“Governo de união nacional não era má ideia”

14-10-2013
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Foi prejudicial Sócrates ter dito ao povo que tinha obtido um programa menos agressivo que a Irlanda e a Grécia.

Se não vai a bem, vai a mal. Se o novo Governo português não for capaz de explicar bem as reformas à população, os países europeus vão lhes dizer exactamente o que fazer, ultrapassando o que resta da soberania nacional, à luz do que se começa a ver na Grécia. É a opinião e o aviso de Philip Whyte, investigador e economista do ‘think tank' britânico CER. Por isso é uma boa altura para pensar num governo de união nacional, acrescenta.

Que se espera de um Governo tutelado por um programa de ajuda externa?

O contexto será determinante nesta legislatura. Esta ajuda não é grátis. Não só os termos do empréstimo são pouco favoráveis como se concede a troco de condições muito onerosas em política orçamental e em reforma no lado da oferta. Julgo que foi muito prejudicial quando o primeiro-ministro, José Sócrates, disse ao povo português que tinha obtido um programa menos agressivo que a Irlanda e a Grécia. Primeiro foi desonesto com as pessoas, porque independentemente de comparações o ajustamento será muito severo. E depois caiu muito mal em países como a Finlândia e Alemanha.

O que pode o novo Executivo aprender com a experiência da Irlanda e a Grécia?

O caso da Irlanda é diferente, mas em Portugal podemos esperar o mesmo tipo de debates que ouvimos da Grécia neste momento. A Grécia já se transformou numa espécie de colónia da UE, ou seja, as políticas já não são definidas em Atenas mas em Bruxelas, é mais o que é ordenado para executarem do que decidem eles próprios. Portugal tem de tentar antecipar esse processo. Isso cabe aos políticos, que têm de explicar muito bem às pessoas que estas reformas são necessárias antes de chegar ao ponto em que os países europeus lhes ditem exactamente o que devem fazer a seguir.

É preciso uma grande maioria para fazer isso?

Não conheço bem a política portuguesa, mas nestes tempos um Governo de união nacional não seria uma má ideia. Não sei se é possível.

Foi prejudicial Sócrates ter dito ao povo que tinha obtido um programa menos agressivo que a Irlanda e a Grécia.

Se não vai a bem, vai a mal. Se o novo Governo português não for capaz de explicar bem as reformas à população, os países europeus vão lhes dizer exactamente o que fazer, ultrapassando o que resta da soberania nacional, à luz do que se começa a ver na Grécia. É a opinião e o aviso de Philip Whyte, investigador e economista do ‘think tank' britânico CER. Por isso é uma boa altura para pensar num governo de união nacional, acrescenta.

Que se espera de um Governo tutelado por um programa de ajuda externa?

O contexto será determinante nesta legislatura. Esta ajuda não é grátis. Não só os termos do empréstimo são pouco favoráveis como se concede a troco de condições muito onerosas em política orçamental e em reforma no lado da oferta. Julgo que foi muito prejudicial quando o primeiro-ministro, José Sócrates, disse ao povo português que tinha obtido um programa menos agressivo que a Irlanda e a Grécia. Primeiro foi desonesto com as pessoas, porque independentemente de comparações o ajustamento será muito severo. E depois caiu muito mal em países como a Finlândia e Alemanha.

O que pode o novo Executivo aprender com a experiência da Irlanda e a Grécia?

O caso da Irlanda é diferente, mas em Portugal podemos esperar o mesmo tipo de debates que ouvimos da Grécia neste momento. A Grécia já se transformou numa espécie de colónia da UE, ou seja, as políticas já não são definidas em Atenas mas em Bruxelas, é mais o que é ordenado para executarem do que decidem eles próprios. Portugal tem de tentar antecipar esse processo. Isso cabe aos políticos, que têm de explicar muito bem às pessoas que estas reformas são necessárias antes de chegar ao ponto em que os países europeus lhes ditem exactamente o que devem fazer a seguir.

É preciso uma grande maioria para fazer isso?

Não conheço bem a política portuguesa, mas nestes tempos um Governo de união nacional não seria uma má ideia. Não sei se é possível.

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