Açores: Em busca da arca perdida

30-06-2011
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As novas lâmpadas fluorescentes compactas são uma importante melhoria no campo da eficiência energética, permitindo uma notável poupança. É bom lembrar que, nas já velhas lâmpadas incandescentes, a luz emitida representa só uma pequena parte (5%) da energia produzida, sendo o resto dissipado na forma de calor (radiação infravermelha). Estas lâmpadas deixarão de estar à venda no ano 2013.No entanto, nem tudo é bom nas novas lâmpadas fluorescentes compactas. Os materiais que as compõem são muito mais perigosos, como é o mercúrio, um metal altamente contaminante e venenoso, e o pó de fósforo. Estas lâmpadas funcionam com uma corrente de electrões que, passando pelo interior do tubo de vidro, colide com o mercúrio, o qual emite uma luz ultravioleta que activa o material fluorescente, o pó de fósforo, que emite finalmente a luz visível.Devido à presença destes materiais contaminantes, as lâmpadas fluorescentes compactas devem ser obrigatoriamente recicladas (coisa que não acontecia com as incandescentes). Se não fosse assim, o mercúrio contaminaria o solo e os aquíferos. E o custo ambiental produzido por esta contaminação poderia acabar por ser bastante maior que a vantagem ambiental produzida pela poupança energética da lâmpada. Surpreendentemente, esta informação é pouco ou mal transmitida aos consumidores.Toda a lâmpada fluorescente compacta no fim da sua vida deve ser obrigatoriamente entregue na loja onde é comprada uma nova, ou então depositada num centro de recepção adequado. E deve ser entregue devidamente embalada, para impedir que se parta e liberte o mercúrio e o pó de fósforo que contem.Os pontos de recepção mais habituais são os chamados ponto electrão. Estes pontos foram finalmente instalados nos Açores (www.amb3e.pt), mas infelizmente num número claramente insuficiente, não estando presentes em todas as ilhas… Na realidade, só estão presentes na ilha de São Miguel. E nesta ilha encontram-se em poucas localidades… Isto é, só em Ponta Delgada. E ainda devemos dizer que, nesta cidade, os pontos electrão não são muitos… Na realidade é só um.Existe, portanto, um único ponto electrão para todas as ilhas (outros serão previsivelmente instalados). Mas será que, pelos menos, este único ponto encontra-se num lugar bem central e visível de Ponta Delgada? … Claro que sim! Quem não seria capaz de o encontrar no parque de estacionamento subterrâneo do centro comercial “Parque Atlântico”, mais concretamente no andar “-1”, naquele cantinho tão escondido e tão afastado de qualquer escada? Percebe-se, por isso, que nem sequer haja cartazes indicando a sua localização.Encontrar este ponto electrão é mais difícil que encontrar a arca perdida. Mas se alguma vez o encontrar pode também depositar no mesmo lugar todos os seus aparelhos eléctricos velhos, pois tem também dois contentores para Resíduos de Equipamento Eléctrico e Electrónico (REEE). Em relação às lâmpadas, será que há alguma indicação sobre a forma como que devem ser embaladas para evitar que se partam e libertem os contaminantes? Não.Promover a poupança energética é uma boa e meritória intenção. Mas se isto significa, ao mesmo tempo, por incompetência ou descuido, contaminar o ambiente com metais pesados, percebemos mais uma vez por que o inferno está cheio de boas intenções. O ambiente merece melhor.


As novas lâmpadas fluorescentes compactas são uma importante melhoria no campo da eficiência energética, permitindo uma notável poupança. É bom lembrar que, nas já velhas lâmpadas incandescentes, a luz emitida representa só uma pequena parte (5%) da energia produzida, sendo o resto dissipado na forma de calor (radiação infravermelha). Estas lâmpadas deixarão de estar à venda no ano 2013.No entanto, nem tudo é bom nas novas lâmpadas fluorescentes compactas. Os materiais que as compõem são muito mais perigosos, como é o mercúrio, um metal altamente contaminante e venenoso, e o pó de fósforo. Estas lâmpadas funcionam com uma corrente de electrões que, passando pelo interior do tubo de vidro, colide com o mercúrio, o qual emite uma luz ultravioleta que activa o material fluorescente, o pó de fósforo, que emite finalmente a luz visível.Devido à presença destes materiais contaminantes, as lâmpadas fluorescentes compactas devem ser obrigatoriamente recicladas (coisa que não acontecia com as incandescentes). Se não fosse assim, o mercúrio contaminaria o solo e os aquíferos. E o custo ambiental produzido por esta contaminação poderia acabar por ser bastante maior que a vantagem ambiental produzida pela poupança energética da lâmpada. Surpreendentemente, esta informação é pouco ou mal transmitida aos consumidores.Toda a lâmpada fluorescente compacta no fim da sua vida deve ser obrigatoriamente entregue na loja onde é comprada uma nova, ou então depositada num centro de recepção adequado. E deve ser entregue devidamente embalada, para impedir que se parta e liberte o mercúrio e o pó de fósforo que contem.Os pontos de recepção mais habituais são os chamados ponto electrão. Estes pontos foram finalmente instalados nos Açores (www.amb3e.pt), mas infelizmente num número claramente insuficiente, não estando presentes em todas as ilhas… Na realidade, só estão presentes na ilha de São Miguel. E nesta ilha encontram-se em poucas localidades… Isto é, só em Ponta Delgada. E ainda devemos dizer que, nesta cidade, os pontos electrão não são muitos… Na realidade é só um.Existe, portanto, um único ponto electrão para todas as ilhas (outros serão previsivelmente instalados). Mas será que, pelos menos, este único ponto encontra-se num lugar bem central e visível de Ponta Delgada? … Claro que sim! Quem não seria capaz de o encontrar no parque de estacionamento subterrâneo do centro comercial “Parque Atlântico”, mais concretamente no andar “-1”, naquele cantinho tão escondido e tão afastado de qualquer escada? Percebe-se, por isso, que nem sequer haja cartazes indicando a sua localização.Encontrar este ponto electrão é mais difícil que encontrar a arca perdida. Mas se alguma vez o encontrar pode também depositar no mesmo lugar todos os seus aparelhos eléctricos velhos, pois tem também dois contentores para Resíduos de Equipamento Eléctrico e Electrónico (REEE). Em relação às lâmpadas, será que há alguma indicação sobre a forma como que devem ser embaladas para evitar que se partam e libertem os contaminantes? Não.Promover a poupança energética é uma boa e meritória intenção. Mas se isto significa, ao mesmo tempo, por incompetência ou descuido, contaminar o ambiente com metais pesados, percebemos mais uma vez por que o inferno está cheio de boas intenções. O ambiente merece melhor.

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