Conheça as acções mais sensíveis ao risco político

19-10-2013
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Apesar do terramoto político não ter poupado nenhuma cotada, há títulos que estão mais dependentes do risco político.

Na sessão seguinte à demissão de Paulo Portas, na quarta-feira, nenhuma cotada nacional sobreviveu ao aumento do risco político. Já ontem, apenas duas cotadas não acompanharam a recuperação da bolsa nacional, motivada pela esperança de que o País não caia na ingovernabilidade. Apesar desta tendência, houve títulos que sofreram mais o impacto da crise governativa e que para o bem e para o mal terão a sua evolução mais condicionada pelos próximos capítulos da vida política nacional.

"Nestes períodos não há nenhuma empresa que saia isenta das tensões no mercado. Mas os sectores mais atingidos serão aqueles que irão sempre reagir em função da sua exposição à dívida portuguesa. Neste sentido, os mais afectados serão o sector financeiro e os sectores com forte componente de endividamento, como é o caso das empresas de telecomunicações e utilities", referiu o administrador da gestora Optimize, Diogo Teixeira. E foram acções de empresas com essas características que mais desvalorizaram nos momentos de pânico. Mas foram também as que mais recuperaram quando os piores receios dos investidores não se materializaram. "No cenário inverso, e depois da queda dos últimos dias, também serão essas empresas que terão tendência a valorizar mais", explica o especialista da XTB, Salvador Nobre da Veiga.

E isso foi visível nas duas últimas sessões.Se no dia em que a tempestade política se abateu com toda a violência no mercado nacional, títulos como o Banif, o BCP, o BES e a Sonae Indústria perderam mais de 10%, ontem lideraram as subidas. OBES e o Banif avançaram mais de 10%. OBCP teve ganhos de 9,88% e a Sonae Indústria de 5,56%.

O sector financeiro é particularmente sensível ao risco político. O analista da Fincor, José Sarmento, explica que os bancos "detêm em carteira Obrigações do Tesouro Português, que tendem a desvalorizar quando o risco político aumenta". E se as acções tiveram subidas e descidas vertiginosas, os títulos de dívida pública não ficaram atrás. Logo após ser noticiada a demissão de Paulo Portas, a taxa a dez anos subiu de 6,4% para 6,7%. Na sessão seguinte chegou a ultrapassar a fasquia dos 8% e ontem terminou o dia a negociar em 7,27%.

Outro factor a ter em conta, segundo os analistas, é que o aumento do risco político dificulta o financiamento das empresas e do Estado, o que terá reflexos na economia. Assim, o administrador da Dif Broker, Pedro Lino, realça que além das acções do sector financeiro, também os títulos de "empresas que dependam do mercado interno" são dos mais afectados. Além disso, as cotadas de sectores regulados estão no grupo das mais dependentes dos próximos capítulos da política nacional.

Apesar de em algumas ocasiões o mercado não discriminar empresas em cenários de pânico, caso a situação no País continue instável a táctica é, segundo José Sarmento, o foco "em empresas com um balanço mais sólido, uma vez que empresas mais endividadas poderão passar por dificuldades no futuro se os cenários mais pessimistas sobre Portugal se vierem a verificar. Empresas com vendas para mercados com um forte crescimento deverão também ser favorecidas".

Apesar do terramoto político não ter poupado nenhuma cotada, há títulos que estão mais dependentes do risco político.

Na sessão seguinte à demissão de Paulo Portas, na quarta-feira, nenhuma cotada nacional sobreviveu ao aumento do risco político. Já ontem, apenas duas cotadas não acompanharam a recuperação da bolsa nacional, motivada pela esperança de que o País não caia na ingovernabilidade. Apesar desta tendência, houve títulos que sofreram mais o impacto da crise governativa e que para o bem e para o mal terão a sua evolução mais condicionada pelos próximos capítulos da vida política nacional.

"Nestes períodos não há nenhuma empresa que saia isenta das tensões no mercado. Mas os sectores mais atingidos serão aqueles que irão sempre reagir em função da sua exposição à dívida portuguesa. Neste sentido, os mais afectados serão o sector financeiro e os sectores com forte componente de endividamento, como é o caso das empresas de telecomunicações e utilities", referiu o administrador da gestora Optimize, Diogo Teixeira. E foram acções de empresas com essas características que mais desvalorizaram nos momentos de pânico. Mas foram também as que mais recuperaram quando os piores receios dos investidores não se materializaram. "No cenário inverso, e depois da queda dos últimos dias, também serão essas empresas que terão tendência a valorizar mais", explica o especialista da XTB, Salvador Nobre da Veiga.

E isso foi visível nas duas últimas sessões.Se no dia em que a tempestade política se abateu com toda a violência no mercado nacional, títulos como o Banif, o BCP, o BES e a Sonae Indústria perderam mais de 10%, ontem lideraram as subidas. OBES e o Banif avançaram mais de 10%. OBCP teve ganhos de 9,88% e a Sonae Indústria de 5,56%.

O sector financeiro é particularmente sensível ao risco político. O analista da Fincor, José Sarmento, explica que os bancos "detêm em carteira Obrigações do Tesouro Português, que tendem a desvalorizar quando o risco político aumenta". E se as acções tiveram subidas e descidas vertiginosas, os títulos de dívida pública não ficaram atrás. Logo após ser noticiada a demissão de Paulo Portas, a taxa a dez anos subiu de 6,4% para 6,7%. Na sessão seguinte chegou a ultrapassar a fasquia dos 8% e ontem terminou o dia a negociar em 7,27%.

Outro factor a ter em conta, segundo os analistas, é que o aumento do risco político dificulta o financiamento das empresas e do Estado, o que terá reflexos na economia. Assim, o administrador da Dif Broker, Pedro Lino, realça que além das acções do sector financeiro, também os títulos de "empresas que dependam do mercado interno" são dos mais afectados. Além disso, as cotadas de sectores regulados estão no grupo das mais dependentes dos próximos capítulos da política nacional.

Apesar de em algumas ocasiões o mercado não discriminar empresas em cenários de pânico, caso a situação no País continue instável a táctica é, segundo José Sarmento, o foco "em empresas com um balanço mais sólido, uma vez que empresas mais endividadas poderão passar por dificuldades no futuro se os cenários mais pessimistas sobre Portugal se vierem a verificar. Empresas com vendas para mercados com um forte crescimento deverão também ser favorecidas".

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