As festas antoninas morreram. O que se está a verificar este ano resume-se a um momento quase fúnebre do passado grandioso destas festas. Eventos descaracterizados da raiz popular que estas festas sempre tiveram, organizados sem brio e sem responsabilidade, têm afastado milhares de forasteiros ao longo destes últimos anos. Até Daniela Mercury, uma das grandes atracções destas antoninas, viu um estádio muito longe de estar cheio.
As Marchas Antoninas, importadas de Lisboa na década de 90, são agora o único grande momento das festas. A Câmara assim o quer, canalizando para elas mais de um terço do orçamento, desbaratando dinheiro por grupos que, como já se viu, vão única e exclusivamente atrás do dinheiro, nem que para isso tenham que importar rusgas poveiras ou copiar na íntegra marchas lisboetas. Afinal, o povo come sempre tudo, sem dar conta do chico-espertismo que inunda todos os quadrantes da sociedade portuguesa. A isto se chama ganhar dinheiro sem criatividade.
Por outro lado, a hiperbolização que o sr. Presidente da Câmara fez do desfile das marchas foi ridículo. Claro que, com o aumento para quase o dobro do orçamento para este evento, esperava-se um maior número de participações. Assim afirmou Armindo Costa há uns tempos à Famatv, quando disse que este ano havia mais marchas e mais freguesias a concurso. E assim continuou a afirmar o arquitecto na noite das marchas quando foi o único a ver 15 participações. Só que, na verdade, estiveram doze marchas nas ruas, menos que no ano passado. Mas, acordemos para a realidade. Este é um concurso que se resume a quatro marchas que efectivamente competem em qualidade. Nunca se viu um ano tão pobre como este, talvez reflexo de uma crise económica, ou talvez reflexo do pouco saber organizativo e criativo de uns poucos que decidem tudo a seu belo prazer.
As festas antoninas morreram. Já não têm o espírito popular de antigamente. Até a procissão ao santo casamenteiro perdeu a majestade, com maltrapilhos a desfilarem sem dignidade atrás dos andores. A falta de cuidado foi bem perceptível nas figuras bíblicas, muitas delas calçando vistosos ténis Nike(?!) Enfim, uma procissão em tamanho mini que está muito longe das honras dadas ao santo padroeiro nas majestosas procissões de um passado não tão distante. Sim, definitivamente Santo António é o santo dos pobrezinhos e de uns quantos medíocres.
As festas antoninas morreram. Será que algum dia regressarão a esta nobre terra?
Fernando Lima
Vila Nova de Famalicão
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As festas antoninas morreram. O que se está a verificar este ano resume-se a um momento quase fúnebre do passado grandioso destas festas. Eventos descaracterizados da raiz popular que estas festas sempre tiveram, organizados sem brio e sem responsabilidade, têm afastado milhares de forasteiros ao longo destes últimos anos. Até Daniela Mercury, uma das grandes atracções destas antoninas, viu um estádio muito longe de estar cheio.
As Marchas Antoninas, importadas de Lisboa na década de 90, são agora o único grande momento das festas. A Câmara assim o quer, canalizando para elas mais de um terço do orçamento, desbaratando dinheiro por grupos que, como já se viu, vão única e exclusivamente atrás do dinheiro, nem que para isso tenham que importar rusgas poveiras ou copiar na íntegra marchas lisboetas. Afinal, o povo come sempre tudo, sem dar conta do chico-espertismo que inunda todos os quadrantes da sociedade portuguesa. A isto se chama ganhar dinheiro sem criatividade.
Por outro lado, a hiperbolização que o sr. Presidente da Câmara fez do desfile das marchas foi ridículo. Claro que, com o aumento para quase o dobro do orçamento para este evento, esperava-se um maior número de participações. Assim afirmou Armindo Costa há uns tempos à Famatv, quando disse que este ano havia mais marchas e mais freguesias a concurso. E assim continuou a afirmar o arquitecto na noite das marchas quando foi o único a ver 15 participações. Só que, na verdade, estiveram doze marchas nas ruas, menos que no ano passado. Mas, acordemos para a realidade. Este é um concurso que se resume a quatro marchas que efectivamente competem em qualidade. Nunca se viu um ano tão pobre como este, talvez reflexo de uma crise económica, ou talvez reflexo do pouco saber organizativo e criativo de uns poucos que decidem tudo a seu belo prazer.
As festas antoninas morreram. Já não têm o espírito popular de antigamente. Até a procissão ao santo casamenteiro perdeu a majestade, com maltrapilhos a desfilarem sem dignidade atrás dos andores. A falta de cuidado foi bem perceptível nas figuras bíblicas, muitas delas calçando vistosos ténis Nike(?!) Enfim, uma procissão em tamanho mini que está muito longe das honras dadas ao santo padroeiro nas majestosas procissões de um passado não tão distante. Sim, definitivamente Santo António é o santo dos pobrezinhos e de uns quantos medíocres.
As festas antoninas morreram. Será que algum dia regressarão a esta nobre terra?
Fernando Lima
Vila Nova de Famalicão