portugal dos pequeninos

02-09-2020
marcar artigo


Esta tabela de "tops" literários é bastante elucidativa do "bom" gosto dos compradores de livros. À cabeça emerge a estupenda Margarida Rebelo Pinto, uma espécie de ícone da subliteratura portuguesa contemporânea e que dispensa apresentação. Depois vem Nicholas Sparks, um escrevinhador de lamechices inócuas, que é mais ou menos um equivalente, em inglês, da primeira, talvez ligeiramente mais "cor de rosa". As suas túrgidas páginas de "romance" comovem qualquer média mãe de família ou solteirona em permanente desabrochar afectivo. Também aparece a sra. D. Sveva Modignani, boa para ler em espreguiçadeiras ou enquanto se espera pelo menino à saída da escola. As mulheres sentem-se seguramente "mais mulheres" depois de a lerem. O inefável Rodrigues dos Santos e o seu "Codex 672" lá está, garboso no seu erotismo de pacotilha, como campeão de vendas. Pelo meio lá vem a caríssima correspondência entre Jorge de Sena e Sophia ou Paul Auster. Vale a pena, de vez em quando, "ler" os portugueses naquilo que eles lêem. Se é que lêem.


Esta tabela de "tops" literários é bastante elucidativa do "bom" gosto dos compradores de livros. À cabeça emerge a estupenda Margarida Rebelo Pinto, uma espécie de ícone da subliteratura portuguesa contemporânea e que dispensa apresentação. Depois vem Nicholas Sparks, um escrevinhador de lamechices inócuas, que é mais ou menos um equivalente, em inglês, da primeira, talvez ligeiramente mais "cor de rosa". As suas túrgidas páginas de "romance" comovem qualquer média mãe de família ou solteirona em permanente desabrochar afectivo. Também aparece a sra. D. Sveva Modignani, boa para ler em espreguiçadeiras ou enquanto se espera pelo menino à saída da escola. As mulheres sentem-se seguramente "mais mulheres" depois de a lerem. O inefável Rodrigues dos Santos e o seu "Codex 672" lá está, garboso no seu erotismo de pacotilha, como campeão de vendas. Pelo meio lá vem a caríssima correspondência entre Jorge de Sena e Sophia ou Paul Auster. Vale a pena, de vez em quando, "ler" os portugueses naquilo que eles lêem. Se é que lêem.

marcar artigo