Mesa posta para os novos hábitos e tendências

12-03-2012
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No Hocho, come-se sushi e sashimi sob a égide do músico Adolfo Luxúria Canibal, um dos proprietários, bem perto da Sé ADRIANO MIRANDA

De entre as cidades portuguesas, Braga será talvez aquela que mais ligada está às nossas raízes como nação. A sua importância e centralidade são muito anteriores à fundação da nacionalidade, tendo sido a capital da Galécia romana, em cujo seio haveria de nascer o Condado Portucalense. E sendo Portugal um dos países mais antigos e com as fronteiras há mais tempo consolidadas é, mesmo assim, preciso recuar vários séculos para encontrar as origens da capital minhota como urbe coesa e organizada, de que são testemunho muitos dos edifícios e espaços que ainda encontramos no núcleo histórico.

É nestas áreas que a cidade hoje fervilha com o espírito moderno e cosmopolita que lhe é impregnado por uma população jovem e empreendedora. Uma vivência cosmopolita que se mistura com o passado secular e lhe confere uma atmosfera muito peculiar, e que, como em outras áreas, é também evidente nos espaços de gastronomia e restauração. Não será sequer preciso citar o mítico abade de Priscos para ter presente o peso da boa cozinha tradicional, que, com garbo e pujança, se pratica em muitos dos restaurantes da cidade. Casas como o Arcoense, D. Júlia ou a fileira Cruz Sobral, Bem-me-quer e Alexandre, todos no Campo das Hortas, são alguns dos bons exemplos, mas que propositadamente deixaremos agora de fora.

Olhemos, então, para novos conceitos que reflectem esse espírito jovem e cosmopolita e onde a boa comida se alia à convivialidade e espírito de partilha. Espaços que em muitos casos só abrem ao final do dia e onde a refeição pode ser antecedida por um copo de fim de tarde ou se prolonga noite dentro em ambiente de bar. Há-os um pouco por toda a cidade, mas vamos concentrar-nos na área da zona histórica, que é onde a coisa está mesmo a mexer. Reina o espírito de partilha e convívio e o carro é mesmo um acessório supérfluo.

Silvas - Todos em volta do balcão

Aqui a cozinha é mesmo uma coisa séria. Basta passar a porta, absorver os aromas e olhar o ambiente para logo se perceber que não há outra hipótese que não seja sermos muito bem tratados. Mesmo podendo à primeira vista deixar a impressão de um daqueles impessoais snacks urbanos, rapidamente se constata que é tudo o seu contrário. Há apenas um balcão, é verdade, mas que funciona antes como uma espécie de mesa comum de família alargada onde reina o ambiente de partilha.

Além da boa comida, há também ajustadas propostas de garrafeira, com oferta a copo sempre adequada à petisqueira diária. Os preços são sensatos e, em sendo tempo, este Silvas tem também uma acolhedora esplanada. Fica mesmo no centro da cidade, nas traseiras da cosmopolita arcada, um espaço agarrado à muralha medieval e à sombra a torre de menagem.

Tel.: 253 272 801 / 939 600 175

www.silvasrestaurante.com

Almoços e jantares

Fecha ao domingo

Taberna do Félix - As receitas lá de casa

Foi um dos primeiros a afirmar-se na nova onda e a ganhar popularidade entre grupos que se juntam ao jantar para a animação nocturna. Começou apenas como bar onde o casal anfitrião servia uns saborosos petiscos, mas rapidamente evoluiu para restaurante face à demanda culinária.

Sem ser abundante, a oferta de vinhos é ajustada. Serviço simpático a compor o ambiente acolhedor e discreta elegância. Funciona apenas para o jantar, das 20h às 2h.

Fica na Praça Velha, logo à entrada do Arco da Porta Nova, numa praceta onde tem como vizinhos os congéneres Copo 1/2, Colher de Pau e o vegetariano Anjo Verde, todos igualmente muito frequentados e a proporcionar uma boa dinâmica, sobretudo nas noites de fim-de-semana.

Tel.: 253 617 701

Horário: das 20h às 2h

Fecha aos domingos e feriados

Caldo Entornado - A vida num só sítio

É um dos mais recentes espaços da zona histórica e será talvez, aquele que melhor sintetiza a actual tendência na animação da cidade. Daí o seu rápido sucesso. Além da boa comida, há um bar de vinhos, uma acolhedora esplanada interior e um espaço de entrada/átrio/esplanada aberto à rua (sem trânsito) e animado por DJ nos fins de tarde e após o jantar. A vida num só sítio, como está bom de ver.

