Alto Hama: As banalidades de Mawete João Baptistacomo se em Cabinda tudo estivesse bem!

30-06-2011
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O primeiro secretário do Comité do MPLA na colónia angolana de Cabinda, Mawete João Baptista, exortou hoje as entidaddes religiosas no sentido de primarem pelas quastões espirituiais, visando a preparação e elevação da consciência moral e cívica da população.“Elevação da consciência moral e cívica da população”? Estará Mawete João Baptista a pensar, entre outros, em Raul Tati, Francisco Luemba, Belchior Lanzo Tati, Barnabé Paca Pezo, Andre Zeferino Puati, José Benjamin Fuca?O político do MPLA destacado para a colónia de Cabinda fez esta exortação no encontro com reverendos e pastores de diferente religiões, adiantando que na sua conduta o pastor deve ter o cuidado com as questões que lhe possam trazer contradições, combatendo as tendências discriminatórias, tribais, regionais, bem como a desconfiança que, na sua opinião, enfraquecem a nação.Nação, como diria o homólogo português de José Eduardo dos Santos, de “Cabinda ao Cunene”?A única forma de não enfraquecer a nação é falar verdade. E essa, quer queira ou não Mawete João Baptista, José Eduardo dos Santos ou Aníbal Cavaco Silva, diz-nos que Cabinda não é Angola.Para Mawete João Baptista, as igrejas têm o papel mobilizador visando a promoção da amizade, a união entre os crentes, no seio das famílias, o combate contra a violência, de modo a que as populações possam viver em harmonia.Será para que possam viver em harmonia que o regime colonial de Angola trata em condições execráveis, entre outros, em Raul Tati, Francisco Luemba, Belchior Lanzo Tati, Barnabé Paca Pezo, Andre Zeferino Puati, José Benjamin Fuca?Recorde-se, entretanto, o que o padre Jorge Casimiro Congo foi recentemente dizer ao Parlamento Europeu (Bruxelas), a convite da eurodeputada socialista Ana Gomes e, certamente, à revelia do grande amigo de Eduardo dos Santos que dá pelo nome de José Sócrates.Dizendo o que aprendeu com o falecido bispo do Porto, D. António (“diante de Deus, de joelhos; diante dos homens, de pé”) o padre Jorge Casimiro Congo lamentou a posição do Governo português de condenar apenas o que classificou como um ataque terrorista durante a Taça das nações Africanas (CAN), afirmando que “Portugal é o último a falar, não deve ser o primeiro a falar” sobre o enclave.Se as verdades ajudassem a reduzir o défice português, as que foram ditas pelo padre Congo, não só por serem históricas mas sobretudo actuais, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, estaria bem da vida e não haveria necessidade de nenum Programa de Estabilidade e Crescimento.Mas não ajudam. Desde logo porque, da Presidência de República portuguesa ao governo, passando pelo Parlamento e pelos partidos, ninguém sabe o que é, da facto e de jure, Cabinda. Para quase todos, a história de Portugal só começou a ser escrita em Abril de 1974, ou até mais tarde, pelo que – como diz Cavaco Silva – “Angola vai de Cabinda ao Cunene”.“Portugal é que é o culpado do que acontece em Cabinda. Não nos aceitou, traiu-nos”, disse o padre Congo, referindo-se ao processo de descolonização de Angola que deu de mão beijada e de cócoras o poder ao MPLA e, como se isso não fosse suficiente, rasgou os acordos que tinha asumido com o povo de Cabinda.Optimista quanto ao futuro, sobretudo porque sabe que o seu povo nunca será derrotado porque nunca deixará de lutar, o padre Congo disse ainda ter esperança de que no futuro haja “governos portugueses com mais calma para ver este problema”, porque acredita “que há partidos que começam a levantar a cabeça” e surgirão figuras que fiquem “acima de quaisquer negociatas, de petróleo, ou de mão-de-obra que tem de ir para Angola”.É claro que não houve nenhuma reacção oficial de Portugal às acusações do padre Congo. Uns porque entendem (e talvez bem) que quem manda no país é cada vez mais o clã Eduardo dos Santos; outros porque entendem que se o MPLA virar a rota e passar a investir noutro lado lá vão ao charco alguns grandes negócios; outros ainda porque se estão nas tintas para a honorabilidade de um Estado de Direito.Estado de Direito que Angola não é e que Portugal é cada vez menos.


