PALAVROSSAVRVS REX: CONTRA O ESTALINSMO 'DEMOCRÁTICO' PS

04-07-2011
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A ideia de que este PS rançoso possa, apesar de toda a atracção desastrosa pelo Abismo, obter uma maioria tangencial e depois ser viabilizado pelo PP ou por uma derradeira coligação com o PSD é absolutamente intragável. Qualquer coisa de muito novo terá de ser ensaiado da próxima vez. Por isso mesmo não podia estar mais convergente com a deputada Ana Drago que defendeu, hoje à tarde, o aumento das pensões e do salário mínimo, ao apresentar a moção de estratégia da direcção, na VI Convenção do Bloco de Esquerda que decorre em Lisboa. Ana Drago elegeu como problema central da sociedade portuguesa o desemprego e apontou a responsabilidade da crise ao “bloco central de interesses, que têm governado” o país, em particular o PS que exerceu o poder executivo nos últimos quatro anos. O horrível legado do Centrão é um de irresponsabilidade, ganância, sentido corporativo. Mais que uma adesão ao ideário, há que aderir a formas de fazer política mais humanizadoras das relações entre as pessoas. O caminho para lá chegar poderá ser suave e pacífico, caso um Povo sóbrio de esta vez vote, não se abstenha e arrisque. Mas também poderá acontecer que cheguemos aos limites da nossa paciência, à intolerância mais absoluta com uma sociedade desigualitária. Nesse momento, o desespero colocará a fumegar as pedras da avenida. E será a mal que chegaremos a qualquer equilíbrio social. O caminho é o pluralismo e não a iluminância de caca do PM e dos seus tristes acólitos sôfregos, como ASS. Vale bem a pena ler o que dizem do presente momento político irrespirável em Portugal VPV (1.) e Eduardo Cintra Torres (2.), no Público: (1.) «A solidariedade não se liga e desliga de quatro em quatro anos. Coisa que manifestamente o dr. Santos Silva não percebeu. Em resposta a Edmundo Pedro, essa personagem declarou que não a preocupavam “minudências” e recusava, como bom zelota, a “autoflagelação”. E, num arranque de oratória, confessou: “Eu cá gosto é de malhar na direita” – sendo neste caso a direita “conservadora” e “reaccionária” a de origem “plebeia” (o PC) e a “chique” (o Bloco). A linguagem do sr. ministro é, como explicou Alegre com razão e repugnância, “o discurso estalinista por excelência”. O que não admira num antigo trotskista, admirador de Otelo e Pintasilgo. Mas convém lembrar que ele encarna e simboliza um método e um regime que não se limitam a sufocar o PS, sufocam Portugal. O medo e o desinteresse, infelizmente, alastraram.»; (2.) «A aflição do Governo e do PS no caso Freeport já leva ao desespero, que se traduz na violência dos seus porta-vozes contra a liberdade de imprensa. É o que anda a fazer, em pressões intoleráveis e estalinistas, o ministro Santos Silva, e fez, num programa de rádio, o deputado Arons de Carvalho. O ex-ministro Correia de Campos também ajudou à missa da cabala, mas, como os outros, nunca concretizou num único exemplo as “mentiras” da imprensa. A liberdade deixa este PS furioso. No “Fripór”, a RTP andou a cumprir os mínimos. Depois, tentou fazer a gestão dos danos de Sócrates. E o último Prós e Contras, que parecia, mais uma vez, planeado até ao detalhe pelo ministro Santos Silva e pela central de propaganda, tentou encerrar o assunto. A prestação de Fátima Campos Ferreira foi de novo um enxovalho para o jornalismo. Ela chegou a dizer que em democracia não deveria haver notícias do Freeport todos os dias — quando a democracia é precisamente a possibilidade de haver notícias todos os dias. O Prós e Prós cumpre, entre outras missões governamentais, a de sugerir à opinião pública uma configuração da esfera política do tipo corporativo salazarista: nele só existe o Governo e as corporações (médicos, economistas, patrões, advogados, etc.). Não há nem partidos da oposição nem outro tipo de organizações políticas. Só o Governo e as corporações, como na Câmara Corporativa de Salazar. O Prós e Contras transformou-se num asco e a sua apresentadora representa agora o pior do jornalismo.Entretanto, o deputado irmão da apresentadora entregou na ERC uma queixa do PSD a respeito do Prós e Contras. Mas não, nada tem que ver com o conteúdo. Luís Campos Ferreira viu um grave problema… num intervalo do Prós e Prós! O intervalo foi muito grande! O intervalo prejudicou o programa da mana! O PSD, não vivendo no medo como o PS, deixa cromos como este em roda livre. Outro cromo é o “estadista” Pedro Passos Coelho. Se ele chegar a líder do PSD, será o primeiro que lá chega pela mão do PS. Já são demasiadas as vezes que a central de propaganda lhe tem proporcionado os holofotes por portas travessas (Mário Crespo, DN, conferência Economist, etc.). No dia em que a Agitprop do Governo começar a tapá-lo nos media amigos e a tentar destruí-lo, como fazem aos verdadeiros opositores, então talvez ele se consiga apresentar como possível futuro líder da oposição. Por agora, mais parece um factotum da propaganda governamental». Ainda há quem se deixe vogar no mais normal e natural dos espíritos em face de isto e labore na ideia de que não há alternativa a esta deriva estalinista, a esta estufa de pensamento unívoco e uniforme, promovida pela tristeza do socratismo e censure a apologia do mais convicto pluralismo, venha ele de onde vier! Da panóplia de movimentos de cidadania, aquele que o BE configura é um caminho. O que mais anelo é que cresçam e consolidem muitos outros com uma leitura da realidade exigente e com uma exigência de verdade e transparência totais.