Além dos pratos diários e peixes frescos, a lista propõe especialidades como caril de gambas,

Tel.: 253 065 578 / 910 949 496 / 912 209 513

www.caldoentornado.com

Fecha ao domingo e segunda à noite

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Brac - Elegância e modernidade

É um espaço claramente distinto e que se destaca também pelo design e cuidado arquitectónico. Ambiente contemporâneo mas ao mesmo tempo informal e descontraído, onde se pode jantar ou cear, ou simplesmente petiscar e beber um copo a partir do meio da tarde.

Tel.: 253 610 225 / 929 145 272

www.brac.com.pt

Horário: das 17h30 à 1h

Fecha ao domingo

Estarolas - A tasca que virou moda

Este é dos lugares onde se vai apenas pela comida. Ambiente de tasca de outros tempos, onde se servem assados, rojões, bacalhaus, arroz de pato e pataniscas, tudo com o sabor dos cozinhados da avó.

Antiga tasca, que abriu portas em meados do século passado e se tornou famosa pelos petiscos ali servidos, foi recentemente remodelada e recuperada para serviço exclusivo como restaurante. Apesar da acomodação moderna, com toalhas e guardanapos de algodão e copos a condizer, resistem ainda o ambiente de velha tasca e respectivos adereços. Boa comida, bons preços e ambiente juvenil.

Tel.: 253 263 078 / 965 239 320

Fecha ao domingo

Hocho - Um japonês junto à Sé

Por simplificação, é normalmente apontado como restaurante japonês, mas trata-se na realidade de um sushi bar essencialmente focado nas especialidades de sushi e sashimi.

Cuidadosamente mobilado e decorado, em estilo a condizer com a vocação nipónica da cozinha, o espaço exibe também quadros da artista plástica Isabel Lhano e do escritor Valter Hugo Mãe, igualmente inspirados na vivência e cultura japonesas. Fica junto ao topo norte do Rossio da Sé.

Tel.: 253 040 346 / 916 077 151

Fecha à segunda-feira

Continuar a ler

Horário: das 19h30 às 22h30, de terça a sexta; das 12h30 às 15h30 e das 19h30 às 00h, ao sábado e domingo.

No Hocho, come-se sushi e sashimi sob a égide do músico Adolfo Luxúria Canibal, um dos proprietários, bem perto da Sé ADRIANO MIRANDA

De entre as cidades portuguesas, Braga será talvez aquela que mais ligada está às nossas raízes como nação. A sua importância e centralidade são muito anteriores à fundação da nacionalidade, tendo sido a capital da Galécia romana, em cujo seio haveria de nascer o Condado Portucalense. E sendo Portugal um dos países mais antigos e com as fronteiras há mais tempo consolidadas é, mesmo assim, preciso recuar vários séculos para encontrar as origens da capital minhota como urbe coesa e organizada, de que são testemunho muitos dos edifícios e espaços que ainda encontramos no núcleo histórico.

É nestas áreas que a cidade hoje fervilha com o espírito moderno e cosmopolita que lhe é impregnado por uma população jovem e empreendedora. Uma vivência cosmopolita que se mistura com o passado secular e lhe confere uma atmosfera muito peculiar, e que, como em outras áreas, é também evidente nos espaços de gastronomia e restauração. Não será sequer preciso citar o mítico abade de Priscos para ter presente o peso da boa cozinha tradicional, que, com garbo e pujança, se pratica em muitos dos restaurantes da cidade. Casas como o Arcoense, D. Júlia ou a fileira Cruz Sobral, Bem-me-quer e Alexandre, todos no Campo das Hortas, são alguns dos bons exemplos, mas que propositadamente deixaremos agora de fora.

Olhemos, então, para novos conceitos que reflectem esse espírito jovem e cosmopolita e onde a boa comida se alia à convivialidade e espírito de partilha. Espaços que em muitos casos só abrem ao final do dia e onde a refeição pode ser antecedida por um copo de fim de tarde ou se prolonga noite dentro em ambiente de bar. Há-os um pouco por toda a cidade, mas vamos concentrar-nos na área da zona histórica, que é onde a coisa está mesmo a mexer. Reina o espírito de partilha e convívio e o carro é mesmo um acessório supérfluo.