O primeiro secretário do Comité do MPLA na colónia angolana de Cabinda, Mawete João Baptista, exortou hoje as entidaddes religiosas no sentido de primarem pelas quastões espirituiais, visando a preparação e elevação da consciência moral e cívica da população.“Elevação da consciência moral e cívica da população”? Estará Mawete João Baptista a pensar, entre outros, em Raul Tati, Francisco Luemba, Belchior Lanzo Tati, Barnabé Paca Pezo, Andre Zeferino Puati, José Benjamin Fuca?O político do MPLA destacado para a colónia de Cabinda fez esta exortação no encontro com reverendos e pastores de diferente religiões, adiantando que na sua conduta o pastor deve ter o cuidado com as questões que lhe possam trazer contradições, combatendo as tendências discriminatórias, tribais, regionais, bem como a desconfiança que, na sua opinião, enfraquecem a nação.Nação, como diria o homólogo português de José Eduardo dos Santos, de “Cabinda ao Cunene”?A única forma de não enfraquecer a nação é falar verdade. E essa, quer queira ou não Mawete João Baptista, José Eduardo dos Santos ou Aníbal Cavaco Silva, diz-nos que Cabinda não é Angola.Para Mawete João Baptista, as igrejas têm o papel mobilizador visando a promoção da amizade, a união entre os crentes, no seio das famílias, o combate contra a violência, de modo a que as populações possam viver em harmonia.Será para que possam viver em harmonia que o regime colonial de Angola trata em condições execráveis, entre outros, em Raul Tati, Francisco Luemba, Belchior Lanzo Tati, Barnabé Paca Pezo, Andre Zeferino Puati, José Benjamin Fuca?Recorde-se, entretanto, o que o padre Jorge Casimiro Congo foi recentemente dizer ao Parlamento Europeu (Bruxelas), a convite da eurodeputada socialista Ana Gomes e, certamente, à revelia do grande amigo de Eduardo dos Santos que dá pelo nome de José Sócrates.Dizendo o que aprendeu com o falecido bispo do Porto, D. António (“diante de Deus, de joelhos; diante dos homens, de pé”) o padre Jorge Casimiro Congo lamentou a posição do Governo português de condenar apenas o que classificou como um ataque terrorista durante a Taça das nações Africanas (CAN), afirmando que “Portugal é o último a falar, não deve ser o primeiro a falar” sobre o enclave.Se as verdades ajudassem a reduzir o défice português, as que foram ditas pelo padre Congo, não só por serem históricas mas sobretudo actuais, o ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, estaria bem da vida e não haveria necessidade de nenum Programa de Estabilidade e Crescimento.Mas não ajudam. Desde logo porque, da Presidência de República portuguesa ao governo, passando pelo Parlamento e pelos partidos, ninguém sabe o que é, da facto e de jure, Cabinda. Para quase todos, a história de Portugal só começou a ser escrita em Abril de 1974, ou até mais tarde, pelo que – como diz Cavaco Silva – “Angola vai de Cabinda ao Cunene”.“Portugal é que é o culpado do que acontece em Cabinda. Não nos aceitou, traiu-nos”, disse o padre Congo, referindo-se ao processo de descolonização de Angola que deu de mão beijada e de cócoras o poder ao MPLA e, como se isso não fosse suficiente, rasgou os acordos que tinha asumido com o povo de Cabinda.Optimista quanto ao futuro, sobretudo porque sabe que o seu povo nunca será derrotado porque nunca deixará de lutar, o padre Congo disse ainda ter esperança de que no futuro haja “governos portugueses com mais calma para ver este problema”, porque acredita “que há partidos que começam a levantar a cabeça” e surgirão figuras que fiquem “acima de quaisquer negociatas, de petróleo, ou de mão-de-obra que tem de ir para Angola”.É claro que não houve nenhuma reacção oficial de Portugal às acusações do padre Congo. Uns porque entendem (e talvez bem) que quem manda no país é cada vez mais o clã Eduardo dos Santos; outros porque entendem que se o MPLA virar a rota e passar a investir noutro lado lá vão ao charco alguns grandes negócios; outros ainda porque se estão nas tintas para a honorabilidade de um Estado de Direito.Estado de Direito que Angola não é e que Portugal é cada vez menos.

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