A ilha dentro de mim

23-01-2012
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"500. Não há como um número sonante para nos dar conta do tempo. Do que temos pela frente, do que sempre nos parece faltar, do que gostávamos de vir a ter, mas sobretudo do que já passou. 500. Não minutos, horas ou dias, mas semanas. 500 semanas de Tribunas das Ilhas.
 
A mim, que dei a cara pelo nascimento deste projecto como sua primeira Directora-adjunta, quase parece que foi ontem, mas o número que vem na capa da edição deste jornal não engana. Passaram-se 500 semanas desde que o Tribuna das Ilhas começou a ser destribuído pelas ruas do Faial, qual uva fresca acaba de chegar, não de barco mas sim de avião, porque em Abril de 2002 não era possível (por mais incrível que possa parecer) imprimir um jornal a cores nesta ilha.
 
Hoje, olho para este número redondo e sei que esta edição nº500 representa muito mais do que o seu simples valor numérico. Não são apenas 500 jornais, 500 primeiras capas, 500 impressões, 500 fechos de edição, 500 conjuntos de notícias mais ou menos agradáveis. Mais do que a metade de mil, do que o meio caminho para qualquer coisa, este número 500 representa a vontade de ir mais além e ultrapassar o impossível que a realidade vai trazendo. Representa, sobretudo, o verdadeiro espírito da missão jornalística que é levar a cada leitor o sumo da realidade insular que nos acompanha semana a semana.
 
Lembro-me, como se fosse hoje, da loucura que foram as semanas que antecederam o nascimento deste jornal, que ajudei a construir de raiz, criando o seu projecto editorial e dando forma a um projecto gráfico. E jamais esquecerei a vontade inabalável de todos quantos acreditaram nele – e foram muitos – e dos muitos outros que nos avisaram que não valia a pena o esforço, que o jornal não duraria mais de um mês, que ninguém ia ler, etc, etc, etc...
 
Passadas estas 500 edições, sei que fez sentido acreditar e que valeu a pena cada dia dos quase dois anos que passei a correr nesta redacção em 2002 e 2003. Tal como valeu a pena cada noite sem dormir. Não é por acaso que sinto o Tribuna das Ilhas como o meu primeiro filho, pois para tomar conta das suas primeiras edições cheguei a passar 36 horas consecutivas sem sair da redacção, e sem pregar olho. Um esforço só possível graças à atenção dos muitos amigos que sempre apareciam na redacção para me trazer o almoço, o jantar ou até mesmo o pequeno-almoço...
 
Hoje, ao olhar para este número 500, acho que chegou a altura de fazer a minha homenagem pública ao homem que tornou tudo isto possível e com quem aprendi mais do poderão imaginar. Não de jornalismo profissional, mas de vida e humanidade. Porque se naquela altura eu trouxe para o Tribuna a experiência que tinha adquirido no jornalismo nacional, ele trouxe a sabedoria das suas muitas décadas de vida, que soube como ninguém conciliar com a juventude de uma redacção em efervescência. Falo, como muitos já terão percebido, do primeiro Director deste jornal, Mário Frayão, que do alto da sua energia contagiante fez vibrar este Tribuna das Ilhas. Bem haja meu querido amigo por tudo quando nos ensinou!

Hoje, passadas estas 500 edições do Tribuna das Ilhas, mais de 8 anos depois de eu ter deixado de co-dirigir o jornal e seis meses após ter suspendido a minha carteira profissional de jornalista para me dedicar de corpo e alma à nobre tarefa de representar os Açores na Assembleia da República como deputada da nação, sei que faria tudo de novo. Porque o Tribuna das Ilhas fez e ainda continua a fazer diferença na realidade faialense. Bem hajam também todos quantos por ele ainda hoje correm na redacção ou perdem horas de sono!"