Silvas - Todos em volta do balcão

Aqui a cozinha é mesmo uma coisa séria. Basta passar a porta, absorver os aromas e olhar o ambiente para logo se perceber que não há outra hipótese que não seja sermos muito bem tratados. Mesmo podendo à primeira vista deixar a impressão de um daqueles impessoais snacks urbanos, rapidamente se constata que é tudo o seu contrário. Há apenas um balcão, é verdade, mas que funciona antes como uma espécie de mesa comum de família alargada onde reina o ambiente de partilha.

Além da boa comida, há também ajustadas propostas de garrafeira, com oferta a copo sempre adequada à petisqueira diária. Os preços são sensatos e, em sendo tempo, este Silvas tem também uma acolhedora esplanada. Fica mesmo no centro da cidade, nas traseiras da cosmopolita arcada, um espaço agarrado à muralha medieval e à sombra a torre de menagem.

Tel.: 253 272 801 / 939 600 175

www.silvasrestaurante.com

Almoços e jantares

Fecha ao domingo

Taberna do Félix - As receitas lá de casa

Foi um dos primeiros a afirmar-se na nova onda e a ganhar popularidade entre grupos que se juntam ao jantar para a animação nocturna. Começou apenas como bar onde o casal anfitrião servia uns saborosos petiscos, mas rapidamente evoluiu para restaurante face à demanda culinária.

Sem ser abundante, a oferta de vinhos é ajustada. Serviço simpático a compor o ambiente acolhedor e discreta elegância. Funciona apenas para o jantar, das 20h às 2h.

Fica na Praça Velha, logo à entrada do Arco da Porta Nova, numa praceta onde tem como vizinhos os congéneres Copo 1/2, Colher de Pau e o vegetariano Anjo Verde, todos igualmente muito frequentados e a proporcionar uma boa dinâmica, sobretudo nas noites de fim-de-semana.

Tel.: 253 617 701

Horário: das 20h às 2h

Fecha aos domingos e feriados

Caldo Entornado - A vida num só sítio

É um dos mais recentes espaços da zona histórica e será talvez, aquele que melhor sintetiza a actual tendência na animação da cidade. Daí o seu rápido sucesso. Além da boa comida, há um bar de vinhos, uma acolhedora esplanada interior e um espaço de entrada/átrio/esplanada aberto à rua (sem trânsito) e animado por DJ nos fins de tarde e após o jantar. A vida num só sítio, como está bom de ver.

Além dos pratos diários e peixes frescos, a lista propõe especialidades como caril de gambas,

Tel.: 253 065 578 / 910 949 496 / 912 209 513

www.caldoentornado.com

Fecha ao domingo e segunda à noite

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Brac - Elegância e modernidade

É um espaço claramente distinto e que se destaca também pelo design e cuidado arquitectónico. Ambiente contemporâneo mas ao mesmo tempo informal e descontraído, onde se pode jantar ou cear, ou simplesmente petiscar e beber um copo a partir do meio da tarde.

Tel.: 253 610 225 / 929 145 272

www.brac.com.pt

Horário: das 17h30 à 1h

Fecha ao domingo

Estarolas - A tasca que virou moda

Este é dos lugares onde se vai apenas pela comida. Ambiente de tasca de outros tempos, onde se servem assados, rojões, bacalhaus, arroz de pato e pataniscas, tudo com o sabor dos cozinhados da avó.

Antiga tasca, que abriu portas em meados do século passado e se tornou famosa pelos petiscos ali servidos, foi recentemente remodelada e recuperada para serviço exclusivo como restaurante. Apesar da acomodação moderna, com toalhas e guardanapos de algodão e copos a condizer, resistem ainda o ambiente de velha tasca e respectivos adereços. Boa comida, bons preços e ambiente juvenil.

Tel.: 253 263 078 / 965 239 320

Fecha ao domingo

Hocho - Um japonês junto à Sé

Por simplificação, é normalmente apontado como restaurante japonês, mas trata-se na realidade de um sushi bar essencialmente focado nas especialidades de sushi e sashimi.

Cuidadosamente mobilado e decorado, em estilo a condizer com a vocação nipónica da cozinha, o espaço exibe também quadros da artista plástica Isabel Lhano e do escritor Valter Hugo Mãe, igualmente inspirados na vivência e cultura japonesas. Fica junto ao topo norte do Rossio da Sé.

Tel.: 253 040 346 / 916 077 151

Fecha à segunda-feira

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Horário: das 19h30 às 22h30, de terça a sexta; das 12h30 às 15h30 e das 19h30 às 00h, ao sábado e domingo.

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