Sobre o tempo que passa: A ruinosa conspiração de avós e netos, com amnistias decretinas à mistura

04-07-2011
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Os engenheiros de campanha, desde os fabricantes das miudezas do "agenda setting" aos angariadores de figurantes para as excursões dos comícios, passando pelos falsos catedráticos em recrutamento cívico e pelos eméritos salazarentos em golpadas de salão, todos estes especialistas em casca de árvore, ao ritmo da cansativa música celestial do vira-o-disco-e-toca-o-mesmo, por mais que promovam conspirações de avós e netos entre a gerontocracia dos coloquiantes, em seminarismo de verão e sermões de fim de semana da televisão pública, e a verdura teórica dos jotas da tradução em calão, não conseguem disfarçar que o vazio de causas ocupou os interstícios daquilo a que chamamos campanha eleitoral.Quando a laranjada caiu na esparrela do comício à moda do Minho, obrigando Manela a botar faladura de palanque barcelense, um quarto de hora antes da meia noite, não foi o galo fêmea que cantarolou, mas antes a falta de coerência de uma líder que, mais uma vez, se manifestou, cedendo à pressão dos seus campanheiros, carimbados por um falso profissionalismo. Quando a rectaguarda "eme-erre-pê-pê" do cunhalismo arrependido, cheio de ministros despedidos, a tentarem copiar os emplastros que espreitam atrás do voluntarismo retórico de Rangel, atingiu o seu clímax de anedótico à espera da Elisa, no passeio atlântico de Matosinhos, todos nos questionámos sobre a ausência de Narciso Miranda, Manuel Seabra e Rosa Mota, talvez noutra pré-campanha, para que não nos lembremos do drama de outras cenas no mercado leixonense.Nem a retórica do partir os dentes à reacção, com que Jerónimo agride os chicos espertos da direita que andam à apelar à abstenção, nos comoveu, porque a visita de D. Ilda ao Cabeção, à procura de emigrantes alentejanos, foi equivalente aos beijinhos de Nuno Melo a uma centenária senhora, num lar de cuidados paliativos, ou às espetadas dos madeirenses da UDP, para que o outro Portas desancasse no Berardo e no Banif, porque fecharam um hotel de cinco estrelas para os investidores no "off shore". Por outras palavras, a nossa querida classe política das feiras e dos comícios mostra-se totalmente incapaz de compreender o todo do sistema em que se insere, demonstrando à saciedade como estão a falhar as canalizações representativas que a ligavam ao povão.Quando agora peroram sobre a roubalheira bancária que atingiu o irmão-inimigo do partido feito à sua imagem e semelhança, atirando pedradas às vidraças do vizinho, é natural que, ao chegarem a casa, encontrem as suas quebradas. Isto é, com tantas bombas de fragmentação, todos têm o corpo de campanha cheio de estilhaços, mesmo que as glosas sobre o BPN tenham feito esquecer o Freeport e quase amnistiado o BCP e o BPP, ao mesmo tempo que lançaram alguns dejectos sobre o Banco de Portugal e a Presidência da República, enquanto se continua a lançar lixo sobre ambas as magistraturas.A campanha que agora atinge o seu auge apenas confirmou que o aparelho de poder do principado continua a asfixiar a comunidade, ou república, confirmando-se a falta de autonomia da sociedade civil e continuando-se este processo de desinstitucionalização em curso. Veja-se o caso dos professores, onde os interesses de propaganda de Sócrates preferiram a amnutenção de uma ministra e dos seus ajudantes, atirando os docentes para o desespero de cem mil manifestantes na rua, agora reduzidos aos que querem obedecer aos discursos de Mário Nogueira, já sem a autenticidade da primeira descida do Marquês para o Terreiro do Paço.Mas o que aconteceu aos professores, quase se repetiu com magistrados, polícias, médicos, farmacêuticos e todos os outros grupos que escapavam às garras do hierarquismo da administração directa do Estado e que não liam pela cartilha do pensamento único, expresso por Augusto Santos Silva ou Pedro Silva Pereira, agora revisto e acrescentado por Vital Moreira e Ana Gomes, ou contraposto pelo oposicionismo verboso de Rangel e dos seus repetidores. Os resultados estão à vista, com o crescimento dos apoios sociológicos ao Bloco de Esquerda e à continuidade do cunhalismo, transformando a república dos portugueses num caso "sui generis" de contraciclo na União Europeia, onde a jangada de pedra está a rumar cada vez mais para o estrondo islandês, dado que os nossos glaciares assentam cada vez na subsidiodependência de um voto marcado por uma visita a uma unidade de cuidados continuados de um "Welfare State" transformado em conspiração de avós e netos, entre a economia salazarenta e engenharia subsidiocrática do socratismo, à procura do primeiro "Magalhães" que nos iluda e obtenha a concessão perpétua pela autarquia de mais um terreno gratuito para o alargamento da fabriqueta...


