From HERE to ETERNITY

21-01-2012
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Seis anos após o lançamento do seu primeiro álbum a solo, Sing Me Something New, David Fonseca regressa agora com Between Waves, lançado no passado dia 2 de Novembro, que está a fazer sensação entre o público português. Com Dreams in Colour, último álbum do cantor, de 2007, David Fonseca tinha já conseguido definir um estilo próprio, uma marca indelével que o identificava como único no panorama nacional e até mesmo internacional, atraindo inúmeros fãs para a sua mistura própria de pop, electrónico, acústico, indie, rock ‘n’ roll e alternativo. Dois anos depois, este Between Waves é a sua verdadeira consagração como um dos melhores cantores e compositores portugueses do momento.O álbum abre com (Baby) All I Ever Wanted, uma boa música que enuncia desde logo a magnificência do resto do álbum, embora esconda ainda as surpresas que a segunda faixa, Walk Away When You’re Winning, nos oferece de mão beijada. Esta segunda música é de uma beleza incrível, não só pelo ritmo alternado, pela letra calma e confiante, mas também pela forma como fica na cabeça e nos parece acompanhar durante horas e horas.A terceira música é a já famosa A Cry 4 Love, primeiro e único single do álbum, até ao momento, que já conquistou as rádios e os corações dos ouvintes. Apesar de, aparentemente, ser algo diferente do estilo de David Fonseca a que estamos habituados, depressa nos apercebemos na forma como toca, como agarra, como o refrão se adequa na perfeição a esta era de consagração do cantor, e igualmente ao álbum em questão.U Know Who I Am é a quarta faixa, apresentando-se mais calma, suave, quase uma canção verdadeiramente romântica, com um ritmo leve e uma melodia para ouvir vezes sem conta.There’s Nothing Wrong With Us, a quinta música do álbum, assemelha-se a um hino ao ser humano, aos seus erros, às suas características, que são tudo menos perfeitas, mas são as correctas para a espécie. Com um ritmo mais definido, prevalecendo a percussão e as palmas que o próprio David Fonseca imprime na maioria das suas canções. Uma vez mais, como se observa durante todo o disco, a letra prima pela magnífica coordenação com os instrumentos e o ritmo, em perfeita harmonia.A sexta faixa, a uma primeira audição, pode até parecer algo despropositada, sobretudo no meio do álbum, pelo seu ritmo demasiado acelerado. Mas tendo em conta o que conseguimos ver de David Fonseca em Owner Of Her Heart, essa opinião é imediatamente posta de lado. De novo, a percussão e o famoso “clapping”, o refrão que não conseguimos apagar da memória, o ritmo que o identifica e que imprime também uma identidade única à canção. E apercebemo-nos desde logo que David Fonseca, para além de um excelente compositor e músico a todos os níveis, é coerente na forma como junta todos esses elementos e os transforma numa composição sem rpecedentes.It’s Just a Dream II prima pela letra, pelo ritmo de novo suave e sincero, pelo sonho de que o cantor tanto fala e quase consegue mostrar por imagens através da música. Little Things II, a oitava faixa, destaca-se pela facilidade com que nos toca, pelo refrão definido pela voz de David Fonseca, e não tanto pelo ritmo que caracteriza algumas das suas músicas. Realça-se ainda a letra e a predominância da simbologia do telefone, ao longo do álbum, através de chamadas telefónicas ou simplesmente da referência ao objecto de comunicação à distância.A nona música, Stop 4 a Minute, é talvez a mais “estranha” de todo o álbum, diferente de todas as outras, no ritmo, da composição, até na própria letra. Podemos dizer que é mais pop, que é mais focada no cantor, através do coro que o próprio faz e da letra muito centralizada no homem. No entanto, não deixamos de ver nela a marca inconfundível de David Fonseca, das suas composições sempre geniais, e apesar de ser mais fácil de gostar e deixar levar pelo som, acabamos por nos habituar progressivamente e por gostar cada vez mais da melodia, que deixamos de estranhar após a primeira audição.Morning Tide (I Just Can’t Remember) inclui talvez uma das melhores letras de todo o álbum, contando uma história, entrelaçada com a percussão e certos sons electrónicos que começamos a observar cada vez mais na obra de David Fonseca, e que ajudam à consagração do seu estilo próprio. O refrão da música é propositadamente focado nos instrumentos e no tom baixo em que o músico canta, embora por vezes a letra não seja tão perceptível como deveria ser, não deixando de ser uma grande canção.A finalizar o álbum, uma das melhores músicas de Between Waves, com um ritmo maravilhoso, acústico, sentindo-se o som da guitarra, ouvindo-se por vezes o som da harmónica. This One’s So Different marca uma verdadeira apologia da canção, do género do cantor, que é no fundo não ter género nenhum, mas sim uma série de elementos de todos eles, juntos em composições que soam, aos nossos ouvidos, sempre melodiosas e características.De referir que as imagens que fazem parte do design do álbum ajudam a caracterizar este maravilhoso mundo de David Fonseca em Between Waves, significando possivelmente os altos e baixos da sua história, memórias da sua longa caminhada de vida, estando sempre “entre as ondas”. É isto que o torna “grande”, peculiar, intemporal, e nos faz ficar tão agradados com a simplicidade, a beleza e a suavidade de toda a sua obra musical, que não cessamos de elogiar. Between Waves é um excelente álbum, que pode surpreender uns, mas dificilmente desiludirá outros.Publicado em Espalha-Factos


