Abencerragem: Antologia Improvável #188

03-07-2011
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NAMORO DE ALDEIADuas horas e meia da manhã:o trabalho que espera sossegado,o cansaço do fogo na lareira,a caneta riscando e o cantar do galoestremunhadoDeve pensar que são seis horas, este galo,e o meu trabalho em sono, o fogo que me fala,uma unha roída,um cigarro fumado,o café a fazer e o poema desfeitoem só cadênciaQue tema é este sério a esta horabreve da manhã, com o trabalho à esperae o fascínio do fogo?Deve pensar que possui tema, este poemaque não me evita e me namora ousadamentea desoras na aldeiaO fogo estala e outro galo cantae o meu trabalho enjoa sossegadoNo romance parado do meu poema e eu,o café já saiu, começou a choverEscorrem gotas macias no telhado,o fogo morre, o trabalho despertaabrindo um olho lentoe o meu namorado parvo e tontocarregado de imagens (e de outras coisas leve)sai furtivo a desorasSó deixou por roera unha do polegarda minha mão direitaMinha Senhora de Quê / Poesia Reunida


NAMORO DE ALDEIADuas horas e meia da manhã:o trabalho que espera sossegado,o cansaço do fogo na lareira,a caneta riscando e o cantar do galoestremunhadoDeve pensar que são seis horas, este galo,e o meu trabalho em sono, o fogo que me fala,uma unha roída,um cigarro fumado,o café a fazer e o poema desfeitoem só cadênciaQue tema é este sério a esta horabreve da manhã, com o trabalho à esperae o fascínio do fogo?Deve pensar que possui tema, este poemaque não me evita e me namora ousadamentea desoras na aldeiaO fogo estala e outro galo cantae o meu trabalho enjoa sossegadoNo romance parado do meu poema e eu,o café já saiu, começou a choverEscorrem gotas macias no telhado,o fogo morre, o trabalho despertaabrindo um olho lentoe o meu namorado parvo e tontocarregado de imagens (e de outras coisas leve)sai furtivo a desorasSó deixou por roera unha do polegarda minha mão direitaMinha Senhora de Quê / Poesia Reunida

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