Fusão da PT com a Oi abre espaço para a ZON em África - Analistas

20-10-2013
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"Encaramos as movimentações nos ativos em África como uma maneira possível de financiar as necessidades do Brasil, sobretudo naquilo que o presidente executivo pode fazer para melhorar o 'free cash flow' e as perdas na Oi", afirma o Barclays numa nota aos investidores.

O Bank of America Merril Lynch, o braço de investimento do Bank of America, também partilha da mesma interpretação: "A venda da Companhia de Telecomunicações de Macau mostra que a Portugal Telecom pode estar recetiva a negociar se o preço for interessante", dizem os analistas, que consideram que os ativos da empresa em África, detidos pela participação de 75% na Africatel, valem 1,5 mil milhões de euros.

A eventual venda destes ativos abriria espaço para um reforço da ZON em Angola e em África, e seria uma das primeiras grandes decisões de Miguel Almeida, o novo presidente executivo da empresa que resultou da fusão entre a ZON e a Optimus, que teve este mês a primeira reunião da nova administração, e na qual a empresária Isabel dos Santos compareceu pela primeira vez.

A venda dos ativos em África não é, no entanto, admitida por Zeinal Bava, que nas entrevistas e conferências que deu durante a apresentação do processo de fusão, disse que a Africatel era para manter, apesar de admitir que o foco da nova empresa, que por agora é simplesmente conhecida por Corpco, era "Portugal e o Brasil".

A ZON/Optimus tem uma participação de 30% da ZAP, a operadora angolana de telecomunicações, principalmente televisão, que valeu, no primeiro semestre deste ano, uma receita de 21 milhões de euros, o que revela uma subida de 53,5% face ao mesmo período do ano passado.

Na avaliação que a empresa fez deste negócio na apresentação do relatório e contas dos primeiros seis meses do ano, lê-se que "negócio continua a desenvolver-se de uma forma extremamente positiva, com continuação da forte expansão da base de clientes todos os meses, mantendo simultaneamente um nível saudável de ARPU (receita média por utilizador, ou 'average revenue per user' em inglês').

A Unitel, detida a 25% pela Portugal Telecom, sendo outros 25% da Geni Holding, que é controlada parcialmente Isabel dos Santos, subiu 9,5% em receitas no primeiro semestre, para 1.033 milhões de dólares.

"No primeiro semestre deste ano, a Unitel apresentou um forte desempenho operacional e financeiro, suportado por campanhas bem sucedidas cujo objetivo é o aumento da penetração da banda larga móvel e a promoção do serviço de voz", lê-se no relatório e contas da PT relativo aos primeiros seis meses deste ano.

África é o maior mercado de telecomunicações em crescimento, tendo mais telemóveis ativos que a Europa ou os Estados Unidos, de acordo com o relatório do Banco Mundial ICT Africa 2012.

MBA // PJA

Lusa/Fim

"Encaramos as movimentações nos ativos em África como uma maneira possível de financiar as necessidades do Brasil, sobretudo naquilo que o presidente executivo pode fazer para melhorar o 'free cash flow' e as perdas na Oi", afirma o Barclays numa nota aos investidores.

O Bank of America Merril Lynch, o braço de investimento do Bank of America, também partilha da mesma interpretação: "A venda da Companhia de Telecomunicações de Macau mostra que a Portugal Telecom pode estar recetiva a negociar se o preço for interessante", dizem os analistas, que consideram que os ativos da empresa em África, detidos pela participação de 75% na Africatel, valem 1,5 mil milhões de euros.

A eventual venda destes ativos abriria espaço para um reforço da ZON em Angola e em África, e seria uma das primeiras grandes decisões de Miguel Almeida, o novo presidente executivo da empresa que resultou da fusão entre a ZON e a Optimus, que teve este mês a primeira reunião da nova administração, e na qual a empresária Isabel dos Santos compareceu pela primeira vez.

A venda dos ativos em África não é, no entanto, admitida por Zeinal Bava, que nas entrevistas e conferências que deu durante a apresentação do processo de fusão, disse que a Africatel era para manter, apesar de admitir que o foco da nova empresa, que por agora é simplesmente conhecida por Corpco, era "Portugal e o Brasil".

A ZON/Optimus tem uma participação de 30% da ZAP, a operadora angolana de telecomunicações, principalmente televisão, que valeu, no primeiro semestre deste ano, uma receita de 21 milhões de euros, o que revela uma subida de 53,5% face ao mesmo período do ano passado.

Na avaliação que a empresa fez deste negócio na apresentação do relatório e contas dos primeiros seis meses do ano, lê-se que "negócio continua a desenvolver-se de uma forma extremamente positiva, com continuação da forte expansão da base de clientes todos os meses, mantendo simultaneamente um nível saudável de ARPU (receita média por utilizador, ou 'average revenue per user' em inglês').

A Unitel, detida a 25% pela Portugal Telecom, sendo outros 25% da Geni Holding, que é controlada parcialmente Isabel dos Santos, subiu 9,5% em receitas no primeiro semestre, para 1.033 milhões de dólares.

"No primeiro semestre deste ano, a Unitel apresentou um forte desempenho operacional e financeiro, suportado por campanhas bem sucedidas cujo objetivo é o aumento da penetração da banda larga móvel e a promoção do serviço de voz", lê-se no relatório e contas da PT relativo aos primeiros seis meses deste ano.

África é o maior mercado de telecomunicações em crescimento, tendo mais telemóveis ativos que a Europa ou os Estados Unidos, de acordo com o relatório do Banco Mundial ICT Africa 2012.

MBA // PJA

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