exulto arfando à força de te amare se de noite te acendo e na penumbra te beijoé no teu mar de desejo que me quero afogar.Fernando Aguiarhttp://ocontrariodotempo.blogspot.com*****Dispo-meDispo-me…no segredo nudas tuas vestes irresistíveisno olhar concavo,do imaculado desfruto.Navego-te, oceanoturbulento de águas febris,franqueio o veludo tépido dos porosa estalar como átomos inebriantesna voluptuosidade do anelo.Cópulas intensas evocam lençóis brancoscomo sementes, coadas nos corposnum ledo e fogoso pórtico semiabertoás combustões macias dos tecidosdo sinuoso e profundo lago imaginário.Danças em mim, despojos d’alma,visto-te com a minha pele, toco-te…submergem da languidez adormecidado teu corpo espasmos, orgasmos,renovados no respiro ofegante dada ressoada e porosa fonte!…José M. Silvahttp://esquicospoeticos-avlisjota.blogspot.com*****Ensina às minhas mãoso caminho do teu corpo.Faz com que subamàs pequenas colinasonde a luz indecisase demora pela manhã.Cegas, descobrirãoo delírio da águana fonte incendiada.António José Queiroz*****Maria de JesusMaria de Jesustu és afrontaés negação total da religiãoÉs toda carnee tão roliçae tão cheirosaTens no prenome(logo quem)o SalvadorLaboratório de uma rua inteiraonde aprendemos biologiaanatomiae tanta coisatanta coisaAté matemática:um e um doisnem sempreàs vezes trêsdepende do sexotudo depende do sexotodos dependem do sexo,Maria.És sem vergonhatão cretinaque eu me revoltoprocuro outras mariasmenos tremendasmais recatadasnão tão altruístasnão tão roliçasnão tão gostosasTão sem graça essas marias!Que me revoltoe volto a tique tens em ti o Salvadore és a minha salvaçãoatestado da minha virilidadeMaria de Jesustu és um mundoAdauto Suanneshttp://www.circus-do-suannes.com*****O COITO DO SÁTIROINa penumbra de uma lua minguante enxergouuma casa modesta, coberta de telhas arruinadase nenhuma cama decentepara descansar da fadiga caminheira.Redes no meio de um quarto sem adorno e sem móveis.Um cenário de sombras.O sátiro arrojou-a na rede sujae esforquilhou-se sobre seu corpo trêmulo,despindo-a com rudeza,com os pés plantados no assoalho.Desvestiu-se da camisa e,uma pernadepois da outra,desvencilhou-se da calça de brim escuro.Apareceram, então, entre as pernas,dois pênis imensos excitados e vibrantescomo duas serpentes libertas.Dois pênis sobrepostos, olhos de fera, faiscantes.A lamparina extinguia-se lampejante,exalando um cheiro de queimado.Carnes indefesas,besuntou-a com sucessivas demãos de saliva grossae começou a introduzir-se com fúria.Tamanha a dor e acabou desfalecendo.Depois ele repetiu o assalto pelo ânus.Começou a penetrar as cavernas até não mais poder.Um estrebucho de frêmito até aos estertoresdo gozo, relinchando vitorioso.Acordou as galinhas nos poleiros e os animais nas coxias.O sangue jorrava delaenquanto o fauno saía correndopara o riacho próximo,arrojando-se nas águaspara apagar as brasas de seu corpo enfermo.IIO silêncio acometeu os corpos exauridos.O homem estremecia no sonho saciadoe perturbava a noite com os roncos de bicho extenuado.A jovem no torpor de um pesadelo e gemidos constantes.Na tarde do dia seguinte abriu os olhos e viuas réstias de luz invadindo o quarto hediondo.O companheiro dormia um sono ruminante.Saiu engatinhando até a soleira da portapara ofuscar-se com as luzes invasorasde uma tarde declinante.Avistou uma ingazeira portentosa e um pasto ralono horizonte difuso.Encontrou mais adiante um cocho com água da chuvae meteu a cara até sentir afogamentoquando percebeu que estava nua.Viu um machado repousando junto à porteirae agarrou-se a ele com a força que não tinha.Sentiu o ímpeto de salvar-sevalendo-se daquele instrumento de justiça.Tentou arrancá-lo das entranhasda madeira de um tronco caídomas não foi capaz.Ainda intacto o saco em que trouxera seus minguados pertences.O vestido de noiva prostrado sobre o chão poeirento.Saiu avexada até embrenhar-se na caatingaem direção desconhecida.Errando pelos caminhos de tropeços e espinhos.Arfando e farejando “com sôfregas narinas”como escreveu o poeta Humberto de Campos.Antonio Miranda*****SURPREENDE-MESurpreende-me...Querer desejo incontidoLambe-me os seiosdesmancha-me a loucurausa-me as coxasdevasta-me o umbigomostra-me tua bravuraabre-me as pernaspõe-nas nos teus ombrose lentamente faz o que te digoos meus seios pendentesnas tuas mãos fechadasEncostada de costas quentes suadasao teu peito inchadoem leque as pernas dolentesabertaso ventre inclinadoambos de pé coladosdespertasformando lentos gestos de ternuraas sombras brandastombadas no soalho leitoCorpos excitadosEm morna loucuraEstranho feitoQue em tempo perduraAna Bárbara de Santo Antóniohttp://anabsantoantonio.blogspot.com*****Sexo…Fome carnal…Olhar… atracção, desejo…beijo… sabor, cheiro…toque… envolvimento, excitação…Pele macia, sedosa…cabelo solto…mimos, carícias…Lábios, orelhas, pescoço…seios, nádegas…pénis, vagina…Curvas e contra-curvas de sensualidade…carne… mais desejo…erotismo…Chupões, dentadas…penetração…sexo…Posições dinâmicas… movimento…devagar, depressa… ritmos vários…voltas e mais voltas…Dois corpos fundidos num só…arrepio…prazer… orgasmo…Larva de vulcão…fonte… cascata…rio e seus afluentes…Sexo…alimento da paixão…Saul Neves de Jesuswww.ualg.pt/~snjesus/fotopintura*****Poema de amor para chatear o Camõesnum dia cinzentouma amiga coloridaapareceu-me num sonho cor-de-rosamas ainda estávamos muito verdese nada estava preto no brancofoi na verdade por uma unha negra que não nos demos bem(entalei-lhe um dedo ao fechar a porta do salão)nada disso impediu que continuássemos juntossempre pela noite dando com a língua nos dentesdepois de ela me dar uma mãozinhae de eu lhe dar um braço a torcerdescalça a minha bota e depois penduradas as suasencostava-me a roupa ao pêloe eu levava as minhas mãos muito a peitometíamos os pés pelas mãos em noites de maior excentricidadepunha-me sempre a pauela prometia-me mundos e fundosquando partiu ficou como um negrão na minha vidaeu fiquei na sua como um ponto negroa verdade é queestou-me nas tintasBruno Santoshttp://aranhicaselefantes.blogspot.com*****dentro do teu corpohá um barco que te puxaas mãos que são as tuas asasa boca que é a tua rosa abertaà procura do fogodentro do teu corpohá um barco que te navegaas palavras que não dizeso silêncio com que tropeçasna solidãodentro do teu corpohá um barco que te rodeiao sangue que te respirao amor que desenhascom um suspiroDaniel Gonçalveshttp://afectosepalavras.blogspot.com*****segue-me a linha do corposegue-me a linha do corpono arrepio que provoca a brisa do teus lábiosinunda-me o ventre com o ondular dos teus cabelose serena repousa o ósculono pico extasiado do faloque te despertaa fomede carne doceengole-meseduz-me na vertigem da tua línguaos meus sentidos emergemna graciosidade gesticulardas tuas pernasque, estremecendo,procuram a foz de um rio feito de pétalase plumas da alvorada.José Alexandre Ramoshttp://quefarei.blogspot.com*****Na Gruta de HelenaUma deusa de longos cabelos prateadosfoi derrubada no esplendor da alba,gemeu como ave ferida de desejoenquanto caída, cheia ainda de paixão.Eu ia no corcel em que era espetada.O corpo estremecia no mármore frescoo olhar fixo no tronco do fogo da paixão,os lábios húmidos sugando o sexo dos astrosuma roseira, erguendo-se agarrada às vozes.Eu bebi o interior transparente das anémonas.Como Heitor no carro doce da vitóriatodos os cânticos no gume feérico da pele,enquanto no elmo a cabeça ainda sadiae o tronco indomado ainda garboso.João Rasteirowww.nocentrodoarco.blogspot.com*****A tua boca me encantaSeu rosto definidoBeleza tantaDeixa-me tímidoFalar com vocêTocar em suas curvaturasEnche-me de prazerFaz pensar em consequências futurasO amor floresceuSeu sorriso me enlouqueceuO umbigo apareceuDesceuAquele