ALL GARB DESUNITED: OURO PARA SIMÕES, PRATA PARA BRUNO

06-07-2011
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"Notícia do despedimento de Queiroz é uma não notíciaPor Bruno Prata(...) era público e notório que, concluído o trabalho de desgaste da imagem e de crucificação do seleccionador (processo esboçado com requintes de malvadez e em que Carlos Queiroz acabou por participar de forma ingénua e inábil), Gilberto Madail acabaria por assinar por baixo o que há muito estava determinado nos mofentos corredores federativos e não só. Queiroz vai sair (vem aí Paulo Bento). É uma não notícia.(...)Com Queiroz, Portugal conseguiu, in extremis e sem grande brilhantismo, o apuramento para o Mundial. E foi afastado da prova nos oitavos-de-final, frente a uma Espanha que acabaria por se sagrar campeã. Em termos de comportamento desportivo (e até exibicional), as coisas não foram muito diferentes do que haviam sido com Scolari no último Europeu, quando já era evidente que o fim da carreira de alguns craques não tinha sido devidamente acautelado. Mas Queiroz foi violentamente criticado, ao contrário do que tinha acontecido com o brasileiro. Isso aconteceu por várias razões. Primeiro porque Scolari beneficiou dos créditos dos resultados anteriores (não importando para o caso as circunstâncias claramente mais favoráveis) e, por arrastamento, da sua melhor imagem pública. Por isso, tudo lhe foi perdoado, até a agressão a um jogador adversário. Depois, porque Queiroz teve sempre muitos detractores que só esperavam pela altura certa para atacar.(...)Já quando se sentia apertado pelo cerco montado acusou Amândio de Carvalho de ser "a cabeça do polvo". Disse-o e mais valia que o tivesse mantido, em vez do recurso posterior a uma explicação disparatada. De facto, que outra coisa se pode dizer de um vice-presidente que, dias antes do play-off de apuramento para o Mundial, lhe vai dizer que não confia nele e que ele não é o seu seleccionador? E que, não contente com isso, defendeu publicamente o seu despedimento antes mesmo de o processo ser analisado pelo Conselho de Disciplina? Neste caso, o seleccionador até foi brando.(...)seleccionador que, já agora, nunca esteve nas boas graças do Governo. E menos ainda ficou na sequência de uma visita de José Sócrates à comitiva, pouco antes da partida para a África do Sul. No discurso de circunstância, o primeiro-ministro terá procurado relevar a facilidade com que a selecção e a sociedade absorvem e integram os jogadores naturalizados, que aproveitou para elogiar com palavras extensíveis ao próprio Scolari. Tê-lo-á feito de uma forma que criou constrangimentos e várias reacções negativas na sala.Mesmo que não exista relação directa, cheiraram a oportunismo as declarações e a pressão exercida por Laurentino Dias, que ainda pode ficar muito mal na fotografia se a Queiroz for dada razão pelo Tribunal Arbitral do Desporto, no recurso interposto ao castigo aplicado pela ADoP. Ele e mais uns quantos."


"Notícia do despedimento de Queiroz é uma não notíciaPor Bruno Prata(...) era público e notório que, concluído o trabalho de desgaste da imagem e de crucificação do seleccionador (processo esboçado com requintes de malvadez e em que Carlos Queiroz acabou por participar de forma ingénua e inábil), Gilberto Madail acabaria por assinar por baixo o que há muito estava determinado nos mofentos corredores federativos e não só. Queiroz vai sair (vem aí Paulo Bento). É uma não notícia.(...)Com Queiroz, Portugal conseguiu, in extremis e sem grande brilhantismo, o apuramento para o Mundial. E foi afastado da prova nos oitavos-de-final, frente a uma Espanha que acabaria por se sagrar campeã. Em termos de comportamento desportivo (e até exibicional), as coisas não foram muito diferentes do que haviam sido com Scolari no último Europeu, quando já era evidente que o fim da carreira de alguns craques não tinha sido devidamente acautelado. Mas Queiroz foi violentamente criticado, ao contrário do que tinha acontecido com o brasileiro. Isso aconteceu por várias razões. Primeiro porque Scolari beneficiou dos créditos dos resultados anteriores (não importando para o caso as circunstâncias claramente mais favoráveis) e, por arrastamento, da sua melhor imagem pública. Por isso, tudo lhe foi perdoado, até a agressão a um jogador adversário. Depois, porque Queiroz teve sempre muitos detractores que só esperavam pela altura certa para atacar.(...)Já quando se sentia apertado pelo cerco montado acusou Amândio de Carvalho de ser "a cabeça do polvo". Disse-o e mais valia que o tivesse mantido, em vez do recurso posterior a uma explicação disparatada. De facto, que outra coisa se pode dizer de um vice-presidente que, dias antes do play-off de apuramento para o Mundial, lhe vai dizer que não confia nele e que ele não é o seu seleccionador? E que, não contente com isso, defendeu publicamente o seu despedimento antes mesmo de o processo ser analisado pelo Conselho de Disciplina? Neste caso, o seleccionador até foi brando.(...)seleccionador que, já agora, nunca esteve nas boas graças do Governo. E menos ainda ficou na sequência de uma visita de José Sócrates à comitiva, pouco antes da partida para a África do Sul. No discurso de circunstância, o primeiro-ministro terá procurado relevar a facilidade com que a selecção e a sociedade absorvem e integram os jogadores naturalizados, que aproveitou para elogiar com palavras extensíveis ao próprio Scolari. Tê-lo-á feito de uma forma que criou constrangimentos e várias reacções negativas na sala.Mesmo que não exista relação directa, cheiraram a oportunismo as declarações e a pressão exercida por Laurentino Dias, que ainda pode ficar muito mal na fotografia se a Queiroz for dada razão pelo Tribunal Arbitral do Desporto, no recurso interposto ao castigo aplicado pela ADoP. Ele e mais uns quantos."

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