The Wall: 20 anos de um muro de angústias e opressão

05-07-2011
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Angústia, opressão, depressão, medo, isolamento, desprezo, redenção, esperança. Está tudo lá. Em “The Wall”. Hoje assinalam-se os 20 anos da edição do álbum que levou os Pink Floyd a um patamar superior na escadaria da música rock, depois do primeiro passo ter sido dado após o sucesso de “The Dark Side of The Moon”.

Num duplo álbum, a banda britânica construiu uma ópera rock em redor de Pink, um alter-ego de Roger Waters, que escreveu e interpretou a maior parte das canções. Ao longo dos temas, acompanhamos a vida tumultuosa da personagem: o pai desaparecido na guerra, os abusos e opressões dos professores (num Another Brick in the Wall que ficou para a história como hino revolucionário de uma certa rebeldia estudantil), a mãe super-protectora e controladora, um casamento falhado, as drogas, inúmeros estigmas sociais. Tudo tijolos acrescentados a um muro crescente rumo a um isolamento total. Até à tentativa de redenção final.

Depois da infância e adolescência doentia, com permanentes tijolos assentes uns em cima dos outros, Pink tornou-se uma estrela rock, casou, envolveu-se em drogas, perdeu a mulher. Mais tijolos. Agora os suficientes para concluir um grande muro. Os necessários para o isolamento social. Pink entra numa deriva alucinatória e “transforma-se” num ditador fascista com desprezo por quem vai aos seus concertos, indignos de lá estarem. Angustiado pela culpa, submete-se a um tribunal interior. “The trial” termina com o “seu” ‘juiz – consciência’ a ordenar que, como castigo por expor os seus sentimentos, faça a demolição do muro, expondo-se aos seus pares. Um pesado “tear down the wall” é a sentença. Uma canção com tanto de teatral como de angustiante.

Além de ‘beber’ na sua biografia, Roger Water aborda ainda os dramas de um dos fundadores do grupo, Syd Barrett, e os problemas pessoais que agitavam a banda e levaram, pouco mais de um ano depois, ao fim do projecto. Aliás, a gravação de The Wall foi também assombrada pelos problemas internos.

Um disco conceptual que é hoje reconhecido como um dos clássicos da história da música pop / rock. “The Wall” foi um sucesso tremendo em todo o mundo. É um álbum desequilibrado, com momentos geniais e outros aquém da média geral da obra da banda.

Mais tarde foi levado ao cinema, com realização de Alan Parker e Bob Geldof no papel de Pink, e em 1990 foi base do espectáculo encenado em Berlim.

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Angústia, opressão, depressão, medo, isolamento, desprezo, redenção, esperança. Está tudo lá. Em “The Wall”. Hoje assinalam-se os 20 anos da edição do álbum que levou os Pink Floyd a um patamar superior na escadaria da música rock, depois do primeiro passo ter sido dado após o sucesso de “The Dark Side of The Moon”.

Num duplo álbum, a banda britânica construiu uma ópera rock em redor de Pink, um alter-ego de Roger Waters, que escreveu e interpretou a maior parte das canções. Ao longo dos temas, acompanhamos a vida tumultuosa da personagem: o pai desaparecido na guerra, os abusos e opressões dos professores (num Another Brick in the Wall que ficou para a história como hino revolucionário de uma certa rebeldia estudantil), a mãe super-protectora e controladora, um casamento falhado, as drogas, inúmeros estigmas sociais. Tudo tijolos acrescentados a um muro crescente rumo a um isolamento total. Até à tentativa de redenção final.

Depois da infância e adolescência doentia, com permanentes tijolos assentes uns em cima dos outros, Pink tornou-se uma estrela rock, casou, envolveu-se em drogas, perdeu a mulher. Mais tijolos. Agora os suficientes para concluir um grande muro. Os necessários para o isolamento social. Pink entra numa deriva alucinatória e “transforma-se” num ditador fascista com desprezo por quem vai aos seus concertos, indignos de lá estarem. Angustiado pela culpa, submete-se a um tribunal interior. “The trial” termina com o “seu” ‘juiz – consciência’ a ordenar que, como castigo por expor os seus sentimentos, faça a demolição do muro, expondo-se aos seus pares. Um pesado “tear down the wall” é a sentença. Uma canção com tanto de teatral como de angustiante.

Além de ‘beber’ na sua biografia, Roger Water aborda ainda os dramas de um dos fundadores do grupo, Syd Barrett, e os problemas pessoais que agitavam a banda e levaram, pouco mais de um ano depois, ao fim do projecto. Aliás, a gravação de The Wall foi também assombrada pelos problemas internos.

Um disco conceptual que é hoje reconhecido como um dos clássicos da história da música pop / rock. “The Wall” foi um sucesso tremendo em todo o mundo. É um álbum desequilibrado, com momentos geniais e outros aquém da média geral da obra da banda.

Mais tarde foi levado ao cinema, com realização de Alan Parker e Bob Geldof no papel de Pink, e em 1990 foi base do espectáculo encenado em Berlim.

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