Troncos da Mesma Raiz

12-01-2012
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Uma noite quente, a de ontem. Alguma expectativa, bastantes dúvidas em relação a alguns resultados.

Cada partido diz o que mais convém: O PS que é o partido mais votado nestas eleições autárquicas. O PSD que conquista o maior número de câmaras e de freguesias. Jerónimo de Sousa falou de uma teoria da conspiração contra a CDU, por algum motivo. Portas mostrou-se satisfeito por uma subida moderada nos resultados. Francisco Louça assumiu claramente a derrota do Bloco de Esquerda.

Uma análise mais detalhada aos resultados:

O PS conseguiu mais votos, mais câmaras e mais mandatos do que em 2005.

Apesar das muitas dúvidas, António Costa foi reeleito por uma margem confortável, conseguindo uma maioria absoluta que se julgava impossível. O PS conseguiu vencer, incrivelmente, em locais como Leiria (destronando Isabel Damasceno [mais uma constituída arguida]), Beja, que vinha a ser governada pelo PCP desde o 25 de Abril, Barcelos (destronando o “histórico” Fernando Reis, com cinco mandatos), em cinco concelhos no "Cavaquistão" (Viseu), conseguindo também vitórias em Figueira da Foz e Tavira, conseguindo 131 câmaras (subindo das 110 de 2005).

O PSD desceu bastante no número de câmaras, de 157 para 140, assim como em número de votos (28,27 para 23,04% nas suas candidaturas a solo) e mandatos. Tal é um sinal claro que o PSD continua a perder força política em Portugal, principalmente quando estas são (eram?) as eleições que sempre venceram com relativa facilidade.

De destacar vitórias importantes em autarquias de peso, porém. Rui Rio no Porto, que subiu os seus resultados pela 3ª vez consecutiva, o difícil de definir Luís Filipe Menezes (que voltou a insistir na demissão de M. Ferreira Leite) em Gaia, Fernando Seara em Sintra, Carlos Encarnação em Coimbra, Inácio Ribeiro em Felgueiras (!) e, a que mais dúvidas suscitava: Macário Correio em Faro, que conseguiu uma vitória por 0,42%!

Perdeu Leiria e não conseguiu destronar Mesquita Machado [há 33 anos no poder e acusado de entre outros, enriquecimento ilícito - mas que viu o caso arquivado por "falta de provas"] em Braga, com Ricardo Rio a conseguir 42,10% dos votos contra 44,89% de Mesquita.

Santana Lopes foi o grande derrotado da parte do PSD, mas assumiu que ponderava cumprir o mandato como vereador, num discurso bastante elogiado pelos críticos, se bem criticou a posição da CDU e seu pretenso “acordo político” com o PS. Será este o último momento de PSL na vida política?

Noite mista para a CDU. Desceu significativamente nos seus resultados, tendo perdido 4 câmaras (28), e descendo de 10,94 para 9,77% dos votos. Perdeu a histórica Beja, mas conseguiu manter as autarquias da margem Sul com algum conforto, reconquistando algumas câmaras que tinham entretanto perdido, como Alpiarça, Alvito e a bonita vila do Crato. Confirmou ser a 3ª força política em termos autárquicos.

O CDS concorreu, na maior parte das autarquias, em coligação com o PSD, sendo portanto complicado ter números concretos dos seus resultados. Mantém a sua única Câmara, porém, de Ponte de Lima. O CDS continua a provar não ser um partido de poder local.

Francisco Louça e seu Bloco de Esquerda são os grandes derrotados da noite, falhando nos objectivos a que se propunham: a eleição de João Teixeira Lopes no Porto e de Luís Fazenda em Lisboa. Conseguiram, como se esperava, manter a sua única câmara, mas falharam nas suas grandes apostas, com nomes sonantes do aparelho Bloquista.

Os independentes:

O bom: Fátima Felgueiras [peculato e abuso de poder] perdeu, assim como Avelino Ferreira Torres [idem].

O mau: Isaltino Morais [corrupção passiva, branqueamento de capitais e fraude fiscal] e Valentim Loureiro [apito dourado entre muitas outras situações dúbias] foram reeleitos.

A abstenção, a mais alta de sempre, atingiu os 41.7%.

E um dado interessante, que desconhecia: 90% das câmaras vão ser governadas com maioria absoluta.

