Empresa de diálise suspende tratamento a doentes renais portadores de hepatite B

25-10-2011
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“Esta medida, absolutamente louca do ponto de vista ético e técnico, tem por base a contenção de custos a que as empresas de diálise se auto-submeteram após a redução de preço compreensivo imposto por despacho recente”, denuncia o SIM.

A Inspecção-Geral das Actividades da Saúde (IGAS) já fez saber que abriu um processo de investigação à situação denunciada pelo Sindicato Independente dos Médicos. Segundo informou ao PÚBLICO o Ministério da Saúde, o processo de investigação foi instaurado após o SIM ter enviado para a IGAS documentação “sobre a empresa NephroCare e a sua comunicação sobre limitação futura de diálise aos portadores de vírus Hepatite B”, segundo informação disponibilizada pelo sindicato no seu site.

O ministério não avança com um número exactos dos doentes naquelas circunstâncias, mas as cartas que a empresa endereçou às administrações regionais de saúde fazem referência a 65 pacientes.

Nas cartas que escreveu às administrações regionais de saúde, a NephroCare dá conta de que pretende desactivar a sala de diálise ao tratamento de doentes portadores do vírus da hepatite B nas suas clínicas de Faro, Coimbra Guarda, Viseu, Lisboa, Barreiro, Ponte da Barca, Braga, Gaia, Santa Maria da Feira e Maia, a partir do próximo mês de Novembro, “sem que para tanto, tal comprometa a capacidade instalada nas referidas unidades, uma vez que o número de postos afectos ao tratamento daqueles doentes será direccionado para o tratamento de doentes não portadores daquele vírus”.

Em declarações ao PÚBLICO, o deputado do Bloco de Esquerda, João Semedo, criticou severamente a decisão de a NephroCare se recusar a tratar aqueles doentes e avisa que os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm uma reduzida capacidade de resposta no domínio da hemodiálise. “A hemodiálise é praticamente toda da privada em Portugal e em regime de monopólio de um grande grupo internacional”, afirma João Semedo, sublinhando que “a decisão da NephroCare põe em sério risco a continuidade de tratamento daqueles doentes”.

O deputado associa esta decisão ao facto de o governo ter reduzido em 12,5% o valor por doente tratado pago pelo Estado às clínicas com convenção. “Os privados podem, assim desactivar as salas de diálise afectas aos doentes com hepatite B e passar a ocupá-las com outros insuficientes renais, diminuindo os custos da assistência realizada. Ao contrário, para o Estado, claro, ficam os custos mais elevados”, critica.

“Esta medida, absolutamente louca do ponto de vista ético e técnico, tem por base a contenção de custos a que as empresas de diálise se auto-submeteram após a redução de preço compreensivo imposto por despacho recente”, denuncia o SIM.

A Inspecção-Geral das Actividades da Saúde (IGAS) já fez saber que abriu um processo de investigação à situação denunciada pelo Sindicato Independente dos Médicos. Segundo informou ao PÚBLICO o Ministério da Saúde, o processo de investigação foi instaurado após o SIM ter enviado para a IGAS documentação “sobre a empresa NephroCare e a sua comunicação sobre limitação futura de diálise aos portadores de vírus Hepatite B”, segundo informação disponibilizada pelo sindicato no seu site.

O ministério não avança com um número exactos dos doentes naquelas circunstâncias, mas as cartas que a empresa endereçou às administrações regionais de saúde fazem referência a 65 pacientes.

Nas cartas que escreveu às administrações regionais de saúde, a NephroCare dá conta de que pretende desactivar a sala de diálise ao tratamento de doentes portadores do vírus da hepatite B nas suas clínicas de Faro, Coimbra Guarda, Viseu, Lisboa, Barreiro, Ponte da Barca, Braga, Gaia, Santa Maria da Feira e Maia, a partir do próximo mês de Novembro, “sem que para tanto, tal comprometa a capacidade instalada nas referidas unidades, uma vez que o número de postos afectos ao tratamento daqueles doentes será direccionado para o tratamento de doentes não portadores daquele vírus”.

Em declarações ao PÚBLICO, o deputado do Bloco de Esquerda, João Semedo, criticou severamente a decisão de a NephroCare se recusar a tratar aqueles doentes e avisa que os hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm uma reduzida capacidade de resposta no domínio da hemodiálise. “A hemodiálise é praticamente toda da privada em Portugal e em regime de monopólio de um grande grupo internacional”, afirma João Semedo, sublinhando que “a decisão da NephroCare põe em sério risco a continuidade de tratamento daqueles doentes”.

O deputado associa esta decisão ao facto de o governo ter reduzido em 12,5% o valor por doente tratado pago pelo Estado às clínicas com convenção. “Os privados podem, assim desactivar as salas de diálise afectas aos doentes com hepatite B e passar a ocupá-las com outros insuficientes renais, diminuindo os custos da assistência realizada. Ao contrário, para o Estado, claro, ficam os custos mais elevados”, critica.

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