Alto Hama: Foram ultrapassados os limites de quê?Do tolerável e da decência? Onde? Onde?

03-07-2011
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Na declaração aos portugueses feita há pouco, o Presidente da República disse ter sido "forçado" a revelar a leitura que fez sobre declarações feitas por membros do PS, acusando-os de o tentar colar ao PSD. E daí? O que é que isso importa se, afinal, tudo vai continuar como dantes, com os políticos lusos a cantar e a rir numa orgia de gozo total à custa da chipala do Zé Povinho?Cavaco Silva diz-se "surpreendido" com declarações de "destacadas personalidades do partido do Governo exigindo ao Presidente da República que interrompesse as férias e viesse falar sobre a participação de membros da sua casa civil na elaboração do programa do PSD", facto que, segundo o presidente, era mentira".“Destacadas personalidades do partido do Governo” que, contudo, parecem não ter nome. Será que cairiam à lama os parentes do presidente caso ele desse o nome às coisas? Se calhar não, mas Portugal é mesmo assim, ao estilo do não, sim, talvez.Os objectivos destas declarações eram, continua Cavaco Silva, "puxar o Presidente para a luta político-partidária, encostando-o ao PSD apesar de todos saberem que eu, pela minha maneira de ser, sou particularmente rigoroso na isenção em relação a todas as forças partidárias" e "desviar as atenções do debate eleitoral das questões que realmente preocupavam os cidadãos".E assim foi. Essas “destacadas personalidades do partido do Governo” desviaram a atenção do essencial para o acessório com a óbvia conivência do Presidente. E, também graças a esse silêncio, continuam no poder.Referindo-se à publicação no Diário de Notícias de um e-mail ("velho de 17 meses", afirmou o presidente), de um jornalista do Público que dava conta das preocupações de Fernando Lima, assessor de Cavaco, com uma alegada vigilância do Governo sobre o Palácio de Belém, Cavaco Silva declarou desconhecer "totalmente a existência e o conteúdo do referido e-mail", afirmando ter "sérias dúvidas quanto à veracidade das afirmações nele contidas".Sérias dúvidas que, contudo, assim vão ficar porque o que importa é mudar algumas moscas para que o resto fique na mesma, mesmo quando o cheiro já é mais do que putrefacto.Cavaco considerou ainda que "foram ultrapassados os limites do tolerável e da decência" e por isso viu-se "forçado" a partilhar em público a interpretação" que fez sobre "um assunto que inundou a comunicação social durante vários dias sem que alguma vez a ele eu me tenha referido, directa ou indirectamente", apelidando de "graves manipulações"Os portugueses devem sentir-se bem com esta partilha feita pelo Presidente. Se calhar os limites de tolerância e da decência, que Cavaco diz terem sido ultrapassados, terão menos gravidade quando partilhados com os cidadãos. Se calhar.A partilha até terá tido efeitos na passagem das “graves manipulações” para “pequenas manipulações”. Se calhar.E com o lixo varrido para debaixo do tapete, o país lá continua na saga socialista de José Sócrates, abrilhantada de quando em vez pela sisudez do Presidente da República.


Na declaração aos portugueses feita há pouco, o Presidente da República disse ter sido "forçado" a revelar a leitura que fez sobre declarações feitas por membros do PS, acusando-os de o tentar colar ao PSD. E daí? O que é que isso importa se, afinal, tudo vai continuar como dantes, com os políticos lusos a cantar e a rir numa orgia de gozo total à custa da chipala do Zé Povinho?Cavaco Silva diz-se "surpreendido" com declarações de "destacadas personalidades do partido do Governo exigindo ao Presidente da República que interrompesse as férias e viesse falar sobre a participação de membros da sua casa civil na elaboração do programa do PSD", facto que, segundo o presidente, era mentira".“Destacadas personalidades do partido do Governo” que, contudo, parecem não ter nome. Será que cairiam à lama os parentes do presidente caso ele desse o nome às coisas? Se calhar não, mas Portugal é mesmo assim, ao estilo do não, sim, talvez.Os objectivos destas declarações eram, continua Cavaco Silva, "puxar o Presidente para a luta político-partidária, encostando-o ao PSD apesar de todos saberem que eu, pela minha maneira de ser, sou particularmente rigoroso na isenção em relação a todas as forças partidárias" e "desviar as atenções do debate eleitoral das questões que realmente preocupavam os cidadãos".E assim foi. Essas “destacadas personalidades do partido do Governo” desviaram a atenção do essencial para o acessório com a óbvia conivência do Presidente. E, também graças a esse silêncio, continuam no poder.Referindo-se à publicação no Diário de Notícias de um e-mail ("velho de 17 meses", afirmou o presidente), de um jornalista do Público que dava conta das preocupações de Fernando Lima, assessor de Cavaco, com uma alegada vigilância do Governo sobre o Palácio de Belém, Cavaco Silva declarou desconhecer "totalmente a existência e o conteúdo do referido e-mail", afirmando ter "sérias dúvidas quanto à veracidade das afirmações nele contidas".Sérias dúvidas que, contudo, assim vão ficar porque o que importa é mudar algumas moscas para que o resto fique na mesma, mesmo quando o cheiro já é mais do que putrefacto.Cavaco considerou ainda que "foram ultrapassados os limites do tolerável e da decência" e por isso viu-se "forçado" a partilhar em público a interpretação" que fez sobre "um assunto que inundou a comunicação social durante vários dias sem que alguma vez a ele eu me tenha referido, directa ou indirectamente", apelidando de "graves manipulações"Os portugueses devem sentir-se bem com esta partilha feita pelo Presidente. Se calhar os limites de tolerância e da decência, que Cavaco diz terem sido ultrapassados, terão menos gravidade quando partilhados com os cidadãos. Se calhar.A partilha até terá tido efeitos na passagem das “graves manipulações” para “pequenas manipulações”. Se calhar.E com o lixo varrido para debaixo do tapete, o país lá continua na saga socialista de José Sócrates, abrilhantada de quando em vez pela sisudez do Presidente da República.

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