Câmara Corporativa: As mentiras do gato

20-01-2012
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Numa entrevista muito instrutiva, Sara Pina explica hoje à Visão como Souto Moura mentiu descaradamente em relação às declarações que a sua ex-assessora de imprensa prestou, em 2004, ao Correio da Manhã pelo telefone e que apareceram transcritas na imprensa.Souto Moura, com a “honestidade” de que os seus amigos falam, veio dizer que “o meu gabinete nada teve a ver com isso”, que “eventualmente serei culpado por não ter vigiado suficientemente aquela senhora” e que a matéria iria “ser objecto de investigação num processo pendente no DIAP de Lisboa”.Estas três declarações de Souto Moura têm uma característica em comum: são todas redondamente falsas. O gabinete de Souto Moura, ou seja, ele próprio, teve tudo a ver com a informação soprada para o Correio da Manhã, foi o então procurador-geral que deu instruções a Sara Pina e a pretensa investigação no DIAP de Lisboa foi um embuste para enganar os crédulos.Vejamos:Sara Pina afirma, com espanto, que nem sequer foi ouvida no DIAP. É de espantar, realmente. Então a pessoa que falou com o jornal nem sequer foi ouvida no inquérito? Mas, depois, compreende-se por que não foi ouvida. Sara Pina explica que todas as informações que deu eram do conhecimento de Souto Moura: “Os jornalistas colocavam-me questões que eu transmitia ao procurador-geral que me dizia o que fazer, mesmo porque eu nunca tive acesso a processos em investigação.”Perguntada sobre se tinha provas do que afirma, Sara Pina é peremptória: “Tenho.” As provas que a ex-assessora de imprensa possui são os memorandos escritos pelo punho de Souto Moura, com o qual “reunia (…) várias vezes ao dia para lhe dar conta do que se ia passando e obter as informações que devia dar.”O especialista em declarações avulsas em vãos de escada aos costumes disse nada. A Visão bem andou atrás de Souto Moura para obter um comentário sobre estas gravíssimas declarações da sua ex-assessora de imprensa, mas o ex-procurador-geral fingiu-se de morto.Ficamos à espera para ver se Souto Moura processa Sara Pina por difamação. É que a ex-assessora merece. Atraiçoou-o ao não ter sido suficientemente vigiada e, para cúmulo, aparece a acusá-lo.Quanto ao DIAP de Lisboa, fica uma dúvida: a mania de não ouvir o suspeito, não vá ele prestar declarações comprometedoras, vale em todos os processos ou este foi apenas uma excepção?


Numa entrevista muito instrutiva, Sara Pina explica hoje à Visão como Souto Moura mentiu descaradamente em relação às declarações que a sua ex-assessora de imprensa prestou, em 2004, ao Correio da Manhã pelo telefone e que apareceram transcritas na imprensa.Souto Moura, com a “honestidade” de que os seus amigos falam, veio dizer que “o meu gabinete nada teve a ver com isso”, que “eventualmente serei culpado por não ter vigiado suficientemente aquela senhora” e que a matéria iria “ser objecto de investigação num processo pendente no DIAP de Lisboa”.Estas três declarações de Souto Moura têm uma característica em comum: são todas redondamente falsas. O gabinete de Souto Moura, ou seja, ele próprio, teve tudo a ver com a informação soprada para o Correio da Manhã, foi o então procurador-geral que deu instruções a Sara Pina e a pretensa investigação no DIAP de Lisboa foi um embuste para enganar os crédulos.Vejamos:Sara Pina afirma, com espanto, que nem sequer foi ouvida no DIAP. É de espantar, realmente. Então a pessoa que falou com o jornal nem sequer foi ouvida no inquérito? Mas, depois, compreende-se por que não foi ouvida. Sara Pina explica que todas as informações que deu eram do conhecimento de Souto Moura: “Os jornalistas colocavam-me questões que eu transmitia ao procurador-geral que me dizia o que fazer, mesmo porque eu nunca tive acesso a processos em investigação.”Perguntada sobre se tinha provas do que afirma, Sara Pina é peremptória: “Tenho.” As provas que a ex-assessora de imprensa possui são os memorandos escritos pelo punho de Souto Moura, com o qual “reunia (…) várias vezes ao dia para lhe dar conta do que se ia passando e obter as informações que devia dar.”O especialista em declarações avulsas em vãos de escada aos costumes disse nada. A Visão bem andou atrás de Souto Moura para obter um comentário sobre estas gravíssimas declarações da sua ex-assessora de imprensa, mas o ex-procurador-geral fingiu-se de morto.Ficamos à espera para ver se Souto Moura processa Sara Pina por difamação. É que a ex-assessora merece. Atraiçoou-o ao não ter sido suficientemente vigiada e, para cúmulo, aparece a acusá-lo.Quanto ao DIAP de Lisboa, fica uma dúvida: a mania de não ouvir o suspeito, não vá ele prestar declarações comprometedoras, vale em todos os processos ou este foi apenas uma excepção?

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