Alto Hama: Patacoadas de Ângelo Correia para soba ver

07-07-2011
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Ângelo Correia foi a Angola dizer o óbvio (que apesar de o ser não é verdadeiro) e, com isso, dar prazer aos que gostam de quem está sempre de acordo.Em Luanda, capital do reino do MPLA, Ângelo Correia considerou hoje “legítimos e legais” os investimentos feitos por empresas angolanas em Portugal.Em declarações à imprensa no âmbito das palestras sobre o ambiente que realiza na capital angolana, o ex-ministro da Administração Interna do PSD, afirmou “não existir nada no ordenamento jurídico português” que impeça empresários estrangeiros investirem no mercado luso, procurando gerar capitais e conhecimentos.“Da mesma forma que os portugueses investem em Angola, é legitimo que os angolanos o façam também no nosso país. Os benefícios são mútuos e em alguns casos Portugal sai mesmo a ganhar porque recebe investimentos em áreas onde não tem produção”, sublinhou, apontando o sector petrolífero como exemplo.Considerando “reaccionárias” as pessoas que se manifestam contrárias ao investimento angolano em Portugal, Ângelo Correia referiu-se ao investimento da petrolífera angolana Sonangol na Galp, como sendo uma iniciativa que ajuda a reforçar os laços de cooperação entre os dois estados.“Nada está a acontecer à margem da lei, portanto, é legítimo que os angolanos escolham determinadas áreas para investir. Quem se manifesta contra é porque ainda vive no passado e deve, por isso, actualizar-se. Estamos num mundo globalizados e num mercado aberto para todos”, disse.Com tantos floreados, até parece que tudo é transparente nos investimentos feitos em Portugal. Parece mas não é. Ângelo Correia sabe isso muito bem. Mas, é claro, há coisas que se sabem mas não se dizem, sobretudo porque isso poderia ser visto como estar a cuspir no prato onde se come.Ao contrário do que diz Ângelo Correia, ninguém põe em causa os investimentos angolanos em Portugal. O problema está em que não são investimentos angolanos, são investimentos de uma família e de meia dúzia de amigos que quase representa 100 por centro do Produto Interno Bruto de Angola.Fossem, de facto, empresas angolanas e tudo estaria bem como pretende Ângelo Correia dizer que agora está. Mas não são. São de um clã.Aliás, já que se fala de Portugal, quantas empresas tem o homólogo português de José Eduardo dos Santos? Que percentagem do PIB português representa, por analogia com o presidente angolano, Cavaco Silva?Ao contrário de Ângelo Correia, os reaccionários não estão contra as empresas angolanas. Estão isso sim (e até ficava bem Ângelo Correia estar também desse lado) contra o facto de haver meia dúzia de pessoas, todas ligadas ao clã Eduardo dos Santos, que são donas de Angola.E para mim, reaccionário assumido, Angola só tem um dono: todos os angolanos.


Ângelo Correia foi a Angola dizer o óbvio (que apesar de o ser não é verdadeiro) e, com isso, dar prazer aos que gostam de quem está sempre de acordo.Em Luanda, capital do reino do MPLA, Ângelo Correia considerou hoje “legítimos e legais” os investimentos feitos por empresas angolanas em Portugal.Em declarações à imprensa no âmbito das palestras sobre o ambiente que realiza na capital angolana, o ex-ministro da Administração Interna do PSD, afirmou “não existir nada no ordenamento jurídico português” que impeça empresários estrangeiros investirem no mercado luso, procurando gerar capitais e conhecimentos.“Da mesma forma que os portugueses investem em Angola, é legitimo que os angolanos o façam também no nosso país. Os benefícios são mútuos e em alguns casos Portugal sai mesmo a ganhar porque recebe investimentos em áreas onde não tem produção”, sublinhou, apontando o sector petrolífero como exemplo.Considerando “reaccionárias” as pessoas que se manifestam contrárias ao investimento angolano em Portugal, Ângelo Correia referiu-se ao investimento da petrolífera angolana Sonangol na Galp, como sendo uma iniciativa que ajuda a reforçar os laços de cooperação entre os dois estados.“Nada está a acontecer à margem da lei, portanto, é legítimo que os angolanos escolham determinadas áreas para investir. Quem se manifesta contra é porque ainda vive no passado e deve, por isso, actualizar-se. Estamos num mundo globalizados e num mercado aberto para todos”, disse.Com tantos floreados, até parece que tudo é transparente nos investimentos feitos em Portugal. Parece mas não é. Ângelo Correia sabe isso muito bem. Mas, é claro, há coisas que se sabem mas não se dizem, sobretudo porque isso poderia ser visto como estar a cuspir no prato onde se come.Ao contrário do que diz Ângelo Correia, ninguém põe em causa os investimentos angolanos em Portugal. O problema está em que não são investimentos angolanos, são investimentos de uma família e de meia dúzia de amigos que quase representa 100 por centro do Produto Interno Bruto de Angola.Fossem, de facto, empresas angolanas e tudo estaria bem como pretende Ângelo Correia dizer que agora está. Mas não são. São de um clã.Aliás, já que se fala de Portugal, quantas empresas tem o homólogo português de José Eduardo dos Santos? Que percentagem do PIB português representa, por analogia com o presidente angolano, Cavaco Silva?Ao contrário de Ângelo Correia, os reaccionários não estão contra as empresas angolanas. Estão isso sim (e até ficava bem Ângelo Correia estar também desse lado) contra o facto de haver meia dúzia de pessoas, todas ligadas ao clã Eduardo dos Santos, que são donas de Angola.E para mim, reaccionário assumido, Angola só tem um dono: todos os angolanos.

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