Os engenheiros de campanha, desde os fabricantes das miudezas do "agenda setting" aos angariadores de figurantes para as excursões dos comícios, passando pelos falsos catedráticos em recrutamento cívico e pelos eméritos salazarentos em golpadas de salão, todos estes especialistas em casca de árvore, ao ritmo da cansativa música celestial do vira-o-disco-e-toca-o-mesmo, por mais que promovam conspirações de avós e netos entre a gerontocracia dos coloquiantes, em seminarismo de verão e sermões de fim de semana da televisão pública, e a verdura teórica dos jotas da tradução em calão, não conseguem disfarçar que o vazio de causas ocupou os interstícios daquilo a que chamamos campanha eleitoral.Quando a laranjada caiu na esparrela do comício à moda do Minho, obrigando Manela a botar faladura de palanque barcelense, um quarto de hora antes da meia noite, não foi o galo fêmea que cantarolou, mas antes a falta de coerência de uma líder que, mais uma vez, se manifestou, cedendo à pressão dos seus campanheiros, carimbados por um falso profissionalismo. Quando a rectaguarda "eme-erre-pê-pê" do cunhalismo arrependido, cheio de ministros despedidos, a tentarem copiar os emplastros que espreitam atrás do voluntarismo retórico de Rangel, atingiu o seu clímax de anedótico à espera da Elisa, no passeio atlântico de Matosinhos, todos nos questionámos sobre a ausência de Narciso Miranda, Manuel Seabra e Rosa Mota, talvez noutra pré-campanha, para que não nos lembremos do drama de outras cenas no mercado leixonense.Nem a retórica do partir os dentes à reacção, com que Jerónimo agride os chicos espertos da direita que andam à apelar à abstenção, nos comoveu, porque a visita de D. Ilda ao Cabeção, à procura de emigrantes alentejanos, foi equivalente aos beijinhos de Nuno Melo a uma centenária senhora, num lar de cuidados paliativos, ou às espetadas dos madeirenses da UDP, para que o outro Portas desancasse no Berardo e no Banif, porque fecharam um hotel de cinco estrelas para os investidores no "off shore". Por outras palavras, a nossa querida classe política das feiras e dos comícios mostra-se totalmente incapaz de compreender o todo do sistema em que se insere, demonstrando à saciedade como estão a falhar as canalizações representativas que a ligavam ao povão.Quando agora peroram sobre a roubalheira bancária que atingiu o irmão-inimigo do partido feito à sua imagem e semelhança, atirando pedradas às vidraças do vizinho, é natural que, ao chegarem a casa, encontrem as suas quebradas. Isto é, com tantas bombas de fragmentação, todos têm o corpo de campanha cheio de estilhaços, mesmo que as glosas sobre o BPN tenham feito esquecer o Freeport e quase amnistiado o BCP e o BPP, ao mesmo tempo que lançaram alguns dejectos sobre o Banco de Portugal e a Presidência da República, enquanto se continua a lançar lixo sobre ambas as magistraturas.A campanha que agora atinge o seu auge apenas confirmou que o aparelho de poder do principado continua a asfixiar a comunidade, ou república, confirmando-se a falta de autonomia da sociedade civil e continuando-se este processo de desinstitucionalização em curso. Veja-se o caso dos professores, onde os interesses de propaganda de Sócrates preferiram a amnutenção de uma ministra e dos seus ajudantes, atirando os docentes para o desespero de cem mil manifestantes na rua, agora reduzidos aos que querem obedecer aos discursos de Mário Nogueira, já sem a autenticidade da primeira descida do Marquês para o Terreiro do Paço.Mas o que aconteceu aos professores, quase se repetiu com magistrados, polícias, médicos, farmacêuticos e todos os outros grupos que escapavam às garras do hierarquismo da administração directa do Estado e que não liam pela cartilha do pensamento único, expresso por Augusto Santos Silva ou Pedro Silva Pereira, agora revisto e acrescentado por Vital Moreira e Ana Gomes, ou contraposto pelo oposicionismo verboso de Rangel e dos seus repetidores. Os resultados estão à vista, com o crescimento dos apoios sociológicos ao Bloco de Esquerda e à continuidade do cunhalismo, transformando a república dos portugueses num caso "sui generis" de contraciclo na União Europeia, onde a jangada de pedra está a rumar cada vez mais para o estrondo islandês, dado que os nossos glaciares assentam cada vez na subsidiodependência de um voto marcado por uma visita a uma unidade de cuidados continuados de um "Welfare State" transformado em conspiração de avós e netos, entre a economia salazarenta e engenharia subsidiocrática do socratismo, à procura do primeiro "Magalhães" que nos iluda e obtenha a concessão perpétua pela autarquia de mais um terreno gratuito para o alargamento da fabriqueta...

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