A ideia de que este PS rançoso possa, apesar de toda a atracção desastrosa pelo Abismo, obter uma maioria tangencial e depois ser viabilizado pelo PP ou por uma derradeira coligação com o PSD é absolutamente intragável. Qualquer coisa de muito novo terá de ser ensaiado da próxima vez. Por isso mesmo não podia estar mais convergente com a deputada Ana Drago que defendeu, hoje à tarde, o aumento das pensões e do salário mínimo, ao apresentar a moção de estratégia da direcção, na VI Convenção do Bloco de Esquerda que decorre em Lisboa. Ana Drago elegeu como problema central da sociedade portuguesa o desemprego e apontou a responsabilidade da crise ao “bloco central de interesses, que têm governado” o país, em particular o PS que exerceu o poder executivo nos últimos quatro anos. O horrível legado do Centrão é um de irresponsabilidade, ganância, sentido corporativo. Mais que uma adesão ao ideário, há que aderir a formas de fazer política mais humanizadoras das relações entre as pessoas. O caminho para lá chegar poderá ser suave e pacífico, caso um Povo sóbrio de esta vez vote, não se abstenha e arrisque. Mas também poderá acontecer que cheguemos aos limites da nossa paciência, à intolerância mais absoluta com uma sociedade desigualitária. Nesse momento, o desespero colocará a fumegar as pedras da avenida. E será a mal que chegaremos a qualquer equilíbrio social. O caminho é o pluralismo e não a iluminância de caca do PM e dos seus tristes acólitos sôfregos, como ASS. Vale bem a pena ler o que dizem do presente momento político irrespirável em Portugal VPV (1.) e Eduardo Cintra Torres (2.), no Público: (1.) «A solidariedade não se liga e desliga de quatro em quatro anos. Coisa que manifestamente o dr. Santos Silva não percebeu. Em resposta a Edmundo Pedro, essa personagem declarou que não a preocupavam “minudências” e recusava, como bom zelota, a “autoflagelação”. E, num arranque de oratória, confessou: “Eu cá gosto é de malhar na direita” – sendo neste caso a direita “conservadora” e “reaccionária” a de origem “plebeia” (o PC) e a “chique” (o Bloco). A linguagem do sr. ministro é, como explicou Alegre com razão e repugnância, “o discurso estalinista por excelência”. O que não admira num antigo trotskista, admirador de Otelo e Pintasilgo. Mas convém lembrar que ele encarna e simboliza um método e um regime que não se limitam a sufocar o PS, sufocam Portugal. O medo e o desinteresse, infelizmente, alastraram.»; (2.) «A aflição do Governo e do PS no caso Freeport já leva ao desespero, que se traduz na violência dos seus porta-vozes contra a liberdade de imprensa. É o que anda a fazer, em pressões intoleráveis e estalinistas, o ministro Santos Silva, e fez, num programa de rádio, o deputado Arons de Carvalho. O ex-ministro Correia de Campos também ajudou à missa da cabala, mas, como os outros, nunca concretizou num único exemplo as “mentiras” da imprensa. A liberdade deixa este PS furioso. No “Fripór”, a RTP andou a cumprir os mínimos. Depois, tentou fazer a gestão dos danos de Sócrates. E o último Prós e Contras, que parecia, mais uma vez, planeado até ao detalhe pelo ministro Santos Silva e pela central de propaganda, tentou encerrar o assunto. A prestação de Fátima Campos Ferreira foi de novo um enxovalho para o jornalismo. Ela chegou a dizer que em democracia não deveria haver notícias do Freeport todos os dias — quando a democracia é precisamente a possibilidade de haver notícias todos os dias. O Prós e Prós cumpre, entre outras missões governamentais, a de sugerir à opinião pública uma configuração da esfera política do tipo corporativo salazarista: nele só existe o Governo e as corporações (médicos, economistas, patrões, advogados, etc.). Não há nem partidos da oposição nem outro tipo de organizações políticas. Só o Governo e as corporações, como na Câmara Corporativa de Salazar. O Prós e Contras transformou-se num asco e a sua apresentadora representa agora o pior do jornalismo.Entretanto, o deputado irmão da apresentadora entregou na ERC uma queixa do PSD a respeito do Prós e Contras. Mas não, nada tem que ver com o conteúdo. Luís Campos Ferreira viu um grave problema… num intervalo do Prós e Prós! O intervalo foi muito grande! O intervalo prejudicou o programa da mana! O PSD, não vivendo no medo como o PS, deixa cromos como este em roda livre. Outro cromo é o “estadista” Pedro Passos Coelho. Se ele chegar a líder do PSD, será o primeiro que lá chega pela mão do PS. Já são demasiadas as vezes que a central de propaganda lhe tem proporcionado os holofotes por portas travessas (Mário Crespo, DN, conferência Economist, etc.). No dia em que a Agitprop do Governo começar a tapá-lo nos media amigos e a tentar destruí-lo, como fazem aos verdadeiros opositores, então talvez ele se consiga apresentar como possível futuro líder da oposição. Por agora, mais parece um factotum da propaganda governamental». Ainda há quem se deixe vogar no mais normal e natural dos espíritos em face de isto e labore na ideia de que não há alternativa a esta deriva estalinista, a esta estufa de pensamento unívoco e uniforme, promovida pela tristeza do socratismo e censure a apologia do mais convicto pluralismo, venha ele de onde vier! Da panóplia de movimentos de cidadania, aquele que o BE configura é um caminho. O que mais anelo é que cresçam e consolidem muitos outros com uma leitura da realidade exigente e com uma exigência de verdade e transparência totais.

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