vestido vermelho...Marcelo Torcawww.marcelotorca.com*****pelea peleé um riosendo que um rioé tudoou nada.estiofarturasedefome.sanguee sémenescorremvibram.poro a poro.a boca,cálice,degustao sagrado sabor da vida.Conceição Paulinohttp://acordavida.blogs.sapo.pt*****O PAPEL SORRIsilenciosamente,de forma quase inaudívelo lápis sussurra palavras ao papel.e o papel sorri.letra após letra,o lápis acariciaa alva folha,que de felicidade sorri.do lápis,as ideias brotamsobre o papele ambos fazem nascera poesia.lápis e papeltrocam afagos com letras.dão abraços com palavras.são sentimentosatravés das ideiase em conjunto constroem o poemaaté à palavra FIM....o lápis cansadodeita-se em merecido descanso......enquanto, de alma preenchidao papel sorri.Eduardo Roseirahttp://ecosdomeupatio.blogspot.com*****Entre CorposTraço entre traços de pele e suorUm enlace de amplexos fugitivos,Suave miragem de prazer e dorPerdida entre movimentos furtivos.Um demónio devaneia entre os vivos,Estendendo as mãos em lascivo fulgor,Como um deserto fogo de olhos esquivosFugindo da voz de um fogo maior.Corpos sobre almas de êxtase e loucura,Pecado e luz no leito da vontadeQue canta em gritos a eterna loucuraDe um perfeito sacrilégio, de um mundoLiberto em vozes de audaz liberdadeNo cântico de um altar mais profundo.Carla Ribeirohttp://valedassombras.blogspot.com*****anseio pelo momento de escrevermos poesiaou palavras de vidanos beijos de nossos corpos entrelaçados.beber as gotas do amor,ser mar.Vicente Ferreira da Silvahttp://inatingivel.wordpress.com*****ATRASOS…Sempre olhavas o relógioE as horas marcadasPara estar em casaQuando começavaA despir-meOlhavas-me cobiçosoE tocavas-meOnde sabiasAs horas ficavam para trás(Mas nunca te atrasavasEm casa)Atrasavas-te só em mimNo reboliçoEm que deixávamosMetade de nós….Paula Raposohttp://romasdapaula.blogspot.com*****MOMENTO DA LUZ 3E ainda por entre os cortinados de ventoTe contemplo. Os teus gestos. O jarro.A água embebedando-se na luz do teu corpoOnde a claridade é morena.Os teus fémures lembram pórticos antigos.O silêncio ruge-me entre os dentesQue lavo, enquanto te vejo, aproximando-te,No espelho.Os teus braços enleiam-me. As minhasVértebras estremecem. O mundo recebe-nosCom o relincho dos frutos.Luís Costahttp://oarcoealira.blogspot.com*****Luandino apalpa-a com dedos lassos,Frouxos.Toca-a como se num receio.Parece que ele afaga a testa de um velho:O côncavo da mão a recusar o bico do seu seio.E ela o que quer é sexo.Sexo, sem denguices nem rodeios.Encosta-se nele.Sente-o todo no vestido fresco.Mater desejosa, roça-se.Beija-lhe cada mamilo.Morde-o.Virgem arrependida, Luandino…Ela a ganhar vantagem.Ela a lamber-lhe o sexo.Ela a chupá-lo.Luandino e elaEla e Luandino…Maria de Fátima*****Nos teus lábiosUma gota de águaDesperta a sedeNos teus seiosUma gota de águaTreme e escorreNo teu umbigoUma gota de águaInunda o olharNo teu corpoUma gota de águaPerde-se felizJ. Caldas*****O ESPANTO DEITADOPrimeiro foi uma sensação a veludo nas mãos, a carne à flor da peleera macia de um modo tão suave a pedir só mansidão e elasas mãos, transcorriam bêbedas com todos os seus 10 dedos nas polpas sensíveis eeu lá ao fundo, no final da sensação, navegava com toda a preguiça esboçada do mundopor aquele mar de novidades que o teu corpo me emprestavano silêncio ofegante da noite.Estavas ali deitada, absorta no teu sonho inteiro de serescultura para as minhas mãos, e eu sentia-te a crescer nas ondas da respiração ede um lado e do outro, ambos éramos mais próximoscomo se houvesse uma indeterminada luz pelo meio,que tínhamos de possuir exactamente ao mesmo tempo.Tudo ilusão.E, no entanto não era. Eu estava ali, tu também, éramos dois corposcom as portas abertas a tudo. A aragem das mãos esvoaçando sobrea tua pele de veludo, era o que sobrava do silêncio de chumboque os nossos corpos mortais no fundo faziam. Havia entre nósum nó inteiramente aceso por dentro, onde as línguas mais aprumadasjá não soltam palavras.E os gestos criavam outros mundos, onde só nós cabíamos,onde só nós éramos quase perfeitosà espera de o sermos.José Alberto Marhttp://ecvcaminhando.blogspot.com*****VerãoAtravessamos o calorpelos lugares felizes,corpos cúmplices do sol,mergulhamos nos sorrisossem portas, sem paredes,os dedos lentamenteadivinham os desejosConstança Lucashttp://constancalucas.blogspot.com*****FALO E FALASÉ uma tentativa; a máquina está ungida, não pode ser um fardo.Põe-se e tira quando a tomo e recomeça quando acabo.Um mecanismo de vaivém, um puro dualismo, uma dinâmica entre o corpo eO mais além.Outra situação, terceira, terceiro sexo ainda sem resolução…Será perfeito! Sexo, máquina, engenho, experienciando o tamanho do órgãoQue está prenho.Fala. Na boca o falo me fala, sendo o dizer tão perfeito que o falo me cala.Quem o não tem é uma máquina a vapor, onde o dizer serve a industria doTermo-ventildor.Amélia Vieira*****Quero beijar tua bocamorder tua nucainvadir-te o ventrepenetrar teu nichote amarcomo bichoRenato Mattos Mottahttp://remamo.blogspot.com*****os cabelos desenroladospara foracomo se de forafosse a ordem doceagoratecladode madeixasmas deixasdesenrolaro cabelolongosobre o meu peitosem cabelosalém dos teusolhosescuros e madurosolhandoolhandoa olhar para os meusolhosde despedidade desejode regressode sucessomãosmãosmuitas e muitas maistantas mãos a tocarem tiem mimassimbraçoscabelosjoelhos ecotovelosdobradurasdobras de pelesobras de pelena falta de salivana boca a secarsecandoem tudoo que sobrade terrade águade fogoe de ara secura dos elementosalimentos visuaispara invisuaisos cegosque não olhamcomo nós nos olhamosque não sabem olhar nos olhosque não querem verque não nos querem verporque nóstu mais eunósdamos nós de órgãosde membrosde beijosnós tu mais eunós nósafastadosestamos pertode estar juntosansiosospor estar juntossedentosde estar dentrode nósdentro de mim mais dentro de tiem tudoem nósfalta de tiem mime tude cabelos bravosbravoscomo flores com picosespinhos de florescoroas de amorque alguns não vêemque alguns não têmmas que tu mais eumas que nós tu e eutemossabemos e somoso marum maramarum qualquer mar.Luís Limahttp://luislima.tk*****VEM, UM GRITOVEM,gritoNão sei se é sonhoOu se estou mesmoa gritar...Sinto a tuas mãosem todos os recantosdo meu corpoDescem,sobem,frenéticas,provocadoras,sedutoras.Cedo,dispo-me.Fico nuae o teu olharencanta-me.Não me tocas eendoideço.Quero-te.VEMMas não seise me escutas.Continuasa olhar-me.Incapaz de te ler,de sabero que queres,tapo-me.Ficoenvergonhada.Baixo a cabeçae sinto a tua bocana minha nuca.Acordeicom o desejoque não soube lerno teu olharMarta Vinhaishttp://www.amartaeeu.blogspot.com*****JenuflexãoLobato era batido, cruel e desalmado.Uma fera para as moças esperançosas.Dava-lhes com palavras doces, não danosase algum farfalho, até meter, afoito, o nabo.Miquelina era - assim corria no Lugar -virgem, uma planta, pura como as santas.Até surgir o Lobato, manhoso, que às tantasface a recusa tanta, cede e acena c’o altar.Aceita ela por fim a virgindade perdida.Mas na hora marcada, por cruel ferreteMiquelina sustém da porra a corrida...