Lídia Bulcão, a propósito do Tribuna das Ilhas n.500 (13/01/2012)
 
 
 


"500. Não há como um número sonante para nos dar conta do tempo. Do que temos pela frente, do que sempre nos parece faltar, do que gostávamos de vir a ter, mas sobretudo do que já passou. 500. Não minutos, horas ou dias, mas semanas. 500 semanas de Tribunas das Ilhas.
 
A mim, que dei a cara pelo nascimento deste projecto como sua primeira Directora-adjunta, quase parece que foi ontem, mas o número que vem na capa da edição deste jornal não engana. Passaram-se 500 semanas desde que o Tribuna das Ilhas começou a ser destribuído pelas ruas do Faial, qual uva fresca acaba de chegar, não de barco mas sim de avião, porque em Abril de 2002 não era possível (por mais incrível que possa parecer) imprimir um jornal a cores nesta ilha.
 
Hoje, olho para este número redondo e sei que esta edição nº500 representa muito mais do que o seu simples valor numérico. Não são apenas 500 jornais, 500 primeiras capas, 500 impressões, 500 fechos de edição, 500 conjuntos de notícias mais ou menos agradáveis. Mais do que a metade de mil, do que o meio caminho para qualquer coisa, este número 500 representa a vontade de ir mais além e ultrapassar o impossível que a realidade vai trazendo. Representa, sobretudo, o verdadeiro espírito da missão jornalística que é levar a cada leitor o sumo da realidade insular que nos acompanha semana a semana.
 
Lembro-me, como se fosse hoje, da loucura que foram as semanas que antecederam o nascimento deste jornal, que ajudei a construir de raiz, criando o seu projecto editorial e dando forma a um projecto gráfico. E jamais esquecerei a vontade inabalável de todos quantos acreditaram nele – e foram muitos – e dos muitos outros que nos avisaram que não valia a pena o esforço, que o jornal não duraria mais de um mês, que ninguém ia ler, etc, etc, etc...
 
Passadas estas 500 edições, sei que fez sentido acreditar e que valeu a pena cada dia dos quase dois anos que passei a correr nesta redacção em 2002 e 2003. Tal como valeu a pena cada noite sem dormir. Não é por acaso que sinto o Tribuna das Ilhas como o meu primeiro filho, pois para tomar conta das suas primeiras edições cheguei a passar 36 horas consecutivas sem sair da redacção, e sem pregar olho. Um esforço só possível graças à atenção dos muitos amigos que sempre apareciam na redacção para me trazer o almoço, o jantar ou até mesmo o pequeno-almoço...
 
Hoje, ao olhar para este número 500, acho que chegou a altura de fazer a minha homenagem pública ao homem que tornou tudo isto possível e com quem aprendi mais do poderão imaginar. Não de jornalismo profissional, mas de vida e humanidade. Porque se naquela altura eu trouxe para o Tribuna a experiência que tinha adquirido no jornalismo nacional, ele trouxe a sabedoria das suas muitas décadas de vida, que soube como ninguém conciliar com a juventude de uma redacção em efervescência. Falo, como muitos já terão percebido, do primeiro Director deste jornal, Mário Frayão, que do alto da sua energia contagiante fez vibrar este Tribuna das Ilhas. Bem haja meu querido amigo por tudo quando nos ensinou!

Hoje, passadas estas 500 edições do Tribuna das Ilhas, mais de 8 anos depois de eu ter deixado de co-dirigir o jornal e seis meses após ter suspendido a minha carteira profissional de jornalista para me dedicar de corpo e alma à nobre tarefa de representar os Açores na Assembleia da República como deputada da nação, sei que faria tudo de novo. Porque o Tribuna das Ilhas fez e ainda continua a fazer diferença na realidade faialense. Bem hajam também todos quantos por ele ainda hoje correm na redacção ou perdem horas de sono!"

Lídia Bulcão, a propósito do Tribuna das Ilhas n.500 (13/01/2012)
 
 
 

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