bem pelo contrário: A "visita policial" na Covilhã

21-01-2012
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1. Considero que se deve condenar a intervenção da PSP junto do sindicato de professores e reprovar este gesto de intimidação, mas não creio que se justifique o entusiasmo exacerbado que o assunto provocou. Em particular a dita “indignação” dos partidos políticos parece claramente encenada, procurando tirar dividendos de uma situação em que o Governo esteve mal, mas com poucas repercussões práticas. As declarações do PCP foram especialmente desadequadas, clamando “a pátria está em perigo” entre tiradas poéticas e protestos emocionados. Tratando-se de um partido que aplaude os regimes políticos da China, Coreia do Norte e Cuba (onde não existe sequer liberdade de expressão na vida privada, quanto mais na vida pública), o engodo e a hipocrisia tornam-se ainda mais evidentes.2. O Governo faz uma triste figura nesta história, e não necessariamente por causa da importância da mesma – mas tão-só porque ela se vem juntar a uma série de episódios marcados pelos tiques autoritários e pelo excesso de zelo no exercício da autoridade. Além disso, começa a tornar-se patética a incapacidade de José Sócrates (e do Governo em geral) de lidar com as críticas públicas, apressando-se de imediato a desvalorizar qualquer manifestação de desacordo. Por outro lado, fica mal ao primeiro-ministro responder com sarcasmos adolescentes às perguntas dos jornalistas sempre que o tema não lhe convém.3. No meio da polémica, houve espaço – como sempre há nestes eventos – para uma demonstração do mais básico tuguismo. Extraordinária a declaração de Maria Alzira Serrasqueiro, a Governadora Civil de Castelo Branco, que afirmou que os polícias “iam à câmara e pelo caminho passaram no sindicato”. Repito, isto é tuguismo no seu melhor: a desculpa mais rasteira, a declaração mais chico-esperta, a justificação mais empertigada, insolente e saloia, numa tentativa evidente de nos deitar areia para os olhos. Uma desfaçatez que devia envergonhar aquela militante socialista.Etiquetas: política portuguesa

1. Considero que se deve condenar a intervenção da PSP junto do sindicato de professores e reprovar este gesto de intimidação, mas não creio que se justifique o entusiasmo exacerbado que o assunto provocou. Em particular a dita “indignação” dos partidos políticos parece claramente encenada, procurando tirar dividendos de uma situação em que o Governo esteve mal, mas com poucas repercussões práticas. As declarações do PCP foram especialmente desadequadas, clamando “a pátria está em perigo” entre tiradas poéticas e protestos emocionados. Tratando-se de um partido que aplaude os regimes políticos da China, Coreia do Norte e Cuba (onde não existe sequer liberdade de expressão na vida privada, quanto mais na vida pública), o engodo e a hipocrisia tornam-se ainda mais evidentes.2. O Governo faz uma triste figura nesta história, e não necessariamente por causa da importância da mesma – mas tão-só porque ela se vem juntar a uma série de episódios marcados pelos tiques autoritários e pelo excesso de zelo no exercício da autoridade. Além disso, começa a tornar-se patética a incapacidade de José Sócrates (e do Governo em geral) de lidar com as críticas públicas, apressando-se de imediato a desvalorizar qualquer manifestação de desacordo. Por outro lado, fica mal ao primeiro-ministro responder com sarcasmos adolescentes às perguntas dos jornalistas sempre que o tema não lhe convém.3. No meio da polémica, houve espaço – como sempre há nestes eventos – para uma demonstração do mais básico tuguismo. Extraordinária a declaração de Maria Alzira Serrasqueiro, a Governadora Civil de Castelo Branco, que afirmou que os polícias “iam à câmara e pelo caminho passaram no sindicato”. Repito, isto é tuguismo no seu melhor: a desculpa mais rasteira, a declaração mais chico-esperta, a justificação mais empertigada, insolente e saloia, numa tentativa evidente de nos deitar areia para os olhos. Uma desfaçatez que devia envergonhar aquela militante socialista.Etiquetas: política portuguesa

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