Há muito que venho chamando à atenção do perigo de estarmos a entrar numa fase de reforço da democracia corporativa, em detrimento do mais natural e puro sistema democrático, o parlamentar. As Assembleias da república e regionais são uma espécie de bombo em que todos entendem bater. Fica bem bater nos deputados, nos adjuntos, na instituição, mas esquecem-se que essa é a casa dos representantes legítimos do Povo e o garante único do funcionamento da democracia. O parlamento é a democracia, é o reflexo de um Povo, o espelho de uma Nação. Ao bater-lhe estamos a bater em nós próprios, e a quebrar o espelho em que nos vamos ver distorcidos. O texto abaixo é do Rodrigo Moita de Deus que o publicou no Acidental e pode ser uma boa achega para a reflexão sobre o papel que a corporações estão a ter em Portugal. Ontem foram os juízes, hoje são os professores, amanhã uma greve geral. Quando em 1974 acabaram com o Estado Novo esqueceram-se de extinguir as corporações. Mas estas, ao invés de desaparecerem com a história, engordaram à conta da falta de autoridade do Estado. O diagnóstico nem sequer é novidade. Por isso há muitos que reconhecem que o governo de José Sócrates está no caminho certo. Falta-lhe apenas legitimidade e, claro, muito talento.
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Há muito que venho chamando à atenção do perigo de estarmos a entrar numa fase de reforço da democracia corporativa, em detrimento do mais natural e puro sistema democrático, o parlamentar. As Assembleias da república e regionais são uma espécie de bombo em que todos entendem bater. Fica bem bater nos deputados, nos adjuntos, na instituição, mas esquecem-se que essa é a casa dos representantes legítimos do Povo e o garante único do funcionamento da democracia. O parlamento é a democracia, é o reflexo de um Povo, o espelho de uma Nação. Ao bater-lhe estamos a bater em nós próprios, e a quebrar o espelho em que nos vamos ver distorcidos. O texto abaixo é do Rodrigo Moita de Deus que o publicou no Acidental e pode ser uma boa achega para a reflexão sobre o papel que a corporações estão a ter em Portugal. Ontem foram os juízes, hoje são os professores, amanhã uma greve geral. Quando em 1974 acabaram com o Estado Novo esqueceram-se de extinguir as corporações. Mas estas, ao invés de desaparecerem com a história, engordaram à conta da falta de autoridade do Estado. O diagnóstico nem sequer é novidade. Por isso há muitos que reconhecem que o governo de José Sócrates está no caminho certo. Falta-lhe apenas legitimidade e, claro, muito talento.