- Quero uma coisa fina, de lembreteque de fodas apressadas estou varrida.Ajoelha, pois, que morro por um minete.Eusébio Tomé*****Saudades, essas, morrerão terrivelmente sozinhasa porta entreabertadá azo aos arrepiosque já me conhecem o mapa do corpoe sabem exactamente onde cairpeço-te que a encostes,fica mais quente assime sorrio,aquele sorriso de malíciaque tantas outras vezesme valeu um beijo sem fôlegoarrastas a pele para mimroçando o cabelo nos meus poros desprevenidosum braço sobetocas-me o rostocomo se apreciasses a escultura mais nobrede contornos singelos,a medoum beijo no pé,uma costura que rasga;um aperto no sangue e na voz:somos a noite,em esplendores raros,em denúncias ao céusinto-teenquanto te passeias na praia que é o meu dorsoareia fina,alva:língua que mordechegas-te a mim,olhos fechados para melhor bebermos o amordesprende-se o pecado do tectocortei-lhe o fioquebra-se no chão,em lençóis, paredes, mãos, costastenho os pés friose o coração a ferverencaixa-tefazemos do escuro aliado de murmúrios de um prazer partilhadoe faço-me demorar em tiqual doença,qual tempestade que não quer ir emboranão vamos mesmo embora, nuncafalar-te dos teus lábiosque inspiram a poesiaamar com as mãosassim.Soraia Martins*****BelisamaChaminé antiga. Casais depombos, grasnar de gaivotas.E o Rio azul e doce dos sonhos deloucamente. E o Rio da boca espantadadas máscaras sem eternamente.O Rio triste, simplesmente triste,nem sonhos, nem alegrias, teatroenfadonho dos velhos dias.Eu tenho um rio a correr desde os primórdiosdo tempo, um rio de ouro em pó e vento, veneno,e firmamento, um rio de nadas de praias ondemergulhas e nadas e foges das minhas saias.Por nadas te deixas prender, por nadas me fazessofrer. Por nadas me anoiteces, me escarneces,me enfureces! E eu sempre a amanhecer.És o meu rio fundo e negro, de esquecer.As águas brancas dos rios são raras comoo coral. Mas o comboio da estação, depoisdo tempo das velocidades, deita-se para o ladoe morre de ferrugem e estagnação. Meu riofundo e negro, a macerar, de esquecer.Meto-o na frigideira e vou à praça parao vender. Amanhã faço anos, e não sei maisque fazerMyriam Jubilot de Carvalho*****Nua de Corpo e de EspíritoÉ neste aconchego de nós,Bafejados pela sorte,Que nos mantemos despertos e etéreos de sentidos,É nesta concupiscência sadia,Que fixa em mim o desejo de entrega,E a vontade de dar uma voluptuosa mordida,Nesse único corpo,O teu,Que eu me consinto agir tal como se fora uma cobra atenta,Que de forma sub-reptícia vai ondulante pelo terreno,Em busca daquilo que lhe possa trazer algum alimento.É apenas nesse teu corpo,Meu espaço sideral,Que eu aprendo a ouvir e a escutar os segredos,Que entre mil suspiros e ais nos vamos revelando,Enquanto recebemos o alento de nosso próprio desempenho.Só nos teus rios,Eu me consinto mergulhar por completo,E cedo à tentação de querer experimentar os únicos caminhosQue me provocam um tesão enorme no espírito e no corpo,Refiro-me a teus doces gostos,Aqueles a quem dou satisfação,Somente a ti,Meu generoso e viril companheiro,Eu pretendo entregar,Estas cálidas tentações de um tempo de desabafo e de partilha.É a arte de Amar,Que nos torna sublimes e nos obriga a estar vivos,Por isso te venho confessar,Que é neste aconchego de nós,Que dia após dia,Tenho poisado nua e sôfrega sobre ti,E minhas asas sobre o teu firmamento,Como se fora uma ave de rapina que esvoaça pelo alto dos céus de garras encolhidas,A fim de poder respirar a atmosfera por completo,Solto-me,Desta ânsia de infinito que nos leva a querer morder de desejo o nosso outro,A fim de poder apaziguar,Esta fome de sentido que nos prende reciprocamenteE que nos tem ajudado a emoldurar a vida.Beatriz Barroso*****Escarificas o restolho cansadoque me cobre a pelerevolves a carne superficialonde a dor se aloja confundindoos impulsos impenetráveisda morteOs sulcos que rasgasna superfície instável (aindavegetação primitiva) impedemo regresso da conversa concupiscênciaEscarificas o restolhopreparando o corpo para o ódiodiscreto da amplexa plenitudederiva obtusa do sexoinquieto.Vítor Gil Cardeirahttp://quintacativa.blogs.sapo.pt*****PsicanáliseE se algum dia um psicanalistame acusar de egocentrismoe disser que finjo ser poetapara fugir à realidadee que cada versoé uma tentativa absurdade superar um desejo recalcadodirei que sim!Direi que simporque quis escrever estes versosenquanto não fazia outras coisas.Depois desenharei ao psicanalista, uma mulherredonda, uma mulher prenhe e redondatão redonda como a terramas talvez menos achatada no pólo sule com um fosso Índico onde nadam os peixesdentro da vagina para rebentarem cabeças de alfineteou girinos à espreita de uma oportunidadecirúrgica para dilacerar a sua fonte.Desenharei sim!Uma mulher prenhe e redondacom dois relevos a norte donde nascemrios de leite para matar a minha sede.Desenharei sim!E concluirei que não sou egocêntricomas um geocêntrico disfarçado de charutosentado à secretária de um consultório de psicanálise.José Miguel de Oliveirahttp://deliriospoeticos.blogspot.com*****TABU Quisera eu ser fogosa,desvairada de amor,gueixa de noites e dias de prazer, gritando em suspiros, toda a minha loucura.Deixar-me possuir por corpos que me quisessem, e abandonar-me sem pudor, na luxúria das paixões. Mas não! Recuso passar para lá da barricada, sou sentinela de mim mesma, anjo assexuado em corpo de mulher pagã.Carrego um fardo de pecados originais,e mortais também. Deus e o Diabo me fizeram assim. Tenho o condão de me sentir virgem,e assim permanecer,até que a minha almagire um dia,nalgum girassolperdido no campo. Helena Figueiredohttp://noreinodacriatividade.blogspot.com*****Outra Margem de mimE é nesta dormência dementeQue me assola o corpo inteiro,Que estremeço e enlouqueçoSentindo falta do teu toqueNo espaço vazioDeixado na minha pele.Despojada assim do meu pensarVagueando à derivaNesta vasta imensidãoEnsandeço, atordoadaAnsiando avidamentePelo calor do teu olharPousado suavemente em mim.Grito em silêncio o teu nomeE tudo que escutoÉ o eco emudecidoDesta demente dormênciaQue me deixa adormecida,Morando perpetuadamenteNeste êxtase sonhado,Aguardando o teu corpo no meuExtinguindo este defeitoDe ter feito de tiA nascente que me suportaE me transportaÀ outra margem de mim.Maria Escritoshttp://escritosepoesia.blogspot.com*****palavra a palavraconstruo o poemado fundo dos teus olhos partobeijo a beijo caminhoe os meus lábios são pésque te pisamloucas as mãosprendem-se a tudo quanto gemeda tua boca saem sons cifradosque no meu corpo encontram ecocom raiva te esmagoé já cansado que chego aos teus lábiose as línguas prendem-secomo mãos que se apertammatando uma na outra a sedeque neles nasceue neles há-de morrerah!como é louca esta miragemde te percorrer"António Cravohttp://www.fotolog.com/acravo98*****IncapazO teu coração choraesse amor insatisfeitoque no teu peito morae, em agonia, imploraum regresso ao leito,à paixão que outroraera um sonho perfeitoe que, agora desfeito,te deixa nesse jeitode abandono feito.Na cama por fazerum sonho acorrentao teu corpo a arder,a carícia que te tentana tua mão que deslizae na entrada mobiliza,em suaves movimentos,finos lábios suculentos,em satisfação necessária,tristemente solitária.O teu olhar delirante,em busca frementedaquele corpo ausente,encontra, agonizante,a almofada vaziaque a teu lado jaze a dor lancinanteo prazer anestesiae, a ti, deixa-te incapaz.Rui António Almeida*****Em suores, fluidos vários, me ensopeiDeixando que teu corpo ao meu colassesChamando por teus lábios que beijeiSem deixar que tu primeiro os meus beijasses.Da terra nesse momento nos tirámosE sem pés deixei-me sair de mimMas antes fosse eterno o que alcançámosQuando, sem te ver, de mim saí.E quando contra mim tu te apertasteE o som dos teus lábios abafeiO prazer que em mim tu despertasteGaranto, não o sentirá ninguém.Rafael Nascimento*****Por mim subiste com o olharDe mulher e fêmea entesadaNão vale a pena pois corarPor ter a crica... molhadaE quando o pudor te assaltar,Quando a vergonha vier…É bom que saibas pensar;Que o corpo deve ser para gozarAté a juventude se perderPorque quando a velhice chegarJá ninguém te quer foder.Manuel F. C. Almeidahttp://www.sagher.blogspot.com*****Sonata ao luarAo luarno marnós doisagorae depois...E depoiscorpos molhadosteu corpo nucontra o meue euagoraquero-te aquisó nós doisnos amandoe depois...E depoisdou-te meu corponu e excitadomolhado de mare