Imprensa internacional destaca prisão preventiva de Sócrates

27-11-2014
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Imprensa internacional destaca prisão preventiva de Sócrates

Luís Reis Pires

25 Nov 2014

A notícia da prisão preventiva do ex-primeiro-ministro caiu como uma bomba lá fora. Os principais jornais europeus internacionais destacam a medida de coação a Sócrates.

"Portugal prepara-se para uma nova onda de choque". É assim que o Le Monde começa o artigo sobre Sócrates, dando conta que o ex-primeiro-ministro ficou em prisão preventiva, a mais grave das medidas de coacção possíveis.

O jornal francês lembra que Sócrates está a ser investigado por elevadas transferências para a sua conta bancária, que "parecem incompatíveis com os rendimentos que declarou ao fisco". E sublinha o facto de as autoridades portuguesas estarem "muito interessadas" no custo do apartamento em Paris.

Em Espanha o caso está sob o olhar atento da opinião pública, ainda mais numa altura em que país vizinho vive há largos meses vários escândalos de corrupção envolvendo altas figuras políticas. Os mais recentes são os de Luis Bárcenas, antigo tesoureiro do PP - o partido do actual presidente do governo, Mariano Rajoy -, e de Rodrigo Rato, antigo director do FMI. Mas até a Casa Real foi abalada, com Iñaki Urdangarin, cunhado do Rei Felipe, a ser acusado de fraude fiscal e branqueamento de capitais.

O El País dedica, por isso, especial atenção ao tema, sublinhando que Sócrates é suspeito de corrupção, fraude fiscal agravada e branqueamento de capitais. O jornal explica o esquema através do qual, alegadamente, João Perna viajaria a Paris com frequência para entregar dinheiro ao ex-primeiro-ministro em malas. E destaca uma outra notícia sobre o facto de nenhuma das medidas que o governo espanhol anunciou para combater a corrupção estar ainda em vigor.

A detenção de Sócrates pode prejudicar o PS e António Costa, lembra o El Mundo, considerando que será um "obstáculo difícil com vista às eleições legislativas do próximo ano". O diário cita várias figuras socialistas, como Jorge Lacão, para ilustrar o sentimento de choque no partido.

As consequências políticas da prisão de Sócrates são também destaque do Financial Times, que frisa que a posição dos socialistas nas sondagens "pode ser prejudicada". O jornal britânico lembra que o escândalo que envolve o ex-primeiro-ministro é mais um de vários que rebentaram recentemente em Portugal envolvendo figuras de topo e considera que será "um teste difícil à capacidade do normalmente lento sistema judicial".

O Wall Street Journal frisa que António Costa já começou no fim-de-semana a distanciar-se de Sócrates, enviando inclusive mensagens aos seus militantes para se manterem em silêncio. Considerando que o episódio poderá estreitar a diferença entre o PS e o PSD nas sondagens, lembra, porém, que "o Governo também não está livre de escândalos", já que ainda no início da semana passada o tema que estava na berlinda era a investigação aos vistos gold, que levou à detenção do director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, entre outros, e à demissão do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo.

Imprensa internacional destaca prisão preventiva de Sócrates

Luís Reis Pires

25 Nov 2014

A notícia da prisão preventiva do ex-primeiro-ministro caiu como uma bomba lá fora. Os principais jornais europeus internacionais destacam a medida de coação a Sócrates.

"Portugal prepara-se para uma nova onda de choque". É assim que o Le Monde começa o artigo sobre Sócrates, dando conta que o ex-primeiro-ministro ficou em prisão preventiva, a mais grave das medidas de coacção possíveis.

O jornal francês lembra que Sócrates está a ser investigado por elevadas transferências para a sua conta bancária, que "parecem incompatíveis com os rendimentos que declarou ao fisco". E sublinha o facto de as autoridades portuguesas estarem "muito interessadas" no custo do apartamento em Paris.

Em Espanha o caso está sob o olhar atento da opinião pública, ainda mais numa altura em que país vizinho vive há largos meses vários escândalos de corrupção envolvendo altas figuras políticas. Os mais recentes são os de Luis Bárcenas, antigo tesoureiro do PP - o partido do actual presidente do governo, Mariano Rajoy -, e de Rodrigo Rato, antigo director do FMI. Mas até a Casa Real foi abalada, com Iñaki Urdangarin, cunhado do Rei Felipe, a ser acusado de fraude fiscal e branqueamento de capitais.

O El País dedica, por isso, especial atenção ao tema, sublinhando que Sócrates é suspeito de corrupção, fraude fiscal agravada e branqueamento de capitais. O jornal explica o esquema através do qual, alegadamente, João Perna viajaria a Paris com frequência para entregar dinheiro ao ex-primeiro-ministro em malas. E destaca uma outra notícia sobre o facto de nenhuma das medidas que o governo espanhol anunciou para combater a corrupção estar ainda em vigor.

A detenção de Sócrates pode prejudicar o PS e António Costa, lembra o El Mundo, considerando que será um "obstáculo difícil com vista às eleições legislativas do próximo ano". O diário cita várias figuras socialistas, como Jorge Lacão, para ilustrar o sentimento de choque no partido.

As consequências políticas da prisão de Sócrates são também destaque do Financial Times, que frisa que a posição dos socialistas nas sondagens "pode ser prejudicada". O jornal britânico lembra que o escândalo que envolve o ex-primeiro-ministro é mais um de vários que rebentaram recentemente em Portugal envolvendo figuras de topo e considera que será "um teste difícil à capacidade do normalmente lento sistema judicial".

O Wall Street Journal frisa que António Costa já começou no fim-de-semana a distanciar-se de Sócrates, enviando inclusive mensagens aos seus militantes para se manterem em silêncio. Considerando que o episódio poderá estreitar a diferença entre o PS e o PSD nas sondagens, lembra, porém, que "o Governo também não está livre de escândalos", já que ainda no início da semana passada o tema que estava na berlinda era a investigação aos vistos gold, que levou à detenção do director do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, entre outros, e à demissão do ministro da Administração Interna, Miguel Macedo.

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