portugal dos pequeninos: COMO NÃO HAVIA DE SER?

03-07-2011
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Um jantar em casa de amigos privou-me do calçadão de Mangualde. Todavia, como Deus não dorme e o gin não foi bom conselheiro, acordei mais cedo do que o previsto, com a cabeça feita em água (tónica) e ao som, no rádio, do admirável líder. Depois dele, seguiram-se as reacções e a coisa só se aliviou após dois comprimidos. Restaurado um pedaço de lucidez, fui ler o que restava de Mangualde. O tom era verde, caía o crepúsculo e o admirável "lutador" que é Sócrates acenava para cima apesar do casario não ser elevado. A foto do Público enquadrava perfeitamente o Pontal de Sócrates que até teve o seu Mendes Bota na pessoa do sr. Junqueiro que tartamudeou como lhe é próprio. O regime é, pois, esta farsa que decorre, em Agosto, entre Quarteira e Mangualde e entre Mangualde e Quarteira e daqui a um mês não se fala mais nisso. Na rádio apareceram as "oposições" que não cabem nesta geografia parola. O argumentário é, por igual, uma miséria. Aquele rapaz assustado do CDS, um Mota Soares, não entendia como é que Sócrates não lhe tinha "respondido". E Paula Teixeira da Cruz berrava pela despesa. Os do PC e do BE, compreensivelmente, queriam prosa "realista" estilo desemprego e queixaram-se dos jogos florais em curso. Tudo espremido, é uma vergonha ter de assistir a tanto teatro e do mau. Digo sempre a mesma coisa. Em condições de vida e de qualidade dela normais, nunca teríamos ouvido falar desta gente toda. A democracia, porém, é parecida com aquelas horrorosas viagens "tudo incluido". Esta gente vem no pacote. Com um pouco de sorte - e ele tem em demasia - Sócrates fará a legislatura todinha mesmo em minoria. O PSD, essa sublime "alternativa", é um aglomerado de papalvos descoordenados que se deixaram deslumbrar por duas ou três sondagens. Passos será o próximo Sócrates mas não tão cedo como muitos tolinhos ambiciosos imaginam. Dou um exemplo. No jantar de ontem, contaram-me que o "gabinete de estudos" da agremiação, dirigida por um tal Canavarro, tem trinta e uma (repito, 31) secções e subsecções. Também me contaram detalhes de uma delas. De outra, já os conhecia (e aos que as ornamentam). É evidente que jamais de gabinete de estudos algum brotou um governo, uma ideia, um estadista. Mas isto é um sinal. Simétrico ao do contentamento de Sócrates a acenar para o além. Até mais ver, o além é dele. Como não havia de ser?


Um jantar em casa de amigos privou-me do calçadão de Mangualde. Todavia, como Deus não dorme e o gin não foi bom conselheiro, acordei mais cedo do que o previsto, com a cabeça feita em água (tónica) e ao som, no rádio, do admirável líder. Depois dele, seguiram-se as reacções e a coisa só se aliviou após dois comprimidos. Restaurado um pedaço de lucidez, fui ler o que restava de Mangualde. O tom era verde, caía o crepúsculo e o admirável "lutador" que é Sócrates acenava para cima apesar do casario não ser elevado. A foto do Público enquadrava perfeitamente o Pontal de Sócrates que até teve o seu Mendes Bota na pessoa do sr. Junqueiro que tartamudeou como lhe é próprio. O regime é, pois, esta farsa que decorre, em Agosto, entre Quarteira e Mangualde e entre Mangualde e Quarteira e daqui a um mês não se fala mais nisso. Na rádio apareceram as "oposições" que não cabem nesta geografia parola. O argumentário é, por igual, uma miséria. Aquele rapaz assustado do CDS, um Mota Soares, não entendia como é que Sócrates não lhe tinha "respondido". E Paula Teixeira da Cruz berrava pela despesa. Os do PC e do BE, compreensivelmente, queriam prosa "realista" estilo desemprego e queixaram-se dos jogos florais em curso. Tudo espremido, é uma vergonha ter de assistir a tanto teatro e do mau. Digo sempre a mesma coisa. Em condições de vida e de qualidade dela normais, nunca teríamos ouvido falar desta gente toda. A democracia, porém, é parecida com aquelas horrorosas viagens "tudo incluido". Esta gente vem no pacote. Com um pouco de sorte - e ele tem em demasia - Sócrates fará a legislatura todinha mesmo em minoria. O PSD, essa sublime "alternativa", é um aglomerado de papalvos descoordenados que se deixaram deslumbrar por duas ou três sondagens. Passos será o próximo Sócrates mas não tão cedo como muitos tolinhos ambiciosos imaginam. Dou um exemplo. No jantar de ontem, contaram-me que o "gabinete de estudos" da agremiação, dirigida por um tal Canavarro, tem trinta e uma (repito, 31) secções e subsecções. Também me contaram detalhes de uma delas. De outra, já os conhecia (e aos que as ornamentam). É evidente que jamais de gabinete de estudos algum brotou um governo, uma ideia, um estadista. Mas isto é um sinal. Simétrico ao do contentamento de Sócrates a acenar para o além. Até mais ver, o além é dele. Como não havia de ser?

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