NOVA ÁGUIA: REVISTA DE CULTURA PARA O SÉCULO XXI: Ordem e Progresso, ou Amor e Liberdade?

27-01-2012
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«(...) o Útil e o Inútil estão sempre em referência (...) à nossa vida (...) o Objectivo e o Subjectivo são uma e a mesma coisa visto serem os nossos próprios olhos a verem e doutra maneira não existirem as coisas; e que não há o Mais Intelectual e o Mais Emotivo porquanto todo o sensível é inteligível, todo o inteligível é sensível (...). Todo o Objecto é Emocional - toda a Emoção é Objectiva.O mal do tempo não é da Tolerância nem da Intolerância, sei que ambas navegam o mesmo Mar, como não podia deixar de ser e creio que o pior é o fruto de pensar-se se devemos ou não ser tolerantes. Tudo é e não é alternadamente, ou tudo é o mesmo com aspectos diferentes. Se toda a medalha tem reverso, ao homem corresponde o santo e o assassino, a fúria e a paciência, o crime e a bondade, o ódio e o amor, a arrogância e a humilhação, o mau e o bom. Tudo é ambivalente. Acreditar em Deus é acreditar-se num Eu que existe em nós na medida em que se acredita, acreditar-se no Diabo é ainda ser-se Diabo, subir-se a montanhas e descer-se a vales é também ser-se montanha e vale, adorar a Pedra é ser Pedra!A vida Pretendida não é outra do que a que perdemos na Infância - roubada na própria Infância! - esse Mundo da Fantasia (...) de Imaginativos e Travessos e Amorosos de qualquer espécie, que a todo o momento constroem um Mundo Infinito-Completo-Complexo-Simples, sempre harmonioso, até no choque, e sempre desejado - que o homem perde e nunca mais encontra depois de ultrapassada a porta da Revolta na Adolescência.Está este (homem dito grande) numa enorme crise com a sua ânsia de harmonia forçada, de estabilidade, de ordem e de progresso nisto tudo. No Mundo das Crianças a autoridade alheia é inadmissível e o homem comum um sujeito que não existe. Não há compromissos entre o Capital e o Trabalho; os compromissos tomados são doutra ordem, e no Poeta são os únicos que acontecem até ao fim: o AMOR e a LIBERDADE - pois o compromisso é com o AMOR, o acto um acto LIVRE e o Tempo ÚNICO.Precisamente: não pretendo legislar, mas encontrar. E se venho falar-vos é porque isso é ainda uma forma de encontro. (...)Necessária se torna não esta linguagem física, que é a nossa, não esta que serve para comunicar e é uma aderência estranha ao Corpo, que funciona com autonomia e podemos considerar como um corpo só que adere, mas não pertence, mas aquela que é completação do próprio Corpo, que é sua manifestação profunda e não algo exterior de que se serve; não esta humana que aponta e traça uma longa geometria sobre que joga e é um utensílio de comunicação, mas outra que seja precisamente não um substituto, mas o próprio movimento da realidade em troca desta que a indica, que a fixa, mas não a contém.Eu ouço: é o som que contém o corpo, não as palavras (...).»António Maria Lisboa, PoesiaAgradecida pela paciência que me tiveram, e pela impaciência.And Start to Move, or Move to the Star-t:Love is here to stay : «permanecendo, permanecendo*»(*Verbo no Ger'ún-dio)


«(...) o Útil e o Inútil estão sempre em referência (...) à nossa vida (...) o Objectivo e o Subjectivo são uma e a mesma coisa visto serem os nossos próprios olhos a verem e doutra maneira não existirem as coisas; e que não há o Mais Intelectual e o Mais Emotivo porquanto todo o sensível é inteligível, todo o inteligível é sensível (...). Todo o Objecto é Emocional - toda a Emoção é Objectiva.O mal do tempo não é da Tolerância nem da Intolerância, sei que ambas navegam o mesmo Mar, como não podia deixar de ser e creio que o pior é o fruto de pensar-se se devemos ou não ser tolerantes. Tudo é e não é alternadamente, ou tudo é o mesmo com aspectos diferentes. Se toda a medalha tem reverso, ao homem corresponde o santo e o assassino, a fúria e a paciência, o crime e a bondade, o ódio e o amor, a arrogância e a humilhação, o mau e o bom. Tudo é ambivalente. Acreditar em Deus é acreditar-se num Eu que existe em nós na medida em que se acredita, acreditar-se no Diabo é ainda ser-se Diabo, subir-se a montanhas e descer-se a vales é também ser-se montanha e vale, adorar a Pedra é ser Pedra!A vida Pretendida não é outra do que a que perdemos na Infância - roubada na própria Infância! - esse Mundo da Fantasia (...) de Imaginativos e Travessos e Amorosos de qualquer espécie, que a todo o momento constroem um Mundo Infinito-Completo-Complexo-Simples, sempre harmonioso, até no choque, e sempre desejado - que o homem perde e nunca mais encontra depois de ultrapassada a porta da Revolta na Adolescência.Está este (homem dito grande) numa enorme crise com a sua ânsia de harmonia forçada, de estabilidade, de ordem e de progresso nisto tudo. No Mundo das Crianças a autoridade alheia é inadmissível e o homem comum um sujeito que não existe. Não há compromissos entre o Capital e o Trabalho; os compromissos tomados são doutra ordem, e no Poeta são os únicos que acontecem até ao fim: o AMOR e a LIBERDADE - pois o compromisso é com o AMOR, o acto um acto LIVRE e o Tempo ÚNICO.Precisamente: não pretendo legislar, mas encontrar. E se venho falar-vos é porque isso é ainda uma forma de encontro. (...)Necessária se torna não esta linguagem física, que é a nossa, não esta que serve para comunicar e é uma aderência estranha ao Corpo, que funciona com autonomia e podemos considerar como um corpo só que adere, mas não pertence, mas aquela que é completação do próprio Corpo, que é sua manifestação profunda e não algo exterior de que se serve; não esta humana que aponta e traça uma longa geometria sobre que joga e é um utensílio de comunicação, mas outra que seja precisamente não um substituto, mas o próprio movimento da realidade em troca desta que a indica, que a fixa, mas não a contém.Eu ouço: é o som que contém o corpo, não as palavras (...).»António Maria Lisboa, PoesiaAgradecida pela paciência que me tiveram, e pela impaciência.And Start to Move, or Move to the Star-t:Love is here to stay : «permanecendo, permanecendo*»(*Verbo no Ger'ún-dio)

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