Seis anos após o lançamento do seu primeiro álbum a solo, Sing Me Something New, David Fonseca regressa agora com Between Waves, lançado no passado dia 2 de Novembro, que está a fazer sensação entre o público português. Com Dreams in Colour, último álbum do cantor, de 2007, David Fonseca tinha já conseguido definir um estilo próprio, uma marca indelével que o identificava como único no panorama nacional e até mesmo internacional, atraindo inúmeros fãs para a sua mistura própria de pop, electrónico, acústico, indie, rock ‘n’ roll e alternativo. Dois anos depois, este Between Waves é a sua verdadeira consagração como um dos melhores cantores e compositores portugueses do momento.O álbum abre com (Baby) All I Ever Wanted, uma boa música que enuncia desde logo a magnificência do resto do álbum, embora esconda ainda as surpresas que a segunda faixa, Walk Away When You’re Winning, nos oferece de mão beijada. Esta segunda música é de uma beleza incrível, não só pelo ritmo alternado, pela letra calma e confiante, mas também pela forma como fica na cabeça e nos parece acompanhar durante horas e horas.A terceira música é a já famosa A Cry 4 Love, primeiro e único single do álbum, até ao momento, que já conquistou as rádios e os corações dos ouvintes. Apesar de, aparentemente, ser algo diferente do estilo de David Fonseca a que estamos habituados, depressa nos apercebemos na forma como toca, como agarra, como o refrão se adequa na perfeição a esta era de consagração do cantor, e igualmente ao álbum em questão.U Know Who I Am é a quarta faixa, apresentando-se mais calma, suave, quase uma canção verdadeiramente romântica, com um ritmo leve e uma melodia para ouvir vezes sem conta.There’s Nothing Wrong With Us, a quinta música do álbum, assemelha-se a um hino ao ser humano, aos seus erros, às suas características, que são tudo menos perfeitas, mas são as correctas para a espécie. Com um ritmo mais definido, prevalecendo a percussão e as palmas que o próprio David Fonseca imprime na maioria das suas canções. Uma vez mais, como se observa durante todo o disco, a letra prima pela magnífica coordenação com os instrumentos e o ritmo, em perfeita harmonia.A sexta faixa, a uma primeira audição, pode até parecer algo despropositada, sobretudo no meio do álbum, pelo seu ritmo demasiado acelerado. Mas tendo em conta o que conseguimos ver de David Fonseca em Owner Of Her Heart, essa opinião é imediatamente posta de lado. De novo, a percussão e o famoso “clapping”, o refrão que não conseguimos apagar da memória, o ritmo que o identifica e que imprime também uma identidade única à canção. E apercebemo-nos desde logo que David Fonseca, para além de um excelente compositor e músico a todos os níveis, é coerente na forma como junta todos esses elementos e os transforma numa composição sem rpecedentes.It’s Just a Dream II prima pela letra, pelo ritmo de novo suave e sincero, pelo sonho de que o cantor tanto fala e quase consegue mostrar por imagens através da música. Little Things II, a oitava faixa, destaca-se pela facilidade com que nos toca, pelo refrão definido pela voz de David Fonseca, e não tanto pelo ritmo que caracteriza algumas das suas músicas. Realça-se ainda a letra e a predominância da simbologia do telefone, ao longo do álbum, através de chamadas telefónicas ou simplesmente da referência ao objecto de comunicação à distância.A nona música, Stop 4 a Minute, é talvez a mais “estranha” de todo o álbum, diferente de todas as outras, no ritmo, da composição, até na própria letra. Podemos dizer que é mais pop, que é mais focada no cantor, através do coro que o próprio faz e da letra muito centralizada no homem. No entanto, não deixamos de ver nela a marca inconfundível de David Fonseca, das suas composições sempre geniais, e apesar de ser mais fácil de gostar e deixar levar pelo som, acabamos por nos habituar progressivamente e por gostar cada vez mais da melodia, que deixamos de estranhar após a primeira audição.Morning Tide (I Just Can’t Remember) inclui talvez uma das melhores letras de todo o álbum, contando uma história, entrelaçada com a percussão e certos sons electrónicos que começamos a observar cada vez mais na obra de David Fonseca, e que ajudam à consagração do seu estilo próprio. O refrão da música é propositadamente focado nos instrumentos e no tom baixo em que o músico canta, embora por vezes a letra não seja tão perceptível como deveria ser, não deixando de ser uma grande canção.A finalizar o álbum, uma das melhores músicas de Between Waves, com um ritmo maravilhoso, acústico, sentindo-se o som da guitarra, ouvindo-se por vezes o som da harmónica. This One’s So Different marca uma verdadeira apologia da canção, do género do cantor, que é no fundo não ter género nenhum, mas sim uma série de elementos de todos eles, juntos em composições que soam, aos nossos ouvidos, sempre melodiosas e características.De referir que as imagens que fazem parte do design do álbum ajudam a caracterizar este maravilhoso mundo de David Fonseca em Between Waves, significando possivelmente os altos e baixos da sua história, memórias da sua longa caminhada de vida, estando sempre “entre as ondas”. É isto que o torna “grande”, peculiar, intemporal, e nos faz ficar tão agradados com a simplicidade, a beleza e a suavidade de toda a sua obra musical, que não cessamos de elogiar. Between Waves é um excelente álbum, que pode surpreender uns, mas dificilmente desiludirá outros.Publicado em Espalha-Factos

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