mentesdespertas: Ainda o referendo

21-01-2012
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O referendo do passado domingo merece-me mais uns breves comentários. A vitória do SIM foi incontestável. Ganhou em quase todos os distritos, aumentou a percentagem em todos os distritos em relação ao último referendo. A campanha do SIM revelou eficácia e a mensagem insistente na despenalização da mulher e pondo de parte outros aspectos ( note-se o “desaparecimento” do ministro Correia de Campos que deixou de falar nos custos para o de serviço nacional de saúde…) convenceram as pessoas. Pelo contrário, o NÃO aparecia muito mais dividido, com algumas franjas a roçarem um radicalismo que apenas prejudicou. Parabéns, portanto, ao SIM, e que as mulheres possam ser as únicas(?) beneficiárias da implementação da lei. Alguns comentários mais radicais, ou menos esclarecidos, têm atacado a Igreja pelo empenho que revelou, pelas posições que tomou. Pelos princípios em que assenta a sua doutrina, não se esperaria outra coisa que não essa. Ainda ontem o Papa referia que a “justiça humana não se pode sobrepor à justiça divina”. Daí até se afirmar que os padres quase levaram pelas orelhas as “beatas” à mesa de voto vai uma grande distância. Basta verificar as percentagens de abstenção nos meios rurais do norte e centro para comprovar a falsidade (maldade) dessa afirmação. É curioso constatar que não se comentem os resultados do SIM em distritos como Beja, Évora ou Setúbal. Com valores a ultrapassar, em média, os 80% a favor do SIM, aqui não se fala em manipulação, em “pessoas menos esclarecidas”, em seguidismo “ religioso”. Concelhos como Aljustrel ou Alcácer do Sal votaram 90% SIM. Nem faço mais comentários…Cada um retire as conclusões que quiser. Outro aspecto menos falado tem a ver com a posição dos partidos políticos. O único que não tomou posição oficial foi o PSD. Significativo da pluralidade de opiniões, o facto de cerca de 30 deputados terem tomado posições a favor do SIM. Quando se fala em unanimismo da chamada Direita, aqui está um exemplo a desmentir essas mentes pseudo iluminadas. A este propósito, onde estavam os deputados PS do meu distrito, como José Junqueiro ou Miguel Ginestal, que em 1998 se fizeram ouvir a favor do NÃO (as costas estavam protegidas por Guterres…) e agora, que eu visse ou ouvisse, entraram mudos e saíram calados. O lugarzinho….o tachinho… Como se previa, a guerra começou. As intenções em abrir clínicas privadas aí estão. O negócio parece ser chorudo. Aí, no segredo das quatro paredes, não haverá objectores de consciência, nem listas de espera. O vil metal falará mais alto.

O referendo do passado domingo merece-me mais uns breves comentários. A vitória do SIM foi incontestável. Ganhou em quase todos os distritos, aumentou a percentagem em todos os distritos em relação ao último referendo. A campanha do SIM revelou eficácia e a mensagem insistente na despenalização da mulher e pondo de parte outros aspectos ( note-se o “desaparecimento” do ministro Correia de Campos que deixou de falar nos custos para o de serviço nacional de saúde…) convenceram as pessoas. Pelo contrário, o NÃO aparecia muito mais dividido, com algumas franjas a roçarem um radicalismo que apenas prejudicou. Parabéns, portanto, ao SIM, e que as mulheres possam ser as únicas(?) beneficiárias da implementação da lei. Alguns comentários mais radicais, ou menos esclarecidos, têm atacado a Igreja pelo empenho que revelou, pelas posições que tomou. Pelos princípios em que assenta a sua doutrina, não se esperaria outra coisa que não essa. Ainda ontem o Papa referia que a “justiça humana não se pode sobrepor à justiça divina”. Daí até se afirmar que os padres quase levaram pelas orelhas as “beatas” à mesa de voto vai uma grande distância. Basta verificar as percentagens de abstenção nos meios rurais do norte e centro para comprovar a falsidade (maldade) dessa afirmação. É curioso constatar que não se comentem os resultados do SIM em distritos como Beja, Évora ou Setúbal. Com valores a ultrapassar, em média, os 80% a favor do SIM, aqui não se fala em manipulação, em “pessoas menos esclarecidas”, em seguidismo “ religioso”. Concelhos como Aljustrel ou Alcácer do Sal votaram 90% SIM. Nem faço mais comentários…Cada um retire as conclusões que quiser. Outro aspecto menos falado tem a ver com a posição dos partidos políticos. O único que não tomou posição oficial foi o PSD. Significativo da pluralidade de opiniões, o facto de cerca de 30 deputados terem tomado posições a favor do SIM. Quando se fala em unanimismo da chamada Direita, aqui está um exemplo a desmentir essas mentes pseudo iluminadas. A este propósito, onde estavam os deputados PS do meu distrito, como José Junqueiro ou Miguel Ginestal, que em 1998 se fizeram ouvir a favor do NÃO (as costas estavam protegidas por Guterres…) e agora, que eu visse ou ouvisse, entraram mudos e saíram calados. O lugarzinho….o tachinho… Como se previa, a guerra começou. As intenções em abrir clínicas privadas aí estão. O negócio parece ser chorudo. Aí, no segredo das quatro paredes, não haverá objectores de consciência, nem listas de espera. O vil metal falará mais alto.

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