de prazer molhadoe tu entras em mimlouco e desenfreadoe depois...E depoiso mar borbulhae sentee estremececom o orgasmode nós dois!Ana Paula Lavado*****Sinais de tiAcordei contigo em mimMenino lindo de olhos tristesO cheiroAs mãosA vozO sexo entumescidoO beijoA parteO todoA ausênciaAcordei contigo em mimEm mimSobre mimDentro de mimTão perto da minha urgência de tiApesar do oceanoE do resto.Graça Andrade*****Geme bem alto teu quererMexe teu ventre contra o meu com paixãoVira de um lado e acaricia minhas nádegasDepois do outro meu tosão de oiro te entregoPega fogo com tua língua em meu sedento corpoSegura tua ânsia somente mais um poucoMorde meus mamilos negros erectosGrita bem alto quanto me desejasBeija meus olhos, minha almaAma como sempre quiseste amarE por fim derrama tua seiva, teu leite, teu melTodo teu amor em mim penetra.Victor Reishttp://ideotario.blogspot.com*****TentaçãoQuente...Canela espalhada sobre a peleChocolate...O que te levo na ponta do meu dedo até à tua bocaCores de sangue...O que visto para me despires sem cerimóniaCalor...O que fazes em mimLíngua...Trabalhar o teu corpo com a minha línguaCheiro...Que sai da tua pele sempre que gemesSuor...Doce, quando o recolhes beijando-meGritos... O que me fazes conter junto do teu ouvido quando me excitas sem piedadeGelo... Provocas-me desenhando uma palavra nas minhas costasPalavras... As pedes que escreva para regar o teu desejoParede... Onde me encurralas deixando-me à tua mercêArrepio...Sempre que te mordisco a orelhaMordidela... Marcas os meus lábios com os teus dentes e línguaBeijos... Belos, Eternos, Iguarias, Jogos, Ofuscantes, SensuaisÁgua... Deixamo-la escorrer por nós, agarradosSentidos... Toque, som, escutar, ver, saborear... todos alertasUnir... O que fazemos porque queremos, porque a tentação ordenaTentação... Porque só somos tentados por aquilo que desejamosIsa Silvahttp://oladocultodamarciana.blogspot.com*****Abriste os olhosE eu já te olhava à muitoDesejava-te de corpo e almaEncostei-me….Deslizei em tiSegurei-teApertei-teO calor do teu corpoO calor do meu corpoOuvir-te murmurarOuvir-te gemerHmmm…Rocei o meu peito no teuRocei o meu peito nos teus lábiosNa tua línguaQuero-teTenho-teVenho-meCarla Campos*****DESPERTAR PARA A VIDAO corpo emerge de um torpor antigoSinto as vísceras, os ossos, os músculosO coração derramando sangue no meu corpoOs pés, as pernas, o ventre, os seios, as mãosRedescubro o toqueOs braços alongam-se em movimentos esquecidosO corpo liberto, recria-se em gestos que são meusA tensão não existe: só o meu corpo em sintonia comigoE danço e navego ao sabor de mim própriaE brinco à cabra-cegaE brinco ao gato e ao ratoRedescubro os sons... tum-tum, fztt fztt...Felinos rodeiam-meSinto-lhes os passosAtenta às respiraçõesAos murmúrios do silêncioRedescubro os cheirosA perfeição não existemas, na explosão de um orgasmo,o Amor recria o Universo.Manuela Almeidahttp://luarabril-limiar.blogspot.com*****Plátanoo meu plátano. amor. cheira a hortelã...vem agora. à na casa das pétalas.onde a papaia. está maduratoma-a. da minha bocadeixa pôr no teu umbigo...sente, amoro toque macio dos meus dedosnas tuas coxasnas tuas virilhasno teu sexo erectosente, amoros meus lábiosnos teus lábiose o sabor a papaia...senta-me em cima do teu ventretoma o teu sexocrava-te em mim...o tempo escoa-sesome. no arsegura-me as ancasa cinturapercorre-me.(já não seionde acabo euonde começas tu)envoltos num só cheiroum no outrono silêncio da florestarestolhamos...e o nosso amor é um solflutuantecom sabora sémen e a papaia...Margarida Almeida*****Em ti me eternizoOs meus olhos pousam em tie todos os meus sentidos te olhamnum delirar mútuo de atenção...vejo o teu corpo e deleito-me na tua alvura...cheiro o teu cheiro e aspiro a tranquilidade da tua paz....ouço o teu respirar lento,como um lamento que não lamento…as minhas mãos tocam os teus cabelose envolvem-se neles...acerco-me de ti e te toco...te sinto global e ali inteira frente a mim...beijo a tua boca e tudo se torna como num festimde doces carícias e sabor a sal...estou inteiro no teu corpo inteiroe me sinto nele como sinto o teu corpo em mim...é apenas um abraço,um enlace de braços que apertam sem apertar,sentindo apenas o teu respirar...minhas mãos percorrem a tua pele acetinada linda...fecho os olhos procurando apenas sentir…e sinto o desejo crescer em mime o teu arfar sobe de tom...como é bom...a minha boca se cola na tua bocae a minha língua se funde dentro delacomo se da tua se tratasse...é apenas mais um enlace...sinto o teu peito quente junto ao meue beijo teus mamilos num acto de procura da loucura...loucura que me invade lentamente,premente ali presenteou então como se tudo mais estivesse ausente...meus braços te envolveme se descobrem momento a momentocomo se fosse a primeira vez que no teu corpo se movem…sinto o cálido odor do teu corpo quente de amor,oferecendo-se como numa espécie de orgia sem pudor...minhas mãos tacteiam centímetro a centímetro toda a tua pele,todos os recantos de teus encantose se encontram, de repente,sobre o teu ventre quente,dolente...afago tuas coxas e as tuas ancase as aperto contra mim…procuro o teu sexo e o acaricio...beijo-te completamente num único beijoe me torno desejo do teu próprio desejo…te envolvo num abraço mais e te penetro…és tu que me possuis...não te tenho, és tu que me tens...movimentos doces se entrelaçamcomo se não fossemos dois mas um só...os nossos corpos se fundemnum arfar profundo de prazer e loucura...já não sei o que sou,apenas em ti estou...eu sou tue tu és eu numa fusão de ser e estar...na verdade és tu que me possuispois eu não te tenho,és tu que me tenspois em ti eu me dou...e em ti eu me eternizo…Joaquim Nogueirahttp://lobices-4.blogspot.com*****Deixei...É franco o meu corpo.Tem franqueza nos braços que se tentam abrir,nas pernas que tremem para acompanhar os braçosnos olhos que tentam não olhar mas olham.Deixei-o ter-me...É fundo o meu copo.Profundo nos mares que se tentam diluirnos rios que dançam nos seios de mares salgadosnos mamilos que se escondem mas inchamDeixei-me ter-te.É manso o meu topo.Mansidão do ventre que se tenta fundirnas ancas que ondulam para diminuir espaçosnos joelhos sôfregos que se afastamDeixei-nos ser-te.Joana Wellhttp://missjoanaswell.blogspot.com *****achando-me sou tuaé no roçar dos teus lábios nos meusque o meu corpo gemeno levantar de asas em murmúrioa chama que se inflamano caminho longo dos teus dedosruboriza a minha pele branqueada de silêncioenvolvo-te neste calore nasce um rio que aflora entre as coxasguardadas pelas tuas mãos imensasfaço-te o trajecto do peitocom a língua ansiosareconhecendo o leito onde me abrigopartem-se os minutosrendendo a vida num momentofluem-se os corpos num sódeclino-me sobre a tua voze entrego-te os meus seiosencontrando o sentido do teu olharrecolho-te no mais íntimo de mime achando-me sou tuaagorajamais se encantam os sonhosenquanto fores rio e eu o mar que te acolheVanda Pazhttp://www.nectardaspalavras.blogspot.com*****Os meus desejosFim de tarde cinzenta, terminou mais um dia…Sentei-me junto à janela naquele que me transportaTodos os dias de volta ao meu ninho,Recostei e deixei-me embalar de mansinho,Aos poucos os olhos se fecharam, dandoLugar a pensamentos, sonhos, lembranças,As mesmas com que tu me banqueteavasEm cada amanhecer ou em nosso ninhoEm cada adormecer….Deixei levar-me, senti tua mão deslizandoPor entre as pernas, nuas sedosas de umBranco quase celestial, aos poucos teusDedos tocaram suavemente meu sexoAs faces foram ruborizando, surgindoUm tom de romã…Coxas, ancas, seios, quase que gritavamDe prazer o mesmo que sucumbiaDe rompante em cada toque na nossa alcova,Enlouquecida de desejo cobrias meu corpoFazendo de ti meu eterno macho,Meu sexo já quente e húmido