O Governo norte-americano incluiu hoje Angola, Brasil, Moçambique, Guiné-Bissau, Macau e Portugal numa lista de 52 países aconselhados a adoptar acções concretas de combate ao tráfico humano, que leva milhões de pessoas à prostituição, indigência ou "escravidão moderna". Da lista não constam Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, eventualmente devido à reduzida dimensão destes países.Portugal é citado como local de destino, trânsito e recrutamento para mulheres, homens e crianças traficados do Brasil e, em menor grau, de outros países do Leste europeu e de África para comércio sexual e trabalho forçado.O relatório, apesar de realçar os esforços do país no combate ao flagelo, afirma que o Governo português não cumpre integralmente os requisitos mínimos para a eliminação do tráfico de seres humanos.Quanto a Angola, o relatório afirma ser um país de origem para tráfico de mulheres e crianças para servidão doméstica e trabalho agrícola forçado.As mulheres e crianças angolanas são traficadas para a África do Sul, República Democrática do Congo, Namíbia, e Portugal. Jovens rapazes são também traficados para a Namíbia para apascentar gado.Apesar de elogiar esforços feitos, o relatório diz que o Governo angolano "não investigou, acusou ou condenou nenhum traficante de seres humanos" pelo que o Departamento de Estado norte-americano recomenda a adopção de legislação que combata o fenómeno, o reforço da capacidade das forças policiais e o aumento da protecção às vítimas.A Guiné-Bissau é considerada uma fonte para o tráfico de crianças para outras nações da África Ocidental para trabalhos forçados e exploração sexual.A maioria das vítimas integra rapazes que estudam religião, apelidados de talibés, que são traficados por instrutores religiosos com o pretexto de irem estudar em madrassas (escolas corânicas), principalmente para o Senegal, mas que depois são forçados à mendicidade.As cidades fronteiriças de Bafatá e Gabu são as maiores fornecedoras de talibés, principalmente através da aldeia de Pirada.Um estudo de 2008 do Centro Africano de Estudos Avançados constatou que 30 por cento das crianças forçadas à mendicidade em Dacar eram da Guiné-Bissau.A UNICEF calcula que mensalmente 200 crianças da Guiné-Bissau são traficadas para a Guiné-Conacri.Segundo o documento, as leis contra o tráfico humano na Guiné-Bissau não são devidamente aplicadas e não proíbem todas as formas de tráfico.Macau é qualificado no relatório como destino de tráfico de mulheres e raparigas da China continental, Mongólia, Rússia, Filipinas, Tailândia, Vietname, Burma, para exploração comercial e sexual.A maior parte das vítimas é originária da província fronteiriça de Guangdong em busca de trabalho no território.O controlo sobre algumas vítimas pelo perigoso crime organizado torna virtualmente impossível escapar ao jugo imposto, acrescenta o documento.Moçambique é um país fornecedor e, em menor grau, de destino para homens e mulheres e crianças traficados para propósitos de trabalho forçado e exploração sexual.Atraídos por promessas de melhor emprego, educação, mulheres e crianças são traficados de áreas rurais para a África do Sul para trabalho doméstico e exploração sexual.Um pequeno número de crianças e mulheres são traficados para a Zâmbia, Zimbabué e Malauí.O documento cita um relatório de uma ONG que denuncia o tráfico e comércio de órgãos humanos de crianças e adultos por feiticeiros que os usam como medicina tradicional ou para prejudicar inimigos.O relatório elogia a lei aprovada em Abril de 2008 pelo parlamento, que pune com firmeza os responsáveis por este tipo de crimes, com penas entre 16 a 20 anos.
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O Governo norte-americano incluiu hoje Angola, Brasil, Moçambique, Guiné-Bissau, Macau e Portugal numa lista de 52 países aconselhados a adoptar acções concretas de combate ao tráfico humano, que leva milhões de pessoas à prostituição, indigência ou "escravidão moderna". Da lista não constam Cabo Verde e São Tomé e Príncipe, eventualmente devido à reduzida dimensão destes países.Portugal é citado como local de destino, trânsito e recrutamento para mulheres, homens e crianças traficados do Brasil e, em menor grau, de outros países do Leste europeu e de África para comércio sexual e trabalho forçado.O relatório, apesar de realçar os esforços do país no combate ao flagelo, afirma que o Governo português não cumpre integralmente os requisitos mínimos para a eliminação do tráfico de seres humanos.Quanto a Angola, o relatório afirma ser um país de origem para tráfico de mulheres e crianças para servidão doméstica e trabalho agrícola forçado.As mulheres e crianças angolanas são traficadas para a África do Sul, República Democrática do Congo, Namíbia, e Portugal. Jovens rapazes são também traficados para a Namíbia para apascentar gado.Apesar de elogiar esforços feitos, o relatório diz que o Governo angolano "não investigou, acusou ou condenou nenhum traficante de seres humanos" pelo que o Departamento de Estado norte-americano recomenda a adopção de legislação que combata o fenómeno, o reforço da capacidade das forças policiais e o aumento da protecção às vítimas.A Guiné-Bissau é considerada uma fonte para o tráfico de crianças para outras nações da África Ocidental para trabalhos forçados e exploração sexual.A maioria das vítimas integra rapazes que estudam religião, apelidados de talibés, que são traficados por instrutores religiosos com o pretexto de irem estudar em madrassas (escolas corânicas), principalmente para o Senegal, mas que depois são forçados à mendicidade.As cidades fronteiriças de Bafatá e Gabu são as maiores fornecedoras de talibés, principalmente através da aldeia de Pirada.Um estudo de 2008 do Centro Africano de Estudos Avançados constatou que 30 por cento das crianças forçadas à mendicidade em Dacar eram da Guiné-Bissau.A UNICEF calcula que mensalmente 200 crianças da Guiné-Bissau são traficadas para a Guiné-Conacri.Segundo o documento, as leis contra o tráfico humano na Guiné-Bissau não são devidamente aplicadas e não proíbem todas as formas de tráfico.Macau é qualificado no relatório como destino de tráfico de mulheres e raparigas da China continental, Mongólia, Rússia, Filipinas, Tailândia, Vietname, Burma, para exploração comercial e sexual.A maior parte das vítimas é originária da província fronteiriça de Guangdong em busca de trabalho no território.O controlo sobre algumas vítimas pelo perigoso crime organizado torna virtualmente impossível escapar ao jugo imposto, acrescenta o documento.Moçambique é um país fornecedor e, em menor grau, de destino para homens e mulheres e crianças traficados para propósitos de trabalho forçado e exploração sexual.Atraídos por promessas de melhor emprego, educação, mulheres e crianças são traficados de áreas rurais para a África do Sul para trabalho doméstico e exploração sexual.Um pequeno número de crianças e mulheres são traficados para a Zâmbia, Zimbabué e Malauí.O documento cita um relatório de uma ONG que denuncia o tráfico e comércio de órgãos humanos de crianças e adultos por feiticeiros que os usam como medicina tradicional ou para prejudicar inimigos.O relatório elogia a lei aprovada em Abril de 2008 pelo parlamento, que pune com firmeza os responsáveis por este tipo de crimes, com penas entre 16 a 20 anos.