Albergue Espanhol

18-04-2015
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João Gomes de Almeida

João Gomes de Almeida 15.05.11

Sou monárquico até às entranhas, ao ponto de achar que ninguém o deve ser de ânimo leve. Sou monárquico, nos dias de hoje, porque acredito que este é o regime que melhor se adequa ao nosso país, garantindo mais estabilidade política e uma chefia de estado independente dos partidos. Como tal, sou um monárquico que acredita no futuro da monarquia, o que é bastante raro em Portugal.

Conheço muitos e bons monárquicos, mas reconheço que como colectivo somos maus. Na maioria, temos uma tendência parva para nos tornarmos saudosistas manhosos, intelectuais de salão e velhos jarretas reaccionários. Achamos que estamos certos e até tenho certeza que o estamos, no entanto, achamos que as nossas opiniões se autolegitimam por obra e graça de S. Nuno de Álvares Pereira. Para nós, monárquicos, não interessa irmos para a rua, não importa comunicarmos os nossos ideais e lutarmos por aquilo em que acreditamos. O mais importante, é estarmos unidos na convicção da nossa verdade, morrendo lentamente enquanto movimento, enroscados na confortável mantinha da resignação republicana.

Os últimos tempos têm sido um pouco diferentes. Existiu o 31 da armada e o episódio da bandeira na Câmara Municipal de Lisboa, o IDP cresceu alicerçado na força do Professor Mendo Castro Henriques e as redes sociais serviram de fóruns de discussão sobre a monarquia. Algo mudou, infelizmente muito pouco. As estruturas monárquicas, que nos representam institucionalmente, continuam essencialmente moribundas. Os dirigentes de hoje são os dirigentes de há 30 anos e os filhos e netos dos dirigentes de há 30 anos. Não incomodamos ninguém, não trabalhamos enquanto grupo, não nos renovamos e temos uma tendência confusa de temer tudo o que venha de novo. Somos essencialmente seres politicamente confusos, hesitantes entre seguir em frente ou contentarmo-nos com o passado.

Não foi preciso ir ao congresso deste fim-de-semana da Causa Real, para perceber que já era hora dos dirigentes monárquicos de sempre abrirem portas à renovação, ouvirem os monárquicos do amanhã e fazerem algo para deixarmos de ser menos dia após dia.

João Gomes de Almeida

João Gomes de Almeida 15.05.11

Sou monárquico até às entranhas, ao ponto de achar que ninguém o deve ser de ânimo leve. Sou monárquico, nos dias de hoje, porque acredito que este é o regime que melhor se adequa ao nosso país, garantindo mais estabilidade política e uma chefia de estado independente dos partidos. Como tal, sou um monárquico que acredita no futuro da monarquia, o que é bastante raro em Portugal.

Conheço muitos e bons monárquicos, mas reconheço que como colectivo somos maus. Na maioria, temos uma tendência parva para nos tornarmos saudosistas manhosos, intelectuais de salão e velhos jarretas reaccionários. Achamos que estamos certos e até tenho certeza que o estamos, no entanto, achamos que as nossas opiniões se autolegitimam por obra e graça de S. Nuno de Álvares Pereira. Para nós, monárquicos, não interessa irmos para a rua, não importa comunicarmos os nossos ideais e lutarmos por aquilo em que acreditamos. O mais importante, é estarmos unidos na convicção da nossa verdade, morrendo lentamente enquanto movimento, enroscados na confortável mantinha da resignação republicana.

Os últimos tempos têm sido um pouco diferentes. Existiu o 31 da armada e o episódio da bandeira na Câmara Municipal de Lisboa, o IDP cresceu alicerçado na força do Professor Mendo Castro Henriques e as redes sociais serviram de fóruns de discussão sobre a monarquia. Algo mudou, infelizmente muito pouco. As estruturas monárquicas, que nos representam institucionalmente, continuam essencialmente moribundas. Os dirigentes de hoje são os dirigentes de há 30 anos e os filhos e netos dos dirigentes de há 30 anos. Não incomodamos ninguém, não trabalhamos enquanto grupo, não nos renovamos e temos uma tendência confusa de temer tudo o que venha de novo. Somos essencialmente seres politicamente confusos, hesitantes entre seguir em frente ou contentarmo-nos com o passado.

Não foi preciso ir ao congresso deste fim-de-semana da Causa Real, para perceber que já era hora dos dirigentes monárquicos de sempre abrirem portas à renovação, ouvirem os monárquicos do amanhã e fazerem algo para deixarmos de ser menos dia após dia.

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