No Cais do Tejo (o Aterro em 1881), Alfredo Keil, 1881Longe, onde o rio encontra o mar,Sentei-me hoje, sob o sol poente,Com um sorriso infantil e crente,A ouvir lendas de um lobo do mar.Mais do que os quadros emocionantesQue com as suas palavras descrevia,Eram outras, mil histórias que eu ouviaNas suas rugas e nos olhos cintilantes...Agora está velho. Os barcos partem sem ele.Mas mantém dignamente o ar altivo e forte,Duma proa a desafiar as águas, a sorte.E quando, alto, as vagas se fizeram ouvir,Foi entre soluços que conseguiu falar:«Ouves o mar? Está a chamar-me...»
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No Cais do Tejo (o Aterro em 1881), Alfredo Keil, 1881Longe, onde o rio encontra o mar,Sentei-me hoje, sob o sol poente,Com um sorriso infantil e crente,A ouvir lendas de um lobo do mar.Mais do que os quadros emocionantesQue com as suas palavras descrevia,Eram outras, mil histórias que eu ouviaNas suas rugas e nos olhos cintilantes...Agora está velho. Os barcos partem sem ele.Mas mantém dignamente o ar altivo e forte,Duma proa a desafiar as águas, a sorte.E quando, alto, as vagas se fizeram ouvir,Foi entre soluços que conseguiu falar:«Ouves o mar? Está a chamar-me...»