In Concreto: Lugares açorianos no PE

01-07-2011
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Notei desacordo nas caixas de comentários quanto à opinião que será muito difícil nas próximas europeias termos dois deputados em lugares seguramente elegíveis. Podendo até no futuro estar em risco a representatividade açoriana no Parlamento Europeu. Não sei se é por eu estar por Lisboa e não olhar apenas para os resultados nos Açores, ou se por ser pessimista.Todos sabemos que os Açores têm especificidades próprias, que merecem e devem ter representatividade no Parlamento Europeu. Contudo, devemos deixar de olhar apenas para o nosso umbigo e olhar o panorama global nacional. Todos nós conhecemos as dificuldades que existiram este ano na colocação de açorianos nas listas, a novela Paulo Casaca e Duarte Freitas. Se Carlos César e Berta Cabral tiveram capacidade negocial para se fazerem impor, daqui a cinco anos, qualquer que sejam os líderes regionais terão mais dificuldades.Comparando a participação eleitoral das regiões autónomas com os distritos, percebemos que houve apenas uma parcela de território com participação abaixo dos 30%: os Açores. Tendo em conta os inscritos, os Açores já estavam sobrevalorizados nas listas. Se tivermos em conta os resultados percebemos que quem elegeu Patrão Neves e Luís Paulo Alves, não foram os açorianos. Eu sei que doí a quem tem filiação partidária, mas é a pura das verdades. A colocação de dois candidatos em lugares elegíveis arrefeceu a campanha e não houve mobilização: nem do PSD, nem do PS. Só isto explica que a região melhor representada tenha sido a que ficou em casa.Todos aqueles que andaram a opinar aquando da elaboração das listas, deviam repescar os argumentos. Eu próprio critiquei a capacidade negocial do PSD: a novela sobre quem fica à frente Açores ou Madeira; e terem abdicado de Duarte Freitas - temos que ser coerentes. Agora, quando analisamos os resultados é perfeitamente normal que na lista do PSD o candidato da Madeira fique à frente da candidata dos Açores. Na lista do PS, Luís Paulo Alves foi eleito, mas os Açores contribuíram com apenas 16 mil votos. A Madeira tinha o seu candidato socialista em 11º lugar, sem perspectivas de ser eleito - e não foi - e contribuiu com menos 700 votos que o PS/Açores. Se agora houve cedências dos líderes regionais na elaboração das listas, haverá no futuro mais cedências.Se analisarmos os distritos continentais, percebemos que há distritos que não tinham nenhum candidato ou apenas um. No entanto, contribuíram muito mais que os Açores. Na elaboração das listas há dois factores decisivos, os interesses específicos de cada região e o peso eleitoral. Os Açores têm muitas especificidades, mas nem 50 mil foram votar. Os próprios açorianos não percebem a importância desses interesses específicos. Se deixarmos de pensar como açorianos e apenas no nosso umbigo, percebemos que é perfeitamente natural que um líder nacional não seja brando nas negociações. O problema é que para admitirem esta análise, quem trabalha nas estruturas dos partidos regionais tem que admitir que falhou na mobilização. Não é por casmurrice que os lideres nacionais dificultam a negociação das listas. Se os açorianos não querem saber da Europa, há gente no continente que trabalhou, mobilizou e foi votar. Estes que trabalharam e mobilizaram daqui a 5 anos vão exigir lugares e terão mais trunfos que nós. Em termos de justiça relativa os Açores terão muito a perder. Os 19 mil votos do PSD/Açores e os 16 mil votos do PS/Açores não serviram absolutamente para nada - a não ser para as picardias regionais. Numa visão desapaixonada, o que perde uma lista nacional que não tenha deputados açorianos? Com estas percentagens de participação não perde nada e tem muito a ganhar noutras regiões do país. É urgente para os açorianos baixar a percentagem de abstenção.


Notei desacordo nas caixas de comentários quanto à opinião que será muito difícil nas próximas europeias termos dois deputados em lugares seguramente elegíveis. Podendo até no futuro estar em risco a representatividade açoriana no Parlamento Europeu. Não sei se é por eu estar por Lisboa e não olhar apenas para os resultados nos Açores, ou se por ser pessimista.Todos sabemos que os Açores têm especificidades próprias, que merecem e devem ter representatividade no Parlamento Europeu. Contudo, devemos deixar de olhar apenas para o nosso umbigo e olhar o panorama global nacional. Todos nós conhecemos as dificuldades que existiram este ano na colocação de açorianos nas listas, a novela Paulo Casaca e Duarte Freitas. Se Carlos César e Berta Cabral tiveram capacidade negocial para se fazerem impor, daqui a cinco anos, qualquer que sejam os líderes regionais terão mais dificuldades.Comparando a participação eleitoral das regiões autónomas com os distritos, percebemos que houve apenas uma parcela de território com participação abaixo dos 30%: os Açores. Tendo em conta os inscritos, os Açores já estavam sobrevalorizados nas listas. Se tivermos em conta os resultados percebemos que quem elegeu Patrão Neves e Luís Paulo Alves, não foram os açorianos. Eu sei que doí a quem tem filiação partidária, mas é a pura das verdades. A colocação de dois candidatos em lugares elegíveis arrefeceu a campanha e não houve mobilização: nem do PSD, nem do PS. Só isto explica que a região melhor representada tenha sido a que ficou em casa.Todos aqueles que andaram a opinar aquando da elaboração das listas, deviam repescar os argumentos. Eu próprio critiquei a capacidade negocial do PSD: a novela sobre quem fica à frente Açores ou Madeira; e terem abdicado de Duarte Freitas - temos que ser coerentes. Agora, quando analisamos os resultados é perfeitamente normal que na lista do PSD o candidato da Madeira fique à frente da candidata dos Açores. Na lista do PS, Luís Paulo Alves foi eleito, mas os Açores contribuíram com apenas 16 mil votos. A Madeira tinha o seu candidato socialista em 11º lugar, sem perspectivas de ser eleito - e não foi - e contribuiu com menos 700 votos que o PS/Açores. Se agora houve cedências dos líderes regionais na elaboração das listas, haverá no futuro mais cedências.Se analisarmos os distritos continentais, percebemos que há distritos que não tinham nenhum candidato ou apenas um. No entanto, contribuíram muito mais que os Açores. Na elaboração das listas há dois factores decisivos, os interesses específicos de cada região e o peso eleitoral. Os Açores têm muitas especificidades, mas nem 50 mil foram votar. Os próprios açorianos não percebem a importância desses interesses específicos. Se deixarmos de pensar como açorianos e apenas no nosso umbigo, percebemos que é perfeitamente natural que um líder nacional não seja brando nas negociações. O problema é que para admitirem esta análise, quem trabalha nas estruturas dos partidos regionais tem que admitir que falhou na mobilização. Não é por casmurrice que os lideres nacionais dificultam a negociação das listas. Se os açorianos não querem saber da Europa, há gente no continente que trabalhou, mobilizou e foi votar. Estes que trabalharam e mobilizaram daqui a 5 anos vão exigir lugares e terão mais trunfos que nós. Em termos de justiça relativa os Açores terão muito a perder. Os 19 mil votos do PSD/Açores e os 16 mil votos do PS/Açores não serviram absolutamente para nada - a não ser para as picardias regionais. Numa visão desapaixonada, o que perde uma lista nacional que não tenha deputados açorianos? Com estas percentagens de participação não perde nada e tem muito a ganhar noutras regiões do país. É urgente para os açorianos baixar a percentagem de abstenção.

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