o café dos loucos

22-01-2012
marcar artigo


ESTE TÓQUIOPaz, guerra, religião,Revolução, não servem de nada.Estas sementes de horror no ágilPolegar e cérebrozinho avarentoQue aprendeu a apanhar bananasCom um pau.Os milhões de nós inúteisUns para os outros ou para o mundoOu para nós próprios, os sofredores do realOu da mente — este mundoNão passa de um sonho? ou a vida humanaUm pesadelo enxertado em solidezDe planeta — mental, mental,Tremor de sol — louvaO mal, despreza a liberdade com De SadeOu o mais alto dantesco esplendor do DeusOu Luz infinita ou Vida ou AmorOu simples anjo de ouropel noCéu de candy dos pobres —Divindade mental ou beleza, todos,Platão, Aquinas, Buda,Dionísio da Cruz, todasAs dores ou prazeres infernos ouO que em razão ou carneLógica, visão, música, ouConcocção de todas as faculdades& pensamento tende — tende — para isto:Este vistoso apartamento dos ricos.O conforto dos E.U. Por si mesmo.As duas raparigas tímidas e trémulasQue se acariciavam em espectáculoPor mil yen à nossa frente homens— Num quarto gelado — para comprar à famíliaUma refeição. Este baldio deArame sujidade carris chapas de estanho blocosBebés, estudantes, velhos corruptos.VivemosNo encontro do sol e da terra.Vivemos — vivemos — e todas as nossas vidasLevaram a isto, a esta cidade,Que em breve é o mundo, estaImpotência onde o amor do homemOu o ódio do homem a ninguémImporta, ama se queres ouContempla ou escreve ou ensinaMas sabe no teu tutano humano tuQue lês, que tudo o que pisasÉ terramoto podridão e matéria mentalTrémula, liberdade é um vazio,Paz guerra religião revoluçãoNão servem de nada.Gary Snyder, in "Antologia da novíssima poesia norte americana" futura, 1973trad. Manuel Seabra


ESTE TÓQUIOPaz, guerra, religião,Revolução, não servem de nada.Estas sementes de horror no ágilPolegar e cérebrozinho avarentoQue aprendeu a apanhar bananasCom um pau.Os milhões de nós inúteisUns para os outros ou para o mundoOu para nós próprios, os sofredores do realOu da mente — este mundoNão passa de um sonho? ou a vida humanaUm pesadelo enxertado em solidezDe planeta — mental, mental,Tremor de sol — louvaO mal, despreza a liberdade com De SadeOu o mais alto dantesco esplendor do DeusOu Luz infinita ou Vida ou AmorOu simples anjo de ouropel noCéu de candy dos pobres —Divindade mental ou beleza, todos,Platão, Aquinas, Buda,Dionísio da Cruz, todasAs dores ou prazeres infernos ouO que em razão ou carneLógica, visão, música, ouConcocção de todas as faculdades& pensamento tende — tende — para isto:Este vistoso apartamento dos ricos.O conforto dos E.U. Por si mesmo.As duas raparigas tímidas e trémulasQue se acariciavam em espectáculoPor mil yen à nossa frente homens— Num quarto gelado — para comprar à famíliaUma refeição. Este baldio deArame sujidade carris chapas de estanho blocosBebés, estudantes, velhos corruptos.VivemosNo encontro do sol e da terra.Vivemos — vivemos — e todas as nossas vidasLevaram a isto, a esta cidade,Que em breve é o mundo, estaImpotência onde o amor do homemOu o ódio do homem a ninguémImporta, ama se queres ouContempla ou escreve ou ensinaMas sabe no teu tutano humano tuQue lês, que tudo o que pisasÉ terramoto podridão e matéria mentalTrémula, liberdade é um vazio,Paz guerra religião revoluçãoNão servem de nada.Gary Snyder, in "Antologia da novíssima poesia norte americana" futura, 1973trad. Manuel Seabra

marcar artigo