embriagavaNossos sentidos, teus dedos passeavamDeslizando a cada orgasmo meu…Bebeste cada fluido, cada gota de meu sentidoNo meio de nossas bocas sedentasSenti o fulgor do teu sexo dentro do meu,Derrubei fronteiras, gemi baixinhoSenti o teu corpo junto ao meuBem de mansinho, entre espasmosHumedecidos de nossos cheirosGozo supremo o cheiro do teu sexo,O nosso sexo misturado non silênciosDe cada alvorada, onde tu beijavasCada cereja de meu peito….licoresO andamento do comboio fazia-seSentir, atordoada pelos seus solavancosO meu corpo se ouriçava… na tua procuraO silêncio fez-se sentir…abri os olhosNa estação tinha que sair….Ana Bárbarahttp://myspace.com/apbarbara*****Membro a pinoÉ sol aquecedor,Teu corpo de vale húmido e fértilEntre montes de VénusCriador.Calor e ciodespertam nossos corpos.A boca é polvo que sugalenta, de cada poro sedenta,cada membro, cada fenda.A nossa língua, lentae vagarosa,percorre o corpo saborosa,num despertar carnívoro de sensações.Abro as tuas coxas lisas e sedosasNas tuas entranhas viciosaseu penetrodespertando em nós duplas explosões,deixo dentro de tio meu próprio arquétipo.João Norte*****essas tuas pernassão quentese o frioenvelhece os ossosbeija as criançasaconchega-asnão digas nadavemJosé Manuel Marinho*****Teus seios astrosQue não alcançoTeu ventre marOnde balançoMeu desejoTeus beijos castosDo meu enganoNo teu arfarOnde me cansoNum ensejoDe percorrerTeu quente soproEntrar em ti…ser o teu corpo…Na tua peleColher o melDo teu prazerAlucinar!Descer à fonteE beber do teu saborE em minha boca colherToda alma do teu mar!Meu amorMeu astro reiOnde meu sémen deixeiApenas num sonhoNuma camaDe onde seiTeus seios astrosQue não alcançoTeu ventre marOnde balançoE não alcanço… e não alcanço…Poiso, morro, descanso…Sobre teus beijos castosMeus sonhos gastos… no teu olhar…Jorge du valhttp://www.poetik4ever.blogspot.com*****Olhas os meus olhosOs teus descem à minha bocaque sorri e penetras-mecom a doçura da alma e aforça de um guerreiro.No silêncio da salaa música entoa ao somdo coração e, lentamente,como um pestanejar, o calordos nossos corpos aproximam-secomo cavalos a galope numa pradaria.Tuas mãos, minhas mãos,percorrem nossos corposque se desnudam em cada dedo que tocanossas peles sedentas de magia.Olho-te. Olhas-me.E neste olhar está toda a febredo sentir a ânsia de cada beijolíngua a língua escorrendo o mel da fantasia.Na boca do meu corpo relembroo teu beijar.Orgasmos… mil deleites quequero recordar na tua línguaque me percorre sem cessar.A exaltação dos nossos corposcomo música - The Master –frenesim do desejo - Divine –que se ignora na paixão da peleque comunga o mesmo sentir.Olhas-me. Olho-te.E nesse olhar de amordesnudoselvagemardenteque sentecom a menteo desejode penetrarpossuircom o tesãodo nosso sentir.Olho-te. Olhas-me.No desejo saciadode nossos corposem leito descansados…Olhas-me. Olho-te.E sorrimos…Menina Marotahttp://meninamarota.blogspot.com*****Obscenidade(s)de púrpura elegância me vestiondulando os passos de salto altopela insistência do teu olhar sôfrego- formosa e insegura? -afoita!tiritei sílabas de vermelho bâton e de rubra paixãono meu peito um rubor latejavafendia gelos e convencia magosde escarlates intenções e silêncios abafadosruboresceste numa palidez resignada do limboem que me sonhasteMaria Irene Proença Ermidahttp://umaetrintaesete.blogspot.com*****Manuscrito do pecado particularAfogueio um cigarro num lume desinibido,Vês o meu contemplar atónitoAo benfeitorizar que te insinuas perto do meu encalço.Sabes que gosto de ser provocadoTudo para mim é desafio,E mesmo tu, circunstancial,Acidental e explícitaPercebes que não tens costumes de beijada mão.Seduzes-me sentando-te no meu colo,Simulando tocares harmónicos de bocaQue não se alcançam,Pois quer eu, ora tuArredamo-nos para deixar o destino num adiado suspenso…Embora se saiba o sequente a agir.Eis que te desnudas desarmada, como tua derradeira artimanha.Ofereces teu mamilo, como iguaria dos omnipotentes.Descalças as tuas sandálias modernas,O teu cabelo passa de preso para liberto e longo,O teu olho verde pisca como uma divindade humana,A pedir por melhor…Rendo-me aos teus encantos e sortilégios ilusionistas,Consegues ministrar a explosão do abrasamento que vive dentro das minhas veias.As minhas tendências estão vocacionadas em ti, pecadora dos meus prazeres.Apago o cigarro em água de um copo, longínquo ao que já se passa.Os preliminares têm inicio, orais gozos… Sorridentes exclamações de meiguice,Mordo os teus lábios em gesto de malandragem… Massajas meu hirto pescoço…Relaxo-me e tremo de retesados empreendimentos, Que gostas, oh graciosa…Quando me hipnotizas e fica esse eco ocoQue me desmobila o físico de tão cálido que não fala ineficácias.Quando me cinges a ti, entrelaçamos nossos filamentos de cabeloE tudo tremelica, quando me banhas esse doce leite-cremeNo declive das minhas costas.O pardacento endoidece...Quando me amornas, remanescendo em meus braços.Quando a bailar me afrontas, consumo os teus trechosDe uma forma salivante...Porém o teu sussurrar irrompe a mudez,Se te deixas por ápices comigo numa camaDe lençóis enxovalhados, com o nosso odor a clímax,Confundido com a aura que vem da frincha entreaberta.Quando te abordo pela inteira oportunidade,Perdes a compreensão da área marcada...Tudo é reciprocidade…Nada alegas, pois tuas as mãos já conversam por elas competentes,Dedilhando o percorrer do meu tórax,Como quem sabe de cor os compassos de uma viola.Deixas-me violar-te de forma autorizada,Gemes com um colorido pudico, ao sofreres de forma felizO meu símbolo másculo penetrar-te,Como a excelência de um batel que pinta sortesEm afluências azuis.O teu umbigo quase que suplica por carícias.Os nossos linguados cortejam-seE palestram colóquios deliciososDe quem sabe querer.As tuas curvas que femininas são aclamadas pela tua Eva maior.As tatuagens dos teus graciosos pés, pequenos de Princesa,Que me excitam de forma suprema.Sexismos lamacentos, pornografias bonitas,Obscenidades algemadas,Adereços das nossas sádicas fantasias,Insânias de mãos dadas numa união de dois instrumentos carnais.As tuas pernas de veludo a roçar na nossa adrenalina,De quem confecciona afectoNo dia mais longo de dois forasteiros.Um exame interditoMas por isso mais cobiçado.Um lugar nosso, que nunca ninguém viu ou tocou,Pois o aconchego é exponencial, e difícil de plagiar.E as marcas rupestres destes instantes …Estão imoralmente registadas, para jamais escaparem.…És o código de barras dos meus apetites secretos.Diogo Costa Lealhttp://www.verticeredondo.wordpress.com *****CLUBE PRIVADOPOR BAIXO DO TEU VESTIDOVIVE O MEU RACIOCÍNIOTENTO ADIVINHAR A CORDA TUA ROUPA INTERIORE PENETRAR NOS TEUS DOMÍNIOSDONA ÉS DO MEU PRAZERDA ENTREGA DA ILUSÃOMANDAS TU NO MEU QUERERMANDO EU NO TEU TESÃOE VOU DESCOBRINDO EM TIOS MEDOS QUE EU PRÓPRIO TENHOAS FANTASIAS E OS SONHOSQUE QUEREMOS ENCONTRARO SEXO É TÃO IMPORTANTECOMO É A AMIZADEE EU TENHO SEMPRE SAUDADEDA NOITE DE ONTEM À NOITEEU VOU LONGE, EU VIAJO EU SAIO DAQUI PRA FORA EU QUERO LEVAR-TE COMIGO PARA UM LUGAR DISCRETO UMA CASA NO MEIO DO MATO UM JARDIM, UM CÃO QUIETOEM NOME DA NOSSA PAIXÃO TUDO NOS É PERMITIDO POR BAIXO DO TEU VESTIDOEXISTE UM MUNDO SECRETOE OUTROS POR INVENTAREXISTE UM CLUBE PRIVADOONDE SÓ EU POSSO ENTRAR...FERNANDO GIRÃOhttp://www.myspace.com/brazilatribute*****O GATO E A LUAGato que chamas a luacomo se fosse uma dama.Desejas que seja tuaporque te ateou a chama.Ignoras as leis morais,mas não aquilo que sentes!Considera-las banais,segues só as indecentes.Nem sempre te vejo assim.Não sei bem o que te deu...Mas olha bem para mimpara contemplares o céu.Tu ficas tão baralhadoao colher o meu reflexo!Como queres ser amadose nada dizes com nexo?!Os teus olhos em delíriosuspensos na minha