PONTE EUROPA: Autárquicas

05-07-2011
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Admito que o eleitorado da capital seja masoquista e queira reincidir em Santana Lopes. Se é promessa, paciência. O País já pagou um preço elevado com a sua passagem pelo Governo que, na pressa da fuga, à revelia de eleições, Durão Barroso lhe endossou.Na Figueira da Foz e em Lisboa, Santana acumulou passivos que levarão anos a saldar mas, se é curta a memória e grande o desejo de perdão, que podem fazer os democratas, que recusam ditaduras, mesmo por curtos períodos de seis meses sonhados por Manuela Ferreira Leite?Compreendo que António Costa, um dos mais bem preparados políticos da sua geração, queira poupar Lisboa aos desmandos do santanismo e a sua carreira política à travessia do deserto, mas não acredito que o acordo com Helena Roseta (HR) lhe traga mais votos salvo, eventualmente, o dela e o de Manuel Alegre.Os que votariam HR, previsivelmente suficientes para a elegerem vereadora, votavam sobretudo contra o que designam «este PS», não estando disponíveis para transferir o voto com o acordo alcançado. O casamento de conveniência pode acabar num adultério irrelevante, com os votos de HR dispersos pelo BE, abstenção, brancos e nulos.O único beneficiário do acordo é Manuel Alegre cuja exposição mediática é prorrogada bem como a ilusão de se tornar presidente da República. Não serve o PS nem a António Costa porque, em política, a aritmética não funciona e a soma pode ser nula.Um partido não pode fazer acordos com os grupos de pressão interna, ainda que sejam a consciência moral, sob pena de debilitarem a liderança e desmobilizarem os apoiantes.A única aliança útil e coerente era com o PCP ou com o BE cuja rivalidade eleitoral e o frenesim com que querem contar espingardas, digo, votos, os afasta irremediavelmente de uma solução de poder, de qualquer solução que barre o caminho à direita, em Lisboa e no país.O que tiver de ser tem muita força. É a vida, como dizia um saudoso engenheiro.Ponte Europa/SORUMBÁTICO

Admito que o eleitorado da capital seja masoquista e queira reincidir em Santana Lopes. Se é promessa, paciência. O País já pagou um preço elevado com a sua passagem pelo Governo que, na pressa da fuga, à revelia de eleições, Durão Barroso lhe endossou.Na Figueira da Foz e em Lisboa, Santana acumulou passivos que levarão anos a saldar mas, se é curta a memória e grande o desejo de perdão, que podem fazer os democratas, que recusam ditaduras, mesmo por curtos períodos de seis meses sonhados por Manuela Ferreira Leite?Compreendo que António Costa, um dos mais bem preparados políticos da sua geração, queira poupar Lisboa aos desmandos do santanismo e a sua carreira política à travessia do deserto, mas não acredito que o acordo com Helena Roseta (HR) lhe traga mais votos salvo, eventualmente, o dela e o de Manuel Alegre.Os que votariam HR, previsivelmente suficientes para a elegerem vereadora, votavam sobretudo contra o que designam «este PS», não estando disponíveis para transferir o voto com o acordo alcançado. O casamento de conveniência pode acabar num adultério irrelevante, com os votos de HR dispersos pelo BE, abstenção, brancos e nulos.O único beneficiário do acordo é Manuel Alegre cuja exposição mediática é prorrogada bem como a ilusão de se tornar presidente da República. Não serve o PS nem a António Costa porque, em política, a aritmética não funciona e a soma pode ser nula.Um partido não pode fazer acordos com os grupos de pressão interna, ainda que sejam a consciência moral, sob pena de debilitarem a liderança e desmobilizarem os apoiantes.A única aliança útil e coerente era com o PCP ou com o BE cuja rivalidade eleitoral e o frenesim com que querem contar espingardas, digo, votos, os afasta irremediavelmente de uma solução de poder, de qualquer solução que barre o caminho à direita, em Lisboa e no país.O que tiver de ser tem muita força. É a vida, como dizia um saudoso engenheiro.Ponte Europa/SORUMBÁTICO

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