DEUS COMO PROBLEMA OU A COMPLEXA SIMPLICIDADE DA EVIDÊNCIA (8)

02-07-2011
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Deus como problema ou a complexa simplicidade da evidência (8)

Negando os limites da sua própria natureza e da sua imaginação, o Homem assume-se como centro do Universo e inventa um Deus, seu Pai, cuja ontológica preocupação máxima, permanente e eterna, é a salvação da alma deste ridículo micróbio, desprezando todos os outros seres cuja diferença está, apenas, num número inferior de neurónios! Admitindo absurdamente a pré-existência de tal Deus, a sua revelação exclusiva ao animal-homem, repito, apenas porque os neurónios deste são mais numerosos do que os do cão ou do macaco, faz rir. Consideram os cientistas, após as últimas fotografias das sondas que foram até Marte, que este planeta deve ter contido muita água e provavelmente vida, há milhares de milhões de anos. Se assim for…que vida? Animais com mais ou menos neurónios do que o Homem? Sem neurónios mas com outro substrato da razão que não imaginamos? Outros seres, estruturas materiais desconhecidas, mas, eventualmente, muito mais complexas do que o Homem? Sendo Deus sempre o mesmo – Deus é Uno e Universal – onde estará a alma dos marcianos? No céu? No inferno? Não a tinham? Coube-lhes a pouca sorte de lá não terem chegado os missionários e todos os bons pregadores da fé e do império a tempo de os salvar? Quando a terra ficar assim deserta como Marte – do que não duvido, a avaliar pelo grau de destruição presente nos nossos dias – e ao fim de milhões de anos chegarem aqui os habitantes de outra galáxia, adivinharão a existência de um punhado de almas bem-aventuradas chilreando eternamente na imensidão do paraíso, e de outro punhado gemendo nas profundezas do inferno? Nascido, revelado ou realizado em tão microscópico cérebro, tal Deus universalmente omnipotente, omnividente e omnisciente nunca poderia existir, pois ao primeiro sopro de vida geraria, de imediato, a sua auto-destruição, através de uma incompatível e absurda auto-subestimação divina decorrente de tão inglória e mesquinha concepção.

(Continua).

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Deus como problema ou a complexa simplicidade da evidência (8)

Negando os limites da sua própria natureza e da sua imaginação, o Homem assume-se como centro do Universo e inventa um Deus, seu Pai, cuja ontológica preocupação máxima, permanente e eterna, é a salvação da alma deste ridículo micróbio, desprezando todos os outros seres cuja diferença está, apenas, num número inferior de neurónios! Admitindo absurdamente a pré-existência de tal Deus, a sua revelação exclusiva ao animal-homem, repito, apenas porque os neurónios deste são mais numerosos do que os do cão ou do macaco, faz rir. Consideram os cientistas, após as últimas fotografias das sondas que foram até Marte, que este planeta deve ter contido muita água e provavelmente vida, há milhares de milhões de anos. Se assim for…que vida? Animais com mais ou menos neurónios do que o Homem? Sem neurónios mas com outro substrato da razão que não imaginamos? Outros seres, estruturas materiais desconhecidas, mas, eventualmente, muito mais complexas do que o Homem? Sendo Deus sempre o mesmo – Deus é Uno e Universal – onde estará a alma dos marcianos? No céu? No inferno? Não a tinham? Coube-lhes a pouca sorte de lá não terem chegado os missionários e todos os bons pregadores da fé e do império a tempo de os salvar? Quando a terra ficar assim deserta como Marte – do que não duvido, a avaliar pelo grau de destruição presente nos nossos dias – e ao fim de milhões de anos chegarem aqui os habitantes de outra galáxia, adivinharão a existência de um punhado de almas bem-aventuradas chilreando eternamente na imensidão do paraíso, e de outro punhado gemendo nas profundezas do inferno? Nascido, revelado ou realizado em tão microscópico cérebro, tal Deus universalmente omnipotente, omnividente e omnisciente nunca poderia existir, pois ao primeiro sopro de vida geraria, de imediato, a sua auto-destruição, através de uma incompatível e absurda auto-subestimação divina decorrente de tão inglória e mesquinha concepção.

(Continua).

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