teia,minha luz o teu colírioque teu pêlo incendeia.Achar-te-ia com sisose trepasses esse poste...Dar-te-ia um sorriso.Não duvides, há quem goste!Para te dizer que sim,primeiro faz um desenho.Só te direi se me vim,depois do teu desempenho.Quando for tempo ouviráso meu canto de sereia.Esconde-te bem atráse espreita de volta e meia.Assim que ouvires a voz,vais perceber que me rendo.Não me desates os nós,porque é a ti que me prendo.Minha mão é preciosacomo flor na primavera.Deixa-me silenciosae fica quieto à espera.Palavras de sedução,essas que tu me dizes.Mas nelas há negação,vejo bem pelos matizes.Num dilema me deixaste.Vejo-te a ti num conflito.Sei que nunca me amastepor mais que mo tenhas dito.Lua cheia sou eu hoje,logo serei minguante.Segue meu conselho. Foge!Não mais serei tua amante.Se voltar em lua nova,passarei logo a crescente.Será essa a minha provapara ver quem é que mente.Teresa Marques*****GostoGostoDa tua boca beijar com ardorGostoDespir as minhas roupas,Sob o céu cheio de estrelas,GostoEntregar-me assim a ti nua,GostoDe no teu corpo me perder,E tu no meu sorveresOs néctares que dele emanam,E ébrio de mim,Jazendo comigo na erva orvalhada,Os dois soltando suspiros e gemidos sem fimSemelhante a um vulcão a rebentar!Lançando para a luz do luar,As nossas lavas de amor,Acabado de saciar!Susana Custódio*****AMO AGORAneste momento o meu corpo é teu se me sentires a entregar ao papel a pele fazendo versos simples para neles ler meus movimentos de língua vindo indo e vindo variando e rodando rodeando nu e nu me dando no O dum oh! de espanto fundo entretanto Onde subo na Onda e deslizo liso, duro, teso, como um mastro à vela só de vê-la à minha espera cheia de desejo e tesão querida boa e bela inspiração Assim AGORA AMO fazes do meu desejo as mamas agora mesmo, sem mas nem meio mas deixando louco de desejo meu peito todo teu e eu, e eu, eu… derreto-me toda por ti querendo-te todo inteiro assim Assim dentro de Mim túrgido e cheio de gozo.!. no nosso zoo privado meu leão vem possuir eu tua gata o espero posta de gatas agora vem, obedece! MimFrancisco Coimbrahttp://www.sobresites.com/poesia/forum/viewtopic.php?p=36394#36394*****O PRAZER TRAZENDO ARTE E MAGIANavegando num oceano onduladoQue é o teu corpo lindo desnudadoEm que por destino eu fico ao lemeComo o aventureiro que nunca temeTripulando a mais bela embarcaçãoAtravés da mais agitada navegaçãoSempre se vai atracar num bom caisOnde se é recebido com uns ais...!!!Ancorando na doca da sensualidadeÀ minha espera toda a hospitalidadeQue por ti é prestada ao naveganteNaquela parada mais estimulante...Com carícias e na maior cortesiaVem o prazer trazendo arte e magiaZé Albano*****MEIAS PRETASAssim te espero, decente e ladyassim te quero, assim te beijoMas quero maisquero tesãoquero beijo loucoquero beber no labirinto das tuas pernasquero-te nu, exposto, devasso e loucocorpo de fogo molhado,dou-te a minha nudez...e os perigos da minha pele quente.MEIAS PRETASAssim me olhasbeija-me depois, lambe-me a língua,afoga-me na tua ternuraalimenta-me do teu viciomergulha as tuas mãos cegas de desejona nudez que te ofereçoedeixa-me andar perdida no teu gozo...Amália Lopes*****Damo-nos à madrugadaDispo-me de tudo e da razãomesmo no fingir subtila que me obrigas,latejam todos os gestosnos sorrisos ruidosos do corpo,quando os meus seios roçam o teu peito.De alma fico nua...no aperto dos teus abraçose no prazer crescente e ignóbil,quando, a tua boca me foge,em sussurros vernáculossalivando nos lóbulos,os beijos quentes que nos damos.Inquietante corrente, galgando todas as margens,no perfeito movimento do teu corpoeroticamente sobre o meu,descobrindo as fonteslambidas no perfume de vénus,enquanto...a pele pálida da madrugadavagarosamente se muta crisálida!Ausenda Hiláriohttp://tempoagreste.blogspot.com*****[Sorrindo docemente, o amor]Sorrindo docemente o amorDentro da cabeça, Entre outras coisas,BordaRosas pequenasE botões deRosaQue deslizam eSe fundemCom anelosDe sua trança.Até que me descalçoE o despenteioSem sensatez.José Emílio-Nelson*****Amo-te, meu amor!Escuta amorO nosso silêncio…Primeiro, um beijo…Terno, molhado, doceA saciar o desejo!Depois, em carinhos,Outro e outro e tantos…O abraço apertadoCarícias, miminhos!As mãos, loucas,Sublime bailado.Tocam os corpos…Enquanto os dedosDescobrem segredosNa tua pele de seda.Estranha dança….A boca, sequiosa,Mordisca as orelhasE regressa aos lábiosQue se reúnemE quase se mordem.Depois… os seios,Duros, rijos, macios…Nascem gemidos…Afunda-se o prazerA língua, como loucaToca-os ao de leve,E, suga-os forte…Envolve-se o sexoEm aromas de amorApertam, fundem-seNo êxtase da paixãoE em profunda explosãoExtenuados caímosCada um lado a ladoEnquanto no olhar…Nasce como paraísoO mais sereno sorriso.Terna, louca de paixãoSó dizes… ObrigadaAmo-te, meu amor!Raul José Afonso Duarte*****SexoVamos foderAbre teu corpoTua menteA novas dimensõesTudo o que pensasSer errado não éTens que começar a acreditarTu tens o direito de fazerTudo o que os outros fazemTu tens o direito deSozinho vencer o teuPróprio medoQue ninguém mudeA tua maneira de pensar.Que ninguém controleO teu mundoPrometo dar-te harmoniaSó te peço uma coisaTraz-me de novo a luzPortanto vamos foderPaulo Pacheco*****E no princípio houve o fimE depois houve o silêncio.Juntaram as mãos ao céu em prece,prece calma e com uma pequena pitada de raiva.Ela não lhe telefonou, ele engoliu o orgulho e resolveu esquecer.Ela pensou que nunca mais encontraria alguém semelhante...Ela era demasiado racional e ele demasiado emocional.Resolveu que era demasiado cedo para se dar ao amor.Ela pensou, noites e noites em claro a pensar.Se te disser algo... é porque sou tua. Não olhes para trás se não te falar...E a meio de um beijo de despedida disse-lhe gentilmente:Ela ficou em silêncio e disse que tinha que se afastar...Ele disse-lhe que amava cada poro da sua alma.Ele olhou-a nos olhos e amou-a de facto.Houve silêncio e mãos a tocarem-se gentilmente...Encontraram-se no banco de jardim do primeiro minuto deles...A alma ainda estava em lume brando.Ainda sentia as mãos dele no seu corpo...Um banho... era tudo o que precisava neste momento.Embrulhada numa toalha ela fechou a porta.Beijo... suave a soar a tímbalos e trompetes..."Sim..."Ela:Arrepio...A mão dele a escorregar pelas costas dela...."Amanhã, onde tudo começou..."Chegou os seus lábios ao seu ouvido, e disse:Pegou nela, envolvendo-a... Sentindo-a... Saboreando a sua pele.Ele sem pensar demasiado vestiu-se... exalando o cheiro dela nele....Passou-lhe a mão pelo rosto e disse-lhe: "Está na hora".Levantou-se... foi buscar uma toalha e voltou para perto deleEla sentiu-se observada...Era tão bela, mas de uma beleza tão calma.A pouca luz do nascer da manhã deixavam ver o rosto delaEle ergueu-se um pouco para ver melhor o rosto delaNunca pensaram sentirem-se assim, era apenas algo efémero.Repetiram até os corpos caírem em exaustão... e o sono veio.Foi o real êxtase.O música ainda continuava a repetir-se...Quando ele explodiu nela e ela nele...Clamar e implorar um nada de enorme e tão demasiadamente intenso.Ritmo e loucura...Sentir-se mais e mais dentro um do outro.Ritmo e loucura...Os corpos a deslizar um no outro.Sofreguidão...A música ditava o compasso...E rebolavam, na inédita dança do desejo de pele.Ele entrava demoradamente nela...Ele vibrou e fê-la gemer...Ela saboreou cada milímetro do seu corpo...Lançaram-se nos braços um do outro numa cama real e de paixão.Arrancaram as roupas...Ela puxou-o para ela... Sentiram o corpo e o calor que emanavam...Caíram os copos... o vinho... caiu toda a formalidade imediatamente...A sede era maior...Olharam um para o outro por cima de um gole...Ela serviu dois copos de vinho tinto,Ele sentou-se e seguiu com o olhar as