DA MEMÓRIA…JOSÉ LANÇA-COELHO TORGA – 15 ANOS DE SAUDADE O grande Homem que foi o cidadão e o escritor Miguel Torga, deixou-nos no dia 17 de Janeiro de 1995, fez ontem quinze anos de saudade. Como, em virtude do fim-de-semana, me encontrava num local onde a Internet não funciona, aqui estou hoje, 18 de Janeiro, a render-lhe a minha humilde homenagem, com a transcrição de o único poema, escrito neste dia, nos dezasseis volumes que constituem o seu fabuloso Diário. Coimbra, 18 de Janeiro de 1949 PEQUENA HISTÓRIA DE UM MITO O pregador da vida, quando começou, Queria nascer também. E o que pregou, Pregou bem. Porque além das quimeras que pregava, Mostrava Frutos e flores em cada mão. E o povo gostava, E acreditava nele e no sermão. Mas o tempo passou, O pregador cresceu, E a sua fé murchou, E o seu amor morreu. O pregador da vida já não tem fiéis. Na sua velha igreja abandonada Não há mais nada Senão capitéis Onde a seiva parou petrificada. Miguel Torga, Diário IV, 3ª edição, Coimbra, p. 153.
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DA MEMÓRIA…JOSÉ LANÇA-COELHO TORGA – 15 ANOS DE SAUDADE O grande Homem que foi o cidadão e o escritor Miguel Torga, deixou-nos no dia 17 de Janeiro de 1995, fez ontem quinze anos de saudade. Como, em virtude do fim-de-semana, me encontrava num local onde a Internet não funciona, aqui estou hoje, 18 de Janeiro, a render-lhe a minha humilde homenagem, com a transcrição de o único poema, escrito neste dia, nos dezasseis volumes que constituem o seu fabuloso Diário. Coimbra, 18 de Janeiro de 1949 PEQUENA HISTÓRIA DE UM MITO O pregador da vida, quando começou, Queria nascer também. E o que pregou, Pregou bem. Porque além das quimeras que pregava, Mostrava Frutos e flores em cada mão. E o povo gostava, E acreditava nele e no sermão. Mas o tempo passou, O pregador cresceu, E a sua fé murchou, E o seu amor morreu. O pregador da vida já não tem fiéis. Na sua velha igreja abandonada Não há mais nada Senão capitéis Onde a seiva parou petrificada. Miguel Torga, Diário IV, 3ª edição, Coimbra, p. 153.