A Ágora

02-07-2011
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Regras para vir nas capas Transcrevo na íntegra o artigo de Ferreira Fernandes do DN de Quinta-feira, dia 2, de Abril, com o título "Regras para vir nas capas", sobre os distúrbios na cimeira do G-20 de Londres. Vale imenso a pena. Há quem estude, conquiste bolsa, entre em Harvard, seja descoberto pelo gabinete de Obama, levante-se às seis, passe horas a fazer pareceres para Timothy Geithner, regresse a casa às 23 e, depois, nem ganha um bilhete para a cimeira de Londres. Deixa-te disso. Enrola um lenço palestiniano ao pescoço, vai levantar o bilhete à organização altermundialista, salta para a rua londrina, abre o peito - o que lembra Goya e as barricadas da Comuna de Paris (sem os riscos) - e, sobretudo, fica de olho nos fotógrafos que interessam (são os das agências, Reuters, AP...) A ti, meu - não o das pestanas queimadas, mas o das sobrancelhas zangadas para o flash -, serão reservadas as capas dos jornais. Tu, meu, percebeste o mundo. Um dia, vais ver, todas as áreas do mundo serão assim, até a grande área do futebol. O estádio ignorando quem marca golos. Mas a multidão, eufórica, aplaudindo os fiteiros que inventam gestos esquisitos para celebrar golos. Os outros marcam-nos; mas eles, que nem um chuto sabem dar, são o espectáculo. Um dia, o faz-de-conta toma conta disto tudo, vais ver.


Regras para vir nas capas Transcrevo na íntegra o artigo de Ferreira Fernandes do DN de Quinta-feira, dia 2, de Abril, com o título "Regras para vir nas capas", sobre os distúrbios na cimeira do G-20 de Londres. Vale imenso a pena. Há quem estude, conquiste bolsa, entre em Harvard, seja descoberto pelo gabinete de Obama, levante-se às seis, passe horas a fazer pareceres para Timothy Geithner, regresse a casa às 23 e, depois, nem ganha um bilhete para a cimeira de Londres. Deixa-te disso. Enrola um lenço palestiniano ao pescoço, vai levantar o bilhete à organização altermundialista, salta para a rua londrina, abre o peito - o que lembra Goya e as barricadas da Comuna de Paris (sem os riscos) - e, sobretudo, fica de olho nos fotógrafos que interessam (são os das agências, Reuters, AP...) A ti, meu - não o das pestanas queimadas, mas o das sobrancelhas zangadas para o flash -, serão reservadas as capas dos jornais. Tu, meu, percebeste o mundo. Um dia, vais ver, todas as áreas do mundo serão assim, até a grande área do futebol. O estádio ignorando quem marca golos. Mas a multidão, eufórica, aplaudindo os fiteiros que inventam gestos esquisitos para celebrar golos. Os outros marcam-nos; mas eles, que nem um chuto sabem dar, são o espectáculo. Um dia, o faz-de-conta toma conta disto tudo, vais ver.

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