Joaquim Seixas Martins em entrevista

13-10-2014
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Entrevistas

Joaquim Seixas Martins em entrevista

A autoconfiança de quem gosta do que faz

Ao contrário de muitos médicos, para Joaquim Seixas Martins seguir esta profissão não era um sonho de criança nem, tão pouco, uma tradição familiar.

Confessa que, no fundo, não tinha qualquer aproximação às outras profissões e ser médico parecia-lhe uma boa opção na dualidade entre fazer algo de que gostasse e ser útil às pessoas. «A vida é muitas vezes um acaso e um caminho que se vai fazendo», explica.

Ser médico pode ter sido um acaso, mas ser cirurgião foi uma escolha bem ponderada. «A cirurgia é, para mim, uma especialidade muito gratificante porque vê-se o resultado automaticamente. E, para além disso, a cirurgia plástica, reconstrutiva e estética é um campo muito abrangente, que permite a aplicação de diversos tipos de técnicas e conhecimentos». É essa abrangência que o prende no serviço público e privado ao mesmo tempo.

Hoje, para além de ser diretor clínico e fundador da Clínica Atlanta, mantém o serviço no Hospital Egas Moniz, em Lisboa. Porque «se deixasse de estar num hospital público, a fazer cirurgia reconstrutiva, a minha capacidade cirúrgica ficaria reduzida a 20% daquilo que sei fazer e do que aprendi ao longo dos anos», desabafa. E são essas duas valências, a reconstrutiva e a estética, que Joaquim Seixas Martins quer manter.

Para além disso, conta-nos que, em hospital, trabalha-se em equipa e «a cirurgia plástica é muito versátil, principalmente pela variedade de procedimentos que são requisitados». Tanto pode ser uma cirurgia

pós-obesidade, como uma cirurgia da mão ou um problema de queimaduras graves. Já na Clínica Atlanta, o mais requisitado são lipoaspirações, abdominoplastias e mamoplastias.

Quase 14 anos depois da inauguração da sua clínica, Joaquim Seixas Martins pretende continuar a operar até aos 70 ou 80 anos. Isto porque, apesar de a cirurgia imprimir «algum stress e pressão» e «exigir uma grande dose de auto-confiança», é um trabalho de precisão, interativo e prazeroso. «Acredito que as pessoas que trabalham até aos 70, 80 anos têm realmente prazer naquilo que fazem. E eu não penso sequer em reformar-me», confessa.

O que mais gosta no seu trabalho?

Não há nenhuma cirurgia de que goste mais. Há algumas que não são tão interessantes mas, de uma forma geral, não tenho um campo preferido. Gosto da cirurgia em si. De fazer uma coisa e ver o resultado. De modificar a pessoa.

Já operou alguém próximo de si?

Sim, já. Há cirurgiões que não gostam de o fazer ou acham que não devem. Se eu não souber fazer, não faço. Mas, se eu souber fazer, faço. A não ser que saiba que há um colega meu melhor nesse campo e aí recomendo.

Algum paciente o marcou de forma especial?

Depende, há sempre pedidos bizarros... Mas lembro-me de uma paciente que vinha fazer a cirurgia de que talvez menos gosto, que é a cirurgia pós-obesidade. Tinha 25 anos, havia perdido 60 quilos, depois de pôr uma banda gástrica e ficou com imensas peles. Lembro-me de ela dizer «Quando era gorda, eu não estava mal comigo mesma. Os outros é que estavam e não me aceitavam. Mas agora sou magra e tenho nojo de mim». E ouvir uma rapariga tão nova a dizer isto é, de alguma forma, impressionante.

Veja na página seguinte: O que faria se não fosse cirurgião plástico

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Joaquim Seixas Martins em entrevista

A autoconfiança de quem gosta do que faz

Ao contrário de muitos médicos, para Joaquim Seixas Martins seguir esta profissão não era um sonho de criança nem, tão pouco, uma tradição familiar.

Confessa que, no fundo, não tinha qualquer aproximação às outras profissões e ser médico parecia-lhe uma boa opção na dualidade entre fazer algo de que gostasse e ser útil às pessoas. «A vida é muitas vezes um acaso e um caminho que se vai fazendo», explica.

Ser médico pode ter sido um acaso, mas ser cirurgião foi uma escolha bem ponderada. «A cirurgia é, para mim, uma especialidade muito gratificante porque vê-se o resultado automaticamente. E, para além disso, a cirurgia plástica, reconstrutiva e estética é um campo muito abrangente, que permite a aplicação de diversos tipos de técnicas e conhecimentos». É essa abrangência que o prende no serviço público e privado ao mesmo tempo.

Hoje, para além de ser diretor clínico e fundador da Clínica Atlanta, mantém o serviço no Hospital Egas Moniz, em Lisboa. Porque «se deixasse de estar num hospital público, a fazer cirurgia reconstrutiva, a minha capacidade cirúrgica ficaria reduzida a 20% daquilo que sei fazer e do que aprendi ao longo dos anos», desabafa. E são essas duas valências, a reconstrutiva e a estética, que Joaquim Seixas Martins quer manter.

Para além disso, conta-nos que, em hospital, trabalha-se em equipa e «a cirurgia plástica é muito versátil, principalmente pela variedade de procedimentos que são requisitados». Tanto pode ser uma cirurgia

pós-obesidade, como uma cirurgia da mão ou um problema de queimaduras graves. Já na Clínica Atlanta, o mais requisitado são lipoaspirações, abdominoplastias e mamoplastias.

Quase 14 anos depois da inauguração da sua clínica, Joaquim Seixas Martins pretende continuar a operar até aos 70 ou 80 anos. Isto porque, apesar de a cirurgia imprimir «algum stress e pressão» e «exigir uma grande dose de auto-confiança», é um trabalho de precisão, interativo e prazeroso. «Acredito que as pessoas que trabalham até aos 70, 80 anos têm realmente prazer naquilo que fazem. E eu não penso sequer em reformar-me», confessa.

O que mais gosta no seu trabalho?

Não há nenhuma cirurgia de que goste mais. Há algumas que não são tão interessantes mas, de uma forma geral, não tenho um campo preferido. Gosto da cirurgia em si. De fazer uma coisa e ver o resultado. De modificar a pessoa.

Já operou alguém próximo de si?

Sim, já. Há cirurgiões que não gostam de o fazer ou acham que não devem. Se eu não souber fazer, não faço. Mas, se eu souber fazer, faço. A não ser que saiba que há um colega meu melhor nesse campo e aí recomendo.

Algum paciente o marcou de forma especial?

Depende, há sempre pedidos bizarros... Mas lembro-me de uma paciente que vinha fazer a cirurgia de que talvez menos gosto, que é a cirurgia pós-obesidade. Tinha 25 anos, havia perdido 60 quilos, depois de pôr uma banda gástrica e ficou com imensas peles. Lembro-me de ela dizer «Quando era gorda, eu não estava mal comigo mesma. Os outros é que estavam e não me aceitavam. Mas agora sou magra e tenho nojo de mim». E ouvir uma rapariga tão nova a dizer isto é, de alguma forma, impressionante.

Veja na página seguinte: O que faria se não fosse cirurgião plástico

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