jazz e arredores: Sexteto de Cordas, dirigido por Ernesto Rodrigues

01-07-2011
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Sexteto de Cordas, dirigido por Ernesto Rodrigues

Trem Azul, prosseguindo a bem-aventurada série de concertos que tem vindo a promover ao fim da tarde (19h30) na sua Jazz Store, em Lisboa, acolheu desta vez a estreia mundial do Sexteto de Cordas , dirigido Ernesto Rodrigues. Além do violista e director, a formação inclui Manuel Mota, guitarra acústica; Pedro Costa, violino; Hernâni Faustino, contrabaixo; Eduardo Raum, harpa; e Guilherme Rodrigues, violoncelo. , prosseguindo a bem-aventurada série de concertos que tem vindo a promover ao fim da tarde (19h30) na sua Jazz Store, em Lisboa, acolheu desta vez a estreia mundial do, dirigido. Além do violista e director, a formação inclui, guitarra acústica;, violino;, contrabaixo;, harpa; e, violoncelo.

Durante pouco mais de meia hora, o Sexteto executou duas peças de música delicadamente pontilhística, livremente improvisada, expressas num idioma que, se não totalmente familiar a todos os executantes, se apresentou de modo a fazer com que as diferentes partes se integrassem plenamente na progressão colectiva. Contrastes, dinâmicas vivas e boa gestão de intensidades, criaram uma interessante tapeçaria sonora de tonalidades escuras, como um drone que ia perdendo e adquirindo carga na sua sinuosa e elegante evolução.

Todavia, o mais cativante da performance foi a forma gentil e graciosa como se entrelaçaram as texturas criadas pelos diferentes cordofones, seguindo uma pulsão rítmica interna, irregular e assimétrica, tecida por uma infinidade de fragmentos melódicos, poalha recolhida e reposta em jogo pelo trabalho de sustentação da harpa e do contrabaixo. O resto foi o extravasar da enorme riqueza tímbrica das cordas, num set de música de câmara com muitas arestas, oscilações e inflexões de guitarra, violino, viola, violoncelo e contrabaixo, ligados entre si por uma corrente de energia criativa, para a qual contribuiram os protagonistas com o que têm: ideias próprias para o colectivo e instantâneo desenvolvimento musical.

Apesar da boa qualidade artística, vezes houve em que se notou algum desinvestimento na direcção musical, com os músicos ocasionalmente “aos papéis”, facto que é, simultaneamente, o mais difícil e o mais fácil de acontecer na improvisação livre – um género em que não há “papéis” e em que “andar aos papéis” é um dos riscos inerentes à prática musical sem rede –, controlo imediatamente retomado no ciclo seguinte, muito porque estes músicos souberam fazer uso do sentido de oportunidade, ouviram-se entre si e comunicaram quando sentiram que o momento era propício.

Sexteto de Cordas, dirigido por Ernesto Rodrigues

Trem Azul, prosseguindo a bem-aventurada série de concertos que tem vindo a promover ao fim da tarde (19h30) na sua Jazz Store, em Lisboa, acolheu desta vez a estreia mundial do Sexteto de Cordas , dirigido Ernesto Rodrigues. Além do violista e director, a formação inclui Manuel Mota, guitarra acústica; Pedro Costa, violino; Hernâni Faustino, contrabaixo; Eduardo Raum, harpa; e Guilherme Rodrigues, violoncelo. , prosseguindo a bem-aventurada série de concertos que tem vindo a promover ao fim da tarde (19h30) na sua Jazz Store, em Lisboa, acolheu desta vez a estreia mundial do, dirigido. Além do violista e director, a formação inclui, guitarra acústica;, violino;, contrabaixo;, harpa; e, violoncelo.

Durante pouco mais de meia hora, o Sexteto executou duas peças de música delicadamente pontilhística, livremente improvisada, expressas num idioma que, se não totalmente familiar a todos os executantes, se apresentou de modo a fazer com que as diferentes partes se integrassem plenamente na progressão colectiva. Contrastes, dinâmicas vivas e boa gestão de intensidades, criaram uma interessante tapeçaria sonora de tonalidades escuras, como um drone que ia perdendo e adquirindo carga na sua sinuosa e elegante evolução.

Todavia, o mais cativante da performance foi a forma gentil e graciosa como se entrelaçaram as texturas criadas pelos diferentes cordofones, seguindo uma pulsão rítmica interna, irregular e assimétrica, tecida por uma infinidade de fragmentos melódicos, poalha recolhida e reposta em jogo pelo trabalho de sustentação da harpa e do contrabaixo. O resto foi o extravasar da enorme riqueza tímbrica das cordas, num set de música de câmara com muitas arestas, oscilações e inflexões de guitarra, violino, viola, violoncelo e contrabaixo, ligados entre si por uma corrente de energia criativa, para a qual contribuiram os protagonistas com o que têm: ideias próprias para o colectivo e instantâneo desenvolvimento musical.

Apesar da boa qualidade artística, vezes houve em que se notou algum desinvestimento na direcção musical, com os músicos ocasionalmente “aos papéis”, facto que é, simultaneamente, o mais difícil e o mais fácil de acontecer na improvisação livre – um género em que não há “papéis” e em que “andar aos papéis” é um dos riscos inerentes à prática musical sem rede –, controlo imediatamente retomado no ciclo seguinte, muito porque estes músicos souberam fazer uso do sentido de oportunidade, ouviram-se entre si e comunicaram quando sentiram que o momento era propício.

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