Alto Hama: Luanda manda e Lisboa, como é hábito, baixa as calcinhas e diz até que gosta...

30-06-2011
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A eleição de Portugal como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) confere-lhe responsabilidade acrescida em questões como a situação no Saara Ocidental. Não, não sou eu que o diz. Quem o afirmou foi o representante da Frente Polisário, Adda Bhraim. E Lisboa não vai, com certeza, deixar os seus créditos por mãos alheias. Em mãos alheias vai, isso sim, continuar a situação de Cabinda. Luanda manda e Lisboa põe-se de cócoras. Quando se assinalaram os 35 anos sobre a conhecida Marcha Verde, "a situação é cada vez mais complicada, com número crescente de refugiados, e Portugal tem agora, como membro do Conselho de Segurança da ONU, mais responsabilidade", afirmou o representante da Frente Polisário em Portugal.Tem razão. E, mais uma vez, será mais fácil a Portugal ajudar a resolver a questão do Saara Ocidental do que, como é seu dever histórico, descalçar a bota em relação a Cabinda, seu protectorado, hoje ocupada pela força colonial de Angola.É a aplicação das resoluções da ONU que pode trazer uma solução para o problema, considera a mesma fonte, lembrando que o Saara Ocidental "está no Magrebe, uma zona cuja estabilidade e segurança é importante para muitos países".Sim. E como Portugal está cada vez mais perto em termos de evolução dos países do Norte de África, pouco importa os tratados assinados com os povos que ficaram mais a Sul.A comunidade internacional, sublinhou Adda Bhraim, "deveria dar mais atenção a um problema que se arrasta há 35 anos e que só piora".O alerta é igualmente válido para Cabinda. Mas como, nesta e em outras matérias, quem manda em Portugal é o petróleo (e não só) que Angola tem nas mãos, Lisboa limita-se a uma posição de subserviência em relação aos donos do poder em Luanda, país governado deste 11 de Novembro de 1975 pelo MPLA e que tem como presidente, há 31 anos, alguém que nunca foi eleito.Também um representante da Associação Amizade Portugal-Saara, António Baptista da Silva, chamou a atenção para a situação das pessoas que reivindicam a soberania do território."Portugal, melhor do que outros países, conhece este tipo de situações, pela semelhança com o que aconteceu com Timor-Leste", que ocorreu sensivelmente na mesma altura e que "conseguiu resolver mesmo no final do processo", sublinhou ainda António Baptista da Silva.António Baptista da Silva, como é obvio, está mais preocupado com a situação no Saara Ocidental do que com Cabinda. Aliás, nem lhe cabe estar preocupado. Se Portugal se está nas tintas, porque carga de chuva deveria haver cidadãos preocupados?O rei de Marrocos, Mohammed VI, proferiu um discurso à nação por ocasião do 35º aniversário da "Marcha Verde" de 350 mil cidadãos e 25 mil militares marroquinos em direcção ao Saara ocidental, organizada em 1975 pelo rei Hassan II.A Marcha Verde visou anexar o Saara Ocidental, então território espanhol, nos últimos momentos do franquismo.O Saara Ocidental foi antiga colónia espanhola anexada em 1975 após a saída dos espanhóis, como parte integrante do reino de Marrocos. No mesmo ano, Angola anexou Cabinda, até então protectorado de Portugal.


A eleição de Portugal como membro do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) confere-lhe responsabilidade acrescida em questões como a situação no Saara Ocidental. Não, não sou eu que o diz. Quem o afirmou foi o representante da Frente Polisário, Adda Bhraim. E Lisboa não vai, com certeza, deixar os seus créditos por mãos alheias. Em mãos alheias vai, isso sim, continuar a situação de Cabinda. Luanda manda e Lisboa põe-se de cócoras. Quando se assinalaram os 35 anos sobre a conhecida Marcha Verde, "a situação é cada vez mais complicada, com número crescente de refugiados, e Portugal tem agora, como membro do Conselho de Segurança da ONU, mais responsabilidade", afirmou o representante da Frente Polisário em Portugal.Tem razão. E, mais uma vez, será mais fácil a Portugal ajudar a resolver a questão do Saara Ocidental do que, como é seu dever histórico, descalçar a bota em relação a Cabinda, seu protectorado, hoje ocupada pela força colonial de Angola.É a aplicação das resoluções da ONU que pode trazer uma solução para o problema, considera a mesma fonte, lembrando que o Saara Ocidental "está no Magrebe, uma zona cuja estabilidade e segurança é importante para muitos países".Sim. E como Portugal está cada vez mais perto em termos de evolução dos países do Norte de África, pouco importa os tratados assinados com os povos que ficaram mais a Sul.A comunidade internacional, sublinhou Adda Bhraim, "deveria dar mais atenção a um problema que se arrasta há 35 anos e que só piora".O alerta é igualmente válido para Cabinda. Mas como, nesta e em outras matérias, quem manda em Portugal é o petróleo (e não só) que Angola tem nas mãos, Lisboa limita-se a uma posição de subserviência em relação aos donos do poder em Luanda, país governado deste 11 de Novembro de 1975 pelo MPLA e que tem como presidente, há 31 anos, alguém que nunca foi eleito.Também um representante da Associação Amizade Portugal-Saara, António Baptista da Silva, chamou a atenção para a situação das pessoas que reivindicam a soberania do território."Portugal, melhor do que outros países, conhece este tipo de situações, pela semelhança com o que aconteceu com Timor-Leste", que ocorreu sensivelmente na mesma altura e que "conseguiu resolver mesmo no final do processo", sublinhou ainda António Baptista da Silva.António Baptista da Silva, como é obvio, está mais preocupado com a situação no Saara Ocidental do que com Cabinda. Aliás, nem lhe cabe estar preocupado. Se Portugal se está nas tintas, porque carga de chuva deveria haver cidadãos preocupados?O rei de Marrocos, Mohammed VI, proferiu um discurso à nação por ocasião do 35º aniversário da "Marcha Verde" de 350 mil cidadãos e 25 mil militares marroquinos em direcção ao Saara ocidental, organizada em 1975 pelo rei Hassan II.A Marcha Verde visou anexar o Saara Ocidental, então território espanhol, nos últimos momentos do franquismo.O Saara Ocidental foi antiga colónia espanhola anexada em 1975 após a saída dos espanhóis, como parte integrante do reino de Marrocos. No mesmo ano, Angola anexou Cabinda, até então protectorado de Portugal.

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