Os resultados completos podem ser consultados aqui.

Uma noite quente, a de ontem. Alguma expectativa, bastantes dúvidas em relação a alguns resultados.

Cada partido diz o que mais convém: O PS que é o partido mais votado nestas eleições autárquicas. O PSD que conquista o maior número de câmaras e de freguesias. Jerónimo de Sousa falou de uma teoria da conspiração contra a CDU, por algum motivo. Portas mostrou-se satisfeito por uma subida moderada nos resultados. Francisco Louça assumiu claramente a derrota do Bloco de Esquerda.

Uma análise mais detalhada aos resultados:

O PS conseguiu mais votos, mais câmaras e mais mandatos do que em 2005.

Apesar das muitas dúvidas, António Costa foi reeleito por uma margem confortável, conseguindo uma maioria absoluta que se julgava impossível. O PS conseguiu vencer, incrivelmente, em locais como Leiria (destronando Isabel Damasceno [mais uma constituída arguida]), Beja, que vinha a ser governada pelo PCP desde o 25 de Abril, Barcelos (destronando o “histórico” Fernando Reis, com cinco mandatos), em cinco concelhos no "Cavaquistão" (Viseu), conseguindo também vitórias em Figueira da Foz e Tavira, conseguindo 131 câmaras (subindo das 110 de 2005).

O PSD desceu bastante no número de câmaras, de 157 para 140, assim como em número de votos (28,27 para 23,04% nas suas candidaturas a solo) e mandatos. Tal é um sinal claro que o PSD continua a perder força política em Portugal, principalmente quando estas são (eram?) as eleições que sempre venceram com relativa facilidade.

De destacar vitórias importantes em autarquias de peso, porém. Rui Rio no Porto, que subiu os seus resultados pela 3ª vez consecutiva, o difícil de definir Luís Filipe Menezes (que voltou a insistir na demissão de M. Ferreira Leite) em Gaia, Fernando Seara em Sintra, Carlos Encarnação em Coimbra, Inácio Ribeiro em Felgueiras (!) e, a que mais dúvidas suscitava: Macário Correio em Faro, que conseguiu uma vitória por 0,42%!

Perdeu Leiria e não conseguiu destronar Mesquita Machado [há 33 anos no poder e acusado de entre outros, enriquecimento ilícito - mas que viu o caso arquivado por "falta de provas"] em Braga, com Ricardo Rio a conseguir 42,10% dos votos contra 44,89% de Mesquita.

Santana Lopes foi o grande derrotado da parte do PSD, mas assumiu que ponderava cumprir o mandato como vereador, num discurso bastante elogiado pelos críticos, se bem criticou a posição da CDU e seu pretenso “acordo político” com o PS. Será este o último momento de PSL na vida política?

Noite mista para a CDU. Desceu significativamente nos seus resultados, tendo perdido 4 câmaras (28), e descendo de 10,94 para 9,77% dos votos. Perdeu a histórica Beja, mas conseguiu manter as autarquias da margem Sul com algum conforto, reconquistando algumas câmaras que tinham entretanto perdido, como Alpiarça, Alvito e a bonita vila do Crato. Confirmou ser a 3ª força política em termos autárquicos.

O CDS concorreu, na maior parte das autarquias, em coligação com o PSD, sendo portanto complicado ter números concretos dos seus resultados. Mantém a sua única Câmara, porém, de Ponte de Lima. O CDS continua a provar não ser um partido de poder local.

Francisco Louça e seu Bloco de Esquerda são os grandes derrotados da noite, falhando nos objectivos a que se propunham: a eleição de João Teixeira Lopes no Porto e de Luís Fazenda em Lisboa. Conseguiram, como se esperava, manter a sua única câmara, mas falharam nas suas grandes apostas, com nomes sonantes do aparelho Bloquista.

Os independentes:

O bom: Fátima Felgueiras [peculato e abuso de poder] perdeu, assim como Avelino Ferreira Torres [idem].

O mau: Isaltino Morais [corrupção passiva, branqueamento de capitais e fraude fiscal] e Valentim Loureiro [apito dourado entre muitas outras situações dúbias] foram reeleitos.

A abstenção, a mais alta de sempre, atingiu os 41.7%.

E um dado interessante, que desconhecia: 90% das câmaras vão ser governadas com maioria absoluta.

Os resultados completos podem ser consultados aqui.

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