formas do seu corpo.Ela convidou-o a sentar... e com o olhar a sentir...Entraram em casa.Ele pegou na mão dela e disse: "Podemos ir."Ela timidamente perguntou: "Queres beber um copo de vinho comigo?"E todos os momentos tinham que lhe pertencer.Ela sentiu que era um momentoParou de chorar.O seu cheiro, era o cheiro de terra.... de vida... de fogo.O olhar dele tão envolvente.O abraço era tão forte e apaixonante...Ele abraçou-a.Compulsivamente.E chorava...Mas não conseguia parar de chorarEla olhou para ele surpreendida,Ele passou os dedos levemente pelo seu rosto.Não conseguiu conter dentro de si a paixão e compaixão que tinha por ela.Ficou em silêncio, acompanhando a sua dor.Ele sentou-se.Ela acenou afirmativamente com a cabeça.E perguntou se podia sentar-se.Ele aproximou-se vagarosamente... como que por medo...Ele sentia o magnetismo das emoções a puxa-lo."Quem era ela?"Não conseguia desviar o olhar ao caminhar.Pessoas passavam junto dela e nem a viam...Lancinante, cortante... sanguinária.Ela sentada num banco, tentava gritar ao mundo a sua dor.Ele ia a fazer a sua corrida de final de dia viu-a.E revivia todos os momentos da sua vida.Ela soube que ia morrer...Ludmila Queiróswww.janela-suspensa.blogspot.com*****SE DEIXE PERMITIRQuero-te fêmea solta no meu pastoe passo a passo poder me liberar,nos mistérios e contornos do seu sere assim poder confessar que estoumuito a fim de em ti cavalgar.Quero-te estrela cadente no meu céu,vê-la cair em êxtase no meu chão,quero ser a terra a lhe acolhere juntos descobrirmos um novo viver.Quero que proves do fruto proibidoe sintas como é gostoso o seu líquido,quero que me liberes da prisãoe em liberdade contigo viver noutra dimensão.Deixa o mundo real não nos proibir,preciso por demais me permitir,amar e ser amado sem fingir...e com você em nenhum momento vou mentir,e por que não?Se deixe permitir...Alvaro Luiz Carvalho da Cunha*****ANESTESIACaí na tentaçãoPerdemos a lucidezSubmeti-me ao pecadoAo desejo insanoConsumido, devassoSentis-te aquela vontadeTarada maluca trémulaQue me invade e te devoraTu quebras-te as regrasCaluniando-me pelo corpoSaciaste-me de prazerSem pensar no erroContinuei encantadaA anatomia do teu corpoQueria desvendá-la até ao fimAqueles toques sublimesO teu paladar, o teu aromaCada vez mais me seduziaEu queria libertar-mePerdi o controlo totalDeixei-me levar uma vez maisRevivi os nossos momentosO amor cego e enaltecidoAquele calor enormeQue quase nos fazia desmaiar…Raquel Pereirahttp://www.aspalavrasinterditas.wordpress.com*****AMORDeitados sobre uma rosa abertaIluminados pelo vagalumear da luaDois corpos se limitamA serem vibrações e gritosAlvoroço que se metamorfosearáNa mais pura seda.Agora, repousará o mundonos idílicos braços do silêncio.Giovanni Guidi*****PEQUENA CANTIGA DE AMIGOAmigo amigoamigo breveescassoAmigo apenasdo tamanhode um abraçoSou a mulherde luz limpae ternaSou a mulherque desejano amorser eterna.Joe Outeiro*****ardeentre a escolha brutada vontadedeixa entraros dedospedacinhos barulhentosda incerta intenção.dentro de mima suspeitade quererdentro de ti a línguaninfa deslizante quenteruidosa da palavra desejopenetra na almadeste profundo ensejo.João C. Santoshttp://jcssantos.blogspot.com*****CARNELábios. O tom da tua pele provoca-me. O teu cheiro incentiva-me. A tua voz doce excita-me.O teu olhar faz-me desejar o teu toque, o teu carinho. Vontade de esmagar a minha língua contra a tua, vontade de morder a tua boca, os teus lábios.Quando me abraças e percorres as mãos pelo meu corpo, algo dentro de mim arde e então a excitação domina-me. Quero tocar as tuas pernas, a barriga, o peito, a boca, tudo. Quero percorrer o teu corpo...Os nossos corpos pressionam-se mutuamente e a excitação cresce. Quero beber a tua saliva e trincar a tua carne.Quero-te apertar com força. Domino a vontade de te rasgar a roupa e fazer amor contigo.As tuas provocações físicas provocam alterações no meu espírito.Fico louco com carne...a tua carne. Quero saborear o teu suor... obcessão, loucura..Fecho os olhos e penetro num mundo de puro prazer... prazer é tudo o que sinto. Adoro o sabor da tua pele.Somos elevados para uma dimensão em que nada existe, apenas nós e o prazer, o prazer e nós.Tudo o que sinto, tudo o que cheiro, tudo o que quero, tudo o que vejo é carne..a tua.Jorge de Barroshttp://brutalmentedocil.blogspot.com*****Tenho um pensamento; e não tenho coisa alguma, que não seja ouvir, esquecer; e ainda essa tua musica! Eu sei lá onde começa a eternidade! São as palavras que limitam; não os teus braços… O teu corpo…O grito caiu-te nas mãos? Também nas minhas, como gotas de água. Tenho um pensamento; mas és tu que me guias, que tens os olhos tristes e os lábios doces; e é daí a poesia pura, mas basta a natureza e o instinto dos homens para, que isto e o mais, se acrescente à definição de poesia.Tenho um pensamento; e é assim uma despedida; mas a musica não deixa que vá; e mais forte ainda é a esperança dos homens. Se eu partir, como poderei ver a esperança dos homens, assim sentida, na perspectiva física, na dúvida que há com a morte e com a fé?Tenho um pensamento e não tenho, porque sou um pássaro que voa; um momento que escapa. Morremos quando todos os momentos voam do nosso corpo para a paixão e regressam ao momento original, em que não será falsa a pronúncia do amor.Tenho um pensamento e não tenho; este absurdo, mata-me! Falam-me da guerra e do rapaz nu com uma flor, que afinal não era.A menina do terceiro andar, que anda na catequese, disse que era um pénis…Era o milagre do pénis!Que trazes nesse regaço?São flores senhor…Flores!? Mas que espanto esse,que vejo no teu corpo!A menina do terceiro, era afinal, e este era o assunto, um menino com pénis, localizado naquele ponto.Tenho um pensamento e não tenho; e isso me diverte e repugna.São pénis, senhor…E toda esta afirmação, com reticencias para o milagre da vida, que é esta saliência. Nasceu disto esta nação; e afinal é o cu, a aparência da portuguesa condição.Tenho um pensamento, uma folha de trinta e cinco linhas e uma corda...Amanhã a vida anda à roda!José Fernando Lobo*****Só, aqui,lendo o que dizes, sem ti,...eu vejo as letras que trinco, e saboreio o mel,e engulo-te todo como se te pudesse respirar..como se pudesse guardar-te nas veias..pra viajares por mim 1 vida inteira...... só meu..Lambo-te,Beijo-te,Mordo-te,Sinto-te...dentro e foraduro e docelento,bruto,macio,Cheiro-te,e gosto...de tie desse aroma acrede cio..apetece-me tomar-te de assaltoe foder-teaté à morte,até ficarmos coladose rotosa ganir de dor...e gratos,de ficarmosfartosum do outro.Teresa Cunha*****1."i fall to pieceseach time i see you again"[1](hank cochran / harlan howard)se eu amasse o corpo de uma mulhermais do que a mim mesmo,jamais pertenceria a poema algumporque de silêncio é feito oímpeto dos corposse os poemas quebrassem e rebentasseme abrissem clareiras entre os pensamentos,destruindo-os e criando-ose tornando a rebentar,talvez o meu olhar fosse de umasibila ardendo[ou queimando dos olhos]se a poesia fosse toda dos homense das mulherese das vozes discordantesque enchem a calçada das minhas cidades,talvez as palavras respirassem vidae dos cálamossaíssem veiase artérias de fogoe deuses trespassados de sommas a poesia é issopalavra ígneaou não-palavrapalavra antes da palavra,quando ainda aspiramos ao domde poder morrer de amor.Jorge Vicente[1] Excerto da canção “i fall to pieces”, cantada por patsy cline.http://jorgevicente.blogspot.com*****ESQUECER PRAGAAbraço musculadopeito largonádegas firmescom rastos das marcas com que te amorígidoo sexo,turgidosuculentointerminável,num rasgar profundoaté à almageme(a)loucura frenesimpermanece dentro de mimsem fimo grito com que me lembrasque eu e tu somos umem fluidos misturadoscarnepelearomas