Alto Hama: Não leya, destrua livros a bem da nação!

05-07-2011
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Segundo o Jornal de Notícias (Portugal), “desde o último trimestre do ano passado desapareceram mais de 800 livros da Biblioteca de Paços de Ferreira” por terem sido “furtados por uma funcionária que os entregava ao companheiro para venda na Internet por dois a cinco euros”.Enquanto isso, o grupo editorial LeYa destruiu milhares de livros de autores como Jorge de Sena e Eugénio de Andrade justificando tratar-se de uma medida extrema, adoptada depois de esgotadas todas as alternativas.Registe-se também que o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, bem como o presidente de Moçambique, Armando Guebuza, estiveram presentes na cerimónia de entregua do Prémio Leya ao escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho.No caso do roubo dos livro em Paços de Ferreira, valeu – segundo o JN – “a rápida intervenção dos inspectores da Polícia Judiciária do Porto” que permitiu “recuperar em casa do casal cerca de 700 livros, muitos dos quais já embalados e prontos para seguir por via postal para os ciber-clientes.”“Os furtos terão permitido ao casal aumentar o rendimento mensal médio em 500 euros, apesar de muitos dos livros serem vendidos por valores inferiores a cinco euros, informou a Polícia Judiciária do Porto”, revela o JN.A funcionária da Biblioteca de Paços de Ferreira está agora a contas com a justiça pelo crime que cometeu, embora não tenha destruído as obras. Pelo contrário, o Grupo Leya certamente vai candidatar-se a algum subsídio do Estado (alimentado pelos impostos dos portugueses) para não destruir mais livros.Depois de insistir em que é "já claro à data de hoje que a redução de stock de livros por via de reciclagem é algo inerente ao próprio mercado editorial, português e mundial", a LeYa reiterou a sua "permanente preocupação de manter vivos todos os catálogos das editoras que a integram".Com tantas escolas, bibliotecas e similares que nos países lusófonos têm as prateleiras vazias, nada como em Portugal destruir livros. Será, quem sabe, uma moderna forma de divulgar a língua e a cultura de Portugal. Se calhar, digo eu, até seria aconcelhável dar uma condecoração à Leya pelos altos serviços prestados a bem da Nação.


Segundo o Jornal de Notícias (Portugal), “desde o último trimestre do ano passado desapareceram mais de 800 livros da Biblioteca de Paços de Ferreira” por terem sido “furtados por uma funcionária que os entregava ao companheiro para venda na Internet por dois a cinco euros”.Enquanto isso, o grupo editorial LeYa destruiu milhares de livros de autores como Jorge de Sena e Eugénio de Andrade justificando tratar-se de uma medida extrema, adoptada depois de esgotadas todas as alternativas.Registe-se também que o primeiro-ministro de Portugal, José Sócrates, bem como o presidente de Moçambique, Armando Guebuza, estiveram presentes na cerimónia de entregua do Prémio Leya ao escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho.No caso do roubo dos livro em Paços de Ferreira, valeu – segundo o JN – “a rápida intervenção dos inspectores da Polícia Judiciária do Porto” que permitiu “recuperar em casa do casal cerca de 700 livros, muitos dos quais já embalados e prontos para seguir por via postal para os ciber-clientes.”“Os furtos terão permitido ao casal aumentar o rendimento mensal médio em 500 euros, apesar de muitos dos livros serem vendidos por valores inferiores a cinco euros, informou a Polícia Judiciária do Porto”, revela o JN.A funcionária da Biblioteca de Paços de Ferreira está agora a contas com a justiça pelo crime que cometeu, embora não tenha destruído as obras. Pelo contrário, o Grupo Leya certamente vai candidatar-se a algum subsídio do Estado (alimentado pelos impostos dos portugueses) para não destruir mais livros.Depois de insistir em que é "já claro à data de hoje que a redução de stock de livros por via de reciclagem é algo inerente ao próprio mercado editorial, português e mundial", a LeYa reiterou a sua "permanente preocupação de manter vivos todos os catálogos das editoras que a integram".Com tantas escolas, bibliotecas e similares que nos países lusófonos têm as prateleiras vazias, nada como em Portugal destruir livros. Será, quem sabe, uma moderna forma de divulgar a língua e a cultura de Portugal. Se calhar, digo eu, até seria aconcelhável dar uma condecoração à Leya pelos altos serviços prestados a bem da Nação.

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