Alto Hama: Solução de Angola para a colónia de Cabindapassa por prender e matar, matar e prender

05-07-2011
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A mais recente actuação da polícia de Angola na sua colónia de Cabinda teve a ver com prisão, durante três dias, de um advogado por este ter na sua posse uma camisola com fotos de outros activistas cabindas presos.Arriscando o pescoço, o deputado angolano Raul Danda, eleito pelo círculo de Cabinda e vice-presidente da Comissão Parlamentar de Direitos Humanos, classificou a acção da polícia angolana como traduzindo o "desespero" do regime liderado pelo Presidente José Eduardo dos Santos.Cá para mim o regime angolano já mandou reservar, tanto em Luanda como na colónia de Cabinda, um lugar especial na cadeia para Raul Danda. Admito, contudo, que a solução passe por o deputado chocar contra uma bala perdida, numa qualquer esquina de Luanda.Em causa está, desta vez, a detenção do advogado e jurista Félix Sumbo, que trabalha na companhia petrolífera norte-americana Chevron, acusado de crimes contra a segurança de Estado.Lembre-se que, segundo o ordenamento jurídico angolano, crime contra a segurança do Estado é tudo aquilo que não agrade ao regime."Isso mostra, a meu ver, o desespero deste regime, que sabe que tem um problema a resolver, que é o problema de Cabinda e sabe como resolver o problema, mas não quer a solução", acusou Raul Danda em declarações à Lusa.Na sua luta pela verdade, que neste caso é sinónimo de suicídio, Danda diz que "a solução está aí e que passa pelo diálogo com as populações de Cabinda”, de modo a “se encontrar uma solução digna".A detenção de Félix Sumbo ocorreu domingo, na sequência de curtas férias em Ponta Negra, na vizinha República do Congo.Na fronteira, a polícia revistou a bagagem de Félix Sumbo e da mulher e como não encontrou nada que classificasse como ilegal, insistiu em revistar o carro, estacionado do lado angolano da fronteira."Não tendo encontrado nada, os agentes da polícia acompanharam-no até à sua viatura e disseram que queriam ver uma camisola" que estaria no interior. "Isso só prova que eles terão utilizado uns mecanismos quaisquer para verificar o interior do carro", explicou Raul Danda.A camisola então encontrada tem seis fotos de "destacados activistas de Direitos Humanos, de colegas e irmãos detidos arbitrariamente em Cabinda" na frente e nas costas a expressão "A Verdade nos Libertará", disse Raul Danda à Lusa.Félix Sumbo foi posto em liberdade na terça-feira e no dia seguinte apresentou-se como requerido no Ministério Público, em Cabinda, onde, segundo Raul Danda, lhe deram a assinar um documento com alegadas declarações suas."Foi-lhe apresentado um documento que continha mentiras aberrantes. Um documento que diziam ter sido as suas declarações, segundo as quais nós nos tínhamos deslocado ao Congo para produzir 3 mil camisolas daquelas e aquela era o protótipo", relatou.Para Raul Danda, a alegação constitui uma aberração: "A amostra fica em Cabinda e nós vamos ao Congo reproduzir as camisolas. Nem nisso tiveram inteligência suficiente".O deputado Raul Danda enquadra este episódio no quadro do relacionamento do governo central, em Luanda, com os ativistas cabindas: "Está a perseguir sistematicamente a sociedade civil, sobretudo a intelectualidade, com uma vontade de meter toda a gente na cadeia".


A mais recente actuação da polícia de Angola na sua colónia de Cabinda teve a ver com prisão, durante três dias, de um advogado por este ter na sua posse uma camisola com fotos de outros activistas cabindas presos.Arriscando o pescoço, o deputado angolano Raul Danda, eleito pelo círculo de Cabinda e vice-presidente da Comissão Parlamentar de Direitos Humanos, classificou a acção da polícia angolana como traduzindo o "desespero" do regime liderado pelo Presidente José Eduardo dos Santos.Cá para mim o regime angolano já mandou reservar, tanto em Luanda como na colónia de Cabinda, um lugar especial na cadeia para Raul Danda. Admito, contudo, que a solução passe por o deputado chocar contra uma bala perdida, numa qualquer esquina de Luanda.Em causa está, desta vez, a detenção do advogado e jurista Félix Sumbo, que trabalha na companhia petrolífera norte-americana Chevron, acusado de crimes contra a segurança de Estado.Lembre-se que, segundo o ordenamento jurídico angolano, crime contra a segurança do Estado é tudo aquilo que não agrade ao regime."Isso mostra, a meu ver, o desespero deste regime, que sabe que tem um problema a resolver, que é o problema de Cabinda e sabe como resolver o problema, mas não quer a solução", acusou Raul Danda em declarações à Lusa.Na sua luta pela verdade, que neste caso é sinónimo de suicídio, Danda diz que "a solução está aí e que passa pelo diálogo com as populações de Cabinda”, de modo a “se encontrar uma solução digna".A detenção de Félix Sumbo ocorreu domingo, na sequência de curtas férias em Ponta Negra, na vizinha República do Congo.Na fronteira, a polícia revistou a bagagem de Félix Sumbo e da mulher e como não encontrou nada que classificasse como ilegal, insistiu em revistar o carro, estacionado do lado angolano da fronteira."Não tendo encontrado nada, os agentes da polícia acompanharam-no até à sua viatura e disseram que queriam ver uma camisola" que estaria no interior. "Isso só prova que eles terão utilizado uns mecanismos quaisquer para verificar o interior do carro", explicou Raul Danda.A camisola então encontrada tem seis fotos de "destacados activistas de Direitos Humanos, de colegas e irmãos detidos arbitrariamente em Cabinda" na frente e nas costas a expressão "A Verdade nos Libertará", disse Raul Danda à Lusa.Félix Sumbo foi posto em liberdade na terça-feira e no dia seguinte apresentou-se como requerido no Ministério Público, em Cabinda, onde, segundo Raul Danda, lhe deram a assinar um documento com alegadas declarações suas."Foi-lhe apresentado um documento que continha mentiras aberrantes. Um documento que diziam ter sido as suas declarações, segundo as quais nós nos tínhamos deslocado ao Congo para produzir 3 mil camisolas daquelas e aquela era o protótipo", relatou.Para Raul Danda, a alegação constitui uma aberração: "A amostra fica em Cabinda e nós vamos ao Congo reproduzir as camisolas. Nem nisso tiveram inteligência suficiente".O deputado Raul Danda enquadra este episódio no quadro do relacionamento do governo central, em Luanda, com os ativistas cabindas: "Está a perseguir sistematicamente a sociedade civil, sobretudo a intelectualidade, com uma vontade de meter toda a gente na cadeia".

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