saboreados.O teu olhar no meu, na curva do meu joelho, nos seios que quase te cabem nas mãos...Lembras-te?Luna Cheiahttp://estanoitehaluar.blogspot.com*****FLORESTAL, INTENSOSe os olhos se fechamAo mesmo tempoQue os lábios se apartem:Ao máximo;Se esse movimento coincideCom o escurecer dos troncos,E a floresta engrossa - e se abre:Ao máximo;E se a floresta parteA toda a velocidade para cima -E ao mesmo tempo se desdobra,Se vira em todas as direcções,Ao máximo;E se a rotação das pernasAtinge os êmbolos eléctricos,Os motores das violas nos músculos,Fazendo ondular o ruído dos lençóis:Ao máximo;E se então um fio negro se atravessa,E liga, faz contacto no fundo para além do fundo,Cola mais o que já parece estar colado,Ao máximo;E se um grito pode ainda evocarEsta explosão, este assassínio,Esta insistência, essa violênciaMáxima;Estraçalhar com fúria todo o escritoTodo o dito, todo o ansiado,Numa agonia prolongadaAo máximo.Quase coincidência.Quase perfeitoAjustamento,Que volta sempre em onda,Numa nova tentativa,Arrastando energia, a cor negraEm atrito e furor;Se os troncos entram suadosPela floresta dentro, e a sua humidadeEstraçalha, rompe ao máximo,Espalhando seios em todos os sentidos,E se ouveA coincidência do grito,A intenção das gargantasViradas para cima,A direcção das luzes voltaicasSaindo em rompante.Para quando, diz-meverso seguinte,Esse quase-tudoLevado ao máximo,Esse apaziguamentoDos corpos derrotados pela luz,pela sua própria corrente,E essas gotas de saunaPingando lentamenteNa floresta negratodatombada.Vítor Oliveira Jorgehttp://trans-ferir.blogspot.com*****Sonho de AmorPassei contigo nesta noite,Uma noite de loucura!Tu ao meu lado,Pura e faminta de amor...Meu Deus!Há quanto tempoNão nos tínhamos amadoE não te dava tanta ternura...Com quanto apego,Com quanto ardorSussurrei ao teu ouvidoMuitas palavras...Melodiosas, ociosasE outras amorosas!Cobri-te de caríciasDe uma maneira desmedida...Sinto ainda os beijos teusE meus...Nas minhas mãosOs teus lindos seios,O teu calor...Como estavas louca, ofegante, perdida!Sem peias, vergonha ou pudor,Vibrante, solta. ardente!...Mas ao acordar,Ilusão...pura mentira!Não passou tudo de um sonho,Somente!Manuelwww.poemar.blogs.sapo.pt*****história-poemaSara Jane é o teu nome,abandonas a infância alquebradae deixas os brinquedos no seu sonobranco,passeias na memória como se fossea primeira vez.Por sobre a terra caminhas de silêncioem silêncioescutando a voz dos pássaros.Nos teus pés enrodilha-se a serpenteem nós azulados ascende no silênciodemorado: desatas o laço:e os nós distendem-se,os teus olhos são dois focos de luziridescente: sonhas com o fogoos astros o sol a lua,abandonas-te no silêncio madurodo instantefoges de ti sonhas:escondes os braços dentro do corpo.nunes*****…de…LíriosEntregamo-nosum rasto despido deixamoscomo estrelas cadentesas silhuetas brilharamviandamos por linhas nuasfoste a Lua na minha Terrauma semente no meu jardimregada com amor perfeitobailamos numa noite de chamasdesenhamos o fogocom carícias de prazerVénus e Marte inflamaramunimos as mãoslivres numa vasta planícieos peitos ressoaram como vulcõesenraizamo-nos num sóo rubor dos teus lábioscintilou aos meus olhosdeslizei no teu ventreconduzido pelo desejosenti o calor da tua peleleve, doce e maciaum aroma delicado e naturalconvidou-me para o teu valeo pulsar síncrono de vontadesaproximou as montanhas da almaentre carícias ofegantese gestos penetrantesviajei pelas tuas formas lúbricascascatas onde me purifiqueirenasço neste baptismocom a Primavera ao meu ladodeslumbrados fomospelos laços criadosentrelaçados em silêncioreluzimos o amanhecerPedro Pedra*****Esta noite, quando te deitaresEsta noite, quando te deitaresDeixa a janela aberta,Para que o vento norte me transporteE me faça entrar.Esta noite, quando te deitaresPõe uma gota de perfume no umbigo,E deixa que o sono te embale,E diz baixinho o meu nome.Esta noite, quando te deitares,Deixa que o lençol revele as tuas coxas,Pousa a mão no teu seio, sem receioEnche a atmosfera de ti.Esta noite, quando te deitares,Se sentires que te desejo.Que em teus lábios deposito um beijoE que me deito mesmo a teu ladoNão penses, guia-te só pelo que sentes,Prende-me a língua entre os dentes,Afaga-me os cabelos com os dedosConstrói comigo novos segredos,Entrelaça-te em mim,E pertinho do fim acorda,Deixa-me enamorado.Porque o desejo morre,Quando é saciado.E tu és fonte eterna,Doce magia a crescer,E teu olhar é sede,E o teu corpo é bom de beber.Namoro é caça, é jogo,Não tenhas pena de mim.Sofro pelo que não tenho,Morria se chegasse ao fim!Alexandrehttp://in-fidelidades.blogspot.com*****Sic Vis ErosTentação de me perder…Moralistas que nos corrompem o desejoReafirma-se o animal que dorme, eros...Íntimos sonhos qual tormentos,Doce sensação, que me angustia o paladar…Paixões desinibidas que me enfraquecem,Qual repto de intenções descontroladasAlimenta-me a demência de uma inocência.Qual chuva do fim de tarde, que nos invade com o seu odor…Ardente sensação de regozijo que me invadeEssência vigorosa que me alimenta e repudia a razão,O prazer que sinto veemente cresce.Estridentes, arrepios que me aparam os sentidos…Gemidos que se formam,Qual predador que sua presa ronda…Emana a paixão de saciar a tua púbisVoluptuosa sensação que abraço com o olharCorpo desnudado, qual orquídea a desabrocharQuente a descoberta do íntimoSuave a brisa que me toca,Tremem-se-lhe as pernas, torneadas….Húmida, sequiosa de sabor,Engolfo o meu ser dentro da sua boca,O prazer uma e outra vez, possuo-te nesse instante somos um.Leonardo Springer*****VulnerabilidadeDe olhos vendados,Vulnerável,Não por força alheia e bruta,Mas por sua vontadeFechados,Ela se prostraSobre a mesa que às vezes é cama,Onde ele a almoça quando ela o chama...Sem palavras (quem realmenteDelas precisa?), ela prende-se, sem correntes,Às mãos rudes que a possuirãoE ao corpo estranho que a cobriráDe peso e de prazer.Sem palavras, sempre sem palavras,A lânguida morosidade da escuridãoCairáSobre a tarde proibida em jorros de luz vespertina a amadurecerNa língua do amante que ela nunca verá...Valter Egohttp://amendual.blogspot.com*****DINÂMICA DOS FLUIDOSNão vês nos meus olhos desejo,o desejo?, nos lábios a sedede um beijo e nos braçosa fome de abraços, não vês, tunão vês?; não vês que nas veiaso sangue incendeia?Semeio o delíriocom os dedos urgentes:mordisco-te os seios, os seiosinchados; sugamo-nosas línguas de fogo,vorazes; sublevo-te a púbise a boca do corpo, num ritmoagudo, sem véus de pudor.O frémito cresce; respiras maisfundo; o vigor entumece.Rebelem-se os ventos ou tremamas casas, vogamos na cristadas ôndulas vivas num marde calor, os olhos nos olhos,as mãos desgrenhadas, as bocasao rubro, soltamos gemidose brados e uivos, os porosperdidos, fundentes, em brasa.Celebramos os corposassim desvairadosno ápice da febre,do ardor, da explosão das águasfrementes, do fogo maduro,com o sol tatuado na pele da paixão.Domingos da Motahttp://fogmaduro.blogspot.com*****Podem ouvir aqui o programa do Estúdio Raposa em que o locutor Luís Gaspar gravou em audio alguns dos poemas participantes neste passatempo.Terminando, deixo um obrigada a todos pela entusiasta participação, obrigada ao Luís Gaspar... e, até ao próximo passatempo.....................Relembro que este "espaço aberto" é um espaço de tertúlia e não de alguma espécie de competição. Para isso existem os concursos literários, com júris e prémios monetários.A vossa participação nestes passatempos deve ser sempre na óptica da partilha, da sã convivência, para divulgarem o que escrevem. Por isso vos agradeço a forma como têm participado nestes passatempos.Os participantes que recebem livros, são apenas os que foram mais rápidos a enviar as colaborações.

marcar artigo