Autoridades suíças ponderam ativar cláusula para evitar hospedar a miséria da Europa.
As autoridades da Suíça estão a ponderar utilizar uma cláusula de salvaguarda sobre a livre circulação de pessoas, prevista no acordo assinado com a União Europeia (UE), para impedir a entrada de imigrantes do sul da Europa, nomeadamente cidadãos de nacionalidade portuguesa, espanhola e italiana.
Segundo o jornal francês "Les Echos", a Suíça não quer hospedar a miséria da Europa e o Conselho Federal deverá decidir-se pela redução de trabalhadores europeus já em abril.
Berna já tinha acionado a alavanca de limitação a imigrantes em abril de 2012, colocando um travão a oito estados membros da UE, todos de Leste: Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia, Eslováquia, Eslovénia e República Checa.
Para recorrer à referida ferramenta é necessário que o aumento da emissão de autorizações de residência fique 10% acima da média dos três anos anteriores. A verificar-se o ritmo atual, segundo o jornal francês, esse nível poderá ser ultrapassado a 31 de maio próximo, devido ao "afluxo massivo" de imigrantes de Portugal, Espanha e Itália.
O Conselheiro Federal Didier Burkhalter já tinha afirmado à Rádio Televisão Suíça - RTS, no sábado à noite, que "a questão de impor [a cláusula] a todos os membros da UE está em discussão", mas ressalvou que esta só se aplica durante um ano.
O jornal francês frisa que o Conselho Federal poderá hesitar na decisão, não só por razões políticas - pelo caráter discriminatório da medida -, mas também económicas , uma vez que há sectores como a Agricultura e o Turismo que dependem do mercado de trabalho barato da União para manter a competitividade.
Dados do Observatório da Emigração, divulgados no final de janeiro, indicam que a França, EUA e Suíça são os países com maior número de portugueses. Contudo, os destinos referem-se a 2011, ficando de fora da contabilidade a vaga de saídas verificadas ao longo de 2012 com o agravamento da crise económica.
O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, referiu recentemente que, conforme as autoridades helvéticas, "entre janeiro e novembro de 2012 entraram na Suíça mais de 17270 portugueses", sendo atualmente "a maior comunidade" estrangeira neste país.
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Autoridades suíças ponderam ativar cláusula para evitar hospedar a miséria da Europa.
As autoridades da Suíça estão a ponderar utilizar uma cláusula de salvaguarda sobre a livre circulação de pessoas, prevista no acordo assinado com a União Europeia (UE), para impedir a entrada de imigrantes do sul da Europa, nomeadamente cidadãos de nacionalidade portuguesa, espanhola e italiana.
Segundo o jornal francês "Les Echos", a Suíça não quer hospedar a miséria da Europa e o Conselho Federal deverá decidir-se pela redução de trabalhadores europeus já em abril.
Berna já tinha acionado a alavanca de limitação a imigrantes em abril de 2012, colocando um travão a oito estados membros da UE, todos de Leste: Estónia, Hungria, Letónia, Lituânia, Polónia, Eslováquia, Eslovénia e República Checa.
Para recorrer à referida ferramenta é necessário que o aumento da emissão de autorizações de residência fique 10% acima da média dos três anos anteriores. A verificar-se o ritmo atual, segundo o jornal francês, esse nível poderá ser ultrapassado a 31 de maio próximo, devido ao "afluxo massivo" de imigrantes de Portugal, Espanha e Itália.
O Conselheiro Federal Didier Burkhalter já tinha afirmado à Rádio Televisão Suíça - RTS, no sábado à noite, que "a questão de impor [a cláusula] a todos os membros da UE está em discussão", mas ressalvou que esta só se aplica durante um ano.
O jornal francês frisa que o Conselho Federal poderá hesitar na decisão, não só por razões políticas - pelo caráter discriminatório da medida -, mas também económicas , uma vez que há sectores como a Agricultura e o Turismo que dependem do mercado de trabalho barato da União para manter a competitividade.
Dados do Observatório da Emigração, divulgados no final de janeiro, indicam que a França, EUA e Suíça são os países com maior número de portugueses. Contudo, os destinos referem-se a 2011, ficando de fora da contabilidade a vaga de saídas verificadas ao longo de 2012 com o agravamento da crise económica.
O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, referiu recentemente que, conforme as autoridades helvéticas, "entre janeiro e novembro de 2012 entraram na Suíça mais de 17270 portugueses", sendo atualmente "a maior comunidade" estrangeira neste país.