Portugal e outras touradas: Do obscurantismo ambientalista

03-07-2011
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Excerto de um entrevista de Vítor Hugo Cardinali, proprietário do circo com o mesmo nome, ao jornal I, a propósito da proibição de utilizar animais nos espectáculos circenses, bem como a respectiva reprodução em cativeiro. Para ler a totalidade da entrevista, cliquem aqui.Que crítica faz a esta nova portaria?Vivemos num país de touradas. Acho que estamos a ser discriminados porque somos o elo mais fraco. Depois, também há muita portaria que sai e não é aplicada. Vai-se a Jardim Zoológico de Lisboa ou ao Zoo Marine e vêem-se lá golfinhos, focas. Qual é a diferença entre eu ter um elefante e o Zoo Marine ter um golfinho ou uma foca? Estão todos em cativeiro... os golfinhos também deviam andar no mar. Os passarinhos também deviam andar soltos e estão em gaiolas. Já perguntei a um biólogo do Instituto de Conservação da Natureza e disseram-me que era a mesma coisa.É um preconceito?É um preconceito, mas não acho que seja só contra o circo. As associações de defesa dos direitos dos animais são contra as touradas, contra os animais domésticos. Os animais têm de ser tratados como animais: com dignidade, bem tratados, mas como animais. Deviam preocupar-se com os 25 mil idosos que este país tem em lares, com as 10 mil crianças em instituições sem que ninguém as adopte e com dois milhões de pobres no nosso pais. Os animais que eu tenho vivem melhor do que os dois milhões de pobres deste país. Têm comida a horas, são lavados e desinfectados.Quanto custa mantê-los?Por mês gasto 50 mil euros com alimentação. Os frangos vêm sempre de um aviário no Cadaval, que vai levar a carne onde estamos. Desde que proibiram a carne de vaca rejeitada, os animais comem a mesma que nós. Um leão come cinco frangos por dia. O feno vem de Braga - vão ao Algarve, a Trás-os-Montes, a Lisboa. Vou buscar sempre a ração à Malveira, para os animais não terem cólicas. Chego a fazer 500 quilómetros para ir buscar serradura de pinho. Tenho um camião só para o feno, um camião só para a ração, um camião frigorifico.Mas essa não é a realidade de todos os circos...Claro, mas não foi por isso que escreveram a nova lei. Nesse caso acabavam com os circos que não tinham condições para ter animais.


Excerto de um entrevista de Vítor Hugo Cardinali, proprietário do circo com o mesmo nome, ao jornal I, a propósito da proibição de utilizar animais nos espectáculos circenses, bem como a respectiva reprodução em cativeiro. Para ler a totalidade da entrevista, cliquem aqui.Que crítica faz a esta nova portaria?Vivemos num país de touradas. Acho que estamos a ser discriminados porque somos o elo mais fraco. Depois, também há muita portaria que sai e não é aplicada. Vai-se a Jardim Zoológico de Lisboa ou ao Zoo Marine e vêem-se lá golfinhos, focas. Qual é a diferença entre eu ter um elefante e o Zoo Marine ter um golfinho ou uma foca? Estão todos em cativeiro... os golfinhos também deviam andar no mar. Os passarinhos também deviam andar soltos e estão em gaiolas. Já perguntei a um biólogo do Instituto de Conservação da Natureza e disseram-me que era a mesma coisa.É um preconceito?É um preconceito, mas não acho que seja só contra o circo. As associações de defesa dos direitos dos animais são contra as touradas, contra os animais domésticos. Os animais têm de ser tratados como animais: com dignidade, bem tratados, mas como animais. Deviam preocupar-se com os 25 mil idosos que este país tem em lares, com as 10 mil crianças em instituições sem que ninguém as adopte e com dois milhões de pobres no nosso pais. Os animais que eu tenho vivem melhor do que os dois milhões de pobres deste país. Têm comida a horas, são lavados e desinfectados.Quanto custa mantê-los?Por mês gasto 50 mil euros com alimentação. Os frangos vêm sempre de um aviário no Cadaval, que vai levar a carne onde estamos. Desde que proibiram a carne de vaca rejeitada, os animais comem a mesma que nós. Um leão come cinco frangos por dia. O feno vem de Braga - vão ao Algarve, a Trás-os-Montes, a Lisboa. Vou buscar sempre a ração à Malveira, para os animais não terem cólicas. Chego a fazer 500 quilómetros para ir buscar serradura de pinho. Tenho um camião só para o feno, um camião só para a ração, um camião frigorifico.Mas essa não é a realidade de todos os circos...Claro, mas não foi por isso que escreveram a nova lei. Nesse caso acabavam com os circos que não tinham condições para ter animais.

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