Entre as brumas da memória: Utopia com pés na terra

28-01-2012
marcar artigo

Duas semanas depois de 15 de Maio, os «acampados» decidiram permanecer na Puerta del Sol e na Plaza de Catalunya. Não sei se nas 797 localidades espalhadas pelo mundo inteiro, que até hoje se solidarizaram com a iniciativa espanhola, existem mais ou menos discussões acaloradas do que em Portugal sobre aplauso ou condenação das mesmas. Mas, por cá, a ajuizar pelas controvérsias que ontem inundaram alguns blogues, os ânimos estão longe de se acalmar.
Nada tendo a ver com a repulsa de alguns, e não me revendo no «nim» de outros, um texto encontrado hoje no Publico.es – 15-M: La nueva utopía tiene los pies en el suelo – reflecte o meu posicionamento em relação ao que tenho visto e ao que tenho lido: «Aconteça o que acontecer, o 15-M deixou uma pegada que não poderá ser apagada como se nada se tivesse passado. E marcará todo o conjunto das esquerdas, gostem ou não os seus dirigentes».
O artigo cita um grande número de analistas e merece ser lido na íntegra. Retiro algumas afirmações: «La mayoría de propuestas son muy sensatas y tienen un apoyo abrumador en las encuestas desde hace tiempo», «Cualquier político que aspire a ganar debería escuchar a este movimiento porque sus opiniones han calado muchísimo», «No se diluirá si la plaza se agota. Y como tiene un método organizativo propio y tremendamente eficaz gracias a las redes sociales, en cualquier momento podrá volver a la plaza». E, sobretudo, «en dos semanas han logrado que se vuelva a hablar de política y con una seriedad impresionante».
Claro que o Rossio não é a Puerta del Sol, e não pretendo extrapolar nem tirar conclusões fáceis do que é necessariamente diverso, mas é do mesmo tipo de acontecimento que estamos a falar. E como acabo de ler que está em preparação uma manifestação mundial, anunciada para 15 de Outubro, mais vale retirar as vendas dos olhos e olhar para a realidade que aí vem – inevitávelmente.
Por tudo isto, custa-me muito perceber (ou percebo?...) a recusa apriorística de alguma esquerda em aderir, escutar, participar, TER ESPERANÇA. Em vez de achincalhar, condenar, sublinhar defeitos e perigos ou aconselhar caldos de galinha..

Duas semanas depois de 15 de Maio, os «acampados» decidiram permanecer na Puerta del Sol e na Plaza de Catalunya. Não sei se nas 797 localidades espalhadas pelo mundo inteiro, que até hoje se solidarizaram com a iniciativa espanhola, existem mais ou menos discussões acaloradas do que em Portugal sobre aplauso ou condenação das mesmas. Mas, por cá, a ajuizar pelas controvérsias que ontem inundaram alguns blogues, os ânimos estão longe de se acalmar.
Nada tendo a ver com a repulsa de alguns, e não me revendo no «nim» de outros, um texto encontrado hoje no Publico.es – 15-M: La nueva utopía tiene los pies en el suelo – reflecte o meu posicionamento em relação ao que tenho visto e ao que tenho lido: «Aconteça o que acontecer, o 15-M deixou uma pegada que não poderá ser apagada como se nada se tivesse passado. E marcará todo o conjunto das esquerdas, gostem ou não os seus dirigentes».
O artigo cita um grande número de analistas e merece ser lido na íntegra. Retiro algumas afirmações: «La mayoría de propuestas son muy sensatas y tienen un apoyo abrumador en las encuestas desde hace tiempo», «Cualquier político que aspire a ganar debería escuchar a este movimiento porque sus opiniones han calado muchísimo», «No se diluirá si la plaza se agota. Y como tiene un método organizativo propio y tremendamente eficaz gracias a las redes sociales, en cualquier momento podrá volver a la plaza». E, sobretudo, «en dos semanas han logrado que se vuelva a hablar de política y con una seriedad impresionante».
Claro que o Rossio não é a Puerta del Sol, e não pretendo extrapolar nem tirar conclusões fáceis do que é necessariamente diverso, mas é do mesmo tipo de acontecimento que estamos a falar. E como acabo de ler que está em preparação uma manifestação mundial, anunciada para 15 de Outubro, mais vale retirar as vendas dos olhos e olhar para a realidade que aí vem – inevitávelmente.
Por tudo isto, custa-me muito perceber (ou percebo?...) a recusa apriorística de alguma esquerda em aderir, escutar, participar, TER ESPERANÇA. Em vez de achincalhar, condenar, sublinhar defeitos e perigos ou aconselhar caldos de galinha..

marcar artigo