PONTE DO SOR: É SÓ GENTE "SÉRIA" NO PARTIDO SOCIALISTA?

25-01-2012
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As revelações recentes sobre algumas ligações e infiltrações na democracia portuguesa por parte de bicheiros, banqueiros luso-brasileiros ligados à máfia do jogo do bicho, vem explicar o mistério.Há muito tempo que auscultando-se a democracia portuguesa se detectava um ruidozinho estranho, um cr cr suspeito, quase inaudível. Está agora esclarecido: é o bicho e o bicho é o caruncho, xilófago que está a carcomer a democracia em Portugal.Não quer isto dizer – e nada se provou nesse sentido – que políticos portugueses façam parte do gangue que investe e lava dinheiro no jogo clandestino do bicho. Nada disso. Trata-se simplesmente de ténues relações sociais entre a classe política e gente influente, com poder e dinheiro – e, por isso mesmo, sempre ansiosa até à ganância por mais poder e mais dinheiro, mesmo que sujo –, que naturalmente se aproxima de quem decide ou influencia. E, como é evidente, ninguém pode responder por quem dele se aproxime e, uma vez aproximando-se, lança a escada de um pequeno favor. Por exemplo, a cedência de um imóvel para sede da candidatura de uma campanha eleitoral.O que pode seguir-se, já se sabe. Um dia, e esse dia pode nunca chegar, alguém vai reclamar o pagamento do pequeno favor. E há muitas e variadas modalidades de pagamento, mais duras ou mais suaves. A mais barata é talvez a referência à relação de proximidade com o político, forma de pressão mais comedida que a cunha.O que é certo é que, aceitando favores, a classe política está a expor-se a que um dia alguém lhe apresente a factura, num tipo de relação que sabe-se onde começa mas ninguém sabe onde vai parar. E, quando se dá por ela, a democracia está corroída pelo bicho.João P. GuerraEtiquetas: Partido Socialista

As revelações recentes sobre algumas ligações e infiltrações na democracia portuguesa por parte de bicheiros, banqueiros luso-brasileiros ligados à máfia do jogo do bicho, vem explicar o mistério.Há muito tempo que auscultando-se a democracia portuguesa se detectava um ruidozinho estranho, um cr cr suspeito, quase inaudível. Está agora esclarecido: é o bicho e o bicho é o caruncho, xilófago que está a carcomer a democracia em Portugal.Não quer isto dizer – e nada se provou nesse sentido – que políticos portugueses façam parte do gangue que investe e lava dinheiro no jogo clandestino do bicho. Nada disso. Trata-se simplesmente de ténues relações sociais entre a classe política e gente influente, com poder e dinheiro – e, por isso mesmo, sempre ansiosa até à ganância por mais poder e mais dinheiro, mesmo que sujo –, que naturalmente se aproxima de quem decide ou influencia. E, como é evidente, ninguém pode responder por quem dele se aproxime e, uma vez aproximando-se, lança a escada de um pequeno favor. Por exemplo, a cedência de um imóvel para sede da candidatura de uma campanha eleitoral.O que pode seguir-se, já se sabe. Um dia, e esse dia pode nunca chegar, alguém vai reclamar o pagamento do pequeno favor. E há muitas e variadas modalidades de pagamento, mais duras ou mais suaves. A mais barata é talvez a referência à relação de proximidade com o político, forma de pressão mais comedida que a cunha.O que é certo é que, aceitando favores, a classe política está a expor-se a que um dia alguém lhe apresente a factura, num tipo de relação que sabe-se onde começa mas ninguém sabe onde vai parar. E, quando se dá por ela, a democracia está corroída pelo bicho.João P. GuerraEtiquetas: Partido Socialista

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